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REGÊNCIA VERBAL

Regência é a relação necessária que se estabelece entre duas palavras, uma das quais servindo de
complemento a outra (dependência gramatical).

TERMO REGENTE = palavra principal a que outra se subordina.

TERMO REGIDO = palavra dependente que serve de complemento e que se subordina ao TERMO
REGENTE.

Assim, a relação entre o verbo (termo regente) e o seu complemento (termo regido) chama-se
REGÊNCIA VERBAL, orientada pela transitividade dos verbos, que podem se apresentar diretos ou
indiretos, ou seja, exigindo um complemento na forma de objeto direto ou indireto.

Lembrando que o OBJETO DIRETO é o complemento do verbo que não possui preposição e que também
pode ser representado pelos pronomes oblíquos "o", "a", "os", "as". Já o OBJETO INDIRETO vem
acrescido de preposição e igualmente pode ser representado pelos pronomes "lhe", "lhes". Cuidado,
porém, com alguns verbos, como "assistir" e "aspirar", que não admitem o emprego desses pronomes.

Os pronomes "me", "te", "se", "nos" e "vos" podem, entretanto, funcionar como objetos diretos ou
indiretos.

ATENÇÃO: Muitas vezes alguns verbos podem apresentar diferentes regências sem que seus sentidos
sejam alterados ou, ao contrário, acarretando diferentes significados e acepções.

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS - ABRAÇAR.

Pede objeto direto.

Exemplos:
Abracei Michele carinhosamente em seu aniversário.
Pelo meu elogio, Pedro abraçou-me agradecido.
Observação: Este verbo pode aparecer com outras regências que não acarretam mudança no sentido,
mas que introduzem matizes especiais de significação.

Exemplos:
Meio tonto, Lucas abraçou-se ao poste.
Para caminhar com mais apoio, Ana abraçou-se em mim.
Comemorando a vitória, Luís abraçava-se com o pai.

ACONSELHAR.

Pede objeto direto e indireto no sentido de "dar e tomar conselhos, entrar em acordo".

Exemplos:
Aconselho você a não sair de casa hoje por causa da chuva.
Aconselhei à Isabel um bom caminho para ir à praia.
Aconselhamos João sobre os malefícios do fumo.
Aconselhei-me com o juiz sobre o meu processo.
Depois nos aconselharemos no que mais nos convieR.
Aconselharam-se para me trair.
AGRADAR

Pede objeto direto no sentido de "acariciar, fazer agrados".

Exemplos:
O pai agradava o filho antes de sair para o trabalho.
Sempre agradei minhas namoradas com meus elogios. (agradá-las) Pede objeto indireto no sentido de
"ser agradável, contentar, satisfazer".

Exemplos:
A resposta não agradou ao professoR.
Tenho certeza de que este livro não lhe agradará.
A piada não agradou à platéia.

AGRADECER

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:
(AGRADECER ALGUMA COISA A ALGUÉM)

Agradeci A Deus a cura de minha mãe.


Agradeceu-me comovido o presente.
Observação: Agradecer a alguém "por alguma coisa" é incorrer em italianismo, forma perfeitamente
dispensável.

AJUDAR.

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:
Ajudo meu irmão em seu escritório.
Ajudei-o a resolver aqueles problemas.

APOIAR-SE

Pede objeto indireto.

Exemplos:
Para não cair, Carlos apoiou-se ao muro.
Ela apóia-se à mesa para escreveR.
Apoiamo-nos em documentos para provar o que dissemos.
Apoiei-me sobre a perna direita ao descer do ônibus.

ANTIPATIZAR / SIMPATIZAR

Pedem objeto indireto, iniciado pela preposição "com".


Exemplos:
Antipatizei com aquela secretária.
Simpatizo com as idéias daquele partido.
Observação: Esses verbos não são pronominais. Assim, não se deve dizer: "antipatizei-me com ela" ou
"simpatizei-me com ela".

ASPIRAR.

Pede objeto direto quando significa "respirar, sorver, absorver".

Exemplos:
Aspirei muita poeira, limpando aqueles livros velhos.
Ao abrir a janela, aspirei o ar puro da manhã.
Pede objeto indireto no sentido de "ambicionar, pretender, desejar".

Exemplos:
Ele sempre aspirou ao cargo de presidente da República.
Todos aspiram a uma vida melhoR.
Observação: Neste caso, não se admite o pronome átono "lhe" que deve ser substituído pelas formas "a
ele, a ela", etc.
Exemplo: Aquele aumento de salário?! Aspiro a ele desde o ano passado.

ASSISTIR.

Pede objeto direto no sentido de "prestar assistência, ajudar, servir, acompanhar".

Exemplos:
O médico assiste a evolução daquele paciente todos os dias.
A Prefeitura assistiu os moradores daquela favela depois dos desabamentos.
Pede objeto indireto quando significa "prestar atenção, estar presente, presenciar".

Exemplos:
Assistimos ao jogo ontem à noite.

Aquele casal assistiu à queda do avião com indiferença.

Observação: Neste caso, também é exigida a forma "a ele/a ela", quando da substituição do complemento
por uma forma pronominal.

Exemplo: Quanto ao julgamento, assistimos a ele preocupados.

Também pede objeto indireto no sentido de "pertencer, caber direito ou razão".

Exemplo: Não lhe assiste o direito de reclamar neste momento.

Observação: Nesta acepção, é aceito como objeto indireto o pronome oblíquo "lhe".
ATENDER
Pede objeto direto com o significado de "servir, escutar e responder".

Exemplos:
O garçom atendia o freguês com simpatia.

Renato atendeu o telefone logo que ele tocou.

Observação: Com o sentido de "escutar e responder", a regência deste verbo pode apresentar a oposição
luso-brasileira "atender algo / atender a algo".

Exemplos:
Renato atendeu o telefone / Renato atendeu ao telefone

Pede objeto indireto no sentido de "deferir, cuidar de".

Exemplos:
O juiz atendeu ao requerimento do advogado.

Horácio e Vera atendiam às crianças de sua creche com muito carinho e dedicação.

Todo domingo, um grupo de jovens atendia aos mais necessitados de seu bairro com alimentos e roupas
doados.

Pede objeto direto ou indireto, indiferentemente, quando significa "dar ou prestar atenção a, dar audiência
a".

Exemplos:
O soldado não atendeu as (às) ordens do sargento.
Janete sempre atendia os (aos) conselhos de sua mãe.
O reitor atenderá a (à) comissão de alunos amanhã.

ATINGIR
Pede objeto direto.

Exemplos:
A despesa atingiu 50 reais.
Atualmente a informática atinge um progresso espantoso.

ATIRAR
Pede objeto direto quando significa "arremessar, lançar, arrojar".

Exemplos:
"aQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!"
Mário gosta de atirar pedras no telhado do vizinho.
Observação: Não se deve confundir objeto indireto com adjunto adverbial.
Pede objeto indireto no sentido de "disparar arma de fogo".

Exemplos:
O alvo a que os soldados atiravam ficava a 300 metros.
Atirem nos inimigos quando eu mandar!

AUMENTAR
Pede objeto indireto com a preposição "em".
Exemplo: A dívida externa brasileira aumentou em tamanho.

AVISAR (assim como CERTIFICAR, INFORMAR, NOTIFICAR,


PREVENIR)
Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:
(AVISAR ALGUÉM DE ALGUMA COISA - FORMA MAIS ACEITÁVEL) Eu avisarei Pedro da sua chegada.
Eu o avisarei...
(AVISAR ALGUMA COISA A ALGUÉM)
Eu avisarei sua chegada a Pedro.
Eu lhe avisarei...

BATER
Pede objeto direto, significando "bater alguma coisa".

Exemplos:
o sair, Marco bateu a porta com violência.
Ela machucou seu dedo, batendo pregos na parede.
Sílvio bateu o carro no poste violentamente.
Pede objeto indireto com o sentido de "bater a, na, pelas portas,
bater em alguém, bater sobre".

Exemplos:
lguém bateu à porta quando eu assistia à televisão.
Alguém bateu na porta da sala com uma bengala.
O mendigo batia pelas portas de várias casas a pedir só um prato de
comida.
João foi preso ontem por bater em sua mulheR.

Revoltado, o diretor bateu sobre a mesa a mão fechada com extrema raiva.

CARECER
Pede objeto indireto.
Exemplos: (Com o sentido de "precisar, necessitar")
Careço de dinheiro para pagar minhas contas.
Careço do carinho de meus avós que já morreram.

CARREGAR
Pede objeto direto ou indireto.

Exemplos:
Carreguei o menino no colo o dia todo.
Carreguei com o menino deste lugar perigoso.

CERTIFICAR (Mesma regência de AVISAR)

CHAMAR
Pede objeto direto ou indireto - com a preposição "por" como posvérbio - quando significa "fazer vir
alguém, convocar, invocar, pedir auxílio".

Exemplos:
O presidente chamou os ministros para uma reunião urgente.
(Chamou-os)

Em suas preces, Alzira chamou por todos os santos.


O rapaz chamava pelos colegas para empurrarem o carro.
Quando viu os ladrões, Noeli chamou pela polícia.
De longe, notei que alguém chamava por mim.
Ainda com este sentido, o verbo CHAMAR pode tornar-se intransitivo.

Exemplos:
- Chamou? Perguntou o policial.

Chamei! Respondeu a moça.


Com o significado de "denominar, apelidar", pede objeto direto ou indireto e predicativo, com ou sem
preposição.

Exemplos:
Chamavam Jânio, maluco. / Chamavam Jânio de maluco.
Chamavam a Jânio de maluco. / Chamavam a Jânio, maluco.

CHEGAR
Pede o emprego da preposição "a"; contudo, já é bastante usual na linguagem coloquial brasileira o
emprego da preposição "em".

Exemplos:
Ele chegou ao (no) colégio atrasado.
Bete chegou a (em) casa de madrugada.
Observação: Em "Cheguei na hora exata", a preposição "em" está empregada corretamente, porque
indica tempo, e não lugar.

CERTIFICAR (ver AVISAR)

COMUNGAR
Pede objeto direto com o sentido de "dar comunhão.
Exemplo: O padre comungou meus pais hoje. (Comungou-os) Com o significado de "estar de acordo,
participar", pode vir com preposição, como posvérbio.

Exemplos:
Eles comungavam às (das/nas/com as) mesmas idéias.
Gabeira voltou ao Brasil para comungar das (com as/nas) liberdades e
dos direitos e deveres democráticos.

CONFRATERNIZAR
Pede objeto indireto.
Exemplo: Os jogadores confraternizaram com a torcida após a conquista do campeonato.
Observação: O verbo confraternizar já indica reciprocidade. Portanto, o pronome "se" é perfeitamente
dispensável.

CONHECER
Pede objeto direto.

Exemplos:
Eu conheço aquela menina de algum lugar. (Eu a conheço)

CONSTITUIR (-SE)
O verbo constituir é transitivo direto.
Exemplo: Esses capítulos constituem o núcleo do romance.
O verbo constituir-se rege a preposição "em": Esses capítulos constituem-se no núcleo do romance.

CONTENTAR
Pede objeto direto quando significa "agradar, satisfazer".

Exemplos:
Fiz o possível para contentar meus filhos neste Natal.
Não consegui contentá-la com meu presente.
Com o sentido de "ficar contente", o verbo é pronominal, apresentando-se com as preposições "com, de,
em".

Exemplos:
Contento-me com poucas coisas.
Contentou-se em/de viajar amanhã para a Europa.

CONTRIBUIR
Quando se usar o verbo "contribuir", a preposição "com" deverá introduzir o meio utilizado para a
contribuição (dinheiro, mão-de-obra, mantimentos, roupas, etc.); já a preposição "para" introduzirá o
beneficiário da contribuição, ou seja, a quem será destinado o elemento material da contribuição. Deve-se
dizer, pois, que alguém contribui com algo para alguém.

Exemplos:
Ele contribuiu com dinheiro para as vítimas das enchentes.
Pedro contribuirá com sua experiência de pedreiro para a reforma da escola.

CONVIDAR
Pede objeto direto.

Exemplos:
Convidarei Bruna para sairmos hoje.
Cláudia não o convidou para a festa.

CUSTAR
Pede objeto direto quando significa "valer, ter um preço".

Exemplos:
Este carro esporte custa cem mil dólares.
Quanto custou esse livro? Quando significa "ser difícil", pede objeto indireto e vem sempre na terceira
pessoa, tendo como sujeito uma oração, geralmente reduzida de infinitivo.

Exemplos:
Custa-me ir trabalhar de trem todos os dias.
Custam aos alunos esses exercícios de geometria (Custam-lhes) Se o verbo vem seguido de um infinitivo,
este pode vir ou não precedido da preposição "a".

Exemplos:
Custou-me (a) resolver esses problemas.
Ele há de custar (a) dar o primeiro passo.
Observação: Para valorizar a pessoa a quem um fato apresenta-se difícil, ou ainda tendo o sentido de
"tardio, demorado", a linguagem coloquial põe-na como sujeito da oração.

Exemplos:
Custei (a) resolver esses problemas.
Custamos (a) acreditar que aquilo era verdade.
DEPARAR
Pede objeto direto quando significa "fazer aparecer".
Exemplo: Qual é o santo que depara as coisas perdidas? Pede objeto indireto no sentido de "encontrar
com alguém de repente".
Exemplo: Ana deparou com seu pai na rua.
É pronominal, significando "vir, chegar, surgir inesperadamente".
Exemplo: Deparou-se-lhe uma ótima chance de emprego.

DESCULPAR
Pede objeto direto e indireto, possuindo os sentidos de "pedir desculpas, perdoar e justificar".

Exemplos:
(PERDOAR ALGUÉM DE OU POR ALGUMA COISA)
Desculpe-me de (por) ter gritado com você.
Ao chegar, Antônio desculpou-se da (pela=por+a) demora.
Desculpei meu irmão de (por) me ter ofendido. (Desculpei-o)
Toda mãe sempre desculpa os erros de seus filhos.

DIGNAR-SE (pronominal, que no padrão culto rege a


preposição "de")

Exemplos:
Ele não se dignou de dizer a verdade.

O deputado nem se dignou de nos respondeR.

Observações: É comum, em textos formais, encontrar esse verbo com a preposição "de" elíptica. Ex.: O
Presidente se dignou ouvir nossas reivindicações.

Normalmente, esse verbo, na linguagem corrente, é usado com as preposições "em" ou "a", sendo esse
uso inadequado, já que não é aprovado por gramáticos e dicionaristas.

- ENCONTRAR Pede objeto direto quando significa "achar, avistar".

Exemplo: Só hoje encontrei o livro que tanto procurava.

Pede objeto indireto no sentido de "deparar com alguém, ter ou marcar um encontro".

Exemplo: Encontramos com João no cinema.

É pronominal quando significar "estar, achar-se em".

Exemplo: A secretária disse que seu chefe encontrava-se em reunião.

ENSINAR
Pede objeto direto e indireto.
Exemplo: Ensinei português aos alunos a tarde toda.

ENTRAR
Pede objeto indireto.

Exemplos:
Entrei na sala de aula.
Entrei de cantor no conjunto do colégio.
Entrei para o coro do teatro.

ESPERAR
Pede objeto direto.
Exemplo: Na festa, todos esperavam Pelé.
Observação: Pode-se empregar a preposição "por" como posvérbio, marcando interesse: "Todos
esperavam por Pelé."

ESQUECER
Dependendo do matiz de significação que se queira dar ao verbo, este poderá se apresentar transitivo
direto ou indireto e pronominal, acompanhado dos pronomes me, te, se, etc.

Exemplos:
Esqueci o livro sobre a mesa.

Esqueci-me do livro...

Não esqueça as suas tarefas.

Não se esqueça das suas tarefas.

Já esqueci totalmente o latim.

Já me esqueci totalmente do latim.

Na língua do Brasil, no entanto, surgiu uma fusão dessas duas possibilidades: esquecer de algo ou de
alguém. Essa forma é usadíssima na fala e encontra registro na escrita, sobretudo quando o
complemento de "esquecer" é um infinitivo: "Ia esquecendo de fazer uma confidência importante" (Érico
Veríssimo); "Ele esqueceu de ir ao banco"; "Não esqueço de você"; "Não esquecia da saúva" (Mário de
Andrade).

Atenção: Se participar de um concurso público, de um vestibular, de uma prova tradicional, você deve
considerar erradas as construções do parágrafo anterior, apesar de serem comuns na fala e na escrita
brasileiras.

Há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo "esquecer" não ser uma pessoa, um ser humano. O sujeito
é uma coisa, um fato. Mas coisa No caso, "esquecer" passa a significar "cair no esquecimento". Em
"Açores: Férias que nunca esquecem" (frase de um anúncio divulgado em Portugal), o sujeito do verbo
"esquecer" é "férias". Elas, as férias, nunca caem no esquecimento.

Em Machado de Assis, encontram-se vários casos desse emprego de "esquecer": "Esqueceu-me


apresentar-lhe minha mulher", onde o sujeito de "esqueceu-me" é a oração "apresentar-lhe minha
mulher", ou seja, esse fato - o ato de apresentar-lhe minha mulher - caiu no meu esquecimento.

Essa mesma regência vale para "lembrar", isto é, há na língua o registro de frases como "Não me
lembrou esperá-la", em que "lembrar" significa "vir à lembrança". O sujeito de "lembrou" é "esperá-la", ou
seja, esse fato - o ato de esperá-la - não me veio à lembrança.
ESTIMAR
Pede objeto direto quando significar "ter afeição ou amizade a, apreciar, avaliar, congratular-se por, ser de
opinião, achar".

Exemplos:
Estimo meus sobrinhos como filhos.
Estimava bastante os filmes de Chaplin.
Estimo esse anel em mil dólares.
Estimamos suas melhoras.
Estimei o fim da obra para daqui a dez dias.
Com o sentido de "prezar-se", apresenta-se também como pronominal.
Exemplo: Normalmente, estima-se todos aqueles que fazem o bem.

FELICITAR
Pede objeto direto e indireto.
Exemplo: Felicito-o por (de) ter passado no concurso.

FUGIR (ESCAPAR)
Pede objeto indireto.

Exemplos:
Fugiu-lhe as forças.
Fugiram ao cerco da polícia.
Ele foge de qualquer briga.

GOSTAR
Quando sinônimo de "apreciar", pede objeto indireto.
Exemplo: Ele gostou do almoço que lhe servimos.
Quando significa "degustar, provar, experimentar, saborear",pede objeto direto.
Exemplo: Ele gostou o vinho.

IMPLICAR
Pede objeto direto quando significa "acarretar, produzir como conseqüência alguma coisa, pressupor".

Exemplos:
Tua atitude implica prejuízos ao colégio.
Acho que esses novos cálculos implicarão mudanças gerais nas obras.
Com o sentido de "envolver, comprometer", pede objeto direto e indireto.

Exemplos:
(IMPLICAR ALGUÉM EM ALGUMA COISA)
P. C. Farias implicou muita gente em suas falcatruas.
Com o sentido de "ter antipatia, irritação em relação a alguém ou a alguma coisa", pede objeto indireto.
Exemplos:
Dona Maria implicava com todas as crianças do bairro.
Paulo implica com sua irmã caçula o dia todo.

IMPORTAR
Pede objeto direto com o significado de "fazer vir de país estrangeiro, acarretar".

Exemplos:
O Brasil importa muitos automóveis da Europa.
As guerras importam grandes calamidades.
Pede objeto indireto quando significa:

1. ATINGIR O TOTAL DE

Exemplo: As despesas importaram em vinte mil dólares.

2. REPRESENTAR

Exemplo: Só eliminei os erros do texto quando eles importavam em erros gramaticais.

3. DIZER RESPEITO, INTERESSAR

Exemplo: Estas regras importam a todos que desejam escrever bem.

4. PREOCUPAR-SE, INCOMODAR-SE COM OU DE (pronominal);

Exemplos:

Toda mãe importa-se quando seus filhos saem à noite sozinhos.


Você se importa de ficar aqui hoje?

INDAGAR
Pede objeto direto e indireto.
Exemplo: Os alunos indagaram as suas notas baixas do professoR.

INFORMAR (ver AVISAR)

INTERESSAR
Pede objeto direto e indireto quando significa "prender a atenção, despertar a curiosidade".
Exemplo: Por meio desse novo método, consegui interessá-lo em matemática.
Pede objeto indireto e é pronominal com o sentido de "ser proveitoso, útil, empenhar-se".

Exemplos:
Em função do meu trabalho, interessava-me em residir fora do Rio de
Janeiro.
Ele não se interessa nas aulas de física.
IR
Pede objeto indireto ou complemento circunstancial de lugaR.

Exemplos:
Vou a São Paulo.
Fui para a França.

LEMBRAR
Significando "fazer vir à memória por analogia, sugerir", pede objeto direto.
Exemplo: Depois da chuva, a estrada lembrava um rio.
Pede objeto direto e indireto quando significa "recomendar, advertir".

Exemplos:
este retrato é para lembrá-la a você.
Lembre seu pai de tomar os remédios na hora certa.
Com o sentido de "recordar, vir à memória, trazer à lembrança", é possível duas formas.

Exemplos:
Lembrei o acidente.
Lembrei-me do acidente.
Observação: Quando o objeto indireto vem expresso por uma oração desenvolvida, o uso da preposição
"de" é facultativo. Exemplo: Lembrei-me (de) que devo estudar para a prova hoje.

MEDITAR
Pede objeto indireto. No entanto,Possui duas regências sem mudança em seu significado.

Exemplos:
(MEDITAR SOBRE OU EM ALGUMA COISA)
À noite, sempre medito sobre (em) minha vida.

- MORAR (RESIDIR)
Em dicionários de regência, como os de Celso Luft e de Francisco Fernandes, vemos que o uso da
preposição "a" com os verbos morar e residir é mais comum na linguagem burocrática, apesar de também
aparecer em textos literários. Mas só há registros disso antes de rua, praça, avenida (palavras femininas).
Não há registro, por exemplo, de "Mora ao Largo da Carioca", "Reside ao Beco do Mota", etc.

Já a preposição "em" é inquestionavelmente correta em qualquer desses casos: "Mora na Rua Prudente
de Morais", "Reside no Largo do Machado", etc.

NAMORAR
Pede objeto direto em qualquer das acepções em que ele possa ser tomado.

Exemplos:
Marco namorou Denize por cinco anos.
Ele namorava os doces da vitrine.
Observação: É incorreto empregar a preposição "com" no sentido de "namorar com alguém".

- NOTIFICAR (ver AVISAR)


- OBEDECER (DESOBEDECER) Pede objeto indireto.

Exemplos:
Os alunos obedecem ao professor e às leis do Colégio.
Ela sempre lhe obedece.
Muitos brasileiros ainda desobedecem aos sinais de trânsito.
Apesar de transitivos indiretos, estes verbos admitem a voz passiva analítica.

Exemplos:
Leis devem ser obedecidas.

Regras básicas de civilidade não podem ser desobedecidas.

Observação: Para substituir uma pessoa que apareça como complemento desses verbos, pode-se usar
"lhe" ou "a ele / a ela": "Obedeço (desobedeço) ao mestre / Obedeço-lhe (desobedeço-lhe);

Obedeço a ele (desobedeço a ele)". Para substituir o que não for pessoa, só se pode usar "a ele / a ela":
"Obedeço (desobedeço) ao código / Obedeço (desobedeço) a ele".

PAGAR
Pede objeto direto e indireto, que podem vir implícitos na frase.

Exemplos:
(PAGAR ALGUMA COISA A ALGUÉM)
Paulo pagou suas dívidas ao Banco.
João não pago aos seus fornecedores há dois meses.
Ele já pagou todo o material da obra.

- PERDOAR
Pede objeto direto de coisa perdoada - que pode estar implícita na frase - e indireto de pessoa a quem se
perdoa.

Exemplos:
Perdoei-lhe a falta de educação.
"Perdoai-lhes (as ofensas), Pai! Eles não sabem o que fazem."
Deus perdoa aos pecadores.

PERSUADIR
Quando significa "levar a crer, induzir a acreditar", pede objeto direto e indireto.
Exemplo: É preciso persuadir João dessas verdades.
Também com o sentido de "instigar", pede objeto direto e indireto.
Exemplos:
Com esta mentira, persuadiu Lúcia a fugiR.
Persuadi-os a deixar de Fumar.

PRESIDIR
Pede objeto indireto.
Exemplo: O juiz presidiu ao tribunal com mão firme.

PREFERIR
Pede objeto direto - para aquilo de que se gosta mais - e indireto - para aquilo de que menos se gosta.
Junto ao seu objeto indireto, pede a preposição "a".

Exemplos:
(PREFERIR ALGUMA COISA A OUTRA COISA)

Prefiro feijoada a macarronada.

(Compare: "Prefiro a feijoada à macarronada." A presença do artigo "a" antes de feijoada exige que
também se empregue outro artigo antes de macarronada, acarretando desse modo o surgimento do
fenômeno da crase.)

Prefiro o cinema ao teatro.

Preferimos estudar a não fazer nada.

Observação: O uso da expressão "do que" no lugar da preposição "a" é incorreto. TAMBÉM NÃO SE
DEVE EMPREGAR ESTE VERBO COM OS ADVÉRBIOS "mais" e "antes". Assim, é errado dizer: "Eu
prefiro jogar bola do que estudar"; "Eu prefiro mais esta camisa que aquela"; "Eu prefiro antes tomar
banho e depois jantar".

PREVENIR (ver AVISAR)

PROCEDER
Significando "iniciar, executar alguma coisa", pede objeto indireto com a preposição "a".

Exemplos:
O juiz procedeu ao julgamento.

Eles procederam à entrega dos prêmios.

Com o sentido de "vir, ter uma procedência", é intransitivo; geralmente acompanhado de um adjunto
adverbial de lugaR.

Exemplo: Aquele avião procedia de São Paulo.


Significando "ter um determinado procedimento", também é intransitivo e, normalmente, pode vir
acompanhado de um adjunto adverbial de modo.

Exemplo: Naquele caso, o advogado procedeu corretamente.

Com o significado de "ter fundamento", é intransitivo.

Exemplo: Esta sua denúncia não procede.

PROPOR
Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:
Eu proponho a vocês formarmos um grupo de debates permanente.
Nós lhe propomos um acordo irrecusável.

QUERER
Pede objeto direto quando significa "ter intenção de, desejar, ordenar, fazer o favor de".

Exemplos:
Queremos fazer uma homenagem ao nosso professoR.
Quero um livro que fale sobre esoterismo.
O sargento queria todos os soldados a postos.
Com o sentido de "ter afeição a alguém ou a alguma coisa", pede objeto indireto.

Exemplos:
Queremos muito a nosso país.
A mãe queria especialmente ao filho caçula.
Eu lhe quero muito bem.

REPARAR
No sentido de observar, pede objeto indireto (reparar em).
Exemplo: Fernando reparava nas roupas de Carolina sempre que ela entrava na sala de aula.
Quando o verbo reparar for usado no sentido de "consertar", é TRANSITIVO DIRETO, e seu
complemento (objeto direto) não precisa de preposição.
Exemplo: Carlos reparou o carro para ir a Teresópolis.

RESIGNAR
Com o significado de "renunciar, desistir", pede objeto direto.
Exemplo: Jorge resignou o cargo de diretor.
Significando "conformar-se", é pronominal.

Exemplos:
Por acreditar na Justiça Divina, resigno-me com minhas dores.
Resignou-se às tarefas que lhe foram dadas.
RESPONDER
Pede objeto indireto de pessoa ou coisa a que se responde, e objeto direto do que se responde.

Exemplos:
Isabel respondeu sim ao pedido de casamento de Luiz.
Vou responder-lhe todas as cartas.
O acusado responderá a inquérito.
Observações: 1. Com o significado de "ser submetido a", o emprego do artigo definido é facultativo.

Exemplos:
Ele responderá a inquérito (a inquéritos)
Ele responderá ao inquérito (aos inquéritos) 2. Este verbo também admite voz passiva analítica, desde
que o sujeito seja aquilo, e não aquele a que se responde. Ex.: “Todas as perguntas foram respondidas
satisfatoriamente”.

SATISFAZER

Pede objeto indireto.

Exemplos:
Satisfaremos ao seu pedido.
Eu lhe satisfaço.
É pronominal no sentido de "contentar-se".
Exemplo: Satisfez-se com os resultados das provas.

SOCORRER
Significando "prestar socorro a alguém", pede objeto direto.

Exemplos:
Todos correram para socorrer o pedestre atropelado.
Todos correram para socorrê-lo.
No sentido de "valer-se de alguém, tirar proveito de alguma coisa", pede objeto indireto, iniciado pelas
preposições "a" ou "de".

Exemplos:
Socorro-me dos amigos nas dificuldades.
Socorreu-se ao (do) empréstimo para comprar o carro.

SUCEDER
Pede objeto indireto quando significar "substituir, ser o sucessor de".

Exemplos:
D. Pedro I sucedeu a D. João VI.
Eu lhe sucedi na presidência do grêmio estudantil.
É também pronominal no sentido de "acontecer depois, seguir-se".
Exemplo: O que se sucedeu ao acidente, ninguém sabe.
Observação: Neste último sentido, o verbo apresenta-se defectivo, sendo conjugado apenas na terceira
pessoa do singular e do plural.

VISAR
Significando "mirar, fazer pontaria, pôr visto em, assinar", pede objeto direto.

Exemplos:
Ele visa o alvo.

Ana não visou o cheque ao fazer aquela compra.

O presidente visaria o documento somente depois que o lesse.

Pede objeto indireto quando significa "pretender, almejar".

Exemplo: Aquele funcionário visava ao cargo de chefia.

Observação: Aqui também não é aceito o pronome "lhe" como complemento, empregando-se assim as
formas "a ele" e "a ela".

SENTIDOS ESPECIAIS DE FRASES COM FORMAÇÕES DIFERENTES.

1. Ele esteve fora dois meses.

Ele esteve fora por dois meses. (idéia reforçada de ininterrupção)

2. Esperar alguém.

Esperar por alguém (idéia de ansiedade)

3. Olhar alguém.

Olhar por alguém. (idéia de zelar, interessar-se)

4. Não faças bobagens.

Não me faças bobagens. (Reforço de interesse)

Fonte: intervox.nce.ufrj.br

REGÊNCIA VERBAL
Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não.
Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada
antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia
um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações
iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).
Alguns verbos e seu comportamento:

ACONSELHAR (TD e I)
Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo

AGRADAR

No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).

Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").

Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

AGRADECER

TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado

AGUARDAR (TD ou TI)

Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo.

ASPIRAR

No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição)

Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a")

Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol

Observação

não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também
observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o
artigo)

ASSISTIR

No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A).

Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.

No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a prep. A)

Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos
Velhinhos.

No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília..


Observação

não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles,
a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo
feminino (que exija o artigo)

ATENDER

Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a.

Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto

No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a

Observação

se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O
diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de
algo.

Observação

observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o
artigo)

Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo-nos de seu êxito no concurso /
Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos

CHAMAR

TD, quando significar convocar.

Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

TI, com a prep. POR, quando significar invocar.

Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

TD e I, com a prep. A, quando significar repreender.

Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção.

Observação

A expressão "chamar a atenção de alguém" não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz
chamava a atenção de todos que por ali passavam)

Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto)
pode vir precedida da prep. DE, ou não.

Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável /


Chamaram-lhe de irresponsável.
CHEGAR, IR (Intrans.)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém
a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.

Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.

Observação

quando houver a necessidade da prep. A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a),
ocorrerá crase (Vou à Bahia)

no emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM

Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor.

se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.

quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Ex.: Cheguei no ônibus da empresa. / A delegação irá no vôo 300.

COGITAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. EM, ou com a prep. DE.

Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral / Hei de cogitar no caso / O diretor cogitou de demitir-se.

COMPARECER (Intrans.)

Ex.: Compareceram na sessão de cinema. / Compareceram à sessão de cinema.

COMUNICAR (TD e I)

Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Ex.: Comunico-lhe meu sucesso / Comunico meu sucesso a todos.

CUSTAR

No sentido de ser difícil será TI, com a prep. A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a
pessoa, que será objeto indireto.

Ex.: Custou-me acreditar em Hipocárpio. / Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a prep. A.

Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família

No sentido de ter preço será intransitivo

Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00.

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)


Ex.: Desfrutei os bens de meu pai / Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam

ENSINAR - TD e I

Ex.: Ensinei-o a falar português / Ensinei-lhe o idioma inglês

ESQUECER, LEMBRAR

quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó

constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome

Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante

FALTAR, RESTAR E BASTAR.

Podem ser intransitivos ou TI, com a prep. A.

Ex.: Muitos alunos faltaram hoje / Três homens faltaram ao trabalho hoje / Resta aos vestibulandos
estudar bastante.

IMPLICAR

TD e I com a prep. EM, quando significar envolver alguém.

Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra
o deputado.

TI com a prep. COM, quando significar antipatizar.

Ex.: Não sei por que o professor implica comigo.

Observação

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)

INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de
algo.

Ex.: Informei-o de que suas férias terminou / Informei-lhe que suas férias terminou

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intrans.)

Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

Ex.: Moro em Londrina / Resido no Jardim Petrópolis / Minha casa situa-se na rua Cassiano.

NAMORAR (TD)
Ex.: Ela namorava o filho do delegado / O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

Observação

verbos TI que admitem formação de voz passiva

PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo

Observação

as construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

PEDIR (TD e I)

Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus.

PRECISAR

No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

Ex.: O mecânico precisou o motor do carro.

No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Ex.: Preciso de bom digitador.

PREFERIR (TD e I)

Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja.

PROCEDER

TI, com a prep. A, quando significar dar início ou realizar.

Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. / Procedemos à feitura das provas.

TI, com a prep. DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

Ex.: O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. / Esta madeira procede do Paraná.

Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Ex.: Suas palavras não procedem! / Aquele funcionário procedeu honestamente.


QUERER

No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD)

Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem

No sentido de querer bem, estimar (TI - prep. A).

Ex.: Maria quer demais a seu namorado. / Queria-lhe mais do que à própria vida.

RENUNCIAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. A.

Ex.: Ele renunciou o encargo / Ele renunciou ao encargo

RESPONDER

TI, com a prep. A, quando possuir apenas um complemento.

Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém.

Observação

nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ex.: Ele apenas respondeu isso e saiu.

REVIDAR (TI)

Ex.: Ele revidou ao ataque instintivamente.

SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

Com a prep. COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Ex.: Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

SOBRESSAIR (TI)

Com a prep. EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

VISAR

No sentido de ter em vista, objetivar (TI - prep. A)

Ex.: Não visamos a qualquer lucro. / A educação visa ao progresso do povo.

No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ex.: Ele visava a cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um.
Observação

se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

Sinopse

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em
seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I,
admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de
algo.

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem
plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa
do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)

Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em),
almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em),
deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a),
renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.

REGÊNCIA VERBAL
Regência em sentido amplo

Dentro da estrutura frasal, as palavras são interdependentes, isto é, umas dependem de outras. Podemos
assim dizer que a frase é uma seqüência de termos subordinantes e subordinados (termos que
completam, modificam, estão na dependência de subordinantes).

• o predicado é subordinado em relação ao sujeito, que é subordinante:

• os complementos verbais são subordinados ao verbo, que é subordinante:

• os complementos nominais são subordinados em relação ao nome, que é subordinante:

os adjuntos são subordinados ao nome ou ao verbo:


Regência, em sentido amplo, é sinônimo de subordinação.

Regência em sentido estrito

Trata das relações de dependência entre:

• O verbo e seus complementos. Neste caso, diz-se que a regência é verbal. Exemplo:

Nos dois primeiros exemplos, a relação de dependência entre os verbos e os complementos é feita
diretamente, isto é, sem auxílio de preposições. Nos dois outros exemplos, com o auxílio de preposições.

• O nome e seus complementos. Neste caso, diz-se que a regência é nominal.

As preposições desempenham papel relevante no capítulo da regência. O uso correto das preposições é
um indicador seguro do conhecimento da língua.

Casos de Regência

São apresentados a seguir casos de regência em que se verifica divergência entre o que preceitua o
ensino tradicional e a realidade lingüística atual.

A abordagem que se faz desses casos diverge consideravelmente da realizada pela maioria dos manuais
de cultura idiomática, que privilegiam apenas as regências primárias, originárias, não registrando, por
isso, as fortes tendências evolutivas nesta área. Dá-se atenção, nesta apresentação, às inovações
sintáticas observadas na realidade lingüística atual, tendo como base as pesquisas de Luiz Carlos Lessa
e Raimundo Barbadinho Neto, amplamente aproveitadas por Celso Pedro Luft em seu "Dicionário Prático
de Regência Verbal".

Na apresentação dos aspectos normativos da língua, como em qualquer apreciação de fatos lingüísticos,
há que se observar o que é preferível, o que é tolerável, o que é admissível, o que é aceitável, o que é
grosseiro, o que é inadmissível, deixando de lado a dicotomia elementar, o primitivismo lingüístico que
observa a língua sob o prisma estreito de "certo" x "errado".
Agradar (desagradar)

Sentido: Causar agrado; ser agradável.


De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: O professor agradou aos alunos.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como transitivo direto.
Exemplo: O filho agradou a mãe.
Observação:
- Este uso já era encontrado entre os clássicos.
- Esta regência explica-se por analogia com "contentar", transitivo direto.

Aspirar

Sentido: Desejar; anelar.


De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Aspirar ao cargo.
Observação: Esta é a sintaxe originária.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como transitivo direto.
Exemplo: Aspiro o cargo.
Observação:
- É uma inovação regencial sob a pressão semântica de "desejar", "querer", "pretender" - todos verbos
transitivos diretos.
- Em nível culto formal, Luft recomenda a sintaxe originária.

Assistir
Sentido: Ajudar; auxiliar.
De acordo com o ensino tradicional
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: O médico assiste ao doente.
Observação: Esta é a regência primitiva.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como transitivo direto.
Exemplo: O médico assiste o doente.

Observação:

É uma evolução regencial sob a pressão de "ajudar", "auxiliar" - verbos transitivos diretos.

Assistir
Sentido: Presenciar.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Assisti ao filme.
Observação: Esta é a regência primária, original.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como transitivo direto.
Exemplo: Assisti o filme.

Observações:
- É uma evolução regencial sob a pressão de semântica de "ver" - verbo transitivo direto.
- A forma passiva "o filme foi assistido" comprova a transitivação do verbo.
- De acordo com luft, o mais que se pode é aconselhar a sintaxe original, tradicional.

Chegar
Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Chegou cedo à escola.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: em
Exemplo: Chegou cedo na escola.
Observações:

- A preposição "em" é exclusiva diante da palavra "casa". Exemplo: Chegou em casa.


- No Brasil, usa-se muito a construção com a preposição "em". É, portanto, um brasileirismo. Exemplo:
Quando ele chegou na porta da cozinha.
- "Já se tolera o "chegou em" na linguagem escrita". (Sílvio Elia).
- Luiz Carlos Lessa e R. Barbadinho Neto confirmam amplamente essa regência entre os modernistas.
- Mesmo assim, Luft entende que, em texto escrito culto formal, melhor se ajusta o "Chegar a".

Ir
Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: para, a
Exemplos:
- Para: Quando há intenção de permanecer, de fixar residência. "Ir para Porto Alegre".
- A: Quando há intenção de não se demorar, de não fixar residência. "Ir a Porto Alegre".
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: em
Exemplo: Ir no colégio.
Observações:

- A regência"ir em" é típica da fala brasileira, podendo até ser sobrevivência da língua arcaica.
- "Os portugueses dizem ir à cidade. Os brasileiros, na cidade. Eu sou brasileiro". (Mário de Andrade).
- Na fala brasileira, prevalece o emprego de "para", sobre o "a". Apesar disso, Luft recomenda o "ir a" / "ir
para" na linguagem culta formal, sobretudo escrita.

Morar
Sentido: Ter habitação ou residência; habitar.
De acordo com o ensino tradicional:
Preposição: "em", em todos os contextos
Exemplos:
- Moro em Porto Alegre.
- Moro na Rua da Saudade.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Preposição: Emprega-se também com a preposição "a" com o substantivo "rua", e menos
freqüentemente, com outros femininos, como "avenida", "praça", "travessa", na linguagem escrita de
jornal, tabelionato, etc.

Namorar
Sentido: Cortejar.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo direto
Exemplos:
- Namorar alguém.
- Namorá-lo.
Observação: Esta é a regência primitiva.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: com
Exemplo: Namorar com alguém.

Obedecer (desobedecer)
Sentido: Submeter-se à vontade de alguém.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Obedeço aos pais.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como transitivo direto.
Exemplo: Obedeço os pais.

Observações:

- Entre os clássicos antigos, aparece como transitivo direto.


- Os modernistas também empregam esta construção.
- A passiva é vista como normal.
- Luft recomenda na linguagem culta formal a construção com objeto indireto.
- A mesma descrição vale para o verbo "desobedecer".

Pagar
Sentido: Satisfazer dívida, encargo, etc.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo direto e indireto; objeto direto do que se paga e objeto indireto de pessoa (a quem se
paga)
Exemplos:
- Paguei a consulta.
- Paguei ao médico.
- Paguei a consulta ao médico.
Observação: Esta é a sintaxe originária.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como objeto direto de pessoa.
Preposição: com
Exemplo: Paguei o médico.
Observação:
- Os puristas condenam esta construção.
- Segundo Luft, quando muito, pode-se dizer que, na língua escrita formal, a sintaxe "pagar a alguém",
"pagar-lhe" é preferível a "pagar alguém".

Pisar
Sentido: Pôr os pés sobre.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo direto
Exemplo: Não pise a grama.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: em
Exemplo:
- Não pise na grama.
- Pisar em ovos.
- Pisar nos calos.

Preferir
Sentido: Dar primazia a.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo direto e indireto
Preposição: a
Exemplo: Prefiro o azul ao vermelho.
Observação: Esta é a sintaxe primária.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Também ocorrem as construções "preferir antes ou mais ((do) que)".
Exemplos:
- Prefiro mais a música do que a pintura.
- Prefiro antes a música que a pintura.

Observações:
- Há abonações literárias dessa regência.
- Segunto Nascentes, "não há erro nenhum nas expressões "preferir antes ou preferir do que"".
- De acordo com Luft, "Mesmo assim, em lingua culta formal, cabe a sintaxe primária".

Querer
Sentido: Ter afeto; amar; estimar.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo:
- Quer a alguém.
- Querer-lhe.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como verbo transitivo direto.
Exemplo:
- Quer alguém.
- Querê-lo.

Observação:
- É inovação regencial por influência de "amar" - verbo transitivo direto.
- Para Luft, pode-se recomendar a variante com objeto indireto (querer a alguém), na modalidade culta
formal, sem, no entanto, condenar a outra (querê-la).

Sentar
Sentido: Tomar assento.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Sentar-se à mesa.
Observação: Esta é a sintaxe originária.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Verbo transitivo indireto
Preposição: Emprega-se também com a preposição "em"
Exemplo: Sentar-se na mesa.

Observação:
- "Sentar em" é um brasileirismo.
- De acordo com Luft, "Em linguagem culta formal, mantenha-se a sintaxe primitiva".

Visar
Sentido: Ter em mira; ter em vista; objetivar.
De acordo com o ensino tradicional:
Verbo: Transitivo indireto
Preposição: a
Exemplo: Eles visam a fins nobres.
Observação: Esta é a regência primária, originária.
De acordo com a realidade lingüística atual:
Verbo: Emprega-se também como verbo transitivo direto.
Exemplo: Eles visam fins nobres.

Observação:
- É uma inovação regencial sob a pressão semântica de "pretender", "buscar" - verbos transitivos diretos.
- Vários gramáticos e dicionaristas registram esta sintaxe.

De + o/a + substantivo + infinitivo

ou De + pronome + infinitivo

De acordo com o ensino tradicional: - Não se contrai a preposição e o artigo neste tipo de construção.

Exemplos:
- Há possibilidade de o chefe se atrasar.
- Está na hora de o trem partir.
- Apesar de ele se mostrar indiferente, é muito solidário.
- Isso se deve ao fato de o português ser assim.
De acordo com a realidade lingüística atual: - É natural a contração da preposição com o artigo ou com o
pronome.

Exemplo: Está na hora do trem partir.

Entregar a domicílio/Em domicílio

De acordo com o ensino tradicional (regra purista):

• A Domicílio: Com verbos que indicam movimento.

- Exemplo: Ir a domicílio. Enviar encomendas a domicílio.

• Em Domicílio: Com verbos que não indicam movimento.

- Exemplo: Dar aulas em domicílio. Fazer as unhas em domicílio.

De acordo com a realidade lingüística atual:

- Usa-se "a domicílio" em ambos os casos.


Exemplo: Entrega a domicílio.

Complemento comum a verbos de regência diferente

De acordo com o ensino tradicional (regra purista):

• Verbos com regência diferente não podem reger um mesmo complemento. Estariam, pois,
erradas as frases:

- Entraram e saíram da sala (entrar em/sair de).


- Compreendeu e participou da alegria do marido (Compreender algo/participar de algo).
- Fui e voltei a Porto Alegre (ir a/voltar de).
• O correto seria:

- Entraram na sala e saíram dela.


- Compreendeu a alegria do marido e participou dela.
- Fui a Porto Alegre e voltei (de Porto Alegre).

De acordo com a realidade lingüística atual:

- Prefere-se a construção simplificada.


Exemplo: Entraram e saíram da sala.

Fonte: www.pucrs.br

REGÊNCIA VERBAL
A regência e o verbo "assistir"
O verbo "assistir" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-
se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "assistir", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de presenciar, ver, observar; rege a preposição "a" e não
admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e "a(s)";

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de caber (direito a alguém), pertencer; rege a preposição
"a" e admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe(s)";

verbo transitivo direto: aponta para o sentido de socorrer, prestar assistência e não rege qualquer
preposição.
A é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo
"assistir" for empregado para indicar os sentidos apontados em (1) e (2), é obrigatória a presença da
preposição regida.

Exemplos:
Os mais velhos insistiam em querer assistir o jogo em pé. [Inadequado]
Os mais velhos insistiam em querer assistir ao jogo em pé. [Adequado]

Os mais velhos insistiam em querer assisti-lo em pé. [Adequado]

...[termo regente: assistir a = ver, observar]

Assiste o médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Inadequado]


Assiste ao médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]

Assiste-lhe o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]

...[termo regente: assistir a = caber, pertencer]

Tua equipe assistiu aos processos de forma brilhante e participativa. [Inadequado]


Tua equipe assistiu os processos de forma brilhante e participativa. [Adequado]

Tua equipe os assistiu de forma brilhante e participativa. [Adequado]


...[termo regente: assistir = prestar assistência, socorrer]

A regência e o verbo "preferir"


O verbo "preferir" é um verbo transitivo direto e indireto, portanto rege a preposição "a".

A regência verbal é determinante na construção correta de expressões formadas com o verbo "preferir".
Embora na língua coloquial empregue-se o termo "do que" em lugar da preposição "a", quando há relação
de comparação, a regência adequada da língua culta ainda exige a presença do "a" preposicional.

Exemplos:
Meus alunos preferem o brinquedo do que o livro. [Inadequado]
Meus alunos preferem o brinquedo ao livro. [Adequado]

...[objeto direto: o brinquedo]

...[objeto indireto: ao livro]

O pequeno infante preferiu marchar do que esperar pelos ataques. [Inadequado]


O pequeno infante preferiu marchar a esperar pelos ataques. [Adequado]

...[objeto direto: marchar]

...[objeto indireto: a esperar]

A razão do emprego inadequado do termo "do que" nesse tipo de construção se deve ao processo de
assimilação de expressões comparativas do tipo:

Prefiro mais ler do que escrever!


A palavra "mais", nesse caso, caiu em desuso, porém o segundo termo da comparação ("do que") ainda
permanece, gerando a confusão quanto à regência: o verbo preferir rege tão só a preposição "a" e não o
termo "do que".

A regência e o verbo "visar"


O verbo "visar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se
da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "visar", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de pretender, ter por objetivo, ter em vista; rege a
preposição "a" e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e
"a(s)";
verbo transitivo direto: aponta para o sentido de mirar, apontar (arma de fogo) e não rege qualquer
preposição.
A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim,
quando o verbo "visar" for empregado para indicar o sentido apontado em (1), é obrigatória a presença da
preposição regida.

Exemplos:
Os estudantes visam uma melhor colocação profissional. [Inadequado]
Os estudantes visam a uma melhor colocação profissional. [Adequado]

Os estudantes visam-na. [Adequado]


...[termo regente: visar a = ter por objetivo]

Os combatentes visavam aos territórios ocupados recentemente. [Inadequado]


Os combatentes visavam os territórios ocupados recentemente. [Adequado]

Os combatentes visavam-nos. [Adequado]

...[termo regente: visar = mirar]

A regência e o verbo "aspirar"


O verbo "aspirar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-
se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "aspirar", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de almejar, desejar; rege a preposição "a" e não admite a
substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e "a(s)";
verbo transitivo direto: aponta para o sentido de respirar, cheirar, inalar e não rege qualquer preposição.
A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim,
quando o verbo "aspirar" for empregado para indicar o sentido apontado em (1) é obrigatória a presença
da preposição regida.

Exemplos:
Os quase mil candidatos aspiravam a única vaga disponível. [Inadequado]
Os quase mil candidatos aspiravam à única vaga disponível. [Adequado]

Os quase mil candidatos aspiravam-na. [Adequado]

...[termo regente: aspirar a = desejar]

E eu era obrigado a aspirar ao mau cheiro dos canaviais... [Inadequado]


E eu era obrigado a aspirar o mau cheiro dos canaviais... [Adequado]

E eu era obrigado a aspirá-lo. [Adequado]

...[termo regente: aspirar = inalar]

A regência e os verbos pronominais


Os verbos pronominais são termos que, em geral, regem complementos preposicionados.

São considerados verbos pronominais aqueles que se apresentam sempre com um pronome oblíquo
átono como parte integrante do verbo (ex.: queixar-se, suicidar-se). Alguns verbos pronominais, porém,
podem requerer um complemento preposicionado. É o caso, por exemplo, do verbo "queixar-se" (queixar-
se de) e não do verbo "suicidar-se".

Quando os verbos pronominais exigirem complemento, esse deve sempre vir acompanhado de
preposição.

Exemplos:
Naquele momento os fiéis arrependeram-se os seus pecados. [Inadequado]
Naquele momento os fiéis arrependeram-se dos seus pecados. [Adequado]
...[dos: de + os = dos / de = preposição]

...[dos seus pecados: objeto indireto]

Os biólogos do zoológico local dedicam-se as experiências genéticas. [Inadequado]


Os biólogos do zoológico local dedicam-se às experiências genéticas. [Adequado]

...[às: a (preposição) + as (artigo) = às]

...[às experiências genéticas: objeto indireto]

Note que, no exemplo (2), o verbo "dedicar-se" não é essencialmente pronominal, mas sim
acidentalmente pronominal. Isto é, esse verbo pode se apresentar sem o pronome oblíquo e, nesse caso,
deixa de ser pronominal (ex.: Ele dedicou sua vida ao pobres). Casos como esse, porém, demonstram
que, em princípio, qualquer verbo pode se tornar pronominal e, portanto, possuir um complemento
preposicionado.

A regência e as orações subordinadas


Um período composto é aquele que apresenta uma oração principal e uma ou mais orações dependentes
desta principal. As orações subordinadas são dependentes e, em geral, ligam-se à oração principal por
meio de conectivos (pronomes, conjunções e etc.).

As orações subordinadas adjetivas e as orações subordinadas adverbiais, quando introduzidas por um


pronome relativo (que, qual, quem e etc.), devem conservar a regência dos seus verbos.

Exemplo:
A vaga para o emprego o qual/que eu lhe falei continua aberta. [Inadequado]
A vaga para o emprego do qual/de que eu lhe falei continua aberta. [Adequado]

...[A vaga para o emprego continua aberta: oração principal]

...[do qual eu lhe falei: oração subordinada]

...[falei de emprego a você = de que/do qual OU falei sobre o emprego a você = sobre o qual]

Notem que a preposição regida pelo verbo da oração subordinada vem antes do pronome relativo. Deve-
se compreender, no entanto, que essa regência verbal é relativa ao verbo da oração subordinada (falei
de/ falei sobre) e não ao verbo da oração principal (continua). Vejamos outro exemplo:

A pessoa que me casei é muito especial. [Inadequado]


A pessoa com quem me casei é muito especial. [Adequado]

...[A pessoa é muito especial: oração principal]

...[com quem me casei: oração subordinada]

...[casei-me com a pessoa = com quem]

REGÊNCIA NOMINAL
Os substantivos, adjetivos e advérbios geralmente exigem que seus complementos venham precedidos
por uma determinada preposição específica, prevista nos dicionários de regência. A utilização de outra
preposição, não prevista, constitui erro de regência, e deve ser evitada.
À esquerda apresentamos alguns casos inadequados de regência nominal; à direita seguem as
construções recomendadas:

"TV a cores" "TV em cores"


"bacharel de direito" "bacharel em direito"
"igual eu" "igual a mim"
"alienado com" "alienado de"
"curioso com" "curioso de/por"

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

REGÊNCIA VERBAL
1- Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.

2- Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela preposição em.


Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.

3- Namorar – não se usa com preposição.


Ex.: Joana namora Antônio.

4- Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.


Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu ao professor.

5-Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.


Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de História.

Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados construções erradas quando aparecem
acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me com meu professor de
História.

6- Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um usa-se sem preposição e o outro com a
preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.

Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado pelas expressões ou palavras: antes,
mais, muito mais, mil vezes mais, etc.
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência

1 - Aspirar

a- no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.: Aspirou o ar puro da


manhã.
b- no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.: Esta era a vida a que
aspirava.

2 - Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se sem preposição. Ex.: O
técnico assistia os jogadores novatos.

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.


Ex.: Não assistimos ao show.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.


Ex.: Assiste ao homem tal direito.

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a preposição em.


Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.

3 - Esquecer/lembrar

a- Quando não forem pronominais: são usados sem preposição.


Ex.: Esqueci o nome dela.

b- Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.


Ex.: Lembrei-me do nome de todos.

4 - Visar

a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição. Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.

b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição. Ex.: Visaram os documentos.

c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição a.


Ex.: Viso a uma situação melhor.

5 - Querer

a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição. Ex.: Quero viajar hoje.

b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a.


Ex.: Quero muito aos meus amigos.

6 - Proceder

a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.


Ex.: Suas queixas não procedem.

b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a preposição de.


Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de respeito ao próximo.

c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.


Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa.

7 - Pagar/ perdoar
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não exigem preposição. Ex.: Ela
pagou a conta do restaurante.

b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são regidos pela preposição a.
Ex.: Perdoou a todos,

8 - Informar

a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas construções:

1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas preposições de ou sobre).


Ex.: Informou todos do ocorrido.
2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto de coisa. Ex.:
Informou a todos o ocorrido.

9 - Implicar

a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição.


Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.

b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois complementos, um direto e


um indireto com a preposição em.
Ex.: Implicou o negociante no crime.

c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com.


Ex.: Implica com ela todo o tempo.

10- Custar

a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela preposição a. Ex.: Custou ao
aluno entender o problema.

b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se sem preposição. Ex.: O carro
custou-me todas as economias.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem preposição.


Ex.: Imóveis custam caro.

Fonte: www.portugues.com.br

REGÊNCIA VERBAL
A regência e o uso de preposições

Na construção de uma unidade significativa, algumas palavras exigem o acompanhamento de outros


elementos da língua. Essa relação de dependência com vistas à formação de um significado é chamada
regência.
A regência pode ser direta, quando a relação de dependência é imediata, ou indireta, quando ela é
intermediada por outros elementos da língua, como as preposições.

A regência do substantivo sobre o adjetivo (como em "a menina bonita"), ou do verbo transitivo direto
sobre seu complemento (ex.: "Maria ama Pedro") se dá de forma direta, enquanto a regência do
substantivo sobre outro substantivo (como em "a filha de Maria") ou de um verbo transitivo indireto sobre
seu complemento (ex.: "Maria gosta de Pedro") se faz necessariamente por meio de uma preposição.

Nos casos de regência indireta, é preciso observar que nem todas as preposições podem desempenhar o
papel de ligar o regente ao regido. Além disso, o uso de uma ou outra preposição pode provocar
alterações de significado bastante consideráveis (ex.: "ir para casa", "ir de casa", "ir na casa", etc.). Por
isso, é preciso estar atento para o conjunto de preposições exigidas pelo regente, e para as implicações
do seu uso.

A seguir alguns verbos da língua portuguesa que envolvem problemas freqüentes quanto à regência:

CONSTRUÇÃO INADEQUADA CONSTRUÇÃO ADEQUADA

estar de (greve) estar em (greve)


namorar com namorar
arrasar com arrasar
repetir de (ano) repetir o (ano)

Exemplos:

Suzana continuava a dizer que namorava com Mário. [Inadequado]


Suzana continuava a dizer que namorava Mário. [Adequado]
Meus pais não suportariam se eu repetisse de ano! [Inadequado]
Meus pais não suportariam se eu repetisse o ano! [Adequado]

Preposição
Preposição é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é
do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado,
separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os
elementos que a preposição vincula.

Exemplos:

Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.

...[amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição]


...[de: preposição]

Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.

...[esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição]


...[com: preposição]

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar
elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de
subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento –
chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez –
chamado conseqüente – é o temo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

Exemplos:

A hora das refeições é sagrada.


...[hora das refeições: elementos ligados por preposição]
...[de + as = das: preposição]
...[hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"]
...[refeições: termo conseqüente = é regido pela construção "hora da"]

Alguém passou por aqui.

...[passou por aqui: elementos ligados por preposição]


...[por: preposição]
...[passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"]
...[aqui: termo conseqüente = é regido pela construção "passou por"]

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau
como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto em
diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e,
assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se
liga. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual
ela se funde (ex.: de + o = do; por + a = pela; em + um = num, etc.)

Preposições
Palavras invariáveis que exprimem relações entre duas partes de uma oração que dependem uma da
outra.

com por
em
conforme salvo
a exceto
contra sem
ante entre
consoante segundo
após mediante
de sob
até para
desde sobre
perante
durante trás

Obs.: Dados os numerosos significados e utilizações que podem ser assumidos pelas diversas
preposições, aconselha-se a consulta de uma gramática

Preposições acidentais

São aquelas que podem ligar termos de uma oração ou ter outras funções:
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo

Contração das preposições com artigos

Artigos definidos Artigos indefinidos

o a os as um uma uns umas

a ao à aos às xxxx xxx xxxx xxxx

de do da dos das dum duma duns dumas

em no na nos nas num numa nuns numas

por pelo pela pelos pelas xxxx xxxx xxxx xxxx


Contração das preposições com pronomes

Pronomes (1)

este esta estes estas

a - - - -

de deste desta destes destas

em neste nesta nestes nestas

por - - - -

(1) Dá-se a contração de preposições em outros pronomes: esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto,
aquilo, ele(s), ela(s).

Desempenham função idêntica à das preposições

abaixo de apesar de em baixo de para baixo de


acerca de a respeito de em cima de para cima de
acima de atrás de em frente a para com
a despeito de através de em frente de perto de
adiante de de acordo com em lugar de por baixo de
a fim de debaixo de em redor de por causa de
além de de cima de em torno de por cima de
antes de defronte de em vez de por detrás de
ao lado de dentro de graças a por diante de
ao redor de depois de junto a por entre
a par de diante de perto de por trás de

Locuções

Uso das locuções prepositivas

Certas construções da língua portuguesa constituem casos em que determinados termos se combinam de
tal forma que não é permitida a variação seja qual for o contexto em que estão inseridas. Normalmente,
trata-se de locuções (conjunto de palavras que formam uma unidade expressiva).

As locuções prepositivas são elementos que não variam em gênero (feminino ou masculino) e número
(singular ou plural). São, por isso, expressões fixas na língua portuguesa. A forma fixa dessas locuções,
porém, não se resume à variação de gênero e número.

No decorrer da história da língua portuguesa, determinadas formas se consagraram. Muitos gramáticos


postulam a adequação de uma forma e não outra para a língua escrita. Por isso, o emprego inadequado
dessas construções configura-se um problema de linguagem.

Vejamos alguns exemplos freqüentes de uso inadequado de locuções prepositivas:

Exemplos:

A nível de experiência, tudo é válido. [Inadequado]


Em nível de experiência, tudo é válido. [Adequado]
Eles estavam em vias de cometer uma loucura. [Inadequado]
Eles estavam em via de cometer uma loucura. [Adequado]
A seguir, alguns exemplos de locuções em uso inadequado:

EMPREGO INADEQUADO EMPREGO ADEQUADO

a nível de em nível de
à medida em que na medida em que
ao mesmo tempo que ao mesmo tempo em que
apesar que apesar de que
de modo a de modo que
a longo prazo em longo prazo
em vias de em via de
ao ponto de a ponto de
de vez que uma vez que / portanto

Note que o uso corrente das inadequações promove substituição ou supressão das preposições que
compõem a expressão.

Além disso, é importante ressaltar que, embora estejamos nos referindo apenas às locuções prepositivas,
o mesmo princípio pode ser aplicado às locuções conjuncionais ou locuções adverbiais. Vejamos, por
exemplo, um caso em que a inadequação recai sobre uma locução adverbial:

Os amigos, na surdina, combinavam sobre tua festa. [Inadequado]


Os amigos, à surdina, combinavam sobre tua festa. [Adequado]

A crase e as preposições

A crase não deve ser empregada junto a algumas preposições.

Dois casos, no entanto, devem ser observados quanto ao emprego da crase. Trata-se das preposições
"a" e "até" empregadas antes de palavra feminina. Essas únicas exceções se devem ao fato de ambas
indicarem, além de outras, a noção de movimento. Por isso, com relação à preposição "a" torna-se
obrigatório o emprego da crase, já que haverá a fusão entre a preposição "a" e o artigo "a" (ou a simples
possibilidade de emprego desse artigo). Já a preposição "até" admitirá a crase somente se a idéia
expressa apontar para movimento.

Exemplos:

A entrada será permitida mediante à entrega da passagem. [Inadequado]


A entrada será permitida mediante a entrega da passagem. [Adequado]
Desde à assembléia os operários clamavam por greve. [Inadequado]
Desde a assembléia os operários clamavam por greve. [Adequado]
Os médicos eram chamados a sala de cirurgia. [Inadequado]
Os médicos eram chamados à sala de cirurgia. [Adequado]

...[termo regente: chamar a / "a" = preposição indicativa de movimento]


...[termo regido: (a) sala / "a" = artigo]
...[sala: palavra feminina]

Os escravos eram levados vagarosamente até a senzala.

Os escravos eram levados vagarosamente até à senzala.

...[termo regente: levar a / "a" = preposição indicativa de movimento]


...[termo regido: (a) senzala / "a" = artigo]
...[senzala: palavra feminina]

Observe que não foi apontado no exemplo (4) o uso inadequado e adequado das ocorrências de crase.
Isso se dá porque atualmente no Brasil o emprego da crase diante da preposição "até" é facultativo.

A regência e os verbos pronominais


Os verbos pronominais são termos que, em geral, regem complementos preposicionados.

São considerados verbos pronominais aqueles que se apresentam sempre com um pronome obíquo
átono como parte integrante do verbo (ex.: queixar-se, suicidar-se). Alguns verbos pronominais, porém,
podem requerer um complemento preposicionado. É o caso, por exemplo, do verbo "queixar-se" (queixar-
se de) e não do verbo "suicidar-se".

Quando os verbos pronominais exigirem complemento, esse deve sempre vir acompanhado de
preposição.

Exemplos:

Naquele momento os fiéis arrependeram-se os seus pecados. [Inadequado]


Naquele momento os fiéis arrependeram-se dos seus pecados. [Adequado]
...[dos: de + os = dos / de = preposição]
...[dos seus pecados: objeto indireto]

Os biólogos do zoológico local dedicam-se as experiências genéticas. [Inadequado]


Os biólogos do zoológico local dedicam-se às experiências genéticas. [Adequado]
...[às: a (preposição) + as (artigo) = às]
...[às experiências genéticas: objeto indireto]

Note que, no exemplo (2), o verbo "dedicar-se" não é essencialmente pronominal, mas sim
acidentalmente pronominal.

Isto é, esse verbo pode se apresentar sem o pronome oblíquo e, nesse caso, deixa de ser pronominal
(ex.: Ele dedicou sua vida ao pobres).

Casos como esse, porém, demonstram que, em princípio, qualquer verbo pode se tornar pronominal e,
portanto, possuir um complemento preposicionado.

Verbo arrasar

Observe a letra da canção "Política voz", gravada pelo Barão Vermelho:

"Eu não sou um mudo balbuciando querendo falar


Eu sou a voz, a voz do outro, que há dentro de mim
Guardada, falante, querendo arrasar
com o teu castelo de areia
Que é só soprar, soprar
Soprar, soprar e ver tudo voar..."

Você notou alguma coisa diferente na letra? Nós vemos, a certa altura:

"Arrasar com o teu castelo de areia"

Existe aí um fenômeno lingüístico chamado contaminação. Em tese, o verbo arrasar é transitivo direto:
uma coisa arrasa outra.

"O furacão arrasou a cidade."


Muitas vezes encontramos o verbo acabar sendo usado com o mesmo sentido:
"O furacão acabou com a cidade."

Assim, o que acontece é a transferência da regência do verbo acabar - com esse sentido de destruir, que
requer a preposição "com" - para o verbo arrasar. Os sinônimos de certas palavras acabam recebendo a
companhia da preposição que na verdade não exigem. O verbo arrasar é um deles. No padrão formal da
língua, deve ser usado sem a preposição "com".

Os lingüistas podem argumentar que essa variante deve ser aceita, mas em nosso programa temos
sempre a preocupação de ensinar o padrão formal e mostrar o que acontece nas variantes. No texto
formal, quando você for escrever uma dissertação, utilize o verbo arrasar sem a preposição.
A regência e o verbo "aspirar"

O verbo "aspirar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-
se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "aspirar", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de almejar, desejar; rege a preposição "a" e não admite a
substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "o(s)" e "a(s)";

verbo transitivo direto: aponta para o sentido de respirar, cheirar, inalar e não rege qualquer preposição.

A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim,
quando o verbo "aspirar" for empregado para indicar o sentido apontado em (1) é obrigatória a presença
da preposição regida.

Exemplos:

Os quase mil candidatos aspiravam a única vaga disponível. [Inadequado]


Os quase mil candidatos aspiravam à única vaga disponível. [Adequado]
Os quase mil candidatos aspiravam a ela. [Adequado]
...[termo regente: aspirar a = desejar]
E eu era obrigado a aspirar ao mau cheiro dos canaviais... [Inadequado]
E eu era obrigado a aspirar o mau cheiro dos canaviais... [Adequado]
E eu era obrigado a aspirá-lo. [Adequado]
...[termo regente: aspirar = inalar]

A regência e o verbo "assistir"

O verbo "assistir" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-
se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "assistir", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de presenciar, ver, observar; rege a preposição "a" e não
admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "a ele(s)" e "a ela(s)";

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de caber (direito a alguém), pertencer; rege a preposição
"a" e admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe(s)";

verbo transitivo direto: aponta para o sentido de socorrer, prestar assistência e não rege qualquer
preposição.

A é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo
"assistir" for empregado para indicar os sentidos apontados em (1) e (2), é obrigatória a presença da
preposição regida.

Exemplos:

Os mais velhos insistiam em querer assistir o jogo em pé. [Inadequado]


Os mais velhos insistiam em querer assistir ao jogo em pé. [Adequado]
Os mais velhos insistiam em querer assisti a ele em pé. [Adequado]
...[termo regente: assistir a = ver, observar]

Assiste o médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Inadequado]


Assiste ao médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]
Assiste-lhe o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]
...[termo regente: assistir a = caber, pertencer]
Tua equipe assistiu aos processos de forma brilhante e participativa. [Inadequado]
Tua equipe assistiu os processos de forma brilhante e participativa. [Adequado]
Tua equipe os assistiu de forma brilhante e participativa. [Adequado]
...[termo regente: assistir = prestar assistência, socorrer]

Verbo custar

No sentido de ser custoso, ser difícil, pede objeto indireto pede objeto indireto com a preposição
"a"seguido de oração infinitiva.
Exemplo: custou ao aluno aceitar o fato.

Assim, na linguagem culta são consideradas erradas construções como:


O aluno custou para aceitar o fato.
Custo a crer que ela ainda volte.

ERRADO CERTO ACEITÁVEL


Eu custo a crer Custa-me crer Custa-me a crer

Tu custas a crer Custa-te crer Custa-te a crer

Ele custa a crer Custa-lhe crer Custa-lhe a crer

Nós custamos a crer Custa-nos crer Custa-nos a crer

Vós custais a crer Custa-vos crer Custa-vos a crer

Outros Verbos

ESQUECER-SE E LEMBRAR-SE.

Não se esqueça de que, se esses verbos não contiverem o pronome (se), serão transitivos diretos, ou
seja, serão usados sem a preposição.

Ex.1: Esqueci-me do nome de sua namorada. / Esqueci o nome de sua namorada.


Ex.2: Lembrei-me de que você me ofendera. / Lembrei que você me ofendera.

Obs.: Há um uso erudito desses verbos, que exige a "coisa" como sujeito e a "pessoa" como objeto
indireto com a prep. "a": lembrar, no sentido de "vir à lembrança" e esquecer, no sentido de "cair no
esquecimento".

Devem-se formar assim as orações: Lembraram-me os dias da infância = Os dias da infância vieram-me
à lembrança. Esqueceram-me os passos daquela dança = Os passos daquela dança caíram no
esquecimento.

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE

morar em uma casa, rua, praça, cidade, país

residir

morador em residente sito em estabelecido em


em
SINTAXE DO VERBO HAVER

CONSTRUÇÃO FUNÇÃO SENTIDO


1 Há pensado, havia dito auxiliar ter

2 Como você houve tanto dinheiro? principal conseguir

3 Como você se houve na festa. principal comportar-se

4 Você vai haver-se com ela principal ajustar contas

5 Hei admiração por você. (arcaico) principal ter

6 Ele havia por correta aquela fala. principal considerar

7 Ele houve por bem concordar locução dignar-se

A regência e o verbo "preferir"

O verbo "preferir" é um verbo transitivo direto e indireto, portanto rege a preposição "a".

A regência verbal é determinante na construção correta de expressões formadas com o verbo "preferir".
Embora na língua coloquial empregue-se o termo "do que" em lugar da preposição "a", quando há relação
de comparação, a regência adequada da língua culta ainda exige a presença do "a" preposicional.

Exemplos:

Meus alunos preferem o brinquedo do que o livro. [Inadequado]


Meus alunos preferem o brinquedo ao livro. [Adequado]
...[objeto direto: o brinquedo]
...[objeto indireto: ao livro]

O pequeno infante preferiu marchar do que esperar pelos ataques. [Inadequado]


O pequeno infante preferiu marchar a esperar pelos ataques. [Adequado]

...[objeto direto: marchar]


...[objeto indireto: a esperar]

A razão do emprego inadequado do termo "do que" nesse tipo de construção se deve ao processo de
assimilação de expressões comparativas como:

Prefiro mais ler do que escrever!

A palavra "mais", nesse caso, caiu em desuso, porém o segundo termo da comparação ("do que") ainda
permanece, gerando a confusão quanto à regência: o verbo preferir rege tão só a preposição "a" e não o
termo "do que".

A regência e o verbo "proceder"

O verbo "proceder" é um verbo transitivo indireto, e rege a preposição "a".

Freqüentemente se observa na linguagem coloquial o emprego do verbo proceder sem a preposição.


Essa é uma licença da língua falada que, por assimilar o sentido do verbo proceder ao sentido de outros
verbos sinônimos como realizar, efetuar, etc., transfere para proceder a transitividade direta, ou seja, o
não uso de preposição. No entanto, isso não deve ser aplicado na linguagem culta, que exige a presença
da preposição "a" (ou a sua contração) junto ao verbo.

Exemplos

Os apuradores procederam a contagem dos votos das escolas de samba. [Inadequado]


Os apuradores procederam à contagem dos votos das escolas de samba. [Adequado]

...[objeto indireto: à contagem]


...[à: contração = a (artigo) + a (preposição) =crase]
O interrogatório que se procedeu foi decisivo. [Inadequado]
O interrogatório a que se procedeu foi decisivo. [Adequado]
...[a que se procedeu: oração subordinada adjetiva]

No exemplo (2) temos a preposição regida pelo verbo proceder iniciando uma oração adjetiva, ou seja,
uma oração que se relaciona a um termo da oração principal, indicando-lhe uma nova informação.

Para ficar clara a regência do verbo, vamos inverter a ordem das orações:

"Procedeu-se ao interrogatório que foi decisivo."

...[ao interrogatório: objeto indireto]


...[ao: contração = a (preposição) + o (artigo)]

O verbo proceder também pode ser empregado na sua concepção de verbo intransitivo. Nesse caso ele
tem sentido de comportar-se, agir. Como um verbo intransitivo, não há complemento ligado ao verbo,
portanto, não há também o uso de preposição.

Exemplos:

De que maneira os turistas procederam?

Espantei-me com aquela mulher que procedeu com firmeza diante da acusação.

...[procedeu: verbo intransitivo = não exige complemento]


...[com firmeza: adjunto adverbial de modo]
...[diante da acusação: adjunto adverbial de tempo]

A regência e o verbo "visar"

O verbo "visar" varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se
da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo "visar", dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de pretender, ter por objetivo, ter em vista; rege a
preposição "a" e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo "lhe", mas sim "a ele(s)"
e "a ela(s)";

verbo transitivo direto: aponta para o sentido de mirar, apontar (arma de fogo) e não rege qualquer
preposição.

A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim,
quando o verbo "visar" for empregado para indicar o sentido apontado em (1), é obrigatória a presença da
preposição regida.

Exemplos
Os estudantes visam uma melhor colocação profissional. [Inadequado]
Os estudantes visam a uma melhor colocação profissional. [Adequado]
Os estudantes visam a ela. [Adequado]
...[termo regente: visar a = ter por objetivo]
Os combatentes visavam aos territórios ocupados recentemente. [Inadequado]
Os combatentes visavam os territórios ocupados recentemente. [Adequado]
Os combatentes visavam-nos. [Adequado]
...[termo regente: visar = mirar]

OUTROS VERBOS

Chamar

No sentido de convocar, mandar, vir, exige complemento sem preposição.


O técnico chamou os jogadores.
Chame os trabalhadores.
Nesse caso, admite-se também a construção preposiciponada.
O técnico chamou pelos jogadores
Chamou pelos seus protetores.

No sentido de cognominar, dar, nome, exige indiferentemente complemento com ou sem a preposição
"a"e predicativo com ou sem a preposição "de". Daí admitir quatro construções diferentes:

Chamei Pedro de tolo./ Chamei-o de tolo.


Chamei a Pedro de tolo./ Chamei-lhe de tolo.
Chamei Pedro tolo./ Chamei-o tolo.
Chamei a Pedro tolo./ Chamei-lhe tolo.

Chegar

Exige a preposição"a"e não a preposição "em".


Chegamos finalmente a Birigüi.
Chegamos ao colégio.

Informar

Pede dois complementos, um sem e outro com preposição. Admite duas construções:
Informei a nota ao aluno
Informei o aluno da (ou sobre a) nota.

Ir

Segue a mesma regência de chegar.


Iremos a Araçatuba.
Vou ao banheiro.

Implicar

No sentido de acarretar, exige complemento sem preposição.


Sua atitude implicará demissão.
Tal procedimento implicará anulação da prova.

Namorar

Exige complemento sem preposição.


João namora Maria.
Ela namora uma aluna do segundo ano.

Obedecer
Exige complemento com a preposição "a".
O filho obedece ao pai.
Ele obedecia a leis antigas.
Embora transitivo indireto, o verbo obedecer admite voz passiva.
O pai é obedecido pelo filho.
As leis antigas eram obedecidas por ele.

Pagar – perdoar

Tem por complemento uma palavra que denote coisa, não exigem preposição. Quanto têm por
complmento uma palavra que denote pessoa, exige a preposição "a".

Paguei o livro (coisa).


Paguei ao livreiro. (pessoa)
Paguei o livro ao livreiro.
Perdoei o pecado (coisa).
Perdoei ao pecador (pessoa).
Perdoei o pecado ao pecador.

Querer

No sentido de desejar, exige complemento sem preposição.


Eu quero uma casa no campo.
Quero um refúgio que seja seguro.
No sentido de estimar, ter afeto, exige complemento com a preposição "a"
Quero a meus pais.
Quero a meus colegas.

Ser

a construção verbo SER + PREPOSIÇÃO EM é incorreta. Não se diz:

Somos trinta nesta classe.


Éramos seis em casa.

SIMPATIZAR, ANTIPATIZAR E IMPLICAR

No sentido de antipatizar. Perceba que esses verbos não são pronominais, ou seja, não existe o verbo
"simpatizar-se" nem "antipatizar-se". Não se deve, portanto, dizer "eu me simpatizei com ela"; o certo é
"eu simpatizei com ela".

Ex.1: Todos nós simpatizamos com o professor.


Ex.2: O pai dele implica comigo demasiadamente.
Ex.: Sua cultura consiste na memorização de sentenças latinas.

SOBRESSAIR

Perceba que esse verbo não é pronominal, ou seja, não existe o verbo "sobressair-se". Não se deve,
portanto, dizer "ele se sobressaiu no campeonato"; o certo é "ele sobressaiu no campeonato".

Ex.: Os jogadores que mais sobressaíram no time conseguiram contratos no exterior.

Observação

Não se usa um mesmo complemento para verbos que têm regências diferentes.

ERRADO
Precisava e encontrei o material de acampamento.
Assisti, mas não gostei do filme.

CERTO

Precisava do material de acampamento e encontrei-


Assisti ao filme, mas não gostei dele.

Fonte: mundovestibular.com.br

REGÊNCIA VERBAL
Qual seria a impropriedade em dizer: “Afinal, comprei o colchão que eu sempre sonhei” e “Comprei o
adoçante que você confia.”?

O verbo sonhar exige a preposição com. Ex.: Sonhei com você. Sonho com um futuro melhor para o
Brasil.

O verbo confiar exige a preposição em. Ex.: Confio em seus projetos. Confiamos em suas promessas.

Quando você constrói uma frase em que apareça o pronome relativo, você precisa respeitar a regência do
verbo. Então:

Afinal, comprei o colchão com que (com o qual) sempre sonhei.

Comprei o adoçante em que (no qual) você confia.

Veja outros exemplos em que a preposição em é exigida:

Verbo crer
Creio em pessoas calmas. As pessoas em que (nas quais) creio são calmas.

Verbo acreditar
Acreditávamos em suas palavras. As palavras em que acreditávamos eram falsas.

Verbo esperar (ter esperança)


Esperava nesse candidato. O candidato em que esperava não concorrerá às eleições.

Verbo morar
Moro num país tropical. O país em que moro é tropical. Cuidado: nada de morar à Rua das Orquídeas.
More na Rua das Orquídeas. Você mora em São Paulo, na Bahia, no Espírito Santo, então, na rua.

Verbo residir
Resido numa casa aconchegante. A casa em que resido é aconchegante.

Verbo reparar (observar)


Reparei em seus modos estabanados. O rosto em que reparei não me era estranho.

Vamos mostrar alguns verbos que exigem preposição de: gostar, duvidar, desconfiar, precisar, necessitar,
prevenir, avisar, informar.

Gosto de você. Você é a pessoa de quem gosto.

Duvido de suas intenções. Aquelas são as intenções de que (das quais) duvido.

Desconfiamos de suas atitudes. As atitudes de que (das quais) desconfiamos foram dignas de
investigação.

Preciso de tempo. O tempo de que preciso é exíguo.

Necessito de mais informações. As informações de que necessito estão à disposição.

É preciso preveni-lo de que a vacinação será feita sábado próximo.

Aviso-o de que estamos à espera do comprovante de recebimento do produto.

Informamo-lo de que as aulas deverão iniciar-se na próxima semana.

Os verbos precisar e necessitar podem também vir sem preposição. Ex.: Preciso o livro. A indústria
precisa técnicos. Precisam-se técnicos. Necessito recibo da operação financeira. Necessita-se secretária.

Atualmente, é preferível usar a preposição.

O verbo prevenir exige complemento de pessoa (ou instituição) sem preposição e do fato com preposição.

Você já viu alguns verbos que exigem complemento com preposição. Vamos agora ver os verbos avisar,
cientificar, aconselhar, informar e notificar que têm a mesma regência. Exigem objeto direto e indireto. É
indiferente que o objeto direto seja pessoa ou fato. Se a pessoa for objeto direto, o fato será objeto
indireto e vice-versa.

O objeto direto é o complemento que não tem preposição exigida. O objeto indireto é ligado ao verbo com
preposição exigida. Nós já vimos verbos que exigem a preposição de: gostar de, desconfiar de, duvidar
de, depender de. Vimos também verbos que exigem a preposição em: confiar em, acreditar em, crer em,
esperar em (com o sentido de ter esperança).

Veja como se usa o verbo avisar:

Avisei os interessados do novo horário de atendimento.

O diretor avisou os pais (sem preposição) de que haverá provas mensais (com preposição de).

O diretor avisou-os de que haverá provas mensais.

O mesmo ocorre com informar:

Informamos a jovem da nova data do concurso.

Gostaríamos de informá-lo de que o horário de atendimento se estenderá até as vinte e duas horas.

O repórter informou os ouvintes de que a vacinação seria feita no dia seguinte.

Usamos a pessoa como objeto direto (sem preposição) e o fato como objeto indireto. Vamos agora ver o
fato como objeto direto e a pessoa como objeto indireto.

Avisei o novo horário de atendimento aos interessados.


O diretor avisou aos pais que haverá provas mensais.

O diretor avisou-lhes que haverá provas mensais.

Informamos a nova data do concurso à jovem.

Gostaríamos de informar-lhe que o horário de atendimento se estenderá até as vinte e duas horas.
O repórter informou aos ouvintes que a vacinação seria feita no dia seguinte.

Com esses verbos, note bem, se você disser informá-lo, avisá-lo, o que vem precedido da preposição de:
avisá-lo de que; informá-lo de que.

Se você usar informar-lhe, avisar-lhe, o que não vem precedido de preposição: avisar-lhe que, informar-
lhe que.

Se o verbo aparecer na voz passiva, a preposição deverá ser usada para iniciar o outro
complemento (a, de que). Veja:

Os alunos foram avisados de que as aulas seriam suspensas devido à falta de água.

O fato foi avisado aos interessados no leilão.

A população foi informada de que nada mais havia no circo.

O desastre foi informado aos presentes.

É bom você lembrar-se de que o verbo prevenir não entra nessa lista. O verbo prevenir exige sempre
objeto direto (sem preposição) de pessoa e indireto do fato.

Fonte: www.vestibular1.com.br

REGÊNCIA VERBAL
A relação de concordância, quando se dá entre o sujeito e o verbo principal de uma oração, é chamada
de concordância verbal.

Os verbos flexionam-se em pessoa (primeira, segunda e terceira), em número (singular e plural), em


tempo (presente, passado e futuro) e em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo). Em geral, as
características de número e pessoa são as que um termo determinante ou dependente (verbo) deve
manter em harmonia com as do termo determinado ou principal (substantivo e etc.).

Em língua portuguesa, as relações de concordância são obrigatórias nos casos supra-citados. Por isso, é
importante saber de que forma os verbos e sintagmas nominais se relacionam para, assim, promover a
concordância adequada.

A concordância e o sujeito simples


Dentre os casos de concordância verbal, o que trata do sujeito e o verbo é o mais básico e geral da língua
portuguesa.

Sintaticamente, o sujeito é o termo que se mantém em harmonia com o verbo. Esse sujeito ora pode estar
expresso na oração através de um nome (substantivo, pronome e etc.) ou uma oração subordinada
substantiva, ora pode estar implícito na oração, ou ainda, pode ser inexistente na oração. Mesmo que o
sujeito seja um elemento não declarado na oração, a concordância de número e pessoa entre ele e o
verbo é obrigatória (salvo a exceção da concordância ideológica).
Exemplos:
Nós quer falar assim! [Inadequado]
Nós queremos falar assim! [Adequado]

As compras chegou ontem. [Inadequado]


As compras chegaram ontem. [Adequado]

Quando o sujeito não está expresso na oração é preciso recuperá-lo no contexto e, então, promover a
concordância .

Exemplo:
Elas disseram que vai ao jantar.

...Elas disseram que vão ao jantar

...[sujeito de "vão" = "que" retomando o nome "elas"]

...Elas disseram que ele vai ao jantar.

...[sujeito de "vão" = "ele"]

Há casos em que um sujeito simples representa não um único elemento, mas toda uma coletividade.
Mesmo transmitindo essa idéia de pluralidade, a concordância deve respeitar o número e a pessoa
representada pela palavra-sujeito.

Exemplos:
A gente não fizemos a lição. [Inadequado]
A gente não fez a lição. [Adequado]

As gentes do Brasil espelha as várias raças. [Inadequado]


As gentes do Brasil espelham as várias raças. [Adequado]

A concordância e as desinências
As desinências (-s, -mos, -va e etc.) são elementos essenciais para se determinar a flexão das palavras
em Língua Portuguesa. Por esse motivo são, inclusive, denominadas morfemas flexionais.

Por indicarem, na morfologia, a flexão nominal (gênero, número) e a flexão verbal (pessoa, número,
tempo, modo, aspecto e voz ), é obrigatória a presença das desinências nas palavras. Esse fator é
fundamental à construção adequada da concordância nominal e da concordância verbal

Freqüentemente se observa a ausência da desinência -s indicativa da segunda pessoa do singular. Esse


comportamento, verificado particularmente na língua falada, acarreta problemas de concordância verbal,
já que a forma vazia (sem o -s . Ex.: ama) é a forma representativa da terceira pessoa do singular.

Exemplos:
Tu fala por experiência própria! [Inadequado]
Tu falas por experiência própria! [Adequado]

A concordância e o termo determinado


A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o
sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve
concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância
ocorre, dentre outros casos, se:

sujeito for um nome no plural;


predicativo do sujeito estiver determinado, isto é, se ele for formado por um nome + determinante (artigo,
numeral e etc.).

Exemplos:
Carros roubados são uma coisa normal nesta rua. [Inadequado]
Carros roubados é uma coisa normal nesta rua. [Adequado]

Falsas promessas foram a minha desgraça! [Inadequado]


Falsas promessas foi a minha desgraça! [Adequado]

A concordância e os pronomes indefinido e demonstrativo como sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o


sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve
concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância
ocorre, dentre outros casos, se o sujeito da oração for:

um pronome indefinido (todo, tudo, nada e etc.);


um pronome demonstrativo neutro (isto, isso e aquilo).

Exemplos:
Nada é obstáculos para um bom vendedor. [Inadequado]
Nada são obstáculos para um bom vendedor. [Adequado]

Tudo é flores! [Inadequado]


Tudo são flores! [Adequado]

Para mim isso é histórias mal contadas. [Inadequado]


Para mim isso são histórias mal contadas. [Adequado]

Aquilo é manobras sociais. [Inadequado]


Aquilo são manobras sociais. [Adequado]

A concordância e o pronome interrogativo como sujeito


A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o
sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve
concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância
ocorre, dentre outros casos, se o sujeito for um pronome interrogativo (qual, quem, que, quando e etc.).

Exemplos:
Quem é eles? [Inadequado]
Quem são eles? [Adequado]

Quando será as provas? [Inadequado]


Quando serão as provas? [Adequado]

A concordância e o pronome reto como predicativo do sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o


sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve
concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância
ocorre, dentre outros casos, se o predicativo do sujeito for um pronome reto (eu, tu, ele e etc.).

Exemplos:
O encarregado da obra é eu. [Inadequado]
O encarregado da obra sou eu. [Adequado]

Neste caso continua nós... [Inadequado]


Neste caso continuamos nós... [Adequado]

A concordância e as orações adjetivas


As orações subordinadas adjetivas são aquelas que têm valor de adjetivo, ou seja, que qualificam ou
determinam um nome que pertence à oração principal. Como elas estão ligadas a um termo da oração
principal através de um pronome relativo, é obrigatório que entre o verbo da oração subordinada e o
pronome haja concordância de pessoa e número.

Em geral as orações adjetivas são introduzidas por um pronome relativo (que, qual e etc.) que,
substituindo o nome ao qual o verbo da oração subordinada está ligado, comanda a concordância verbal.

Exemplos:
Os homens que mata os animais selvagens devem ser denunciados. [Inadequado]
Os homens que matam os animais selvagens devem ser denunciados. [Adequado]

...[Os homens devem ser denunciados: oração principal]

...[que matam os animais selvagens: oração subordinada adjetiva]

...[que: pronome relativo a "os homens"]

As questões que era mais importante foram esquecidas. [Inadequado]


As questões que eram mais importantes foram esquecidas. [Adequado]

...[As questões foram esquecidas: oração principal]

...[que eram mais importantes: oração subordinada adjetiva]

...[que: pronome relativo a "as questões"]

Observe que no exemplo (2) não só o verbo, mas também o adjetivo da oração subordinada (eram,
importantes) devem se manter em harmonia com o nome ao qual estão ligados.
Uma regra prática para identificar a oração subordinada adjetiva e, assim, promover a concordância
verbal adequada, é substituir toda a oração subordinada pelo adjetivo a ela correspondente.

Os homens matadores de animais selvagens devem ser denunciados.

As questões mais importantes foram esquecidas.

A concordância e o pronome relativo em orações adjetivas

As orações subordinadas adjetivas, por qualificarem um termo da oração principal, possuem as


características de um adjetivo; ou seja: estão ligadas a um nome , em geral um substantivo, ao qual
conferem um atributo.

Dentre as características das orações subordinadas adjetivas destacamos o fato de serem introduzidas
pelo pronome relativo que.

Nas orações adjetivas o que faz referência a algum termo da oração principal (sujeito, objeto,
complemento nominal). Desse modo, o que carrega consigo todas as marcas de flexão (número, gênero,
pessoa) do termo ao qual se refere. Assim, é obrigatória a concordância em número e pessoa entre o
verbo da oração subordinada adjetiva e o substantivo a que se refere representado pela palavra que.

Exemplos:
Os trabalhadores que fez greve serão convocados para a reunião. [Inadequado]
Os trabalhadores que fizeram greve serão convocados para a reunião. [Adequado]

Os lustres da sala que foram inaugurados destacava-se em delicadeza. [Inadequado]


Os lustres da sala que foi inaugurada destacavam-se em delicadeza. [Adequado]

A concordância e os pronomes reflexivos


Os pronomes reflexivos (me, te, se, nos e etc.) possuem uma forma especial para cada pessoa verbal.

Para indicar que o objeto da ação é a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, é obrigatória a
concordância em pessoa entre o pronome reflexivo e a pessoa a qual se refere.

É importante lembrar, ainda, que a terceira pessoa possui uma única forma tanto para o singular quanto
para o plural: se, si e consigo.

Exemplos:
Eu se machuquei. [Inadequado]
Eu me machuquei. [Adequado]

Ela foi embora e levou minha juventude contigo. [Inadequado]


Ela foi embora e levou minha juventude consigo. [Adequado]

Observe que a concordância própria aos pronomes reflexivos respeitam apenas a pessoa verbal e não o
gênero da pessoa a qual se refere, senão vejamos os exemplos de sentenças corretas:

Ela está fora de si. / Ele está fora de si.

Além disso, é comum acrescentar algumas expressões reforçativas junto aos pronomes reflexivos. Dessa
forma, destaca-se a idéia de igualdade entre as pessoas que estão sujeitas à ação.

Exemplos:
Eu me machuquei.
Eu mesma me machuquei.

Eles se julgavam.
Eles julgavam-se a si mesmos.

A concordância e o pronome "que"


Os pronomes relativos são aqueles que estabelecem a ligação entre a oração principal e a oração
subordinada, ao substituir, na oração subordinada, um termo presente na oração principal (termo
antecedente). Dentre os pronomes relativos, o que é o mais comum, sendo empregado em construções
diversas. Diferentemente de outros relativos (qual, cujo, por exemplo), o que não se flexiona em gênero e
número. Por isso, muitas vezes é difícil saber a qual elemento o que se refere. Porém, como se trata de
um relativo, o pronome que sempre retoma um nome anteriormente apontado e dele herda as
características de flexão.

Em geral, o que introduz uma oração subordinada. A concordância de número e pessoa entre o verbo da
oração subordinada e o elemento ao qual o que está ligado é obrigatória. É o que ocorre quando o termo
antecedente for um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele e etc.)

Exemplos:
Não fui eu que lhe vendeu fiado. [Inadequado]
Não fui eu que lhe vendi fiado. [Adequado]

São eles que promete e não cumpre. [Inadequado]


São eles que prometem e não cumprem. [Adequado]

É importante lembrar que, em análise sintática, o pronome reto que antecede o que é sujeito da oração
principal. Já o sujeito da oração subordinada é o próprio que, por isso a necessidade de manter em
harmonia os elementos da oração subordinada.

Fomos nós que antecipamos o resultado da pesquisa eleitoral.


...[fomos nós: oração principal]

...[que antecipamos o resultado da pesquisa eleitoral: oração subordinada]

...[nós: sujeito da oração principal]

...[que: sujeito da oração subordinada = pronome relativo a "nós"]

A concordância e o pronome "quem"


O pronome relativo substitui um nome que pertence à oração principal. Para evitar a repetição desse
nome, utiliza-se um pronome que se torna "relativo" àquele nome o qual substitui.

Exemplo:
Esses são os anéis que eu dei a você?
...[oração principal: esses são os anéis]

...[oração dependente: que eu dei a você]

...[anéis: predicativo do sujeito da oração principal]

...[que: pronome relativo a anéis / objeto direto da oração dependente]


O pronome relativo quem, quando introduz uma oração dependente, se torna sujeito dessa oração. Logo
é obrigatória a concordância em pessoa e número entre o verbo e o sujeito ao qual está ligado. Uma das
possibilidades de concordância entre o quem e o verbo da oração dependente é manter este verbo na
terceira pessoa do singular.

Exemplos:
Fui eu quem paguei a conta. [Inadequado]
Fui eu quem pagou a conta. [Adequado]

São eles quem nos obrigaram a marchar. [Inadequado]


São eles quem nos obrigou a marchar. [Adequado]

A concordância e os pronomes "o que"


Há, em língua portuguesa, um tipo de construção que reúne dois pronomes - demonstrativo e relativo -
formando as expressões "o(s) que" e "a(s) que". Quando o termo que dessa expressão introduzir uma
oração subordinada, o verbo dessa oração deve concordar em número e pessoa com o termo o(s)/a(s)
que o antecede.

Exemplos:
Não ouvi os que falava. [Inadequado]
Não ouvi os que falavam. [Adequado]

São dois os que contribui para o time da empresa. [Inadequado]


São dois os que contribuem para o time da empresa.[Adequado]

O pronome demonstrativo pode ser representado pelas palavras o(s), a(s), geralmente empregadas como
artigos. Trata-se de uma forma especial de pronome neutro que pode ser substituída por "aquele(s)",
"aquela(s)". Já o pronome relativo que retoma um elemento anterior (termo antecedente). A análise
sintática da expressão o que, portanto, deve ser compreendida da seguinte forma:

Cartas? Só lia as que chegavam em meu escritório.


...[Só lia as: oração principal]

...[que chegavam em meu escritório: oração subordinada]

...[as: objeto direto da oração principal = substitui "cartas"]

...[que: sujeito da oração subordinada = substitui "as"]

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

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