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A propsito da Sesso Cultural Evocativa do Centenrio de lvaro Cunhal CARTA ABERTA A UM AMIGO QUE NO SOUBE Fizeste-me falta, p!

No por mim, que l estive, mas por ti que no soubeste Eu sei da felicidade que retiras destas coisas e da partilha que dela fazes. Foi isso que me fez falta: a tua felicidade. Sabes como a malta , pusemos a mesa com microfones e tudo, chammos os jornais, chammos as rdios, chammos as televises S para te avisar, p. Era a forma mais expedita que tnhamos mo, e gostvamos tanto de te ter por perto. Mas no, a coisa no saiu, ou saiu envergonhadamente. Sinais destes tempos sem vergonha. Depois o lvaro no tipo que se ignore e o nmero era redondo o centenrio mas mesmo assim tu ficaste sem saber. Tiraram-te esse direito. Foi to bonita a festa, p. Lembras-te daquela tirada do lvaro que comea assim: Arte liberdade. imaginao, fantasia, descoberta e sonho. criao e recriao da beleza pelo ser humano e no apenas imitao da beleza que o ser humano considera descobrir na realidade que o cerca? Lembras-te? Foi o nosso guio. Foi o guio dos msicos, dos cantores e dos actores que passaram pelo palco. A melhor maneira de comemorar a liberdade exerc-la e, como tu sabes, p, evocar o lvaro project-la para os dias que ho-de vir, para as liberdades que ho-de vir. E so tantas, amigo, e so tantas as liberdades que nos faltam O lvaro teve a casa cheia, pelas costuras. Tu sabes como a malta , abrimos as portas de casa para que algum te fizesse chegar uma pequena luz do que l se passou. Mas, enfim, foi o costume: tiraram-te esse direito. Fizeste-me falta, p. Mas ainda te vou ver a sorrir. Temos uma prenda para ti: filmmos tudo. E assim damos um outro sentido falta que me fizeste. que, como diz o Palma, enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar, a gente vai continuar. Um abrao, p E at j! Fernanda Lapa Joana Manuel Joo Monge Lusa Ortigoso Rita Lello Samuel Quedas Tavares Marques Zeca Medeiros

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