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Ano V • Nº 49 • Setembro 2003 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br

Embalagens podem
agregar valor e
multiplicar compras
por impulso

BANDA ESTREITA IMPULSIONA FLEXOGRAFIA • CACHAÇAS EM PAUTA


Pela memória da embalagem
U m ano atrás, quando
planejamos lançar
uma edição Especial de
terar uma espécie de con-
vocação que temos feito
em todas as oportunida-
nem sempre muito conhe-
cidos e fotografias de em-
balagens que ajudem o
Almanaque, reproduzindo des: que as empresas con- Brasil a se conhecer um
páginas da seção de mes- tribuam para a consolida- pouco melhor. Nessa li-
mo nome publicada regu- ção dessa memória. Como nha, faço aos demais veí-
larmente na última página dissemos na apresentação culos especializados da
da revista, movia-nos o in- daquela edição histórica, área uma sugestão cons-
teresse em dar uma contri- os registros que mostram trutiva (embora os hábitos
buição para a memória das a evolução das embala- comerciais vigentes reco-
embalagens e das marcas gens e das marcas revelam mendassem que lhes dés-
A evolução das no mundo e, principal- parte importante da traje- semos o máximo possível
embalagens e das mente, no Brasil. Aquela tória da sociedade de con- de maus conselhos): en-
iniciativa agradou muito sumo em que hoje vive- trem nessa cruzada, aju-
marcas revela os leitores, dos quais pas- mos. dem a resgatar a memória
parte importante samos a receber inúmeros Por isso, as páginas de EM- da embalagem brasileira,
pedidos para repetir a BALAGEMMARCA, que já com reportagens, seções
da trajetória da dose. Anuncio que já esta- vêm dando uma contribui- específicas, edições espe-
sociedade de mos elaborando o Almana- ção, ainda que modesta, à ciais.
que EMBALAGEMMARCA tarefa de resgatar uma par- Até outubro.
consumo em que
número 2. Aguardem! te daquela trajetória, estão
hoje vivemos Quero aproveitar para rei- abertas para publicar fatos Wilson Palhares
setembro 2003
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

Reportagem

8
ENTREVISTA
Luiz Cláudio Cury,
presidente da Ampaq
22 IMPRESSÃO
As inovações em
equipamentos de
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
(Associação Mineira dos banda estreita ampliam guma@embalagemmarca.com.br
Produtores de Cachaça os horizontes da Leandro Haberli
de Qualidade), comenta flexografia leandro@embalagemmarca.com.br
importância do esmero Colaboradores
e da diferenciação Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
visual para a bebida Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
arte@embalagemmarca.com.br

Assistente de Arte

12 MAKING OF
Como foram criadas
as embalagens dos
José Hiroshi Taniguti
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
produtos da Natura Eunice Fruet (Diretora Financeira)
que usam o apelo
Departamento Comercial
da brasilidade comercial@embalagemmarca.com.br
Karin Trojan
Wagner Ferreira

32 PRÊMIO
Quais foram os
ganhadores deste ano
Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
assinaturas@embalagemmarca.com.br
do Prêmio Abre do Assinatura anual: R$ 60,00
Design & Embalagem
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.

16 CAPA: CANDIES
Novos perfis de ponto-
de-venda e busca por
Filiada ao

maior valor agregado


aumentam importância
das embalagens de
confeitos e gomas
de mascar
42 ICES
O PET busca
um lugar na noite
Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) e
Image Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa
Impressão: Congraf

3 Editorial 44 Panorama
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
Pelo resgate da memória das Movimentação na indústria de mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
embalagens e das marcas embalagens e seus lançamentos Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
6 Cartas 48 Painel Gráfico Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Opinião, sugestões e Novidades do setor, da criação FILIADA À
críticas dos leitores ao acabamento de embalagens

38 49
FOTO DE CAPA: STUDIO AG

Display Mercado www.embalagemmarca.com.br


Lançamentos e novidades – e Antilhas inaugura fábrica up to
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
seus sistemas de embalagem date com o estado da arte resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
43 Marcas 50 Almanaque cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
Dilemas no licenciamento Fatos e curiosidades do mundo matérias assinadas não refletem necessaria-
de personagens nos rótulos das marcas e das embalagens mente a opinião da revista.

4 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Edição Especial Luxo. Agradeço a Apesar de o primeiro semestre ter
citação de nossa empresa na maté- sido bem devagar, estamos muito
ria “Em Pé nas Gôndolas”, na pági- otimistas quanto aos próximos me-
na 71 (Café Três Corações). Gosta- ses, esperando fechar o ano com
ria apenas de informar que o nome chave de ouro. Torcemos para que
correto de nossa empresa é Embala- EMBALAGEMMARCA feche o ano de
gens Flexíveis Diadema, e não Dia- forma esplendorosa.
dema Embalagens, como citado na Valdivo Begalli
reportagem. Certa de contar sempre Cebal do Brasil Ltda
com o apoio da EMBALAGEMMAR- Mogi das Cruzes, SP
CA, agradeço a atenção.
Patricia Metropolo N. da R.: Na citada reportagem, o
Especial Luxo Marketing telefone da representante brasileira

P arabéns pela primorosa edição


Especial Luxo. Ela foi muito bem
Embalagens Flexíveis Diadema
São Paulo, SP
da suíça Aisa (Titana Tecnologia)
foi erroneamente informado. O nú-
mero correto é (19) 3281-2441.
diagramada e apresenta excelente Referência no segmento
conteúdo. Agradecemos a inclusão
dos nossos produtos Domina Suave
e Segredo do Patriarca na belíssima
C ada edição de EMBALAGEM-
MARCA surpreende os leitores pela
Quarto aniversário

P arabéns pelos quatro anos de


reportagem sobre a cachaça, sem qualidade do material apresentado. EMBALAGEMMARCA! Que vocês
dúvida a bebida do Brasil. A revista cresce a cada número, continuem brindando os leitores
Régis A. Barros tanto no que se refere ao conteúdo com essa publicação de alto nível
Casa Règis Armmont quanto à apresentação gráfica e à por muitos e muitos anos.
(ex-Destilaria Pedra do Cedro) qualidade do material publicitário. Ernani Paulino Filho
Brumadinho, MG Seus anúncios inovam e acrescen- Diretor – Packnology!

V ocês conseguiram o que eu jul-


gava ser impossível: fazer uma edi-
tam informações importantes para
o leitor especializado, mostrando
novos filmes, papéis, ilustrações e P
Campinas, SP

arabéns pelo quarto glorioso


ção especial de EMBALAGEMMARCA até pequenos objetos, como o aniversário do “principal referen-
(Especial Luxo) que suplantou as atraente caminhãozinho da Lingraf. cial jornalístico da cadeia de emba-
normais em termos de qualidade. EMBALAGEMMARCA torna-se, as- lagem”. Que o sucesso continue e
Acabei de recebê-la e adorei. está sim, a publicação de referência no aumente!
sensacional, em todos os sentidos. segmento de embalagens. Quero Nemércio Nogueira
Nós, da Mega Plast, queremos sin- me referir, também, na edição de Diretor – RP Consult
ceramente parabenizá-los, não só agosto, à correta matéria de capa São Paulo, SP
por essa fantástica edição, mas pela
revista em si.
Attilio Alemi
sobre marcas próprias, que revela o
crescimento desse tipo de produtos,
antes vistos como de segunda linha
E MBALAGEMMARCA é a melhor
revista sobre embalagem. Conti-
Gerente Comercial pelos consumidores. Aguardo, com nuem assim! Sucesso para todos.
Mega Plast S/A interesse, a próxima edição! Carlos Honda
São Paulo, SP Antonio Alberto Prado Estudante

P arabéns pela edição Especial


Luxo. Está primorosa . Alías, a re-
Consultor em Comunicação
Empresarial
São Paulo, SP
Unopar – Universidade
do Norte do Paraná
Londrina, PR
vista tem sido sempre assim, tanto a
impressão como o conteúdo. Fico Bisnagas plásticas Sonho cor de rosa
feliz pelo amigo e torço pelo contí-
nuo sucesso!
Alexandre Côrte
E m nome da Cebal Brasil gosta-
ria de parabenizá-los pela ótima re-
A cabo de receber sua primorosa
revista e ela me fez ficar nostálgica
Cobram – Cia. Brasileira portagem de capa sobre o mercado com a matéria sobre o refrigerante
de Marketing brasileiro de bisnagas (EMBALA- da minha terra, o Guaraná Jesus
São Paulo, SP GEMMARCA nº 47) e agradecer a (EMBALAGEMMARCA nº 46, junho

P rimeiramente, gostaria de para-


benizar EMBALAGEMMARCA pela
ajuda de vocês no processo de di-
vulgação de informações esclareci-
das e confiáveis.
de 2003). O sonho cor de rosa é
realmente um exemplo de resistên-
cia e preservação de uma marca. As

6 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


pessoas consideram a cor rosa qualquer produto na qual a preocu- nha Láctea Nestlé, leia-se Farinha
kitsch, mas acho que seu grande su- pação com o consumidor deficiente Láctea da Unilever Bestfoods.
cesso advém disso. Além do mais, é visual seja lembrada. Será que o de-
um chazinho de canela gaseificado ficiente visual não merece uma Na reportagem “Sem Medo do Frio”
que evoca boas lembranças da in- atenção por parte dos especialistas (edição nº 46, página 14) o design
fância. Parabéns pela revista! em marketing e embalagens? Va- gráfico das latinhas da cerveja Itai-
Marilane Borges mos olhar esse consumidor! pava foi desenvolvido pela Mediter-
Embaixada da França no Brasil – José Rogério Rodrigues Mo rânea Pantani, e não pela agência
Ubitec França – Bureau de Divul- Administrador de empresas a10 Design, como publicado.
gação das Empresas e Tecnologias Duque de Caxias, RJ
Francesas MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA
São Paulo, SP N. da R.: Algumas empresas já gra-
vam informações em braile em ró- Redação: Rua Arcílio Martins, 53
Almanaque tulos e em em cartuchos de papel CEP 04718-040 • São Paulo, SP

G cartão de seus produtos, como EM- Tel (11) 5181-6533


Fax (11) 5182-9463
ostaríamos de parabenizá-los BALAGEMMARCA já mostrou em re-
pela seção Almanaque. A cada nú- portagens. De qualquer forma, fica redacao@embalagemmarca.com.br
mero ela se torna ainda melhor. o recado para aquelas que ainda As mensagens recebidas por carta, e-
Ana Cláudia Konichi/Luiza Estima não implementaram esse serviço. mail ou fax poderão ter trechos não es-
Estima Comunicação Empresarial senciais eliminados, em função do es-
São Paulo, SP Correções: paço disponível, de modo a dar o maior
Na nota sobre a participação da PP número possível de oportunidades aos
Embalagens com braile Payne na Fispal (edição nº 47, pági- leitores. As mensagens poderão tam-

P osso estar errado, mas não co-


nheço e nunca vi embalagem de
na 34), informamos incorretamente
o nome de um dos produtos atendi-
dos pela empresa. Onde se lê Fari-
bém ser inseridas no site da revista
(www.embalagemmarca.com.br).
entrevista

“Vale a pena investir em marca” mbora a produção de cachaças

E
artesanais possa ser vista em
grande parte das regiões inte-
rioranas do país, os alambiques
espalhados pelo ondulado solo
mineiro têm a fama de destilar
a mais pura aguardente de cana que o
país oferece. Abrigando mais de 8 000
produtores, o Estado provê grande parte
das marcas de cachaças que são vendidas
em bares e restaurantes de grandes
cidades do país a preços que às vezes não
deixam a dever para o de bebidas como
conhaques, uísques e vinhos. No centro
desse processo de valorização está a Am-
paq – Associação Mineira dos Produto-
res de Cachaça de Qualidade. Uma das
primeiras organizações que despertaram
para a necessidade de consolidação da
imagem da cachaça como um produto de
qualidade, capaz de competir no merca-
do brasileiro e internacional com outras
categorias de bebidas, a entidade está
DIVULGAÇÃO

completando quinze anos convicta de


que é possível expandir o contingente de
consumidores da bebida.
LUIZ CLÁUDIO CURY, Luiz Cláudio Cury, presidente da Am-
paq, fala nessa entrevista sobre a impor-
presidente da Ampaq - tância da embalagem como elemento de
diferenciação das cachaças premium,
além de relatar as queixas do setor quan-
Associação Mineira dos to à falta de opções no fornecimento de
garrafas adequadas para esse tipo de pro-
Produtores de Cachaça duto. “É um ponto crítico para nós, pois
sem uma boa estratégia de marketing vi-
de Qualidade -, analisa a sual, nunca competiremos em igualdade
com outras bebidas finas”, ele diz. As
importância do marketing principais diferenças entre as cachaças
artesanais e as cachaças industriais, além
visual no processo de do apreço de grandes personalidades da
política nacional pelo mais legítimo des-
aumento do contingente tilado brasileiro, são comentados por
Cury a seguir.
de consumidores e na
De uns tempos para cá está se firmando a
convicção de que as exportações de cacha-
estratégia de valorização ça passam por um boom e que vão disparar.
Essa expectativa tem fundamento?
da aguardente de cana Acreditamos num futuro promissor para

8 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


nossas exportações, embora as vendas para importante dentro dessa trajetória está sen-
fora representem apenas 1,2% dos cerca de do concretizado agora. É o lançamento de
1,3 bilhão de litros de cachaça produzidos a uma marca única de cachaças do Sistema
cada ano no Brasil. A expectativa otimista Ampaq. Essa marca é fruto de uma coope-
se baseia no crescimento da procura. As re- rativa central, que reúne pequenos produto-
messas vêm aumentando com a ajuda de res. A idéia é agregar qualidade e volume,
novos mercados. O continente asiático, por além de permitir que esses produtores se-
exemplo, vem sinalizando crescente inte- jam incorporados pelo mercado formal de
resse pela cachaça brasileira. Mas, além de cachaça. Para se ter idéia, Minas Gerais tem
ampliar mercados, precisamos aumentar as hoje 8 500 alambiques, dos quais 85% são
exportações de produto acabado. Hoje cer- clandestinos. Acreditamos que essa medida
ca de 30% das remessas de cachaças che- pode contribuir muito para a geração de
gam lá fora em tonéis. As empresas estran- empregos e a fixação dos trabalhadores no
geiras é que acabam engarrafando a bebida campo. É uma iniciativa que deveria ser se-
e vendendo-a com a marca delas. É um pro- guida por outros Estados. Aqui em Minas,
cesso que acontece principalmente quando o governador Aécio Neves
com as cachaças industriais, até por- conheceu o projeto, se encantou, e
que elas respondem pela quase tota- Os produtores deu ordens para todos os seus secre-
lidade de nossas exportações. de cachaças tários nos apoiarem.

Quais são as diferenças entre “ca-


artesanais precisam Aliás, há notícias de que ele próprio
chaça artesanal” e “cachaça indus- fazer seu dever é um apreciador de cachaças...
trial”? de casa. Ou seja, Sim, mesmo porque a família Neves
Primeiramente, uma cachaça artesa- é uma tradicional produtora de ca-
apostar em
nal utiliza cana-de-açúcar livre de chaça, bem como a do vice-presiden-
agrotóxico e cuja colheita não é feita estratégias de te, José Alencar. Sem dúvida (rindo),
mediante a queima do canavial. O marketing e em estamos bem amparados, agora pre-
preparo do caldo e a própria fermen- cisamos agir. Até o Lula já declarou
embalagens que
tação também são diferentes. Não é que adora uma cachaça, o que mostra
permitido a uma cachaça artesanal sejam capazes de que esse é definitivamente o grande
adicionar qualquer aditivo químico divulgar a pureza momento da bebida.
para acelerar seu processo de fer- e a qualidade de
mentação. Ele deve ser feito de ma- Em editorial em “Cachaça – Revista
neira totalmente natural. Além disso, seu produto do Sistema Ampaq” de julho último,
é necessário usar alambiques de co- o senhor disse que a cadeia produti-
bre, e, no resultado da destilação, desprezar va de cachaça em Minas Gerais “peca pela
o que chamamos de cabeça e cauda. A ca- adoção de políticas individualistas, ...”.
chaça artesanal utiliza apenas 80% do volu- Por outro lado, empresas que produzem
me destilado. É o chamado coração do cachaça industrial queixam-se de que os
alambique. Por fim, a cachaça artesanal produtores artesanais estariam criando
também precisa passar por um processo de uma discriminação perigosa ao fazer esse
envelhecimento, que é normalmente feito tipo de diferenciação. Argumentam que isso
em tonéis de madeira. coloca seu produto num patamar inferior,
prejudicando a imagem da cachaça em seu
Fale um pouco sobre o trabalho da Ampaq. todo. Como o senhor responde a isso?
Quais as mais importantes iniciativas da Não nos cabe provar que nosso produto é
entidade hoje? melhor ou pior do que uma cachaça indus-
A Ampaq foi fundada em 1988, para traba- trial. Essa avaliação deve ser feita pelo con-
lhar em favor dos produtores de cachaça ar- sumidor. O que temos de fazer é nosso de-
tesanal do Estado de Minas Gerais. Hoje ver de casa, ou seja, investir numa estraté-
evoluímos para o Sistema Ampaq, mas nos- gia de marketing que seja capaz de divulgar
so objetivo se mantém o mesmo: primar as virtudes da cachaça artesanal. Não temos
pela qualidade da bebida. Um ponto muito nenhum interesse em cultivar qualquer tipo

set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 9


de rixa com os produtores de cachaça in- o quanto é importante, e também altamente
dustrial. Por ser mais cara e ter alguns valo- recompensador, investir em marca.
res agregados, a cachaça artesanal não con-
corre com cachaças industriais, e sim com A embalagem dessas marcas vedetes em
bebidas como o conhaque, o uísque e o vi- geral é muito pobre – uma garrafa de cer-
nho. Se há algum tipo de desunião, ela pre- veja de 600ml, com tampa crown e rótulo
cisa ser combatida. Afinal, as leis brasilei- pouco elaborado. Isso não pode vir a ser
ras são claras ao definir que cachaça é ca- uma ameaça à marca, sobretudo quando se
chaça. Não há, desse ponto de vista, ne- considera que nos bares e restaurantes há o
nhum tipo de diferenciação. costume de se dosar as cachaças na mesa,
diante do consumidor?
Como se dá a relação qualidade x preço no Por incrível que pareça, há clientes que gos-
mercado de cachaça? As cachaças pre- tam das garrafas de cerveja. Mas de uma
mium devem custar necessariamente caro? maneira geral, a tendência é essa embala-
Na minha visão, o conceito de cachaça pre- gem ser substituída. Afinal, o produto pre-
mium está um pouco distorcido. cisa ser mostrado ao consumidor, e
Basta o preço estar lá em cima para para isso é necessária uma garrafa
uma cachaça ser classificada dessa Nada justifica transparente. Não há dúvidas de que
maneira. Na verdade, é preciso haver vender uma garrafa temos de investir em marketing vi-
uma definição mais clara quanto a sual para a cachaça, adotando não só
critérios de qualidade. E é exatamen- de destilado nacional garrafas, mas também rótulos, tam-
te isso que estamos fazendo na Am- a 200 reais. Por pas e embalagens secundárias cada
paq. Nosso selo de qualidade é a pro- outro lado, é preciso vez mais atraentes. No entanto, é pre-
va de que na garrafa onde ele está ciso lembrar que, na parte específica
aplicado há uma excelente cachaça
tirar o chapéu das garrafas, há um problema grave
artesanal. Para obter essa certifica- para as cachaças para o setor hoje: a oferta é muito res-
ção, o produto precisa passar por tes- que alcançaram trita. Há pouquíssimos modelos na-
tes que são feitos da maneira mais cionais disponíveis, e dependemos
esse patamar de
séria possível. O que posso dizer é basicamente de dois fornecedores. As
que nem sempre as cachaças caras preço, pois elas vêm opções importadas muitas vezes são
têm boa qualidade. mostrando que excessivamente caras, de modo que
compensa fortalecer muitos produtores enfrentam dificul-
Falando em custo, há notícias de ca- dades para encontrar embalagens
chaças da região mineira de Salinas a marca adequadas.
sendo vendidas a mais de 200 reais
a garrafa. O que justifica isso? A Pelo menos uma empresa estrangei-
matéria-prima e o processo de produção ra está tentando ocupar espaço para a
não são os mesmos dos de outras cachaças oferta de garrafas de luxo, para cachaças
da região, vendidas a preços infinitamente que se colocam como produtos premium.
veja mais: www.embalagemmarca.com.br

menores? A embalagem não chega a ser di- Na sua opinião, há espaço para isso?
ferente. . . Sim, há espaço, principalmente para as es-
Normalmente isso tem relação com a tradi- tratégias de exportação de cachaça, porque
ção da marca e com o trabalho de marke- as garrafas disponíveis hoje para isso são
ting feito por seus produtores. É difícil de- muito fracas. É uma promessa estimulante,
finir como esses produtores conseguiram mas inicialmente essa empresa vai trabalhar
isso, mas não há dúvidas de que é um pre- com distribuidores locais. A idéia é come-
ço totalmente atípico. Pessoalmente acho çar a importar as garrafas, que chegariam
que nada justifica vender um destilado na- no Brasil custando uma média de 2 euros.
cional tão caro. Mas também é preciso tirar Não são garrafas baratas, mas, em compen-
o chapéu para essas empresas, pois elas fi- sação, são produtos que têm uma aparência
zeram um trabalho que de certa maneira excepcional, parecem feitos de cristal. Brin-
abriu as portas do mercado para a cachaça cadeiras à parte, numa garrafa dessas a ca-
artesanal. Além disso, esses casos revelam chaça muda até de gosto…

10 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


making of

Brasilidade
Natura mistura
materiais para

a toda prova
embalar itens
inéditos no país

ão diversos os trabalhos de de- país? Embora na teoria não haja consen-

S sign nos quais alegadas in-


fluências das riquezas naturais
e do folclore do Brasil acabam
incorrendo em estereótipos ou descam-
so, não se pode negar que certos desenhos
têm brasilidade convincente. Exemplos à
mão são as embalagens de dois lança-
mentos da Natura em sua linha Ekos, o
bando ao kitsch. A bem da verdade, essa Perfume do Brasil e a Água de Banho.
constatação é só o pavio de uma discus- Voltadas ao público feminino, as duas
são ainda longe de ter respostas definiti- novidades têm caráter inovador. O Perfu-
vas: como ser original e genuíno ao se me do Brasil carrega o pomposo nome
lastrear projetos de marcas, produtos e por ser a primeira fragrância nacional ca-
embalagens nos aspectos típicos do nosso tegorizada como eau de parfum, pelos
seus 18% de concentração. Na classifica-
Água de Banho, da
ção própria do setor de cosméticos, o pa-
linha Ekos da Natura:
cabaça como norama brasileiro até agora só acolhia as
fonte de inspiração colônias, a grande maioria, e as eaus de
toilette, produtos de menor finesse. Por
sua vez, a Água de Banho, para ser usada
no corpo todo no pós-banho, também é,
segundo a Natura, um produto inédito no
país. Traz os mesmos componentes ativos
do perfume, só que numa concentração
de 5%.
É a composição dos produtos, aliás, a
principal justificativa da carona que o es-
merado projeto das embalagens pegou
em aspectos naturais e culturais tupini-
quins. Ambos os itens trazem, em suas
fórmulas, o breu branco, resina oriunda
de uma árvore homônima nativa da flo-
resta amazônica que, como salienta a Na-
tura, está sendo utilizada pela primeira
vez na perfumaria mundial, e o cumaru,
semente de odor singular, também típica
da região Norte.

Pedra e semente
“Como essas especiarias são difíceis de
serem extraídas, são preciosidades, bus-
camos, no desenvolvimento da embala-
gem primária do Perfume do Brasil,
transmitir a imagem de uma jóia da natu-
reza”, afirma Filomena Padron, designer
da Natura que capitaneou o projeto. O re-
sultado foi um frasco de vidro, de 30ml,
com formato que remete a um seixo (pe-
dra de rio). “Essa relação dá a idéia de um
objeto trabalhado, lapidado pela nature-
za”, explica a profissional.
Para a obtenção do frasco, foram fei-
tos testes com vidrarias nacionais. Os
protótipos, porém, não “casaram” com as
especificações do projeto. A saída foi
buscar uma solução no exterior, obtida
com a tecnologia da francesa Pochet,
como relata Filomena. O recipiente de vi-
dro ficou, então, como o único compo-
nente estrangeiro no projeto. Vale deta-
lhar que o frasco não possui válvula aco-
plada, já que é indicado para ser usado
atrás das orelhas e dos punhos.
Numa edição especial de lançamento,
compreendida por 30 000 unidades, uma
cerâmica artesanal exclusiva, criada pelo
joalheiro Renato Camargo com base em
trabalhos indígenas e saída da olaria Co-
res da Terra, funciona como embalagem
secundária do Perfume. Para proteger o
frasco, esse “berço” é forrado com palha
natural de folha de coco. “O conjunto se-
gue o conceito de uma semente: por fora
há uma casca bruta, rústica, que protege o
núcleo, a essência que origina a vida”,
À guisa de uma observa Filomena, ressaltando que a mis-
semente, conjunto
da edição de
tura de materiais “revela a miscigenação
lançamento do típica do Brasil”.
Perfume do Brasil
tem cerâmica
PET para a toalete
artesanal como
embalagem Já para a outra novidade, a Água de Ba-
secundária nho, priorizou-se um recipiente plástico.
Isso porque o produto é indicado para
ser aplicado no pós-banho, ain-
da no banheiro, onde o ma-
nuseio de recipientes de vi-
dro pode representar risco. Assim, a Água AB Plast após baterias de testes em estações de so-
ganhou um recipiente plástico de inusita- (47) 451-9103 pro da grife japonesa Aoki, o fornecedor
vendas@abplast.com.br
do formato irregular, de 360ml. Seu dese- do frasco partiu, com o objetivo de valo-
nho, curvilíneo e retorcido, remete às for- Bristol e Pivaudran rizar ainda mais a apresentação do produ-
mas de cuias, cabaças e moringas. Filo- (11) 6465-7000 to, para uma aproximação do frasco plás-
www.bristolepivaudran.com.br
mena conta que essa idéia “veio da lem- tico com uma peça de vidro. Para isso, a
brança de que em diversas regiões do Cores da Terra espessura da parede do frasco foi aumen-
Brasil há o costume de se transportar e de (73) 537-2281 tada, o que, além do efeito visual deseja-
www.coresdaterra.com.br
se guardar água nesses objetos”. do, resultou numa embalagem mais resis-
Devido à concepção assimétrica e ao Greco Prete tente. O frasco da Água, como o do Per-
gargalo afunilado, que deveria ser centra- (11) 3659-5599
fume, também não possui válvula, e é ve-
www.embalagensgreco.ind.br
lizado para permitir o envase, o sopro do dado com uma tampa de alumínio “deco-
frasco representou uma prova de fogo Ibema rada por dupla anodização”, como infor-
(42) 220-7400
para a fabricante dos recipientes. “Foi um ma Cláudio Miranda, gerente de vendas
www.ibema.com.br
trabalho desafiador, pois nos deparamos da Bristol e Pivaudran, fabricante do fe-
com um frasco tecnicamente difícil de ser Pack Plan chamento.
(41) 324-3151
soprado e estirado”, comenta André
Bornschein Silva, diretor executivo da Pochet Quê de pirogravura
provedora catarinense de embalagens AB (11) 4432-1350 Pontos em comum, nos frascos de vidro e
belgomat@uol.com.br
Plast. “Levamos cerca de sete meses en- de PET, é que seus corpos recebem ins-
tre a adequação do projeto, a confecção e Rio Verde crições em serigrafia, numa simulação de
os ajustes do molde, tryouts e testes de (47) 521-0440 manuscrito e que, à primeira vista, parece
www.rioverde.ind.br
decoração, até iniciarmos a produção da resultar de pirogravura. No Perfume do
embalagem”, ele reconstitui. Ripasa Brasil, estão gravados os nomes do pro-
Vencida a complexidade do formato, 0800 113257 duto e dos dois principais componentes
www.ripasa.com.br
ativos; na Água de Banho, apenas estes
últimos.
Cartuchos, fabricados pela Greco Pre-
te, também entram no mix de embalagens
dos produtos. O do Perfume possui em
sua estrutura, dividida em base, tampa e
Os frascos assimétricos berço, papelão ondulado da Rio Verde,
em PET, com o gargalo micro-ondulado da Pack Plan e papéis
afunilado e centralizado,
levaram sete meses
cartão da Ibema e da Ripasa. Já o da
para ser desenvolvidos Água da Banho é confeccionado inteira-
mente com papel cartão processado pela
Ibema.
A linha Ekos, aliás, segundo informa-
ções de bastidores, será a plataforma para
o plano da Natura de ganhar maior inter-
nacionalização. Nesse objetivo, o Perfu-
me do Brasil e a Água de Banho já nas-
cem como potenciais xodós, ao que vale
registrar que a Natura terá exclusividade
no uso do breu branco em seus perfumes
por dois anos. “São produtos que abrem
uma nova etapa para a perfumaria nacio-
nal”, exalta Elisabete Pereira, gerente da
linha Ekos, cuja expectativa para o mer-
cado nacional é de que os dois novos pro-
dutos respondam, já neste segundo se-
mestre, por quase um terço do faturamen-
to da sua unidade.

14 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


reportagem de capa

mercado
Investimentos em apresentação ajudam a valorizar chicles e balas
Por Leandro Haberli
o longo dos anos, a idéia de que gressiva atenção que as marcas do setor dis-
boas embalagens constituem pensam às suas apresentações pode ser ex-
um investimento incompatível plicada por vários motivos. Respondendo
com produtos de baixo valor por 70% dos mais de 1,5 bilhão de reais que
agregado contribuiu para uma enxurrada de a venda de balas e chicletes movimenta a
marcas de questionável apresentação nas cada ano no Brasil, o público infantil sem-
gôndolas. As duras lições do mercado ensi- pre demandou dos fabricantes de candies
naram, porém, que apresentação sedutora e constante reciclagem de apelos de venda,
sistemas de acondicionamento bem elabo- invariavelmente acompanhada por novas
rados são imprescindíveis na maioria das embalagens. Nos 30% restantes, ações com
seções de um supermercado. Mas pergunta- figurinhas, personagens lúdicos e brindes
se: haveria espaço para diferenciação visual colecionáveis costumam ficar fora dos re-
entre produtos de alto giro e que custam manejamentos de marcas e produtos.
centavos, poucas vezes mais do que 1 real?
O mercado de candies – confeitos, ba- Aversão ao “mercado de moeda”
las, dropes e gomas de mascar – vem pro- Isso, porém, não significa que descuidos
vando que, a despeito do baixo valor unitá- com apresentação passem desapercebidos.
rio para o consumidor final, diferenciais de Na verdade, o público adulto vem sendo
embalagem se tornaram realmente indis- cada vez mais disputado, levando as empre-
pensáveis em quase sas do setor a investir alto para distanciar
todas as categorias suas marcas do chamado mercado de
do varejo. A pro- moeda e, assim, au-
mentar a rentabilidade
STUDIO AG

com a ajuda de emba-


lagens cada vez mais
sofisticadas.
Esse novo direcio-
namento tem ligação
com o processo de ex-
pansão dos pontos-de-
venda de candies para
além de bares, padarias e lancho- pra por impulso”, observa Newton
netes. Sem implicar em concor- Soler Ruiz, gerente de de-
rência com os pontos tradicio- senvolvimento de produ-
nais, onde também são vistos tos da Jofer Embalagens,
invólucros crescentemente ela- uma das grandes fornece-
borados, drugstores, lojas de conveniência Multipacks flexíveis doras de cartuchos de papel
e supermercados vêm tendo seu papel sem- acentuam exposição cartão para balas e chicles no Brasil.
pre aumentado na estratégia de comerciali- nas gancheiras dos “Por isso os fabricantes do setor exigem
supermercados
zação de confeitos e gomas de mascar. A soluções que realmente chamem a aten-
expansão de fronteiras lançou nova luz so- ção do consumidor”, ele completa.
bre a função da embalagem como ferra- Além do papel de diferenciação, as
menta de diferenciação e ainda abriu cam- embalagens assumem a função de ele-
Conceito de caixa
po para o surgimento de multipacks que de bombons para mentos de suporte de marcas, como
cada vez menos se limitam aos cartuchos sortidos da Adams mostra um projeto recentemente desen-
celulósicos que acondicionam chicletes a volvido pela própria Jofer para a gi-
granel nos caixas de padarias. Demar- gante Adams. Para divulgar sua
cam espaço crescente no setor fil- extensa linha, que inclui marcas
mes flexíveis e também embalagens como Trident, Bubbaloo, Clorets
múltiplas rígidas feitas de plástico, e Halls, a empresa colocou no
metal ou papel cartão. Em alguns mercado o Festival Adams, pro-
casos elas chegam a conferir um duto que reúne alguns de seus

FOTOS: STUDIO AG
apelo de presente aos candies. principais itens numa única embalagem.
“Apesar das mudanças no perfil de Lembrando caixas de bombons sortidos,
ponto-de-venda, o mercado de confeitos e os cartuchos de papel cartão em que o
gomas se mantém bastante atrelado à com- Festival é vendido contam com acaba-
mento fosco, aplicações de verniz UV e tes do mercado global de can-

FOTOS: DIVULGAÇÃO
impressão em alto-relevo. dies. “Finalmente nos uni-
“Sempre consideramos im- mos a um grupo que apre-
portante investir em marca, senta total sinergia com nos-
em embalagens atraentes e so negócio”, diz o executivo.
até em rodízio de sabores”, con- A estréia da Cadbury Adams,
ta Marcel Sacco, diretor de marke- como a empresa passa a ser chamada, já
ting da Adams. Aliás, tal tradição de- impulsionou alguns lances estratégicos no
verá ser posta em prática de maneira Brasil, como a entrada do Trident no pro-
ainda mais dinâmica na empresa. Depois missor mercado de chicles funcionais, a
de muitos anos controlada por laboratórios partir da estréia da versão White, que é do-
Luvas de papel
farmacêuticos, a Adams foi recentemente cartão e blisters tada de substâncias branqueadoras de den-
comprada pela britânica Cadbury, num ne- aluminizados se tes, segundo a empresa. Na parte da emba-
gócio que a livrou das mãos da americana tornam padrão em lagem, chama atenção o emprego de blis-
chicles funcionais
Pfizer e formou um dos maiores participan- ters plásticos com fundo de alumínio, en-

Aço perde espaço para plástico, mas mantém apelos


As mudanças de embala- consumidor toca na emba- reformulação, recebemos de marketing da Valda.
gens das pastilhas Valda lagem”, conta André Gole- mensagens de consumido- “Nem sempre quem vai a
mostram que nem a força biovski, gerente de marke- res que voltaram a com- um bar está preocupado
da tradição pode resistir a ting da Valda. prar as pastilhas graças à com isso”, ele acredita.
apelos dos consumidores. Sem revelar quem são os mudança das embala- Indiferente às novas políti-
Depois de quase um sécu- fornecedores do sistema, a gens”, fala Golebiovski. cas de embalagem da Val-
lo sendo vendidos em lati- empresa diz que a altera- Vale lembrar que a substi- da, as latas de aço estão
nhas de aço, os produtos, ção foi impulsionada por tuição de embalagens dos longe de desaparecer do
que foram inventados em protestos dos consumido- produtos Valda foi muito mercado de candies. O fa-
1902 pelo farmacêutico res. “Havia muita reclama- além da aposentadoria das moso Drops Supra Sumo,
francês Henri Canonne e ção quanto à dificuldade latas de aço. Hoje a empre- da DM Indústria Farmacêu-
começaram a ser produzi- de abertura”, conta o exe- sa trabalha também com tica, e as balas Flópi, da
dos no Brasil em 1914, cutivo, acrescentando que cartuchos de papel cartão gaúcha Florestal, são
abandonaram definitiva- o açúcar das balas travava com tampa flip top, além exemplos de que a possi-
mente os recipientes metá- as tampas, além de causar de ter linhas vendidas em bilidade de ampliação da
licos no ano 2000. As anti- um “incômodo ruído” flow-packs, como a recém- visibilidade da marca, nor-
gas latas de aço foram quando eram giradas para lançada Valdinha Fibras. malmente gerada pelo
mundialmente substituídas abrir ou fechar. Com as Mas uma coisa não mu- aproveitamento das latas
por outras, de plástico. mudanças de embalagem, dou: os produtos conti- mesmo após o término
Mas com o formato cilín- em cuja esteira as vendas nuam sendo comercializa- dos produtos, faz esse sis-
drico e achatado mantido, aumentaram mais de 25%, dos exclusivamente em tema de acondicionamento
a migração de material segundo a Valda, tais pro- farmácias. “Nossos produ- ser bem aceito no setor.
nem sempre é notada à blemas foram oficialmente tos são voltados para con- No caso das balas Flópi,
primeira vista. “A mudança transpostos. “Até hoje, sumidores que buscam as latas são fornecidas
só é perceptível quando o quase três anos depois da saúde”, afirma o gerente pela Tapon Corona.

18 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Tampas com trava e
voltos por uma luva de pa- aumento da visibilidade:
pel cartão, também da Jo- vantagens das caixinhas

FOTOS: DIVULGAÇÃO
fer Embalagens, onde apa-
recem os grafismos da
marca. Por sua vez, o
Halls, produto tradicional
no formato stick, foi há
Muito além dos sticks: pouco lançado em caixi-
depois de flow packs, nhas celulósicas dotadas
Halls recorre a cartuchos de tampas flip top.
Marcel Sacco diz que as mudanças de
embalagem foram feitas para atender às
exigências de comodidade dos consumido- nhas. “Elas geram excelente visibilidade,
res. Isso é verdade, mas a impressão que se pois têm uma face maior do que os sticks”,
tem é que a Adams, como outros grandes aponta Kátia Guerra, gerente de marcas da
fabricantes do setor, vem se esforçando empresa. “Além disso, protegem bem o
para vender itens de maior valor agregado. produto e contam com tampas que facilitam
Sem desmerecer produtos tradicionais o consumo”, completa a executiva.
como o Chiclets, que se tornou sinônimo de Já os blisters podem ser vistos no
categoria, a empresa começou a depositar Happydent White, chicle com
mais fichas em fortalecimento e ampliação flúor e bicarbonato de sódio,
de linhas. “Como os investimentos são cada trunfo da Perfetti Van Melle
vez mais altos, é vantajoso projetar esforços no mercado de gomas funcio-
em marcas já existentes”, considera o dire- nais. Sinalizando uma espé-
tor de marketing da Cadbury Adams. cie de padrão de embalagens
nesse nicho, o produto, que
Embalagens da vez está prestes a estrear um
Com extensões de linha ou umbrella Marca White tem novo visual, também é envol-
acabamento
brands, os fabricantes demonstram a inten- to em luvas de papel cartão, onde a palavra
holográfico nas
ção de agrupar públicos diferentes sob uma cartelas da goma White aparece com acabamento holográfi-
mesma chancela. Nessa estratégia, os cartu- branqueadora da co. A solução é fornecida pela Jofer Emba-
chos com fechamento flip top – também Perfetti Van Melle lagens e pela gráfica Nova Página.
conhecidos como push-top-box, em função No outro extremo do merca-
do sistema de travas de suas tampas –, e as do de gomas de mascar, o
cartelas para gomas de mascar funcionais dos chicles de bola,
parecem ser as embalagens da vez no mer- também chamados de
cado de candies. tijolinhos, em função
As duas soluções também marcam pre- da geometria retan-
sença na linha de produtos da gigante ítalo- gular, as apostas
holandesa Perfetti Van Melle. Marcas tradi- em brindes e fi-
cionais da empresa, como a de pastilhas gurinhas para
Mentos e a de chicles Vivi- estimular o natu-
dent, já têm boa parte das ral vínculo com a crian-
vendas atrelada às caixi- çada continuam. Para
quem desconfia da impor-
tância do setor para a cadeia de
embalagem, vale dizer que,
Sistema flip top
embora custem entre 5 e 10
e impressão
com encontro centavos, os tijolinhos são res-
Chicles de
de imagens nos ponsáveis por cerca de 60% do bola: demanda
fechamentos das mercado brasileiro de gomas de só avança com
push-top-box promoção
mascar, que movimenta 730 mi-
lhões de reais por ano.

20 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


FOTOS: DIVULGAÇÃO
“A demanda vem
crescendo, e para atendê-la são
necessários consideráveis investimen- cionais e outrora concorrentes chancelas de
tos em promoção”, diz Isael Pinto, diretor- Fenômeno: com chicles de bola do país –, diminuiu o ritmo
presidente da General Brands, empresa ori- cartuchos verticais de novidades nos últimos anos. “Mas agora
e tatuagens
ginária do mercado de refrescos em pó, que que eles voltaram a ser controlados por uma
colecionáveis, Gang
hoje domina quase 20% das vendas de chi- encostou nas líderes empresa do ramo, a Cadbury, creio que in-
cles de bola no Brasil. O feito se deve à vestirão forte para retomar o espaço perdi-
marca Gang, lançada em 1999, e que, de do”, prevê Leme.
negócio secundário no início, já responde No mercado de balas, os fabricantes de
por 25% do faturamento da General produtos de menor valor também não pare-
Brands. “O chicle de bola é daqueles produ- cem inclinados a economizar com ações de
tos que crescem mesmo em meio a cri- embalagem. “Para nós, vale muito o ditado
ses”, avalia o executivo da General de que a primeira impressão é a que
Brands. fica”, resume Verno Arend, diretor
A trajetória dos produtos Gang, comercial da Florestal Alimentos,
que já são exportados para África do um dos maiores fabricantes de pi-
Sul e América Central, ilustra a eficá- rulitos e balas do sul do país. Proje-
cia de acessórios de estímulo à venda tando um faturamento de 160 mi-
no setor. Depois de figurinhas sobre a lhões de reais em 2003, a empresa,
história das Copas do Mundo de futebol, a que recentemente adquiriu da italiana
marca vem obtendo resultados de dar água Parmalat a tradicional marca gaúcha de
na boca com uma linha de noventa tatua- chocolates Neugebauer, foi uma das pionei-
Criatividade e plásti-
gens, fornecida pela Embalagens Flexíveis co rígido igual a... ras no uso de flow packs individuais para
Diadema. balas com apelo de balas duras. Entre os itens de maior valor
presente agregado, o destaque fica para as multi-
Quem não investe packs de plástico rígido, da Artel Embala-
perde mercado gens, que têm formato de coração estilizado
Reconhecendo a eficácia da tática, e transformam a linha Balinha do Coração
a General Brands já planeja lançar num item de presente. “O espaço destinado
figurinhas e transfers com ima- a candies está aumentando nos supermerca-
gens da floresta amazônica. dos”, assinala o diretor da Florestal Alimen-
Artel Embalagens
Os futuros investimentos (54) 522-1790 tos. “Por isso precisamos de embalagens
mostram que não dá para fi- que se diferenciem e tragam vantagens.”
Embalagens Flexíveis Diadema
car parado no setor. “Nos últi- (11) 4066-7833
Nada indica, porém, que bares e lancho-
mos três anos, a demanda de proje- www.embdiadema.com.br netes estejam ameaçados como pontos-de-
tos de embalagens para chicles de bola venda de candies. Mas com o aumento do
Gráfica Nova Página
cresceu quase 40%”, diz Laerte Camargo (11) 3277-5020
auto-serviço, o reduzido valor de venda de
Leme, gerente comercial da Embalagens www.novapaginagrafica.com.br confeitos, balas, dropes e chicletes será um
Flexíveis Diadema, empresa que também ponto cada vez mais secundário nos planos
Jofer Embalagens
atende fabricantes como Riclan e Parati (18) 643-4000 de investimentos em embalagem. Pode até
Alimentos. Para ele, as marcas intermediá- www.jofer.com.br parecer exagero, mas, no que depender da
rias conseguiram ganhar mercado porque a apresentação, não é demais prever que che-
Tapon Corona
Adams, dona do Ping Pong Ploc – produto (11) 3835-8662 gará o dia em que todo mundo vai querer le-
que é fruto da fusão de duas das mais tradi- www.tapon-corona.com.br var bala e chiclete na falta de troco.

set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 21


impressão

Amostras de
variados
trabalhos com
papel cartão
feitos em
impressora da
Mark Andy
Comco:
flexibilidade
na produção

STUDIO AG
Mais que rótulos
Flexografia de banda estreita busca novos horizontes
Por Guilherme Kamio
aso pudessem materializar Brasil), que congrega a cadeia de negó-

C um velho sonho da ficção


científica e embarcar numa
máquina do tempo, saltando
aos dias atuais, os operários gráficos do
cios do processo, diz que o setor cresceu
numa média anual de 12% nos últimos
cinco exercícios. Isso não somente devi-
do a maiores escoamentos das embala-
início do século passado certamente fi- gens flexíveis, o maná da indústria fle-
cariam pasmos ao notar o nível atingido xográfica, “mas principalmente pela mi-
pelo método de impressão derivado da gração para a flexo de serviços anterior-
tipografia que, em sua época, ainda res- mente executados em rotogravura e até
pondia pelo nome de anilina e dava os mesmo em offset”, detalha Ezequiel Re-
primeiros passos. Desde então, muita belo Fernandez, diretor da clicheria
água, para não dizer um oceano, passou Cliart e presidente da entidade de classe.
sob a ponte dessa tecnologia, rebatizada Esse fenômeno sublinhado pelo exe-
na década de 50 como flexografia. Nos cutivo se escora em grande parte na pro-
últimos anos, sobretudo, a maré tem pagação das chamadas impressoras de
sido das mais favoráveis. banda estreita (narrow web). Por meio
O balanço da Associação Brasileira delas é que a flexografia vem se es-
Técnica de Flexografia (Abflexo/FTA praiando com ímpeto para a seara dos

22 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


rótulos. Agora, numa tendência que ga-
nha força no mundo, tais máquinas vice-
jam em outros segmentos, como no das
próprias flexíveis e no de cartuchos de
papel cartão, na confecção de embala-
gens de pequenas dimensões.
Ocorre que a banda estreita, por defi-
nição a gravação em suportes com até
cerca de 700mm de largura, vem origi-
nando impressoras altamente versáteis,
que podem trabalhar com vários substra-
tos – entre eles papéis, filmes plásticos,
cartão e até folhas de alumínio.

Apelo multifuncional
“Vale dizer que, além de garantirem cus-
tos menores na etapa de pré-impressão,
como na gravação de clichês, em com-
paração com as tradicionais impressoras
de banda larga, elas são de rápido setup
e permitem incorporar diversos sistemas
de saída e de acabamentos em linha”,
detalha Aislan Baer, professor de produ-
ção gráfica do Senac, sócio-diretor da
agência de desenvolvimento de embala-
gens Projetopack e gerente técnico da
revista Rotoflexo & Conversão.
Na prática, uma banda estreita possi-
bilita, numa única passagem, imprimir
em diversas cores, cortar e refilar, aplicar
acabamentos como cold stamping, hot
stamping, vernizes UV ou relevos em li-
nha e ainda dar vazão, digamos, a um
cartucho já cortado e vincado. Isso já é
realidade em certos países. Por aqui, ain-
da não, ao que vale lembrar não se tratar
da conversão de cartões em flexográficas
de banda larga, processo que a Rigesa,
por exemplo, bancou até recentemente.
Conforme relata Alexandre Dalama,
gerente comercial e
de produto do braço
nacional da fabrican-
te espanhola de im-
pressoras de banda
estreita Rotatek, já

Packs de papel
cartão para cigarros
já estão sendo
impressos em banda
estreita no país, com
máquina da Rotatek
se cogitou no Brasil a fabrica-
ção de cartuchos de cremes
dentais através da tecnolo-
gia, interesse que arrefe-
ceu. “De concreto, temos
atualmente uma máquina
nossa rodando embalagens flip top
para cigarros”, ele afirma.
Rubens Wilmers, gerente de produ-
to da Gutenberg, que distribui no país a Além de
marca de banda estreita Mark Andy rótulos,
pequenas
Comco, não titubeia ao afirmar que se embalagens
trata de um território profícuo a ser ex- flexíveis
plorado. “Numa máquina corretamente também são
palatáveis
configurada e com apenas um operador, à banda estreita
você entra com papel cartão em bobina e
já sai com o produto pronto”, diz. Se- Isso porque tiragens menores, deficitá-
gundo Wilmers, certos trabalhos que em rias nas grandes raias por exigirem tro-
offset levam uma semana para ficar cas de serviço que podem durar de três a
prontos “podem ser feitos em banda es- quatro horas e com custos fixos de pré-
treita com o mesmo cartão e na mesma impressão que “não se pagam”, são pala-
quantidade em três dias”. táveis à banda estreita.
Uma vantagem para os convertedores
Workflow otimizado é a redução do lead time, ou seja, do tem-
Na aquisição de uma impressora desse po que separa a entrada dos pedidos do
tipo, a possibilidade evidente é a de, seu faturamento. Já os usuários da emba-
com uma só máquina, entrar em diversos lagem podem reforçar sua administração
segmentos. on demand, reduzindo estoques e produ-
Entretanto, uma vantagem interme- zindo de acordo com a saída de produtos,
diária é a de, ao combinar sistemas tradi- e potencializar a estratégia de segmentar
cionais com a banda estreita, os prove- suas marcas e linhas. Aliás, esses são fa-
dores de soluções cartonadas ou de fle- tores que também explicam a penetração
xíveis otimizarem o fluxo de trabalho, da narrow web no segmento de rótulos.
lançando para determinada máquina os Os possíveis ganhos, contudo, ainda
trabalhos mais adequados a ela, com não fizeram a cabeça dos convertedores
base em variáveis como tiragem, aspec- nacionais. “As máquinas banda estreita
tos que o produto acabado deve ter, pra- ainda são vistas com certa desconfian-
zo exigido pelo cliente etc. ça”, assinala Dalama, da Rotatek. Para
Trata-se de um benefício talvez mais Gidue E-Combat, Wilmers, da Gutenberg, o problema é
visível no campo das embalagens flexí- vedete da Comprint cultural. “A oferta excessiva de máqui-
na área de narrow
veis tradicionalmente impressas em ro- web que pode
nas de banda larga no mercado, muitas
togravura ou flexo banda larga, outra acoplar diversos fabricadas no país e com preços relativa-
frente que a banda estreita visa explorar. sistemas de saída mente baixos, origina um choque quando
o preço maior das impressoras banda es-
treita é posto à mesa”, ele afirma. Assim,
convertedores fecham a porta de imedia-
to, sem pensar nas vantagens competiti-
vas que a narrow web pode lhes trazer.
“Para não perder um grande cliente,
muitos convertedores geralmente acei-
tam rodar tiragens deficitárias para má-
quinas de banda larga”, analisa Wilmers.

24 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Com tecnologia e know-how, maior qualidade
Ainda que a escalada vertiginosa do uso das embala- Creo, representada no Brasil pela Alphaprint, com sua
gens plásticas flexíveis tenha impulsiona- linha Thermoflex de gravadoras (foto no canto inferior
do o desenvolvimento da flexografia direito). Todavia, ainda são poucas as clicherias que
como um todo nos últimos anos, no que dispõem dessa tecnologia: por enquanto, apenas três
se incluem impressoras, tintas, substra- unidades da Creo estão instaladas no país. “O interes-
tos e demais equipamentos e insumos, se é alto, porém a situação econômica não ajuda”, diz
o parque flexográfico brasileiro sempre Eduardo Sousa, do marketing da Alphaprint. “Devido
recebeu certas críticas quanto à sua ao custo, os especialistas vêm estudando processos
qualidade. “Isso ocorria especialmente convencionais mais baratos e que também proporcio-
porque não havia preocupação com a nam alta qualidade, como o sistema de cópia OLEC
pré-impressão”, afirma Aislan Baer, com luz puntiforme e softwares especializados para ca-
especialista na área gráfica. Ele libração das imagesetters, como o FlexoCal”, ilustra
exemplifica dizendo que muitos utili- Eudes Scarpeta, gerente industrial da Zaraplast.
zavam, para flexo, softwares com de- “Com a globalização, hoje o parque industrial brasileiro
faults bolados para offset. está apto a fornecer todos e quaisquer tipos de mate-
Felizmente, o panorama mudou. riais, equipamentos e periféricos antes encontrados so-
Hoje, o setor gráfico tem consciência do papel mente em outros países”, expõe Ezequiel Rebelo Fer-
crucial da pré-impressão para a flexo de boa qualidade. nandez, diretor da Cliart e presidente da Abflexo/FTA
“Contudo, também é salutar que as empresas usuárias Brasil. “Porém toda essa revolução tecnológica não
saibam que, com controles precisos, não só da pré-im- poderia ser absorvida se não ocorresse o principal,
pressão como também da impressão, a flexografia atin- que é especialização da mão-de-obra”. Eudes Scarpeta,
ge resultados fantásticos”, salienta Clodoaldo José da Zaraplast, concorda. “O grande ganho, nos últimos
Pontim, diretor geral da clicheria Kromos. Da manga, anos, foi o do conhecimento.”
ele tira um trabalho recente para a Guabi, a embalagem
da ração Sabor & Vida, anteriormente feita em rotogra-
vura (no canto superior esquerdo). “Modéstia à parte,
ficou com qualidade melhor em flexografia”, ele diz.
Segundo Baer, indo além das ferramentas para o ge-
renciamento de cores, para controle densitométrico e
de outros aspectos da pré-impressão, uma grande no-
vidade é o computer-to-plate (CtP) para a flexografia,
tecnologia que dispensa o uso de filmes, gravando di-
reto dos arquivos para as chapas de fotopolímeros.
Uma das empresas que aposta nessa tecnologia é a

“No entanto é preciso considerar que, no que representa a grife italiana Gidue, es-
bolo do seu faturamento, a competitivi- pecializada em flexográficas narrow
dade e a crescente segmentação de li- web, a novidade é a E-Combat, impres- Proglide MSP, da
nhas estão fazendo a fatia que é efetiva- sora totalmente servo-controlada (shaft- Mark Andy Comco,
tida como uma das
mente lucrativa diminuir.” less, ou seja, sem o sistema mecânico
mais versáteis do
Aos que quiserem investir nas novas convencional de engrenagens) e que im- mercado, é trazida
possibilidades com banda estreita, as op- ao Brasil pela
ções high-end não são poucas. Gutenberg

No balcão de vendas da Comprint,

28 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


prime em diversos substratos entre
280mm e 530mm. “Ela possui interface
amigável e sua eletrônica facilita os se-
tups, diminuindo ao máximo os desper-
dícios”, destaca Eduardo Xavier Pinto,
gerente de vendas da área gráfica da
Comprint. “Outro trunfo”, ele continua,
“é que todos os componentes eletrônicos
são do mesmo fornecedor, a Siemens, o
FA-3300, da
que facilita manutenções e upgrades”. rente comercial Alexandre Dalama, Nilpeter, com
Uma novidade é que a E-Combat tam- “combinar grupos de offset, flexografia tecnologia Quick-
bém permite acoplar um sistema de saí- e serigrafia”, e a flexográfica Ecoflex. Lock para troca
rápida de serviços
da especial para produzir rótulos in- Notícia digna de registro é que, segundo
mold, como mostrado na edição anterior Dalama, a Rotatek irá inaugurar em
de EMBALAGEMMARCA. breve uma fábrica no Brasil, “o que irá
reverter em preços atrativos”.
Por enquanto, espera Outra grife de renome, a dinamarque-
Opção que também destaca o sistema sa Nilpeter, representada no país pela
shaftless, só que de fabricação nacional IPP, aposta em flexográficas como a FA-
e especialmente dedicada a rótulos, é a 2500, para substratos com largura de
Superflex SF 250, da Etirama, impresso- 280mm, e a FA-3300, para largura de
ra modular de dez cores. De acordo com 340mm. No caso desta última, o sistema
a empresa, o embarque dessa tecnologia para troca rápida de serviços atende pelo
garante maior sincronismo das estações, nome Quick-Lock.
o que resulta em maior produtividade e Na verdade, os atributos dessas im- Alphaprint
(11) 3816-4747
facilidade de ajustes. pressoras são tantos que seriam necessá-
www.alphaprint.com.br
Do lado da Gutenberg, a vedete é rias laudas e laudas para descrevê-los
sem dúvida a Mark Andy Comco Progli- com profundidade. Por envolverem tec- Cliart
(11) 6942-8133
de MSP, que abrange larguras de 406mm nologia de ponta, tais equipamentos im- www.cliart.com.br
a 660mm e cuja sigla MSP (Multi-Subs- plicam num considerável investimento.
trate Press, impressora multi-substrato) Contudo, os fornecedores argumentam Comprint
(11) 3371-3371
reforça a flexibilidade de poder proces- que, na ponta do lápis, analisando o cus- www.comprint.com.br
sar vários materiais. “Ponto positivo é to e o benefício e vislumbrando um dife-
que seu sistema de cassetes agiliza tro- rencial competitivo num mercado pulve- Etirama
(15) 223-3332
cas de trabalhos, que podem ser feitos rizado como o de conversão de embala- www.etirama.com.br
em menos de cinco minutos, pois o ser- gens, o gasto compensa.
viço seguinte pode ser ajustado off- “A nossa crença é que uma pequena Gutenberg
(11) 3225-4400
line”, ressalta Wilmers. Por sua vez, a melhora da economia abrirá o mercado”, www.gutenberg.com.br
Rotatek tem como carros-chefe no país a resume Wilmers. É uma probabilidade
IPP
MP-150 Combi, máquina modular que que os convertedores não descartam.
(11) 5522-5999
permite, num exemplo citado pelo ge- “Não ignoramos essa tecnologia e nada www.intergrafica-online.com.br
impede que façamos investimentos nela,
Kromos
mas o momento não é favorável”, alega (19) 3879-9500
Célio Magalhães, diretor de marketing da www.kromos.com.br
Brasilgráfica, grande fornecedora nacio-
Projetopack
nal de cartuchos que baseia seu (11) 9760-9718
parque no offset. “Com uma projetopack@yahoo.com.br
pequena melhora da econo-
Rotatek
mia, acredito que até faltará (11) 4195-9888
oferta de unidades de banda www.rotatek.com.br
estreita no mercado”, ante-
MP-150 Combi, da Rotatek, Zaraplast
permite combinar grupos
vê, com otimismo, o execu- (11) 3952-3000
de flexografia, offset e serigrafia tivo da Gutenberg. www.zaraplast.com.br

30 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


prêmio

Os nomes da vez
Abre anuncia vencedores do seu prêmio de embalagens
o último dia 27 de agosto, no hotel Uni- lhos inscritos, foi formado por profissionais ligados

N que, em São Paulo, a Abre – Associação


Brasileira de Embalagem anunciou os ga-
nhadores do seu Prêmio de Design &
Embalagem 2003. Foram 24 categorias, incluindo as
ao desenvolvimento de embalagens, design, marke-
ting e varejo, e por pessoas da mídia especializada.
As embalagens vencedoras do Prêmio Abre de
Design & Embalagem, que podem ser vistas na se-
especiais Estudante e Voto Popular, além de um prê- qüência, terão a oportunidade de concorrer ao
mio especial para a Natura Cosméticos, eleita a Em- WorldStar, prêmio promovido pela WPO, Organiza-
presa do Ano por seus investimentos e inovações em ção Mundial de Embalagem, e estarão expostas na
embalagens. mostra Showcase of Packaging Innovations, durante
O júri, que escolheu entre os cerca de 350 traba- a Pack Expo Las Vegas, em outubro próximo.

Design Alimentos Salgados Design Alimentos para o


Sopas Instantâneas Knorr
Público Infantil
Vencedor: Usina Escritório de Ketchup Kid´s
Desenho Rocket
Design: Usina Escritório de Vencedor: Sleever
Desenho International
Convertedor: Inapel Embalagens Design: Target
Usuário: Unilever Bestfoods Convertedores:
Design Alimentos Doces
Olveplast - Olvebra
Tortas Doces Apreciatta Industrial S.A e
Perdigão Sleever
Vencedor: SPO Comunicação Usuário: Só Fruta
Design: SPO Comunicação Ind. Alimentícia
Convertedor: Box Print Grupograf
Usuário: Perdigão

Design Bebidas Design Bebidas Design Higiene e Limpeza


Alcoólicas Não-Alcoólicas Omo Progress com janela
Skol Beats Santàl Vencedor: Dixie Toga S.A.
Vencedor: Cisper Vencedor: 100% Design Design: Rex Design
Design: Narita Design Design: 100% Design Convertedor: Dixie Toga S.A.
Convertedor: Cisper Convertedor: Tetra Pak Ltda Usuário: Unilever do Brasil
Usuário: AMBEV - Cia Usuário: Parmalat Brasil S.A Ind.
Brasileira de Bebidas de Alimentos

32 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Design Cosméticos, Design - Design Marcas Próprias
Cuidados Pessoais Cosméticos, Sucrilhos Extra
Lorence Shower Gel e Cuidados Vencedor: BrandGroup Design e
Desodorante Corporal Pessoais Comunicação S/C Ltda
Vencedor: Kanitz 1900 Infantil Design: BrandGroup Design e
Cosméticos
Design: Kanitz 1900 Cosméticos Rótulo Sundown Comunicação S/C Ltda
Convertedores: Neoplástica e Kids Convertedor: New Graphic Ind. e
Rionil Vencedor: Com. de Embalagens Ltda
Usuário: Kanitz 1900 Cosméticos Prodesmaq Usuário: Extra Hipermercados
Indústria Gráfica
Design: Seragini
Farné
Convertedor: Prodesmaq
Indústria Gráfica
Usuário: Johnson & Johnson

Design Bricolagem Design Miscelânea


Pó Xadrez DVD Rouge
Vencedor: Müller Associados Vencedor: Rigesa Celulose, Papel
Marketing e Comunicação Ltda e Embalagens Ltda
Design: Müller Associados Design: Sony Music Entertainment
Convertedor: Ibratec Artes Convertedor: Rigesa Celulose,
Gráficas Ltda Papel e Embalagens Ltda
Usuário: Bayer S.A. Usuário: Sony Music
Design Família de Produtos
Free For Life Massas de Grano
Duro e Grano Duro Integrais
Vencedor: Rieger Brand Marketing
Design: Rieger Brand Marketing
Convertedor: Magistral
Impressora
Usuário: SLC Alimentos

Design Industrial Embalagem Destaque - Embalagem Destaque -


Alimentos Bebidas
Luiza Brunet Night da Avon
Vencedor: M Design Pavê de Nozes Miss Daisy - Suco Hé
Comunicação Ltda Sadia Vencedor:
Design: M Design Vencedor: Ibratec Artes Gráficas Sinimplast
Convertedores: Augros do Brasil, Ltda Indústria e
Magistral Design: Ibratec Artes Gráficas Comércio Ltda
Impressora, Ltda Design: 3D
ARE Convertedor: Modeling
Embalagens Ibratec Artes Convertedor:
Ltda e Gráficas Sinimplast
Wheaton do Ltda Indústria e
Brasil Usuário: Comércio Ltda
Usuário: Sadia S/A Usuário: Tiuá
Avon

34 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Embalagem Destaque - Embalagem Destaque -
Higiene e Limpeza Cosméticos e Cuidados
Coperalcool Gel
Pessoais
Vencedor: Copersucar Luiza Brunet Night da Avon
Design: Oficina D'Design Vencedor: M Design
Convertedor: Copersucar Design: M Design
Usuário: Copersucar Converte-
dores: Augros
do Brasil,
Magistral Embalagem Destaque -
Impressora, Miscelânea
ARE
DVD Band of Brothers
Embalagens e
Vencedor: Rigesa
Wheaton do
Design: T&M Arte Studio
Brasil
Convertedor: Rigesa
Usuário: Avon
Usuário: Warner Bros Home Vídeo

Embalagem Destaque -
Promocional
Coca-Cola São Paulo Fashion
Week Embalagem
Vencedor: Sleever Destaque -
International Ltda Inovação
Convertedores: Tecnológica
Sleever International Skol Beats
e Cisper Vencedor: Cisper Embalagem Destaque
Usuário: Coca-Cola Design: Narita Exportação
Design Baycolor
Convertedor: Vencedor: Müller Associados
Cisper Design: Müller Associados
Usuário: AMBEV - Convertedor: Ibratec Artes
Cia Brasileira de Gráficas Ltda
Bebidas Usuário: Bayer S.A.

Embalagem Destaque - Voto Popular


Ecodesign Coca-Cola São Paulo Fashion
Embalagem Brinquedo IGO Week
Vencedor: IGO Design Ind. e Vencedor: Sleever
Com. Ltda ME International Ltda
Design: IGO Design Convertedor: Sleever
Ind. e Com. Ltda ME International Ltda /
Convertedor: IGO Cisper
Design Ind. e Usuário: Coca-Cola
Com. Ltda ME Estudante
Usuário: IGO Embalagem Conceito -
Design Ind. e Leite Vitalac
Com. Ltda ME Vencedor: Hérnan Daniel
Scavino

set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 35


Linha Seda Keraforce ganha novas embalagens
Lançada em novembro de 2000, a li- arte, que destaca a presença de
nha de xampus para cabelos cres- uma nova modelo, para gerar maior
pos quimicamente tratados Seda Ke- identificação com a consumidora
raforce com Kerobá (extrato de fru- com esse tipo de cabelo. Os fras-
tas da Amazônia e proteína) e óleo cos são da Sinimplast e da Alpla.
de silicone, está chegando
ao mercado com nova fra-
grância e embalagens re-
novadas. As tampas, pro-
duzidas pela Caria e pela
Seaquist, estão com nova
cor, acobreada e cintilante,

Água em papel enquanto os rótulos, da


Baumgarten, trazem a
reciclado marca Seda em hot stam-
A Linha Águas de Natura de colô- ping dourado e uma nova
nias adotou embalagens de papel
cartão recicláveis e recicladas para
os seus produtos. Produzidas com o
Recheados PARA ELES E PARA ELAS
papelcartão Ecopack da Ripasa, renovados Belas embalagens e fragrâncias
masculinas e femininas são as car-
78% reciclado e 100% reciclável, as
tadas da Art-Bel Cosméticos para
embalagens têm impressão na parte
ganhar participação no mercado de
interna, valorizando o produto e
perfumes nacionais. Sob a marca Di
mantendo seu lado pardo do lado
Amante, a empresa está lançando
externo, refletindo um apelo ecológi-
as colônias He e She. Fornecidos
co. O cartucho possui uma tarja ho-
pela Wheaton, os frascos de vidro
rizontal no meio e foi impresso em
de 50ml dos produtos têm duas co-
duas cores, proporcionando um as-
lorações: lilás para o perfume femi-
pecto clean. Em destaque na emba-
nino, e azul para o masculino. Cria-
lagem há também o uso de alto re-
das pelo designer Marcos Eugênio
levo e informações em braile. A LU Aymoré acaba de renovar sua
Vega, as tampas das colônias, da In-
linha de biscoitos recheados. As gu-
com, remetem a diamantes. Para
loseimas sofreram alterações na for-
O novo logotipo mulação e agora trazem o recém-ba-
ressaltar ainda mais a marca aos
olhos do consumidor, as colônias
tizado índio Ayri, mascote da marca,
da Ypê gravado em alto relevo em cada uni-
ainda contam com cartuchos plásti-
cos da Sografe.
dade dos biscoitos. “O personagem
também interage com os produtos
nas embalagens, usando um biscoito
como prancha de surfe, por exem-
plo”, diz Sandra Rietjens, gerente de
assuntos corporativos da LU. De acor-
A Benchmark desenvolveu para a do com ela, o novo visual das emba-
Química Amparo o novo logotipo de lagens – do tipo envelope, fabrica-
sua marca de detergentes Ypê. Com das pela Itap Bemis – desperta maior
o objetivo de modernizar a marca, a appetite appeal e diferencia mais as
agência utilizou uma tipologia mais versões na gôndola. Ademais, ela
moderna e a ampliou o nome Ypê diz, “a presença do mascote permite
dentro da esfera do logotipo. Além uma identificação com as crianças,
disso, o slogan “Produtos de qualida- fiéis consumidoras dos biscoitos, em
de” passa a aparecer sob o logotipo. particular dos recheados”.

38 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


VCP lança novas embalagens do papel Copimax
A VCP – Votorantim Celulose e Papel – Para desenvolver o design da nova em-
está lançando as novas embalagens do balagem, trabalho que ficou a cargo da
papel Copimax, papel reprográfico para agência de design Müller & Associados,
impressoras e copiadoras. Um dos car- a VCP teve como base pesquisas feitas
ros-chefe da empresa, com 30% das junto aos clientes, contatos junto aos
vendas, a linha Copimax está substituin- distribuidores e também uma pesquisa
do a cor branca das embalagens dos realizada com embalagens de 60 mar-
papéis de 75 e 90 gramas, respectiva- cas de todo o mundo.
mente, pelas cores verde e azul. De acordo com a empresa, as novas
As novas embalagens, que têm forte im- embalagens são as únicas no mercado
pacto visual, permitem reconhecer facil- brasileiro com o novo sistema de sela-
mente os dois tipos de papéis, que gem a quente, Heat Sealing, que prote-
atendem diferentes segmentos de con- ge o produto da umidade, pois não usa
sumo – do grande público ao setor cor- cola para o fechamento.
porativo. Também fazem parte de As embalagens são 100% recicláveis,
uma estratégia de alinhamento da contando com o filme flexível BOPP
comunicação global da empresa, (polipropileno biorientado), em ambos
tanto no mercado interno quan- os lados, enquanto as embalagens dos
to externo. No desenvolvimento demais fabricantes nacionais restrin-
e lançamento dessas embala- gem-se a utilizar filme flexível (BOPP)
gens, a VCP investiu R$ 500 mil. mais papel.
Nestlé renova linha Maggi
Como resultado de uma mais serviços e informa- identificação. O novo
modernização e de um ções, como receitas e design, que pode inclu-
novo posicionamento, a dicas de uso, além de sive ser visto nas emba-
Nestlé resolveu reformu- estarem mais práticas e lagens de três novos
lar e padronizar a identi- atraentes. No novo lay- produtos (Caldo Bacon,
dade visual da chancela out, o nome de cada Base para Molho Bran-
Maggi FoodServices. produto é destacado na co e Tempero Gril) ficou
Assim, as embalagens parte frontal das emba- a cargo da B+G Desig-
da linha agora oferecem lagens, facilitando a ners.

SARA LEE INVESTE EM PACK INSTITUCIONAL


A grife Café do Ponto Cafe- ca, adotou-se uma pincela-
terie, da Sara Lee, destina- da em formato de “S”, que
da às lojas da marca, teve remete à fumaça, ao calor e
sua embalagem redesenha- ao aroma próprios do cafe-
da. O novo projeto gráfico zinho, além do fundo dou-
alinhou o design da emba- rado envolto por uma faixa
lagem ao do resto da famí- preta que embute a marca.
lia Café do Ponto e estabe- O novo visual veste as ver-
leceu um link com o concei- sões Cafeterie Grãos 1kg e
to visual das lojas. Como Cafeterie Grãos Torrados e
não compete diretamente Moídos 500g. Multicama-
nas gôndolas com outras das, numa estrutura que
marcas, o Cafeterie ganhou combina polipropileno e fil-
uma embalagem institucio- mes aluminizados, as em-
nal, sem ilustrações ou fo- balagens são da Embala-
tos. Para identificar a mar- gens Flexíveis Diadema.

Pacote da Shellmar
amplia mix da Glico
A Glico Alimentos, mada crocante e sem
detentora da marca gordura saturada
Ebicen, está lançan- nem colesterol. O
do o Croc-Cen, salga- produto chega às lo-
dinho assado feito de jas em flow packs de
amendoins, com leve 30g e 60g, fabricadas
sabor adocicado, ca- pela Shellmar.
ices

Apelo noturno
Garrafas de PET estréiam no mercado de bebidas ice
esmo que pareçam detalhes O plano é direcioná-las especificamente

M pequenos, certas peculiarida-


des do canal de venda podem
originar boas oportunidades
para se explorar através de uma
para pontos-de-dose e grandes eventos. “As
garrafas de vidro ainda continuam no nosso
portfólio, acondicionando cerca de 90% de
nossas ices, até pelo fato de ga-
apresentação de produto distinta. rantirem, pela alta escala de pro-
À primeira vista, isso soa ao ób- dução, maiores margens.”
vio ululante. Contudo, frente a de- Na adaptação para o PET, a
terminados lançamentos de mer- empresa priorizou a manutenção
cado que pegam carona nessa dos mesmos rótulos auto-adesi-
idéia, surge uma indagação ine- vos que ornam as versões em vi-
vitável: por que ninguém fez dro, produzidos pela Mack
antes? Um caso providencial Color, “por uma questão de
é a recente estréia de recipien- identidade”, como frisa Sál-
tes de PET no segmento das via. Tal premissa também jus-
bebidas ice, reduto que até tifica o formato da embala-
agora era dominado pelas gar- gem plástica, que emula o
rafas de vidro. perfil de uma garrafa de vidro
Ocorre que a produtora long neck, recipiente hege-
Flying Brasil resolveu vestir mônico no segmento de ices.
seus drinques Flying Ice, Tal formato foi obtido através
Flying Strong e Flying Love, de um projeto com a Alcoa.
baseados na vodca, com garra- “Demos amplo suporte ao de-
fas plásticas, ao perceber que em muitas senvolvimento dessas embalagens, até a
casas noturnas e em grandes eventos proí- viabilização correta de seu sopro”, comen-
be-se circular com garrafas de vidro à mão, ta Ricardo Vaz, gerente nacional da divisão
a pretexto de garantir a segurança do públi- de embalagens PET da Alcoa (que, como
co. Como ressalta Luca Sálvia, diretor de EMBALAGEMMARCA recentemente anun-
marketing da Flying Brasil, “muitas casas ciou, está sendo adquirida pela Amcor). As
noturnas costumavam entornar nossos pro- ices em plástico, que são engarrafadas
dutos em copos plásticos, para poder co- numa linha da paulista New Age Bebidas,
mercializá-los”. contam ainda com tampas plásticas da car-
teira da Tapon Corona.
Politicamente correta Por ora, as novas embalagens podem
Sabendo que a própria empresa perdia em ser vistas somente em algumas casas notur-
divulgação da sua marca com essa prática, nas, com as quais a Flying Brasil mantém
o marketing da Flying Brasil teve o insight contratos de fornecimento. No varejo – ao
Alcoa
da apresentação alternativa. “Não podería- (11) 4195-3727
que vale dizer que entre os sócios da Flying
mos ignorar a penetração do produto no www.alcoa.com.br Brasil estão os irmãos João Paulo e Pedro
ambiente noturno, onde há um maciço es- Paulo “Pão de Açúcar” Diniz – pretende-se
Mack Color
coamento das ices”, explica Sálvia. “E, (11) 6195-4499 manter o vidro. Outra idéia, diz Sálvia, é
nesse contexto, a versão em plástico é mer- www.mackcolor.com.br estabelecer parcerias com a clientela para
FOTO: STUDIO AG

cadologicamente correta.” projetos de reciclagem das garrafas de


Tapon Corona
Como o profissional deixa claro, a apre- (11) 3835-8622 PET. “São projetos bacanas, que trazem re-
sentação em garrafa de PET é para nichos. www.tapon-corona.com.br torno em visibilidade à marca.”

42 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


marcas

Cacife dividido o se fechar contratos de licenciamento para

A promover produtos, um dilema pode se abater


sobre as mais variadas indústrias. Vale mais a
pena utilizar, no ponto de vista do posicionamento, a
marca pela qual se está pagando royalties, ou seja, pu-
ramente estampar nas embalagens o nome da atração,
ou “subjugá-la” a uma marca pertencente à empresa?
Num interessante caso, uma linha de produtos está
transitando da primeira para a segunda opção, e por
razões estratégicas, segundo o seu fabricante. Ocorre
que a Homemade Alimentos conseguiu, no fim de
2002, o licenciamento para apadrinhar geléias com a
Turma da Mônica, direito até então pertencente à Uni-
lever, que comercializava seus produtos apenas como
Geléias da Turma da Mônica.

Opção pelo patrimônio


“Ao adquirirmos os direitos, ficamos na dúvida por
qual direção tomar”, rememora Edoardo Magli, diretor
da Homemade. No entanto, a empresa decidiu seguir
pelo caminho de investir numa marca “de casa” após
reflexões. “Sentimos que, a despeito do apoio dos per-
sonagens, ganharíamos um patrimônio e um diferen-
cial com uma marca só nossa”, explica o executivo.
O fabricante achou por bem criar uma nova marca,
“claramente direcionada ao mercado infantil”, nas pa-
lavras de Magli, para diferenciar os novos produtos
das linhas chanceladas pela marca Homemade, de per-
fil mais sóbrio e voltado ao público adulto. Desse
modo, a agência Tônica de Comunicação, além do vi-
sual das embalagens das novas geléias, projetou tam-
DIVULGAÇÃO

bém a imagem da marca infantil, batizada Purifruti.


A opção da Homemade fica clara pelo design dos
rótulos: o logotipo Purifruti é especialmente destaca-
do, e o nome “Turma da Mônica” se faz presente de
modo discreto. “Isso não impede que os personagens
Decisão da
apareçam com ultradinamismo, pois quisemos impri-
Homemade foi
destacar a marca mir movimento e abusar do universo presente nos
que criou para o quadrinhos”, afirma Sérgio Lopes, sócio-diretor da
público infantil Tônica de Comunicação.
Nesse sentido, o trabalho final traz as crias de
Nadir Figueiredo Maurício de Sousa em diversas situações e atitudes,
(11) 6967-1633
www.nadir.com.br
tanto nos rótulos auto-adesivos, impressos em seis co-
Prakolar
res em rotogravura pela Prakolar quanto nas litogra-
(11) 291-6033 fias das tampas metálicas, fornecidas pela Rojek. Para
www.prakolar.com.br servir de recipiente principal, a Nadir Figueiredo criou
Rojek um atrativo copo de vidro para a linha, com desenho
(11) 4447-7900
www.rojek.com.br exclusivo – predicado que, aliás, traduz o principal be-
Tônica de Comunicação nefício percebido com a criação da Purifruti: um bem
(11) 3082-5511 único, que ninguém tasca.
Agribusiness na mira
Especializada em soluções em pa- Uma década de fornecimento
pelão ondulado, a Frugis Embala- Grande fabricante de PET de dois litros –, a empresa hoje ex-
gens completou 75 anos em agos- de máquinas para o a Narita está come- porta seus equipa-
to. Para comemorar, a empresa setor plástico, espe- morando dez anos mentos, fabricados
investiu em uma nova linha de cialmente para o tra- de atividade. Além em sua sede de
produção de embalagens para balho com rótulos de prover soluções 8 000 metros quadra-
itens hortigranjeiros. Oferecendo manga – também ao mercado interno, dos de São Bernardo
serviços conjugados de impressão conhecidos como do Campo, na Gran-
flexográfica, a empresa, que há sleeves ou do tipo roll de São Paulo, para
um ano obteve a ISO 9001:2000, fed, que geralmen- diversos países.
quer ampliar sua atuação nesse te podem ser vistos (11) 4352-3855
setor, que atualmente representa envolvendo garrafas www.narita.com.br
5% de suas operações.

Big investimento
O jubileu da Rohm and Haas no Brasil
A Sacoplast, forte em sacos de Para festejar seus cinqüenta anos de ambientais. Em Jacareí, a empresa
polipropileno para uso industrial, atividades no Brasil, a Rohm and Haas lançou um projeto de revitalização da
como big bags, irá construir uma organizou uma série de eventos come- mata ciliar do Rio Paraíba, no trecho
segunda fábrica, em Caruaru (PE), morativos em agosto. Sob o tema De- que circunda sua planta industrial e
o que dobrará sua capacidade de senvolvimento Sustentável, que enfocou parcerias com a instituição Jacareí
produção. O investimento será de os tema de saúde, ambiente, ética e Ampara Menores (JAM) e com escolas
R$ 50 milhões. responsabilidade social caminhando estaduais e municipais. Já em São
juntos com o crescimento da empresa, Paulo, onde mantém seu escritório co-
Novo sítio I a fabricante de adesivos e especialida- mercial, a Rohm and Haas desenvol-
A Sonoco do Brasil, subsidiária da des químicas promoveu um jantar para veu campanhas sociais em parceria
americana Sonoco Products, fabri- clientes e fornecedores e um open hou- com a Associação Caminhando Juntos
cante de tubos e tubetes de pa- se e um café da manhã para autorida- (ACJ), como um fomento à doação de
pelão e plástico, iniciou a constru- des do Vale do Paraíba, em sua fábri- sangue e um concurso de engajamento
ção de uma unidade em Alfenas ca de Jacareí (SP). Paralelamente, fo- de jovens no mercado de trabalho.
(MG). Na nova unidade, a oitava ram intensificadas atividades sociais e (11) 5185-9000 • www.rhcis.com
do grupo no Brasil, serão investi-
dos R$ 3,85 milhões.
Vida prolongada garantida
Para alimentos que necessitam de dez ciclos para diferentes produtos e
Nov sítio II elevada proteção de sua integridade possui sensor eletrônico, que asse-
A agência paranaense Datamaker e alta shelf life, a Sunnyvale está gura absoluta precisão no controle do
Designers está lançando seu novo apresentando ao mercado novos grau de vácuo e quantidade de gás
web site (www.datama- equipamentos para embalar a vácuo injetado. Ela pode realizar somente
ker.com.br). Nele, o internauta ou com atmosfera modificada, fabri- selagem, vácuo mais selagem ou vá-
encontrará a história e os cases cados em aço inox pela parceira ita- cuo mais aplicação de gás e selagem.
da empresa e um e-zine com di- liana Tecnovac. A grande novidade é (11) 3048-0121 • www.sunnyvale.com.br
cas sobre design de embalagens, a embaladora a vácuo T 700bis
entre outras seções. (foto), digital, programável e com câ-
mara dupla. Sua bomba de vácuo é
Lucro I integrada e compacta, permitindo
A Dixie Toga anunciou um lucro lí- que a máquina seja deslocada para
quido de R$ 7,4 milhões no primei- qualquer setor produtivo. Outro des-
ro semestre, revertendo o prejuí- taque é a Quick 40, seladora de ban-
zo de R$ 2,97 milhões em igual dejas de diversos tamanhos e que
período do ano passado. A receita permite trabalhar com diferentes
líquida da empresa cresceu de R$ composições gasosas. Ela pode ope-
306 milhões para R$ 400 milhões rar em modo mecânico ou pneumáti-
de janeiro a junho deste ano. co, permite a programação de até

44 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Site dedicado para o “plástico-vidro”
Para demonstrar os
atributos de seu polí-
mero Eastar e os be-
nefícios de seu uso
pelas indústrias usuá-
rias de embalagens e
para os profissionais
de marketing e de-
sign, a Eastman Che-
mical Company está
lançando um site es-
pecial. Nele, a com-
panhia apresenta o
Eastar como uma al-
ternativa “fashion” e de alta tecnolo- comparando o toque entre os mate-
gia ao vidro para a obtenção de em- riais. “Vemos enormes oportunidades
balagens para produtos de luxo, prin- para novos desenhos utilizando o
cipalmente nos mercados de cosméti- material”, diz Burt Capel, gerente de
cos e artigos de cuidados pessoais. desenvolvimento de mercado da Eas-
Além de apresentar aplicações co- tman para cosméticos. Segundo ele,
merciais atuais do polímero, o site alguns dos destaques do Eastar são
oferece um desafio ao visitante: a facilidade de decoração e o fato de
apontar a diferença entre embala- ele não estilhaçar, o que garante se-
gens feitas de vidro e as feitas com o gurança no transporte e comodidade
Eastar. Os visitantes do site podem ao consumidor em viagens.
solicitar uma amostra para exame, www.theglasspolymer.com

Tubos atraentes com rotogravura


A chilena Alusa, que possui es-
critório de vendas no Brasil, está
divulgando o início do forneci-
mento de uma tecnologia de im-
pressão em espiral para embala-
gens multifolheadas do tipo fibra-
lata (canisters). O sistema de im-
pressão utilizado é a rotogravu-
ra. De acordo com a Alusa, a in-
tenção é fornecer todo o conjun-
to – rótulo, laminado interno e
tampa – às empresas usuárias,
que apenas formam a embala-
gem. Um dos clientes que já
vem sendo provido pela Alusa
com essa aplicação é a chilena
Corpora Tresmontes, que utiliza
canisters para embalar snacks.
(11) 5093-6511
alusabr@alrbrasil.com.br
Alento para itens frágeis
Para a proteção de pro- nadas com papel kraft, para a prote-
dutos durante proces- ção de itens como móveis, vidros e
sos de transporte, espelhos. Em redes, são ideais para
uma boa alternativa embalagens de despacho de frutas
pode ser o uso das “for export”, garrafas, produtos labo-
espumas de polietileno ratoriais, autopeças, produtos de ce-
expandido de baixa densidade da râmica, cristais etc. “O material foi
Vick. Totalmente recicláveis, elas desenvolvido para atender a uma
têm fácil processamento, podendo demanda de um mercado que cres-
ser cortadas, termo-seladas e grava- ce a cada ano cerca de 40%. Na
das. Elas são fornecidas como bas- substituição de outros materiais, há
tões, mantas, redes ou tubos. Como queda de custo no processo produti-
mantas, podem ser filmadas, alumi- vo”, argumenta Sílvia Orrú, gerente
nizadas (prata ou dourado), ter tra- de marketing da Vick.
tamento antiestático e ser co-lami- (11) 3871-7888 • www.vick.com.br

Relançados para Consumo aparente de resinas cai


“squeezable” O fraco desempenho econômico no dos de matéria-prima, formados em
De olho no segmento de frascos do Brasil entre janeiro e junho deste função da alta do dólar e das osci-
tipo squeezable (“apertáveis”), a No- ano comprometeu a performance lações do preço do petróleo. Contu-
velprint está relançando, com aprimo- dos produtores de resinas termo- do, as indústrias consumidoras de
ramentos, uma linha de rótulos espe- plásticas. De acordo com o Sindica- plástico não corresponderam às ex-
cialmente desenvolvida para esse tipo to das Indústrias de Resinas Sinté- pectativas, afetando assim as ven-
de embalagem. De acordo com Osval- ticas no Estado de São Paulo (Si- das internas de resinas. Uma delas,
do Belintani, superintendente técnico resp), o consumo aparente – produ- segundo o Siresp, foi a de embala-
da empresa, o novo material auto-ade- ção mais as importações, menos as gens, que apresentou retração de
sivo se adapta com facilidade aos fras- exportações – neste primeiro se- 5,5% nos cinco primeiros meses de
cos, conferindo uma apresentação di- mestre foi de 1 616 565 toneladas, 2003. Apesar do quadro desfavorá-
ferenciada, mais durável e resistente uma queda de 1,68% em relação ao vel no primeiro semestre, o setor
mesmo período de 2002. O setor foi de plásticos acredita que neste ano
ao manuseio, além de permitir o uso
particularmente atingido no segun- haverá crescimento entre 5% a 6%
de recursos de impressão mais elabo-
do trimestre. Transformadores co- no consumo aparente de resinas.
rados, tais como hot stamping e degra-
meçaram abril com estoques eleva- (11) 287-2619 • www.siresp.org.br
dês. Fornecidos em bobinas, os rótu-
los da Novelprint podem ser impressos
em até dez cores. A empresa oferece Suzano conquista dois prêmios Aberje
o sistema de aplicação automático e a A Cia. Suzano de Papel e Celu- em formato de livro, que busca
assistência técnica permanente. lose conquistou dois prêmios da levar a literatura a todos os con-
(11) 3768-4111 • www.novelprint.com.br Aberje – Associação Brasileira textos, inclusive financeiro. Com
de Comunicação Empresarial – o resultado, a empresa já está
São Paulo, nas categorias inova- classificada para o Prêmio Aber-
ção, com a Revista Idéia, publi- je Brasil 2003, em novembro.
cação bimestral, lançada há O Relatório de Administração foi
dois anos, que alia informação criado pela Gabarito de Marke-
e design na divulgação dos pro- ting Editorial. Na revista Idéia, a
dutos da empresa; e Relatório X-Press Assessoria em Comunica-
de Administração, com Relatório ção responde pela elaboração
de Gestão Empresas Suzano do conteúdo, e o design e a di-
STUDIO AG

2002, reescrito por imortais da reção de arte do projeto são da


Academia Brasileira de Letras, artista plástica, Helga Miethke.

46 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


Agenda Reciclato agora no escritório
A Abigraf espera reunir mais de mil Lançado em 2001 como o primeiro que foi lançada, é destinada a projetos
empresários durante o XII Congraf – papel 100% reciclado produzido em sociais e ambientais do Instituto Eco-
Congresso Brasileiro da Indústria escala industrial no Brasil, o Recicla- futuro, ONG criada pela própria em-
Gráfica, que será realizado entre os to, da Cia. Suzano de Papel e Celulo- presa com o intuito de promover o de-
dias 16 e 18 de outubro de 2003, se, acaba de ganhar uma versão vol- senvolvimento sustentável no Brasil.
em Goiânia (GO). Além de work- tada ao mercado corporativo, que www.suzano.com.br
shops técnicos e palestras com aná- hoje representa 55% do consumo de (11) 3037-9000
lises e debates macroeconômicos, o papel no Brasil. Produzido em forma-
evento contará com a I Feira da In- to cut to size, o produto será vendido
dústria Gráfica do Estado de Goiás. em dois tamanhos (A4 e carta), em
embalagens com 500 folhas. Segun-
Photoshop na rede do a empresa, todas as aparas usa-
Está no ar o website photo- das na produção do Reciclato são ad-
pro.com.br, que é dedicado aos quiridas de cooperativas de catado-
res. A Suzano informa ainda que par-
usuários do Photoshop, software de
te da renda obtida com a marca, cuja
criação e edição de imagens digitais
produção cresceu sete vezes desde
da Adobe. A página conta com no-
tícias, dicas, informações, além de
uma série de serviços exclusivos a Sede nova, vida nova
assinantes. O projeto foi idealizado A Heidelberg anunciou em agosto a mudança de endereço de sua sede brasi-
por Alexandre Keese, que há anos leira. O novo prédio da empresa passa a ocupar uma área de 3 000 m2, que
ministra cursos e palestras sobre o abriga os departamentos administrativo, técnico, comercial e logístico. Locali-
zada na capital paulista, a nova instalação servirá de base para as operações
aplicativo.
regionais de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Rio de
Janeiro, além de ser o ponto de apoio de todos os escritórios latino-america-
Papéis para escritório
nos da Heidelberg. Atualmente, a empresa conta com um time de 120 técni-
A PrintLife inaugurou um novo cen-
cos e mais de 12 000 itens de peças em estoque no Brasil.
tro de produção de papel, que ofe-
www.br.heidelberg.com • (11) 5525-4500
recerá bobinas de fax, formulários
contínuos e etiquetas auto-adesivas Para vender lá fora
para impressoras laser e ink jet. A
A VCP – Votorantim Celulose e Pa- dade para 1,5 milhão de toneladas
empresa investiu 950 000 reais na
pel – comemorou em agosto a con- ao ano. O aumento das exportações
unidade, que fica localizada em
clusão do processo de moderniza- é um dos alvos principais do investi-
Osasco (SP), próximo ao Rodoanel. ção da Unidade Jacareí, que havia mento. A idéia é aumentar as ven-
sido iniciado em 2001. Sob a sigla das internacionais das atuais
Versão para download P-2000, o projeto consumiu 490 mi- 270 000 para 800 000 toneladas ao
A Heidelberg incluiu em sua página lhões de reais e elevou a capacida- ano. Diferenciais competitivos não
na internet (www.heidelberg.com) de de produção de celulose da uni- faltam para a meta. Além do aporte
uma versão gratuita do Supercolor em modernização de proces-
1.0, aplicativo que gerencia a con- sos, fatores como o clima e o
versão das tabelas de cores usadas solo brasileiros fazem com que
nos arquivos PDF para impressão o custo médio de produção de
em policromia. A empresa afirma celulose da empresa gire em
que, além de suportar a conversão torno de 140 dólares a tonela-
automática de RGB para CMYK e da. Segundo a VCP, em países
cores spot, o Supercolor elimina os como os Estados Unidos, Es-
contratempos que ocorrem quando panha e Portugal, esse valor
pode atingir até 300 dólares.
há problemas na definição de cor
www.vcp.com.br
nos arquivos PDF.
(11) 3269-4028

48 – EMBALAGEMMARCA • set 2003


mercado

Investir e crescer
Alheia à crise, Antilhas inaugura nova sede com otimismo
tão esperado “Espetáculo do

O Crescimento”, propalado pelo


atual presidente da República,
ainda não aconteceu para boa
parte do setor produtivo, gerando a lamú-
ria dos industriais brasileiros. Mas há
também quem não possa se queixar. No
final de agosto, quando o balanço do PIB
(Produto Interno Bruto) do segundo tri-
mestre de 2003 acusava um recuo de
1,6% em relação aos três primeiros meses
do ano, a Antilhas – Soluções Integradas
para Embalagens inaugurou oficialmente
sua nova sede, para onde já se mudara
cerca de um mês antes. Os números são
impressionantes, e dão uma dimensão do
bom momento que vive a empresa. presa. O que chama a atenção é que, em
Ocupando uma área de 40 000 m2 no 2002, a Antilhas já crescera cerca de 18%.
município de Santana de Parnaíba (SP), Qual o segredo dessa ilha de prosperidade
com 22 000 m2 de área construída, a nova num mercado estagnado e beirando a re-
sede consumiu investimentos da ordem de cessão? Na explicação de Groke, esse vi-
22 milhões de reais, aos quais se somaram gor é resultado da estratégia da empresa
outros cerca de 12 milhões em equipa- de diversificar seus mercados de atuação,
mentos. Com isso, a empresa colocou e de buscar nichos com maior valor agre-
num mesmo local os seus mais de 300 Nova sede da
gado. “Nossa gama de produtos é muito
Antilhas: R$ 22
funcionários que trabalhavam em cinco ampla, pois buscamos oferecer soluções milhões para
unidades diferentes, uma integração que integradas de embalagem.” O diretor co- integrar as cinco
traz ganhos logísticos e agiliza o trabalho. mercial ressalta que a Antilhas monitora unidades da
empresa
A propósito, em seu discurso de sauda- as tendências nos mercados de seus clien-
ção aos mais de 200 convidados presentes tes, para estar preparada para atender de-
à festa de inauguração, Valter Marques mandas futuras. Outro fator que impulsio-
Baptista, diretor presidente da Antilhas, nou esse crescimento foi, segundo Groke,
destacou algumas das características que o bom desempenho de alguns clientes no
colocam a nova fábrica entre as mais mercado externo. “Quando eles exportam,
avançadas indústrias gráficas do mundo nós exportamos junto.”
(tais como um avançado sistema de pre- Outra curiosidade destacada por Marques
venção e combate a incêndio e a edifica- Baptista é a volta, literalmente por cima,
ção de uma área isolada para manuseio de às origens. Fundada em 1989, em Barueri
tintas, vernizes e solventes) e a preparam (SP), como mais uma pequena gráfica da
para continuar na sua trajetória de cresci- região metropolitana da capital paulista, a
mento. empresa ganhou o nome da rua que a abri-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

“Nossa expectativa é terminar 2003 gava. Catorze anos depois, com a nova
com um aumento em vendas superior a sede, o caminho se inverteu. Agora o
Antilhas
25% em relação ao ano passado”, diz novo logradouro é que foi batizado de (11) 4152-1100
Maurício Groke, diretor comercial da em- Alameda Antilhas. www.antilhas.com.br

set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 49


Almanaque
Símbolo do tradicionalismo inglês
Oriundo de uma família de seu café, Thomas colocou a
tecelões, Thomas Twining imagem de um leão dourado,
tornou-se comerciante em vir- que permanece como símbolo
tude de uma crise econômica. da empresa. Em 1787, seu fi- bolo distintivo: o nome Twi-
Em 1706, comprou uma cafe- lho e herdeiro, Richard, deu nings (sem apóstrofe), com
teria em Londres que viria a ares mais grandiosos à facha- uma tipologia que até hoje
se tornar, provavelmente, a da. O leão dourado recebeu a enfeita as embalagens da
primeira empresa a comercia- companhia de dois chineses, marca. Há mais de dois sécu-
lizar chás no mundo, imorta- para remeter às origens dos los em vigor, é o logotipo
lizada no sobrenome de seu produtos comercializados na ainda em uso mais antigo do
fundador. Sobre a porta de loja. Criou também um sím- mundo.

A vã mania de Vale mais prevenir…


mutilar latinhas Seja sob a justificativa de se
“adequar à linguagem da cate-
de avisar em suas embalagens:
“Imitation of label graphics is a
As chamadas lendas urbanas, nasci-
goria do produto” ou para con- punishable offence”. Traduzindo:
das não se sabe como, por vezes po-
fundir mesmo o consumidor, avo- imitar o grafismo do rótulo é cri-
dem criar verdadeiras dores de cabe-
ça. Que o diga a Associação Brasileira lumam-se no mundo inteiro os me passível de punição. Se a
do Alumínio (Abal), cujos telefones e casos em que grafismos de em- moda pega por aqui…
e-mails vivem atolados com pedidos balagens são imitados pela con-
de informações sobre como proceder corrência – ainda mais num pe-
para vender lacres de latas de bebi- ríodo em que as marcas se multi-
das. Ocorre que se espalhou a lenda plicam na velocidade dos coe-
de que 1 quilo dos anéis das lati-
lhos. Por isso, algumas empresas
nhas, “poupado” numa garrafa de
já vêm arregaçando as mangas
PET de dois litros, valeria mais de
200 reais no mercado da reciclagem.
para frear o ímpeto plagiador.
Só que, como a Abal esclarece, os la- Um exemplo vindo da Índia ilus-
cres, soltos, não têm valor comercial. tra essa preocupação. Os
As recicladoras processam as latas sabonetes Breeze, da
inteiras com ou sem os lacres, mas Hindustan Lever, tratam
não os compram separadamente,
pois podem se perder durante o
transporte e a peneiragem do mate- …do que remediar
rial. Aliás, como ressalta a entidade, Se pegar, e se houver rigor na sileiro. A providencial foto aqui
o sistema atual de abertura das lati- aplicação de uma hipotética Lei reproduzida é do livro Como
nhas – o stay-on-tab, ou “tampa eco-
industrial, diversas indústrias Criar Identidades Visuais Para
lógica”, apelido ganho no Brasil – foi
irão respirar aliviadas. Entre Marcas de Sucesso (Rio Books),
adotado justamente para manter o
anel preso à tampa. elas, sem sombra de dúvi- de Gilberto Strunck.
da, estará a L.R. Cia.
Brasileira de Produtos
de Higiene e Toucador,
a fabricante do tradi-
FOTO: FERNANDO MAFRA

cionalíssimo cosméti-
co Leite de Rosas,
cuja identidade visual
é das mais “clona-
das” no cenário bra-

50 – EMBALAGEMMARCA • set 2003

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