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ÁGUA MAIS CARA DO QUE PETRÓLEO?

Outro dia li no site um artigo da grande economista Amyra El Khalili, do Projeto CTA-BECE, que
foi publicado no ano de 2006, e acabou de ser reproduzido no Blog do jornalista Luiz Carlos Azenha
(1) quando os todos se focam apenas na especulação financeira mundial. Podemos ressaltar a
clareza de seu diagnostico que pode até ser considerado um pouco profético, afinal, enquanto uma
minoria de especuladores jogava com dados bilionários em bolsas de todo o mundo e de forma tão
criminosa e irresponsável já que usaram recursos e dinheiro duramente adquirido ao longo de vidas
inteiras, outros já começavam a especular como será o futuro da humanidade diante da aposta
certeira que é uma perspectiva de grande escassez da água potável.

Aparentemente, nos últimos dias, o mercado parece estar um pouco mais calmo depois das
fortes intervenções implementadas em todos os continentes, providencialmente capitaneadas pelo
governo pelo americano e que visaram resgatar a credibilidade do sistema financeiro mundial. Pena
que uma das conseqüências mais diretas é a subida do preço do barril de petróleo em função da
demanda de compra por parte dos investidores com medo de mais prejuízos e ou bancarrotas dos
bancos.

De outro lado, o aumento da falta de água potável no mundo vem tornando-a cada vez mais valiosa
do que o petróleo. O índice Bloomberg: World Water Index, de 11 empresas do setor, registrou o
rendimento anual de 35% desde 2003, em relação aos 29% das ações de petróleo e gás e aos 10%
do índice Standard & Poor’s 500 (1).

O Brasil ainda está numa posição mais confortável que os outros países mas já deveríamos estar
combatendo o imenso desperdício que vemos todos os dias em nossas cidades. Para os brasileiros
ainda prevalece fortemente o sentimento cultural de que nossos mananciais hídricos são ilimitados.
Isso tem de mudar urgentemente.

Tambem já se sabe que lutas encarniçadas vão se iniciar num tempo não muito distante pela água
potável e em áreas aparentemente tranqüilas sob o ponto de vista geopolítico. Mas, bastará rarear a
água potável para esta aparente calma se inverter. Temos um exemplo relativamente recente quando
Israel invadiu as Colinas de Golan, na Síria e a Cisjornânia, visando garantir o acesso das águas
canalizadas do rio Yarmü, que deságua no mar da Galiléia e marca a fronteira entre Síria e Jordânia.
Esta invasão teve como um de seus maiores fatores o fato de que o mar da Galiléia é a principal
fonte de águas superficiais de Israel e dele parte uma rede de canais e dutos, o aqueduto Kinneret-
Negev, levando água para o sul deste belicoso país. È facil avaliar que dificilmente os israelenses irão
prescindir destas areas já que qualquer geografo sabe que as colinas de Golan controlam 30 por
cento dos recursos hídricos que servem Israel.

Tambem é notório que Síria e Jordânia anunciam planos de represar o cito rio Yarmük, em Maqarin.
Israel já manda avisar que destruirá qualquer reservatório que estes paises pretendam construir, já
que teme que o Yarmüt reduza o volume de água que Israel pode extrair do mar da Galiléia. Parece
que a guerra mundial da agua está so começando.....

(1) http://www.viomundo.com.br/
(1) http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/agua-e-petroleo-a-mesma-moeda/
(2) http://www.akatu.org.br/central/noticias/2006/06/1497/

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