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GRUPO DE TRABALHO FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CULTURA

Ata da Reunião do Grupo de Trabalho de Financiamento Público de


Cultura definido no I Fórum Estadual de Cultura de Goiás. Aberta a
terceira reunião do Grupo de Trabalho, às 15:30h do dia 07 de maio do
ano em curso, pelo coordenador do Grupo de Trabalho, Marcelo
Carneiro, constatou-se as seguintes presenças: Sandro Di Lima, Elaine
Noleto, Wolney Unes, Marcelo Carneiro e Marcos Fidélis, membros do GT
e, como convidado, Vanderlei Cassiano Lopes Júnior, gestor perante a
Lei Goyazes. Justificou ausência Fabrício Nobre. O membro do GT
Leopoldo Veiga Jardim não encaminhou correspondência justificando
seu não comparecimento. Inicialmente os membros presentes à primeira
reunião apostaram assinatura na Ata. Marcelo Carneiro fez relato da
pauta definida na reunião anterior, onde teríamos falas pelo tempo de
10 (dez) minutos: primeiro do convidado Vander sobre o procedimento
da Lei Goyazes, posteriormente Wolney Unes falaria da sua visão,
enquanto membro do Conselho de Cultura, sobre a Lei Goyazes e por
último, Elaine Noleto referente ao relatório entregue à Presidenta da
AGEPEL no tocante à Lei Goyazes. A princípio Elaine informou que não
foi oficiado a SEFAZ para encaminhar representante à reunião, mas que
o faria para a semana seguinte. Antes das falas definidas, Marcos Fidélis
sugeriu que fosse realizada uma espécie de audiência pública sobre a
Lei Goyazes, onde as pessoas fariam previamente suas inscrições através
do e-mail e manifestariam sua experiência e sugestões sobre as
mudanças a serem feitas na lei ou regulamento. Sandro Di Lima se
posicionou contra esse chamamento, afirmando que o Fórum nos
incumbiu de levantar as propostas para os assuntos referentes ao
financiamento público de cultura e que teríamos que atender a
demanda repassada. Sugeriu então que, através da AGEPEL, quando
da realização da devolutiva do Fórum, definida, a princípio para o mês
de julho, fosse realizado um colóquio onde as sugestões seriam
encaminhadas. Marcelo Carneiro opinou pela realização da audiência
pública em data extraordinária às reuniões do GT, mas que fosse
programada posteriormente às discussões da Lei Goyazes, do Fundo de
Cultura e do orçamento da AGEPEL. Apesar das divergências, nada
ficou definido a respeito da audiência sugerida.Marcus ficou de
encaminhar uma proposta por e-mail. Passada à palavra ao Vander
para relatar sobre o procedimento da Lei Goyazes, este fez um relatório
dos seis documentos entregues a todos naquele momento, onde
constam os procedimentos e diagnósticos da Lei Goyazes, através de

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pedido solicitado pelo atual Diretor de Ação Cultural, situação que, a


seu ver, trouxe oportunidade de expor e tentar solucionar pontos de
estrangulamentos da lei de incentivo à cultura. Para tanto apresentou o
diagnóstico dois em que as planilhas orçamentárias deveriam ser
avaliadas com maior critério, antes de encaminhar os projetos ao
Conselho de Cultura, afirmando que antes o Conselho fazia orientação
orçamentária, mas a Diretoria de Ação Cultural nunca atendia às
recomendações, razão pela qual o Conselho deixou de fazê-lo.
Retomando ao procedimento informou que ato posterior encaminha-se
o projeto ao Conselho que os julga no prazo de 90 (noventa dias) e os
devolve, na medida em que os projetos vão sendo decididos para
cumprimento de diligências no prazo de 15 (quinze dias), que devolvidos
ao Conselho, este emite resolução contendo o resultado final da
avaliação dos projetos e os devolve à Diretoria de Ação Cultural com
parecer avaliativo individualizado. No terceiro diagnóstico, Vander
coloca que o Conselho de Cultura poderia avaliar possibilidade de
maior agilidade nos julgamentos ou evitar extrapolação do prazo de 90
dias. Na fase seguinte, encaminha-se à Diretoria de Ação Cultural para
elaboração de Portaria e resumo de cada projeto contendo ação e
valor, a serem publicados no Diário Oficial do Estado e emissão de
certificado de aprovação entregue aos proponentes. No quarto
diagnóstico o gestor da Lei Goyazes afirma que deveria ser considerada,
na avaliação orçamentária das planilhas de projetos aprovados, a
disponibilidade orçamentária da Lei Estadual para o ano de referência e
excluir sob qualquer circunstância, a possibilidade de retificação de portarias
da aprovação a critério do Diretor de Ação Cultural e da Agepel, com
objetivo de aumentar o valor limite de captação inicialmente atribuído a cada
projeto. Caso haja interesse em maiores quantias de recursos, o proponente
deveria encaminhar normalmente novo projeto para avaliação, seguindo o
rito ordinário previsto pela lei. Deveria também ser revista a possibilidade, dada
nestes últimos anos como via de regra pela Diretoria de Ação Cultural da
Agepel, de revalidação de projetos aprovados em datas anteriores a 2008, o
que garante uma espécie de renovação ao infinito de seus prazos de
execução, posto que se fossem consideradas todas as propostas aprovadas
como virtualmente válidas, o limite orçamentário seria sempre insuficiente em
qualquer projeção orçamentária futura, por mais otimista que ela fosse; no
quinto diagnóstico argumenta que a diretoria de ação cultural deveria
acompanhar com maior rigor a execução dos projetos, inclusive com a
contratação de auditoria externa pela Agepel, contratação a qual

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acredita ser possível pela utilização de recursos próprios da Agencia ou


com a possibilidade da utilização de recursos oriundos de taxa de
administração do Programa, conforme previsão legal de receita,
instituída pelo art. 3° do Decreto n° 5.362/2001, destinada legalmente à
administração do Programa Goyazes. Após etapa de publicação e
emissão de certificado de aprovação do projeto abre-se o periodo para
a captação de recursos e encaminhamento das solicitações de
patrocínio ao protocolo da Agepel. É elaborado relatório financeiro
contendo identificação do projeto, empresa patrocinadora e valor a ser
patrocinado. Antes de encaminhar as solicitações à Sefaz os pedidos
são conferidos quanto ao prazo de sua entrega e correção da
documentação do patrocinador e prestação de contas do projeto. Às
vezes o diretor de ação cultural, para respeitar os limites impostos pela
SEFAZ com relação ao orçamento mensal, deve reter algumas das
solicitações, como forma de obedecer a este limite e assim encaminhar
para a Sefaz o equivalente a quantia de R$240.000,00 mensais, fato que
não ocorre desde setembro de 2008 pela suficiência dos limites
orçamentários mensais em vista das solicitações recebidas. No último
diagnóstico argumenta que deveria ser aumentado o limite imposto
pelo Estado pelo menos até aquele estabelecido pela legislação, ou
seja, 10.000.000,00 anuais, a fim de atender a demanda existente e rever
os benefícios fiscais oferecidos ao patrocinador, como defendido pela
SEFAZ, com objetivo de criar uma vantagem fiscal condizente com a
realidade orçamentária estadual e proporcional ao patrocínio
concedido, nos moldes da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Vander,
também, afirma que acha impossível elasticidade/diferenciação de
prazos para captação/realização e informa que a Instrução Normativa
da SEFAZ caminha nesse sentido, apesar de que, em quase totalidade
dos projetos não é possível cumprir os prazos, em vista sobretudo da
dificuldade e demora em obtenção de patrocínio junto aos
contribuintes do ICMS além do que, na sua análise, a avaliação de
prestação de contas tanto da AGEPEL quanto da SEFAZ deixam a
desejar. No tocante ao procedimento da cobrança dos projetos
inadimplentes argumentou que até 2004 a AGEPEL homologava o
projeto sem prestação de contas, sendo que a partir daquele ano, a
empresa (patrocinador) obrigou-se a fazer requerimento para a SEFAZ e
então vinculou-se a homologação do projeto à prestação de contas.
Passada à palavra ao membro do GT e representante do Conselho de

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Cultura, este informou que o Conselho funciona com 06 cadeiras, sendo


assim divididas: musica, literatura, artes cênicas, audiovisual, artes visuais
e patrimônio. Dentre as ações do Conselho tem-se o prêmio Jaburu e as
Revistas do Conselho, dentre outras. Wolney entende o Conselho, como
sendo órgão de assessoramento cultual e não apenas como analista de
projetos da Lei Goyazes; que o conselho é formal, perfeitamente
embasado, as reuniões são prazerosas, todavia pouco acaloradas em
termos de discussões e/ou divergências e que tem bastante
representatividade. Todavia, o Conselho dedica muito tempo à Lei
Goyazes e não sobra tempo para discutir as demais funções a ele
inerentes. Do ponto de vista do funcionamento possui quatro câmaras
técnicas permanentes e, atualmente, três câmaras extraordinárias,
dentre elas, de legislação, para propor modificações no regulamento do
Conselho de Cultura e outra com o fim de manter contatos com
entidades culturais atuantes na sociedade. Afirmou que a demanda de
música de projetos analisados pelo conselho abrange cerca de 40%
entre 60% dos projetos avaliados, abrange a grande maioria dos
projetos. Quanto ao processamento, após distribuído ao relator, o
Conselheiro faz relatório à Câmara Temática que o aprova ou não e o
Plenário do Conselho o decide em última instância. Argumenta que o
conselho vive uma crise em relação a seu papel em razão da
exacerbada demanda da Lei Goyazes. Além disso, o conselho não se
preocupa apenas com a questão estética dos projetos, tentando dar
relevância ao conteúdo. No que se refere ao orçamento, a posição de
Wolney, enquanto conselheiro, é de que a AGEPEL deveria criar a
Câmara ou Comissão para avaliar a questão orçamentária dos projetos,
e que a classificação dos projetos deveria ser feita por prioridades.
Afirma que o Conselho trabalha com uma lei que contém sistema misto,
que adequou o que havia de ruim da lei Rouanet e da lei de incentivo
municipal, fato que tem como conseqüência a constatação de que o
Conselho não está definindo os projetos culturais a serem beneficiados
pela Lei Goyazes, e sim, fazendo uma triagem para que o captador
faça definição dos projetos a serem beneficiados e que tal ocorrência é
frustrante para o Conselho de Cultura de Goiás. Segundo Wolney as
soluções seriam: lançamento de editais periódicos; triagem cultural,
encaixe do que é bom e encaminhamento mediante nota do Conselho
para a AGEPEL/Estado de Goiás para priorizar tais projetos culturais.
Dessa forma, a responsabilidade seria do Estado de decidir a quem

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beneficiar em projetos culturais. Repassada a palavra o Vander fazer as


considerações finais este afirma que o grande problema da Lei Goyazes
é falta de equipe para administrar o programa e salienta que desde a
edição da lei, apenas 50 empresas se interessaram pelo investimento em
cultura através do mecanismo do mecenato. Repassada, novamente, a
palavra ao Wolney este assevera que a falta de um balanço do impacto
da Lei Goyazes na cultura do Estado, em seus nove anos de existência,
não deixa o setor à vontade para brigar pela Lei Goyazes tal como ela
se apresenta e que tem emergido algumas ideias no Conselho como
limitar os orçamentos dos projetos, por mais absurdo que isso pareça.
Após apresentação de ambos, definiu-se que Elaine faria sua
explanação na próxima reunião e, portanto, passou-se para as
perguntas e considerações finais sobre tudo que foi exposto. Sandro Di
Lima disse que a Lei Goyazes poderia ter formato enxuto, que há
ausência de banco de dados sobre a lei, que é preciso fazer um
redimensioamento dos projetos e seu impacto social, em razão da luta
da classe cultural para aprovação dessa lei e levantou preocupações
quanto aos desvios anteriores ocorridos na administração da lei, além de
constatar que a Lei Goyazes tomará bastante tempo do GT. Marcus
Fidelis afirmou que para efeitos penais e de improbidade, quem atua
neste GT é equiparado a servidor público. Diante disso, e da aparente
desconsideração aos princípios constitucionais da moralidade e da
impessoalidade na operacionalização da lei, pelo que já fora visto,
ainda que não seja determinada uma auditoria, achava importante
oficiar o TCE e Controle Interno para que relatassem, a fiscalização
desses órgãos quanto aos projetos da Lei Goyazes. Sando Di Lima se
manifestou contrário a tal posicionamento, em razão da dificuldade de
fiscalização, e que o certo seria estabelecer, a partir de agora, controle
social e controle interno. Elaine se manifestou pelo controle a partir de
agora, tanto social, interno, externo e sugeriu que os projetos e suas
prestações de contas fossem disponibilizados no site da AGEPEL para
garantir maior transparência. Sobre o assunto definiu-se que não iríamos
oficiar os órgãos citados, mas que Elaine faria contato informal, na
tentativa de obter informações sobre o assunto, trazendo resposta na
próxima reunião. Marcelo Carneiro manifestou-se afirmando que houve
condução governamental equivocada da Lei Goyazes, mas que o
Conselho de Cultura hoje é forte em razão da Lei de Incentivo, além do
que se for criada Comissão dentro da AGEPEL para avaliar a parte

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orçamentária dos projetos que isso enfraqueceria o Conselho, de modo


que esta tem que ser criada dentro do Conselho; que as indicações da
sociedade civil para o Conselho de Cultura devem ser feitas por
audiência/fórum para garantir suas legitimidades. Por fim que era
necessário pensarmos como direcionar as próximas reuniões para
garantirmos, minimamente, as discussões da Lei Goyazes e do fundo de
cultura. Sandro Di Lima afirmou que, mesmo que seja por estimativa, é
necessário sabermos até onde a lei de incentivo atingiu o público alvo,
ficando, pois, definido que o Vander traria tais informações para a
próxima reunião. Argumentou, ainda, que era necessário pensar num
mecanismo de ampliar a visibilidade dos projetos executados. Algumas
questões colocadas em reunião formaram consenso entre os membros
do GT, são elas: que os resultados da lei seriam culturalmente melhor
definidos com o lançamento de editais; que é fundamental modificar o
modo de prestação de contas da lei, com equipe capaz de avaliar os
projetos; que a taxa de administração da lei deve ser aplicada,
conforme previsão legal e por fim, que os produtos dos projetos da Lei
Goyazes devem ser encaminhados ao Conselho. Finalizando os
trabalhos, Marcelo Carneiro, relatou a preocupação dele e de alguns
membros com as reiteradas ausências do Fabrício Nobre, que apesar de
justificar em razão de trabalho não pode ficar sem resolução pelo GT,
além da falta de respaldo do representante da ACIEG ao GT,j já que a
contribuição desta entidade para os trabalhos do GT foi entendida
fundamental pelo Fórum de Cultura, de modo que ficou definido que
seria oficiada a Presidência da AGEPEL sobre tal situação, além de
comunicar-se ao próprio e ao Leopoldo, sobre a necessidade de suas
presenças nas próximas reuniões, tendo em vista já estarmos chegando
à metade delas. Por fim, definiu-se que continuaríamos na discussão da
Lei Goyazes enquanto ponto de pauta para a próxima reunião, ficando
o Vander de já convocado. Após, encerrou-se a presente, onde foi lida
e conferida a presente ata, lavrada e assinada por mim que secretariei
os trabalhos, e pelos demais membros e convidado.

Goiânia, 07 de maio de 2009.

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