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RELATÓRIO:
Trata-se de denúncia trazida a esta Corte de Contas em 10/10/2007 pelas Sras Maria de Fátima
Barros de Queiroz Ramos e Maria do Carmo Arruda Melo, Vereadoras da Câmara Municipal de
Soledade, contra atos de responsabilidade do Prefeito da referida Edilidade, na pessoa do srO José
Ivanildo Barros Gouveia, referente aos exercícios de 2005, 2006 e 2007.
Em 19/11/2007, foram formalizados os presentes autos, e, por determinação da Presidência (fI. 106),
passou-se a averiguar os fatos denunciados relativos ao exercício de 2005, posto que os demais
serão tratados em processos à parte.
A Auditoria em seu relatório (fls. 110/113), posicionou-se como se segue:
1. No que tange ao pagamento de vencimentos básicos abaixo do rrummo nacionalmente
unificado aos servidores municipais, informa que a análise restou prejudicada em função da
ausência de envio de documentos comprobatórios de pagamentos solicitados, por parte da
Administração, sugerindo a observância do parágrafo único do art. 5° da RN TC 04/2004 e
aplicação de multa com base no art. 56 da Lei Orgânica do TCE PB.
2. Quanto à presença de saldo a descoberto, informa que a análise restou prejudicada em
função da ausência de envio de documentos comprobatórios de pagamentos solicitados, por
parte da Administração e , ainda, esclarece que o presente item será abordado quando da
análise da Prestação de Contas do exercício financeiro de 2006. Sugere-se aplicação de
multa com base no art. 56 da Lei Orgânica do TCE PB.
3. Em relação à abertura de créditos suplementares sem autorização legislativa, a Auditoria
aponta pela procedência da denúncia em pauta, muito embora o fato tenha sido devidamente
apurado no corpo do relatório de Prestação de Contas do exercício de 2005, bem como no
relatório de Análise de Defesa do Executivo, onde restou comprovada a irregularidade no
montante de R$ 374.551,74.
Ante o exposto, o Parquet opinou pela procedência da denúncia, nos termos por ele exposto,
ressaltando que o efeito do pagamento do salário mínimo aos servidores municipais de Soledade
certamente será objeto de exame contínuo desta Corte, quando da apreciação das prestações de
contas do respectivo Prefeito Municipal.
O Relator agendou o processo para a presente sessão, determinando as notificações dos
interessados.
VOTO DO RELATOR:
A Constituição Federal, em seu art. r inciso IV, dispõe que o trabalhador urbano ou rural tem o direito
ao salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado. Contudo, o Corpo de Instrução considerou
prejudicada a análise em função da ausência de envio de documentação comprobatória do fato em
tela, prejudicando a análise e a verificação deste item da presente denúncia.
Com relação à presença de saldo a descoberto, mais uma vez o Órgão de Instrução considerou
prejudicada a análise em função da ausência de envio de documentação comprobatória do fato em
tela, prejudicando a análise e a verificação também deste item da presente denúncia. A Auditoria
informa que o ponto em comento será devidamente tratado em item específico no Relatório de
Prestação de Contas do exercício de 2006.
Tangente à abertura de créditos adicionais suplementares sem autorização legislativa, após
informações emanadas pelo Corpo Técnico, coaduno com a opinião do Órgão Ministerial que declara
não mais cabível a apreciação deste ponto na presente peça, visto que esta irregularidade já foi
inserta na Prestação de Contas do exercício financeiro de 2005, processo onde o assunto foi
dissecado apropriadamente, conforme informa o voto vencedor do Relator, atinente ao Processo n°
2883/06, proferido na sessão do dia 06/08/08, através do Parecer PPL TC n° 086/08 que assim se
manifesta:
"Quanto à abertura de créditos suplementares sem autorização no montante de R$ 374.551,74, acato
os argumentos da defesa de que a Lei nO 37212005 autorizou créditos adicionais suplementares em
50% dos valores da LOA, o que, em valores absolutos, totalizam R$ 3.470.241,00. Contudo, foram
abertos Créditos Adicionais Suplementares, no exercício de 2005, no montante de R$ 3.648.319,55,
evidenciando abertura de créditos orçamentários sem autorização legislativa no valor de R$
178.078,55, conforme atesta Relatório da Auditoria insertos às fls. 1452-1453.
Abertura de Crédito Suplementar além do autorizado, contraria, portanto, o artigo 167, inciso V, da
Constituição Federal, bem como o disciplinado no art. 42 da Lei nO4.320/64, in verbis:
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto e-
xecutivo
Assim, a abertura e utilização de créditos adicionais sem que o Legislativo tenha autorizado constitui
ato ilícito, porquanto realizado ao arrepio ao normativo legal que regulamenta a matéria, e
principalmente por afetar um mandamento constitucional, motivos que ensejam emissão de Parecer
Contrário, nos termos do PARECER NORMATIVO PN-TC-5212004, item - 2.1."
Em função do explanado e entendendo serem dispensáveis demais comentários, alicerço meu voto
pelos fatos narrados, em harmonia com o posicionamento do Parquet, pela procedência parcial da
presente denúncia f unicamente com relação à abertura de créditos adicionais suplementares sem
autorização legislativa, determinando o seu arquivamento em função da apreciação da presente
irregularidade na Prestação de Contas do exercício financeiro de 2005 do Prefeito Municipal de
Soledade, conforme informado, não merecendo nova manifestação nos presentes autos,
comunicando a presente decisão às partes interessadas.
I. conhecimento da presente denúncia, ante o universal direito de petição pt;evisto no art. 5°,
inciso XXXIV da CF e, da mesma forma, assegurada pela RN TC nO02/06;~b
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PROCESSO TC 06553/07 f1s.3
Conselheiro
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Fui presente, J.->----'"-~-