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MPI—Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente Ano 3, N.

º 11

BOLETIM Novembro de 2007

INFORMATIVO
Percurso para identificação de plantas, recolha e sementeira de bolotas
Domingo, 25 de Novembro de 2007
10:30
Mata Municipal do Bombarral
Ponto de encontro: junto à Igreja do Salvador do Mundo (Bombarral)
O percurso na mata do Bombarral será guiado pelo Prof. Emanuel Vilaça, biólogo. Segue-se
um almoço-piquenique na mata. Depois do almoço sementeira na Serra do Montejunto.
Inscrição obrigatória através do telefone 262 77 10 60 ou por email:
mpicambiente@gmail.com
Encontro limitado a 25 participantes.
Será distribuído gratuitamente a cada participante um guia prático para a identificação das
espécies de flora existentes na mata.
(actividade conjunta entre MPI e Real 21)

Magusto / Convívio - para todos os interessados


Sábado, 24 de Novembro de 2007
16:30
Projecção de pequeno documentário sobre Organismos Geneticamente
Modificados, seguido de convívio
Sede da Associação para o Desenvolvimento de Olho Polido (antiga escola primária)
Estão todos convidados a comparecer, acompanhados de castanhas e outros produtos próprios de
um magusto. Venha e traga um amigo!
(actividade conjunta entre MPI e Associação para o Desenvolvimento de Olho Polido)

Tome nota: Editorial Nesta edição:


Embalagens de
cartão para Com a abordagem diversificada de temas, preten- Campo de milho 2

leite, sumos, demos que as páginas deste boletim contribuam para OGM em Silves
etc. devem ser uma maior consciência ecológica de todos nós.
Agora com uma imagem renovada, graças à Fusão Resioeste/ 3
depositadas no
Valorsul
contentor colaboração do novo elemento da nossa direcção,
AMARELO o Nuno Carvalho, esperamos que a leitura do boletim
Encontro Agricul- 4
(ver pág. 7) seja mais apelativa. Pela nossa parte continuaremos tura Biológica
a esforçar-nos para que os temas e informações aqui
O novo site do modestamente publicados sejam do máximo interesse Reflorestar 6
MPI já está em e actualidade.
funcionamento: Breves 7
www.mpica.info Presidente da Direcção
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Humberto Pereira Germano
Página 2 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 11 - Novembro de 2007

Acção contra o campo de milho transgénico em Silves (Algarve) - O que aconteceu

A 17 de Agosto o „Movimento Verde Eufémia‰ realizou uma acção


que definiu de desobediência civil contra o primeiro campo de
milho transgénico na Zona Livre de Transgénicos do Algarve, localizado
perto da cidade de Silves, com o propósito de manter o Algarve uma
região livre de OGM., evocando o exercício do direito à resistência,
segundo o artigo 21 da Constituição.
A acção constou no corte de 1 hectare de uma plantação de 51 hectares.
A ceifa foi acompanhada por um desfile com música, teatro e outras
expressões artísticas e políticas.
O movimento manifestou não ter qualquer intenção contra o agricultor
que, por uma ou outra razão, escolheu cultivar culturas OGM, tendo pro-
posto ao agricultor em causa a conversão ao cultivo orgânico, para tal ofe-
receram sementes de milho para a área que está agora plantada com
milho OGM.
O movimento manifestou não ter
O que é o “Movimento Verde Eufémia”? qualquer intenção contra o agricul-
O „Movimento Verde Eufémia‰ é um grupo informal de pequenos agri- tor que, por uma ou outra razão,
cultores, ecologistas e cidadãos preocupados que começou em Agosto de escolheu cultivar culturas OGM,
2007 e o seu nome é em homenagem à luta de Catarina Eufémia e dos tendo proposto ao agricultor em
trabalhadores com o objectivo defender os direitos e bem-estar das comu- causa a conversão ao cultivo orgâ-
nidades de trabalhadores. nico, para tal ofereceram sementes
O movimento propõe-se continuar esta luta no contexto de novas amea- de milho para a área que está agora
ças, como o sector agro-tecnológico e o seu poderoso lobby. plantada com milho OGM.

Reacções a esta acção


As reacções a esta acção inédita em Portugal têm sido muitas.
A Plataforma Transgénicos Fora (PTF), à qual o MPI pertence, emitiu em comunicado esclarecendo „⁄não
ter qualquer ligação com a referida acção sendo seu princípio essencial actuar sempre de forma a nunca pôr em
causa a integridade de pessoas e bens.‰. Embora discordando dos métodos utilizados na acção contra o campo de
milho transgénico no Algarve, a Plataforma „⁄ reconhece que as razões contra a introdução dos OGM na agri-
cultura e alimentação portuguesas são muitas e poderosas. Elas acabarão por se impor pela força da lógica, não
pela lógica da força. Os agricultores não devem ser duplamente penalizados:
- Pelo logro a que as empresas da engenharia genética os conduziram;
- Pelas acções nocivas de alguns grupos (embora com a intenção de defender o futuro da agricultura e dos agri-
cultores portugueses).‰
E incita o Governo „⁄ a iniciar um esforço alargado de auscultação e discussão por forma a salvaguardar os
interesses dos agricultores que não desejam os seus campos contaminados por transgénicos e dos consumidores
que clamam pelo direito à escolha, e de modo a evitar que se agudizem conflitos quanto a esta matéria contro-
versa e sensível.‰
Algumas das associações que integram a Plataforma, como a Quercus e a CNA – Confederação Nacional de
Agricultura, emitiram também comunicados em que se demarcam da acção, mas alertaram para os riscos dos
OGM e a necessidade de promover um amplo debate e a aplicação do Princípio da Precaução defendendo uma
moratória ao cultivo dos OGM.

Enquadramento
Anos antes desta plantação de milho transgénico houve já uma forte oposição por parte da sociedade civil
perante a plantação de OGM no Algarve, daí resultou que o Algarve se declarou em 2004 na primeira região em
Portugal livre de OGM, pela Junta Metropolitana do Algarve, à semelhança do que ocorreu posteriormente em
várias dezenas de Municípios Portugueses e do que tem vindo a decorrer em milhares de Municípios e Regiões
da União Europeia.
Apesar da forte oposição da sociedade civil e das autoridades locais contra os OGM, as políticas do Governo
Português e da Comissão Europeia desrespeitam constantemente o direito moral e democrático desses agentes
opositores a banir os OGM dos seus campos e dos seus pratos.
Este tipo de acção da ceifa de um campo de OGM não é um acto isolado na Europa. Outros grupos têm já cei-
fado campos de OGM em vários países da UE. http://eufemia.ecobytes.net (14/9/2007)
n.º 11 - Novembro de 2007 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 3

MPI e Comissão de Acompanhamento rejeitam proposta de fusão Resioeste/Valorsul


e apelam à adopção de uma gestão dos resíduos urbanos mais sustentável

A Resioeste e a Valorsul apresentaram uma proposta de fusão das duas empresas em Junho do corrente,
tendo o MPI e a Comissão de Acompanhamento do Sistema de Tratamento dos RSU da Região Oeste emitido
um comunicado conjunto em 11/9/2007 que a seguir transcrevemos:
„Da análise do Estudo de Viabilidade Económica e Financeira da integração Resioeste/Valorsul salien-
tam-se os seguintes aspectos:
- A estratégia para o tratamento dos resíduos é inalterada havendo apenas o somatório das unidades exis-
tentes e previstas nos dois sistemas, ou seja, a maioria dos resíduos terá como destino a eliminação através da
deposição em aterro e a incineração, em vez de haver uma aposta na reciclagem, pelo que os impactes negativos
do Aterro Sanitário do Oeste não irão diminuir, pelo menos de forma significativa.
- Não há garantias de que as tarifas estimadas se verifiquem efectivamente uma vez que não foi prevista
a construção/ampliação de pelo menos um aterro durante o período da simulação, que inevitavelmente será
necessário tendo em conta a evolução de aumento da produção de resíduos e o horizonte da simulação (2025),
com a agravante de que esse investimento não terá qualquer co-financiamento comunitário; nem considerada a
Taxa de Gestão de Resíduos que será de 4 euros/ton. para os resíduos enviados para aterro, a partir de 2011. Não
seria aliás situação inédita a não concretização das previsões em matéria de tarifários, a título de exemplo, no
Contrato de Concessão foi prevista uma tarifa de arranque de cerca de 22,5 euros/ton. evoluindo até cerca de 36
euros em 2021, como sabemos este valor já foi excedido e vários têm sido os motivos para que as tarifas da
Resioeste tenham disparado, como erros de concepção e consequente necessidade de ampliação da ETAL e de
transporte de lixiviado para outras ETAR, transferência de resíduos para outros sistemas devido ao processo de
contencioso com a Comissão Europeia por deposição acima do limite de 140.000 toneladas, etc.
- Posição accionista das autarquias da região muito minoritária passando dos actuais 49% para os exíguos
5,24%. Sendo a posição accionista minoritária na Resioeste uma situação que desgostou os autarcas à medida que
lhes foram sendo impostos os sucessivos aumentos das tarifas sem que conseguissem influenciar uma mudança
de rumo da empresa, qualquer pretensão deste tipo ficará liminarmente condenada com a aceitação da proposta
apresentada.
Um modelo de gestão mais sustentável é necessário e urgente!

Não obstante os incómodos particularmente sentidos pelas populações mais próximas do aterro temos
sentido, infelizmente, uma grande inércia na adopção de um modelo de gestão mais sustentável. De facto, não
sentimos da parte do principal accionista, a EGF, um verdadeiro esforço na busca das melhores soluções técnicas
e economicamente mais vantajosas.
Dado que os orçamentos apresentados em concursos para as unidades de digestão anaeróbia foram muito
elevados, no mínimo deveriam ter sido exploradas outras formas de tratamento mecânico e biológico, como a
compostagem e a vermicompostagem, essa pesquisa acabou por ser desenvolvida e incentivada por uma ONGA,
a Quercus- A.N.C.N., identificando uma empresa de vermicompostagem a laborar no nosso país, cujos testes
com RSU revelaram resultados muito promissores e que podem mudar substancialmente o panorama nacional
nesta matéria.
De facto, com o modelo de Tratamento Mecânico e Biológico com vermicompostagem é possível tratar
quase toda a fracção orgânica e recuperar muito materiais para reciclagem traduzindo-se numa reciclagem de
cerca de 75% da totalidade dos resíduos indiferenciados, que para além de ser mais vantajosa em termos econó-
micos do que a proposta de fusão, irá reduzir significativamente os maus odores e a produção de lixiviados.
Convém salientar que uma gestão correcta dos resíduos tem ainda de contemplar medidas para a preven-
ção da sua produção e medidas que incentivem a recolha selectiva, a consciência de todos para a necessidade
deste tipo de medidas é fundamental para uma sociedade que se pretende sustentável.
Esperamos que o sentido crítico e o bom senso dos autarcas da região prevaleça rejeitando a proposta de
fusão apresentada e desenvolvendo todos os esforços para que uma gestão mais sustentável dos RSU da região,
sob todos os pontos de vista (económico, social e ambiental) seja finalmente adoptada.‰

Vai ser agendada uma visita da Associação de Municípios do Oeste à unidade piloto de vermicomposta-
gem existente em Palmela.
Página 4 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 11 - Novembro de 2007

Encontro sobre Agricultura Biológica


Começamos nesta edição a publicação das comunicações apresentadas no
encontro sobre a Agricultura Biológica que se realizou no Vilar a 23 de
Junho de 2007

Princípios da Agricultura Biologia.


Porque é que os produtos biológicos são melhores
Por Eng.À José Carlos Ferreira (Vice-presidente da AGROBIO – Associa-
ção Portuguesa de Agricultura Biológica)
A Agricultura Biológica não é: Não fazer nada ou um regresso ao passado
O grande princípio da Agricultura Biológica é: Fomentar um ecossistema
equilibrado, ou seja, fomentar uma exploração agrícola equilibrada. Na Agricultura biológica é um termo
agricultura convencional tem-se verificado que a aplicação de pesticidas frequentemente usado para a
tem criado novos problemas e que as pragas estão a aumentar. produção de alimentos e produtos
Com é que se fomenta um ecossistema equilibrado? animais e vegetais que não fazem
Parte aérea: Utilização de sebes diversificadas (permitem abrigo a
uso de produtos químicos
muitos animais auxiliares); Rotação de culturas / Diversidade; Con-
sintéticos ou alimentos
sociações de culturas (exemplo: cenoura + cebola, em que a cebola
geneticamente modificados, e
ajuda a afastar pragas da cenoura); Não utilização de produtos quí-
geralmente adere aos princípios de
micos de síntese.
agricultura sustentável.

Solo: Estimulando os seres vivos do solo: Aplicar matéria orgânica ao solo ou evitar a sua degradação;

Rotações de culturas; Só aplicar fertilizantes minerais quando necessário e numa forma não directamente
assimilável pelas plantas; Mobilizar o mínimo possível evitando lavouras profundas; Não utilizar produtos
químicos de síntese.
A fertilização em Agricultura Biológica faz-se através de fertilizantes orgânicos (estrume curtido com palha ou
com bagaço de uva, composto) e fertilizantes minerais (adubos ricos em potássio, fósforo, azoto, etc., mas não
directamente assimilados pelas plantas, como por exemplo farinha de osso)
A protecção de culturas em Agricultura Biológica é através de:
1- Limitação natural, isto é, deixar a Natureza actuar através dos animais auxiliares, estes podem ser
atraídos através de ervas que produzam flor, colocação de ninhos para aves que comam lagartas, etc..
2- Medidas culturais, por exemplo cultivar variedades mais resistentes
3- Tratamentos fitossanitários, embora a lista de produtos que se podem utilizar em Agricultura Biológi-
ca seja muito reduzida (ao contrário do que se passa na protecção integrada em que esta lista é enorme e maior
ainda na agricultura convencional) estes devem ser aplicados apenas como último recurso.
Produtos fitossanitários que se podem usar em Agricultura Biológica:
Fungicidas: Cobre, exemplo: calda bordalesa; Enxofre; Permanganato de potássio;
Insecticidas: Łleo de verão; Bacillus thuringiensis (Luta biológica); Sabão de potássio; Łleo de Neem /
Azadiractina; Rotenona
Sendo tão poucos os produtos fitossanitários permitidos como se podem resolver os problemas de pragas e
doenças? O segredo é a PREVENÇ‹O! Como as sebes, rotações, melhoria da fertilidade do solo ⁄
As vantagens da agricultura biológica são por isso muitas:
1- Para o ambiente: Preservação do solo; Preservação da qualidade da água
2- Para o agricultor: Preservação da sua saúde e dos seus familiares. Em França os agricultores têm 10 vezes
mais cancros do que a restante população; na região de Alméria – Espanha toda a população tem mais alergias,
mais cancros e mais infertilidade do que a população no resto do país; em Portugal, é na região Oeste onde há
mais casos de leucemia e também é a região onde se aplicam mais pesticidas (devido à importante actividade
agrícolas nos sectores da fruticultura, horticultura e vinha), infelizmente são poucos os médicos que estão sensi-
bilizados para os riscos dos pesticidas; Possibilidade de vender para um mercado onde há menos competição e
em crescimento; Possibilidade de obter ajudas; Proporciona uma melhor realização profissional
3- Para o consumidor: Produção de alimentos de maior qualidade; Alimentos com menos nitratos; Alimentos
isentos de pesticidas de síntese; Alimentos em que não foram utilizados OGM (Organismos Geneticamente
Modificados ou transgénicos); Alimentos mais saborosos; Alimentos mais ricos em minerais; Alimentos mais
ricos em anti-oxidantes; Alimentos que proporcionam mais saúde aos animais
n.º 11 - Novembro de 2007 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 5

Resíduos de pesticidas nos alimentos


São vários os estudos que revelam a presença de resíduos de pesticidas em produtos agrícolas de produção con-
vencional, isto é, não biológica.
Quadro 1: Resíduos de Pesticidas de síntese em Portugal (Fonte: DGPC)
Ano Prod. Agrícolas com resíduos Prod. agrícolas c/ resíduos múltiplos
2001 40 %
2002 26 % 10 %
2003 39 % 13 %
2004 31 % 8%
As análises efectuadas às amostras recolhidas pela Direcção Geral de Protecção das Culturas (quadro 1)
demonstraram uma considerável percentagem de produtos contendo revelam resíduos múltiplos, ora existem
estudos que mostram que a ingestão de misturas de pesticidas em que cada substância activa está abaixo do
LMR (Limiar Máximo Recomendado) pode provocar problemas ao nível da reprodução, do sistema imunitário e
do sistema nervoso (Boyd et al.,1990; Porter et al., 1993; Porter et al., 1999)
Foi realizado apenas um estudo em Portugal para detecção de Resíduos de Pesticidas de síntese em produtos
biológicos, estudo esse realizado em 2003 pela Revista Proteste, publicado no seu n.À 239 e revelou uma percen-
tagem de produtos biológicos com resíduos de pesticidas de 0 %, ou seja em nenhuma das amostras foram detec-
tados resíduos.
Comparação entre produtos biológicos e convencionais
Teor de Minerais
Em geral os produtos biológicos são mais ricos
em minerais que os produtos convencionais.
Quadro 2: Comparações médias de 5 produtos
(Journal of Applied Nutrition, Vol. 45, 1993)
Neste quadro é possível concluir que no geral
nos parâmetros indesejáveis (alumínio, cádmio,
chumbo e mercúrio) os produtos biológicos têm
níveis inferiores aos dos produtos convencionais,
com excepção do cádmio onde o teor nos produ-
tos biológicos foi superior em 5% ao dos produtos
convencionais, tendo nos restantes parâmetros
indesejáveis teores muito inferiores aos conven-
cionais, como por exemplo menos 40% de alumí-
nio. Nos minerais benéficos os produtos biológi-
cos revelaram teores quase invariavelmente muito
superiores, tais como, mais 63% de cálcio, mais
73% de iodo, mais 138% de magnésio, mais 390%
de selénio (um importante anti-oxidante).
Quadro 3: Comparação dos teores de anti-oxidantes em 5 produtos

Na Estação Agrária de Viseu observaram que 6 variedades tradicionais de maçã continham mais compostos
fenólicos quando cultivadas segundo o MPB – Modo de Produção Biológica (Andrade et al., 2006)
Sanchez et al., (2003) observaram em peras em Portugal que na casca do fruto existia: 30 vezes mais compostos
Fenólicos do que na polpa; 4 vezes mais Vitamina C do que na polpa.Donde se conclui que devemos comer as
peras com casca mas, só se forem biológicas! Pois é precisamente na casca onde se encontram as maiores concen-
trações de pesticidas nos produtos convencionais, razão pela qual os médicos recomendam a sua não ingestão.
Página 6 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 11 - Novembro de 2007

AMBIENTE E CIDADANIA - REFLORESTAR

A área ocupada pela floresta


natural no nosso país, e em
todo o mundo, tem vindo a dimi-
sário e urgente REFLORESTAR.
Em que locais?
˘reas naturais, jardins, pátios de
roçado à volta da planta para pre-
servar a humidade do terreno.
Podar?
nuir de forma constante e drástica, escolas, taludes e bermas das estra- Ao contrário do que se pensa, a
devido à ocupação de terrenos para das, limites de terrenos agrícolas, maioria das árvores e espécies
a agricultura, a pastorícia e mono- junto ás linhas de água, etc., enfim vegetais não necessita de podas, se
cultura de árvores, a construção de procurar reflorestar a maior área de necessitar é porque não é a espécie
habitações e outras infra- território possível. adequada ao local. Quando neces-
estruturas, como por exemplo Evitar os locais que possam inter- sária deverá ser preferencialmente
estradas, à destruição pelo fogo ferir com linhas eléctricas ou de enquanto a árvore é jovem, elimi-
etc. telefone, ou com instalações de nando apenas ramos mais peque-
A desflorestação é uma das causas água e esgotos. nos, pois quando se cortam ramos
de problemas ambientais graves, Que espécies escolher? muito grandes, ano após ano a
como a erosão e desertificação, Usar diversas variedades de espé- árvore fica mais fraca até que acaba
alterações climáticas (aumento da cies de árvores e também de por morrer prematuramente.
temperatura média do planeta, arbustos, de preferência originária
seca nalgumas zonas e inundações da região ou autóctones e de acor-
noutras) e perda de biodiversidade do com o local (se sofre alagamen- Bibliografia:
 http://www.bragancanet.pt/patrimonio/
(extinção de muitas espécies). tos ou não), pois são mais adapta- arvores.htm
Segundo o secretário-geral das das ao clima e ao solo, além de se  „Alterações globais – Um ano dedicado aos

Nações Unidas, Kofi Annan, a tentar recuperar a biodiversidade desertos e à desertificação‰, Quercus
Ambiente, Abril 2006, p. 20-21
desertificação é um dos processos perdida.  „Plantar uma árvore⁄‰, Comunicado
de degradação ambiental mais alar- Como? Quercus – a.n.c.n. – projecto „De Olhos na
mantes do mundo. A desertificação - Por sementeira: Recolher as Floresta‰, 23/11/2005
 „23 de Novembro: Dia da Floresta Autócto-
afecta um terço da superfície ter- sementes, tais como bolotas de ne‰, comunicado Quercus – a.n.c.n.,
restre e mais de mil milhões de carvalhos e sobreiros que caiem no 21/11/2004
pessoas, sendo ˘frica e a ˘sia as chão (escolher árvores da própria  „O que é uma árvore?‰, ABC Ambiente,
Março/Abril 2002, p.30
zonas mais afectadas. Em Portugal região saudáveis), de Setembro a  „Repovoamento Florestal‰, Secretaria de
algumas zonas no interior do Alen- Dezembro. Acondicioná-las em Estado da Agricultura – Direcção dos Servi-
tejo e do Norte do país (cerca de local seco, frio e arejado, num saco ços Florestais e Aquícolas, sem data
(provavelmente década de 60
11%) são as mais susceptíveis, mas de pano por exemplo. Semear de
60% do nosso território está em Novembro a Abril, mas as bolotas
risco moderado de desertificação. de carvalho devem ser logo após a
O reino vegetal abrange mais de recolha. Abrir côvados consoante o
95% dos seres vivos da Terra, e as tamanho das sementes, entre 5 e 8
árvores são os seus membros de cm de profundidade para semen-
maior porte. As árvores e as flores- tes maiores e entre 1 a 3 cm de
tas são essenciais à vida humana: profundidade para sementes mais
libertam oxigénio, consomem o pequenas.
dióxido de carbono (principal gás - Por plantação: Plantar árvores e
com efeito de estufa), moderam as arbustos a partir de Novembro,
temperaturas, facilitam a infiltra- sendo mais adequado durante o
ção da água no solo (e consequente Inverno. Preparar o terreno abrin- Em Portugal algumas zonas no
reabastecimento dos lençóis sub- do uma cova de meio metro de interior do Alentejo e do Norte do
terrâneos), fixam o solo e impe- lado e de profundidade, ou maior país (cerca de 11%) são as mais
dem a erosão. A madeira, os ramos, se a planta tiver mais de 25 cm de susceptíveis, mas 60% do nosso
as folhas, os frutos, a seiva, as flo- altura ou o terreno fôr de má quali- território está em risco moderado
res, tudo aproveita o homem, dade, e pôr a terra de cima no fun- de desertificação.
incluindo a capacidade que as do ou terra de boa qualidade.
árvores têm de acalmar e inspirar o Regar com regularidade, após a
espírito humano. plantação e nos períodos mais
Perante o actual cenário é neces- secos. Colocar pedras ou mato
n.º 11 - Novembro de 2007 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 7

BREVES Praias 2007: Qualidade da água nas zonas balneares revela


ainda problemas por resolver
União Europeia condena Em Portugal existem, de acordo com os dados disponibilizados pelo Insti-
Estado português tuto da ˘gua, existem 508 praias / zonas balneares (422 costeiras e 86
O Tribunal de Justiça europeu interiores: albufeiras e rios).
condenou em Maio de 2007 o Em comparação com 2005 houve mais cinco praias com má qualidade em
Estado português por não ter 2006, a fracção de praias com boa qualidade mantém-se e as praias inte-
transposto para o direito interno riores continuam a apresentar pior qualidade do que as costeiras. As praias
uma directiva sobre avaliação dos em Portugal Continental são de pior qualidade do que as das ilhas.
efeitos de determinados planos e As praias costeiras em Portugal Continental com boa qualidade represen-
programas no ambiente, noticiou a tam 83,5%, 13% são de qualidade aceitável e 3,5% são de má qualidade,
Agência Lusa. em relação às praias interiores as de boa qualidade são apenas 58,1%,
A legislação comunitária em causa, 30,2% são aceitáveis e 11,6% são más.
já quase com seis anos (Junho de Mais informações no site do Instituto da ˘gua: snirh.inag.pt.
2001), deveria ter sido transposta
Julho de 2004, tendo a Comissão Embalagens de cartão para leite, sumos, etc. devem ser
Europeia avançado em 2005 com depositadas no contentor AMARELO
uma queixa contra Portugal junto A Sociedade Ponto Verde (SPV) anunciou em comunicado em 28/2/2007
do Tribunal de Justiça das Comu- que "a regra de deposição das ECAL (embalagens de cartão para alimen-
nidades Europeias por incumpri- tos líquidos), vulgarmente conhecidas como pacotes/embalagens de leite
mento dos prazos. O Estado portu- e sumos, passa a ser a mesma para todo o País: o contentor amarelo do
guês teve assim de pagar as despe- ecoponto. Até então, existiam divergências, em alguns municípios a indi-
sas do processo. cação era o contentor amarelo do ecoponto - destinado aos plásticos e
metais, noutros o contentor azul - destinado ao papel/cartão.
Com o objectivo de uniformizar/harmonizar esta regra, e simplificar a par-
ticipação do consumidor com uma indicação comum em todo o País, foi
criado um grupo de trabalho que concluiu o contentor amarelo é o mais
indicado para a deposição destas embalagens.

Poluição e barcos Descansar ao domingo faz bem às pessoas e ao ambiente


Comprometem permanência Diz o Papa no final da visita à ˘ustria. Bento XVI liga descanso semanal
de golfinhos no Sado à preocupação pelo ambiente e diz que o sentido do domingo como "festa
Os golfinhos do estuário do Sado semanal da criação" deve ser preservado. É bom e faz bem ao ambiente
não estão a resistir à poluição reencontrar o sentido do descanso de domingo.
ambiental, nem ao stress provocado Lamentando que o tempo de lazer seja cada vez mais "vazio", que não
pelas embarcações de recreio, agra- dá às pessoas o revigoramento de que necessitam, Bento XVI acrescen-
vando a sua incapacidade de repro- tou que "o apetite desenfreado de viver que não dá nenhuma paz aos
dução e de sobrevivência das crias. homens acaba no vazio de uma vida perdida", o repouso semanal permite
Nos últimos 20 anos, a única comu- entender "qualquer coisa da liberdade e igualdade de todas as criaturas
nidade de golfinhos existente em de Deus". O dia semanal de descanso é uma "festa semanal da criação",
Portugal baixou de 40 para os afirmou Bento XVI, e deve ser uma recordação semanal dos perigos que o
actuais 26, ameaçando-a de extin- planeta enfrenta, acrescentou. (10.09.2007, António Marujo, Público)
ção. (DN 10/9/2007)

França proíbe o cultivo de milho transgénico MON810


A França acaba de dar um passo para juntar-se ao conjunto de países europeus - ˘ustria, Hungria, Grécia, Poló-
nia e Alemanha - que adoptaram uma proibição ao cultivo do milho transgénico MON810, o único OGM actual-
mente autorizado no território da União Europeia. Apesar da sua contradição com a regulação actual do mercado
europeu, o Presidente francês Nicolas Sarkozy, anunciou ontem frente ao presidente da Comissão Europeia,
Durão Barroso, a intenção de interditar esta planta pesticida, produtora de Bt. "No respeito do princípio da pre-
caução, pretendo que a cultura comercial dos OGM pesticidas seja suspensa. Esta situação mantém-se enquanto
de aguardam as conclusões duma peritagem a ser conduzida por uma nova instância que será criada", afirmou
Sarkozy. (http://gaia.org.pt/node/2611)
MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente
Edifício da Junta de Freguesia do Vilar,
Largo 16 de Dezembro, n.À 2, 2550-069 VILAR
tel./fax: 262 771 060
e-mail: mpicambiente@gmail.com
site: www.mpica.info

Pela Defesa do AMBIENTE e da QUALIDADE DE VIDA!!

DENÚNCIAS - AMBIENTE
Sempre que testemunhe uma agressão ambiental deve
denunciá-la de um dos seguintes modos:

 Telefonar para a linha SOS Ambiente:


Papel 100%Reciclado
808 200 520
A linha funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e encaminha as
denuncias para a IGA (Inspecção Geral do Ambiente) e para o SEPNA
(Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR.

 Aceder ao site:
www.gnr.pt/portal/internet/sepna

AVISO
PEDE-SE A TODAS AS PESSOAS COM QUEIXAS SOBRE O MAU FUNCIO-
NAMENTO DO ATERRO SANIT˘RIO DO OESTE A FAZ¯-LAS POR
ESCRITO, ENTREGANDO-NOS UMA CŁPIA, COMO FORMA DE CONSEGUIRMOS
PROVA DESTA QUEIXA, UMA VEZ QUE A INSPECNjO GERAL DO AMBIENTE
RECUSA-SE A FORNECER UM RELATŁRIO COM TODAS AS QUEIXAS RECEBI-
DAS. ATRAVÉS DE UMA DAS SEGUINTES FORMAS:
- POR FAX N.À 213 432 777
NOTA: QUEM N‹O POSSUIR APARELHO DE FAX, PODE DIRIGIR-SE ¤ JUNTA DE FREGUESIA DO
VILAR PARA O SEU ENVIO.
- POR CARTA PARA A MORADA:
RUA DE O SÉCULO, N.À 63
1249-033 LISBOA

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