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º 16
INFORMATIVO
JANTAR COMEMORATIVO DOS 10 ANOS DO MPI
VILAR
Local: Recinto da festa anual
3ª-feira, dia 11 de Agosto
Inscrições até dia 10 de Agosto
Alimentação... 2
Editorial
Agricultura Biológica 2
Tal como referimos na edição anterior, este ano o MPI celebra os seus
10 anos de existência. Prosseguindo com o programa de comemorações, Transgénicos 3
destacamos a realização de um jantar comemorativo no Vilar, conforme
acima anunciado. Ensaios de campo 5
O presidente Breves 7
Humberto Pereira Germano
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Página 2 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 16 - Julho de 2009
Com o objectivo de alertar para os problemas causados pelo modelo industrializado e massificado de produ-
ção e consumo de alimentos, mas também para as alternativas que estão ao nosso alcance, o MPI em colaboração
com Associação de Agricultores do Distrito de Lisboa confederada na CNA – Confederação Nacional de Agricul-
tura através do agricultor João Vieira residente na Póvoa (concelho do Cadaval) tem realizado várias iniciativas,
as mais recentes foram: dois pequenos ciclos de cinema, dia 4 de Abril no Olho Polido e dia 19 de Abril no Salão
Paroquial do Vilar, uma sessão na escola 2,3 do Cadaval para alunos do 9À ano no dia 18 de Maio e um jantar eco-
lógico e saudável dia 23 de Maio no Olho Polido.
Nas últimas décadas tem-se assistido a profundas alterações na agricultura, sendo o cultivo de transgénicos
uma das alterações recentes, bem como nos preços e mercados de produtos agrícolas que, não só em Portugal,
mas em todo o mundo, tem conduzido ao abandono desta actividade de muitos agricultores, a par disso a saúde
das pessoas tem-se deteriorando devido em particular á contaminação dos alimentos pelos pesticidas e aos maus
hábitos alimentares (com consumo de carne em excesso) e falta de actividade.
A mudança é possível e existem alternativas, não estamos por isso condenados ao modelo dominante actual,
como o provam iniciativas de agricultores e de consumidores que valorizam o trabalho dos agricultores e alimen-
tos mais saudáveis, como a partilha de sementes e a criação de mercados alternativos de contacto directo entre
produtores e consumidores. O Sr. João Vieira é um exemplo de um agricultor que resiste ao desaparecimento de
algumas variedades de trigo e milho, outrora muito comuns, continuando a semeá-las.
Um regime alimentar mais equilibrado, em que a sopa, a fruta e o bom pão (pão de mistura e de preferência
com farinha moída em mó de pedra, pois preserva todos os nutrientes dos cereais) devem predominar, é uma
opção que está na mão de cada um.
Uma boa alimentação e uma agricultura que respeite a Natureza e produza alimentos saudáveis para todos
são a base para um desenvolvimento sustentável, esta consciência permitirá a mudança necessária, mesmo num
cenário aparentemente desfavorável de crise económica e financeira. A ementa contou com ingredientes silves-
tres (bolotas e amoras), na sua maioria produzidos localmente e biológicos.
AGRICULTURA BIOLÓGICA
A área de cultivo de produtos biológicos em Portugal cresceu 9,4 por cento em 2008 e os portugueses consu-
mem cada vez mais produtos sem químicos, valorizando, apesar da crise económica, a qualidade dos alimentos.
Entre 2001 e 2007, o cultivo dos chamados produtos biológicos vegetais em Portugal aumentou cerca de 70
por cento, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Gabinete de Planeamento e Política do Ministério da
Agricultura, uma tendência que a Europa acompanhou.
n.º 16 - Julho de 2009 BOLETIM INFORMATIVO MPI Página 3
Consumidores questionados nos mercados biológicos de Oeiras e do Príncipe Real, em Lisboa, admitem que
os produtos cultivados sem recurso a pesticidas são "mais caros" do que os alimentos produzidos convencional-
mente" e que, mesmo em tempo de crise, a diferença de preços é compensada pela qualidade acrescida dos ali-
mentos. Regina Frank, artista alemã a viver em Portugal há três anos, refere que em Portugal a opção pelos pro-
dutos biológicos pode significar uma despesa de mais 20 por cento, mas garante que "mesmo assim compensa,
porque os produtos têm um sabor melhor, há mais qualidade de vida e um consumo mais consciente". Ana Paula
Moreira, produtora e vendedora de pão biológico no mercado do Príncipe Real, considera que "as pessoas, quan-
do consomem um produto de qualidade, não se importam de cortar na quantidade".
Consumidor destes produtos há mais de cinco anos, João Feliz considera que "há a tendência para que os pro-
dutos biológicos sejam cada vez mais baratos", remetendo para os governos a responsabilidade de apoiar a agri-
cultura biológica "pelas várias vantagens que tem". Para João Feliz, a crise pode estimular a produção de alimen-
tos biológicos, uma vez que a estrutura económica terá de ser "reformulada", sendo "a agricultura biológica, com
certeza, um dos componentes de uma sociedade sustentada".
O agricultor da região do Oeste João Oliveira, por seu lado, ainda não notou que a crise tenha chegado aos
seus clientes, admitindo que a maioria dos consumidores tem um poder de compra elevado. "Há dois tipos de
clientes: o que se abastece para toda a semana, porque sente que lhe faz bem e porque tem poder económico
para o fazer; e aquele que, não tendo essa possibilidade, faz uma selecção e escolhe apenas certo tipo de produ-
tos", explicou.
(Fonte: Lusa, 27.04.2009, http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376913)
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O uso deste tipo de transgénicos é que vai irremediavelmente conduzir a uma maior utilização deste quí-
mico que, em estudos recentes de Séralini et al. (Arch. Environ. Contam.Toxicol. 53:126-133 (2007); Chem.
Res. Toxicol. 22:97-105 (2009)), se verificou ser um desregulador hormonal, para além de induzir directamente a
morte celular em células humanas.
A Monsanto não é uma empresa de confiança. Ao longo dos anos tem vindo a acumular um historial ina-
creditável de corrupção, envenenamento e mentira, a tal ponto que um dos tribunais americanos que já a conde-
nou classificou o seu comportamento como "de natureza tão inacreditável e a um nível tão extremo que ultrapas-
sa todos os limites da decência e deve ser visto como horrível e liminarmente intolerável numa sociedade civili-
zada". (1) Noutro caso a empresa foi obrigada em tribunal a pagar 1,5 milhões de dólares por ter subornado
governantes indonésios na tentativa de mudar uma lei que obrigava à avaliação de impacto ambiental antes do
cultivo de transgénicos ser autorizado. (Ver por exemplo notícia em http://tiny.cc/R6iI6)
Recorde-se que no Contrato de Concessão foi prevista uma tarifa de arranque de cerca de 22,5 €/t evoluindo
até cerca de 36 euros em 2021!
Esta situação conduziu ao descontentamento por parte dos autarcas, o que levou a Associação de Municípios
do Oeste a tomar a iniciativa de adjudicar à WEBER o „Estudo técnico de viabilidade para o tratamento de resí-
duos sólidos urbanos, produzidos pelos municípios do Oeste‰.
Junho de 2006 – É concluído o estudo que aposta no Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) com a valori-
zação da matéria orgânica através do processo de digestão anaeróbia.
Junho de 2007 – A EGF, accionista maioritário da Resioeste e da Valorsul, apresenta como contraproposta o
„Estudo de Viabilidade Económica e Financeira da integração Resioeste/Valorsul‰ (EVEF Resioeste/Valorsul),
alegando como vantagem da fusão a redução substancial das tarifas. A tarifa prevista é de 20,64 €/t para 2008 e
considerando uma indexação à taxa de inflação estimadas no caso, 2,1% ao ano, atingirá em 2025 29,4 euros.
Página 6 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 16 - Julho de 2009
Junho de 2008 – O MPI reúne com a ADAL – Associação de Defesa do Ambiente de Loures e a Quercus e
decide-se estabelecer uma Plataforma Ambiental de oposição à Fusão Valorsul - Resioeste entre as 3 associa-
ções, resultando num comunicado em que é denunciada uma completa falta de transparência no processo da
fusão.
Novembro de 2008 – A assembleia-geral de accionistas da Valorsul deliberou-se adjudicar dois estudos a enti-
dades independentes (e supostamente isentas, em relação à Resioeste e à Valorsul).
Março de 2009 – Sabe-se que estes dois novos estudos foram concluídos, mas os requerimentos para envio de
cópia dos estudos, dirigidos à Valorsul e posteriormente aos seus accionistas, foram indeferidos tendo a EGF jus-
tificado tratarem-se de estudos anteriores a uma decisão e como tal não estando abrangidos pela Lei de Acesso
aos Documentos Administrativos.
„⁄Escondem o processo porque o que querem obter não são ganhos ambientais, mas ganhos económicos
resultantes da queima intensiva resíduos e venda da energia produzida ?
Escondem o negócio, porque já sabem que as tarifas reduzidas que anunciam não serão verdadeiras e tentam
evitar ficar comprometidos com a divulgação de tais promessas ?
Escondem o que estão a urdir, porque há um compromisso formal e ético com as populações do Concelho de
Loures em que a origem nos resíduos estaria limitada aos Municípios accionistas da Valorsul ?
Escondem as manobras, porque o aumento de capacidade de queima da Incineradora obriga a uma nova Ava-
liação de Impacto Ambiental e querem evitá-la ?
Escondem a informação porque todos ficariam a saber que a meta de reciclagem será de apenas 15%, exacta-
mente a taxa que já foi atingida ?
Escondem das populações envolventes ao Aterro Sanitário do Oeste a construção de uma segunda fase do
aterro, „solução‰ bastante aliciante para expandir a deposição de resíduos tendo em conta que a área servida pela
Valorsul é fortemente urbanizada, desrespeitando compromissos assumidos ?⁄‰
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Terminou dia 25 de Junho o período de consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Centro
de Resíduos do Oeste, em que "A única alteração pretendida para o CTRO é o levantamento da restrição de
deposição anual no ASO de 140.000 t/ano, ⁄‰, tendo o MPI enviado à APA – Agência Portuguesa do Ambiente
a sua participação, da qual destacamos:
- O estudo apresenta imprecisões, omissões e não está conforme a Lei de Avaliação de Impacto Ambiental
(Decreto-Lei n.À 69/2000), como por exemplo não são estudadas alternativas, nem consideradas as sugestões do
público e as áreas urbanas, urbanizáveis ou perímetros urbanos, o Olho Polido são sempre omitidos!,.
Calculámos a quantidade de resíduos urbanos biodegradáveis (matéria orgânica e papel/cartão) que seriam
desviados da deposição no aterro caso a Resioeste contribuísse para o cumprimento da meta para 2009 (Decreto-
Lei n.À 152/2002, de 23 de Maio, que transpõe a Directiva 1999/31/CE, de 26 de Abril), ou seja 50% admissível
em peso relativamente a estes resíduos produzidos em 1995 e obtivemos o valor de 43.000 toneladas, precisa-
mente a quantidade aproximada que a Resioeste teve de desviar da deposição no ASO em 2007 e 2008!!
A única conclusão possível é a de que este EIA constitui um expediente ardiloso para caucionar o facto con-
sumado da construção do aterro sem uma Avaliação de Impacte Ambiental prévia, e de tudo o que lhe seguirá,
em que a sua expansão estará certamente no horizonte.
Os 10 anos de alertas e apelos do MPI e a constatação da insustentabilidade do actual modelo de gestão de
resíduos na região desde o início do funcionamento do aterro, há cerca de 7 anos, ainda não bastaram para uma
mudança de estratégia. Quanto tempo teremos ainda de esperar por uma viragem na gestão dos resíduos na
região Oeste!
O documento completo da participação do MPI pode ser consultado em: http://mpica.info
BREVES
MPI presente na Animarte 2009
O MPI esteve presente na ANIMARTE 2009 subordinado ao tema “Novas energias”, com um stand em que apre-
sentou a Exposição dos 10 anos e a exposição “Faz da comida a tua nova energia!”. Durante o certame o MPI exi-
biu diariamente várias animações sobre alimentação.
O macho do único casal de águia-imperial Aquila adalberti que nidificou com sucesso em Portugal em 2008
foi encontrado morto com chumbos de caçadeira, na área do Vale do Guadiana, em zona de caça associativa .
A águia-imperial é uma espécie classificada como Criticamente em Perigo e que só existe em Portugal e
Espanha. O abate desta águia configura uma contra-ordenação ambiental muito grave,
"Esta espécie não criava em Portugal e, lentamente, está a tentar recolonizar o nosso território, vinda de
Espanha. Por isso, esta perda é muito grande", lamentou Pedro Rocha do ICNB (Instituto de Conservação da
Natureza e Biodiversidade.
MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e
Ambiente
Edifício da Junta de Freguesia do Vilar,
Largo 16 de Dezembro, n.º 2, 2550-069 VILAR
tel./fax: 262 771 060
e-mail: mpicambiente@gmail.com
DENÚNCIAS - AMBIENTE
Sempre que testemunhe uma agressão ambiental deve
denunciá-la de um dos seguintes modos:
Telefonar para a linha SOS Ambiente:
808 200 520
A linha funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e encaminha as Papel 100%Reciclado
denuncias para a IGA (Inspecção Geral do Ambiente) e para o SEPNA
(Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR.
Aceder ao site:
www.gnr.pt/portal/internet/sepna
AVISO
PEDE-SE A TODAS AS PESSOAS COM QUEIXAS SOBRE O MAU FUNCIONAMENTO DO ATERRO
SANITÁRIO DO OESTE A FAZÊ-LAS POR ESCRITO, ENTREGANDO-NOS UMA CÓPIA, COMO FORMA DE
CONSEGUIRMOS PROVA DESTA QUEIXA, UMA VEZ QUE A INSPECÇÃO GERAL DO AMBIENTE RECUSA-SE A FORNE-
CER UM RELATÓRIO COM TODAS AS QUEIXAS RECEBIDAS. ATRAVÉS DE UMA DAS SEGUINTES FORMAS:
- POR FAX N.º 213 432 777
NOTA: QUEM NÃO POSSUIR APARELHO DE FAX, PODE DIRIGIR-SE À JUNTA DE FREGUESIA DO VILAR
PARA O SEU ENVIO.
Atenção!
Pede-se a todos os que possuam endereço electrónico e pretendam receber informação por essa
via nos enviem uma mensagem para o endereço electrónico do MPI: mpicambiente@gmail.com
comunicando-nos essa pretensão, em alternativa poderão fazer a inscrição de automática recorren-
do ao nosso site em www.mpica.info onde do lado esquerdo encontram a secção “Receba divulga-
ção MPI”, é só preencher o campo com o seu endereço electrónico e aguardar uma mensagem de
confirmação.
Este nosso endereço electrónico serve também como meio privilegiado para entrarem em contac-
to connosco, caso tenham alguma sugestão, dúvida ou comentário para nos fazer chegar.
Obrigado.