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MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
Gabinete da Secretária de Estado dos Transportes
O porto de Lisboa faz parte da história marítima mundial pelo importante papel que sempre
desempenhou nas rotas de comércio internacionais.
Tal facto conduziu ao desenvolvimento das suas infra-estruturas ao longo dos séculos sendo de
destacar, em finais do século XIX, o lançamento das grandes obras de melhoramento da zona
entre a Torre de Belém e Santa Apolónia, local onde hoje nos encontramos.
E começo por esta referência histórica porque este é, precisamente, o ano do centenário da
Administração do Porto de Lisboa, que nasceu por ordem do Rei D. Carlos I, um rei apaixonado
pelo mar e pela oceanografia.
E não há melhor forma de homenagear o passado do que apostar no Futuro!
O Governo tem no sector marítimo-portuário uma forte aposta da sua política de transportes e que
se encontra traduzida nas Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário.
Neste documento consagramos, definitivamente, uma visão estratégica para o sector, assente no
reforço da centralidade Euro-Atlântica de Portugal, no forte aumento da competitividade do
sistema portuário nacional e do transporte marítimo; e na disponibilização ao sector produtivo
nacional de cadeias de transporte competitivas e sustentáveis.
E é neste contexto que definimos o perfil dos principais portos nacionais, numa vertente de
especialização e complementaridade.
E são estes perfis que servem de base às decisões relativas ao investimento público nos diversos
portos nacionais, que deixam de ser decisões casuísticas e passam a ser decisões enquadradas
num adequado planeamento e numa adequada estratégia, tendo como objectivos a maximização
da rentabilidade económica e social desses mesmos investimentos.
Permitam-me que relembre aqui hoje o perfil traçado para o Porto de Lisboa:
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Ora, a obra de “Reabilitação e Reforço do Cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco” , que
hoje consignamos, vem concretizar estas orientações e ajudar a capturar a visão enunciada.
Como é sabido o turismo é hoje uma das principais actividades económicas Portuguesas,
representando cerca de 11% do PIB e de 10% do emprego nacional.
Portugal capta hoje cerca de 14% do volume de passageiros em cruzeiros turísticos registados na
Península Ibérica, uma posição relevante, atendendo á posição relativa da economia portuguesa e
espanhola e seus respectivos PIB’s.
O Porto de Lisboa, com cerca de 271 mil passageiros movimentados durante 2006 é o 1º porto de
passageiros do continente, representando mais de 42% do total nacional e 5,2% do total Ibérico.
Estes números fazem do Porto de Lisboa, o 6.º Porto Ibérico de passageiros, num total de 30.
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Este crescimento espelha bem o desenvolvimento da actividade dos cruzeiros a nível mundial
motivado pelo aumento do número de navios no mercado e da sua capacidade e,
consequentemente, pelo aumento do número de turistas que elegem os cruzeiros como “destino”
de férias, o que mais que justifica a razão desta nossa aposta estratégica neste segmento de
actividade portuária.
Sendo uma actividade turística, a sazonalidade é uma das suas características. Contudo, estamos
a assistir nos dias de hoje a um prolongamento da época dos cruzeiros, que vai agora de Março
até ao final do ano, o que permite rentabilizar de uma forma mais eficaz as infra-estruturas
associadas a este negócio.
Lisboa apresenta, neste contexto, vantagens competitivas inegáveis, designadamente se
pensarmos no clima ameno que aqui se regista durante todo o ano.
E é para se marcar uma posição de futuro na indústria dos cruzeiros que se torna hoje urgente
adaptar a oferta dos serviços portuários e logísticos às necessidades do mercado e às exigências
dos operadores.
E esta obra vem responder a este desafio, assentando em tês objectivos fundamentais:
Estes são objectivos a atingir e que justificam este investimento de 45 milhões de euros, dividido
em três fases, e que conta com uma comparticipação comunitária de cerca de 40%.
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Apesar de sabermos que Lisboa nunca deixará de ser um porto de escala para os navios de
cruzeiro, quer pela sua tradição, quer pela sua posição geográfica e atractivos turísticos, a grande
competitividade desta indústria exigiu da nossa parte uma forte aposta neste investimento que
hoje consignamos.
Ao contrário dos destinos, os navios deslocam-se facilmente. No futuro o que vencerá e marcará a
diferença é a qualidade de um destino e o seu posicionamento no mercado.
Para terminar gostaria de cumprimentar a SOMAGUE e a SETH e garantir-lhes que terão da parte
da APL um dono da obra atento e eficiente.
À APL gostaria de transmitir as minhas felicitações pela forma profissional e empenhada como
têm concretizado as orientações do Governo.
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