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TRABALHO DE PORTUGUÊS

MODERNISMO

Marcelo Viana de A. Lima


Índice:

O Modernismo em Portugal
-Introdução
-Características
-Primeiro Momento
-Segundo Momento

O Modernismo no Brasil
-Introdução
-Características
-A Semana de 22
-Vozes do Modernismo

Primeiro Tempo Modernista


-Introdução
-Características
-Oswald de Andrade

Segundo Tempo Modernista


-Introdução
-Características
-Jorge Amado

Terceiro Tempo Modernista


-Introdução
-Características
-João Cabral de Melo Neto

Análise literária
-“Opiário” - Fernando Pessoa
-Biografia

Análise não-literária
-“Os Retirantes” - Portinari
-Biografia
O Modernismo em Portugal

Introdução:
O Modernismo surgiu em Portugal em 1915, em torno da revista Orpheu.
Típico de Lisboa, esse movimento colocavasse contra provincianismo e a
literatura estereotipada neo-simboista e neo-romântica, seu objetivo era
escandalizar a burguesia, porém não atingiu suas metas de revolução cultural
esperadas.
Uma dessas metas era derrubar as formas artísticas convencionais atravéz
do escândalo, mas obteve fracasso devido à impossibilidade ideológica daquele
tempo, já que continuavam impregnados de uma religiosidade esotérica
proveniente do misticismo do decadentismo-simbolismo.

Características:
Dentre as muitas crises em todos os níveis, reflexo das consequências da I
Guerra Mundial na Europa, também devido a proclamação da República lusitana,
uma foi a do progressismo burguês, quando os modernistas se revelam adeptos de
uma ideologia irracionalista, institucionista como Henri Bergson, que só admitia o
conhecimento natural e espontâneo, dizendo não à ciência e a técnica.
Os primeiros modernistas seguiram a linha de pensamento de Martin
Heidegger, segundo o qual a existência individual era determinação do próprio
indivíduo e não uma determinação social, além de aceitar o destino como
irracional. Este foi o chamado anti-humanismo ou anticristianismo.
Os movimentos de vanguarda que influenciaram os primeiros poetas
modernistas foram o Cubismo e o Cubofuturismo, já o Surrealismo teve um
impacto maior por definir uma maior ruptura com o passado, como também o
futurismo, já que ambos tendiam a afastar-se da reprodução naturalista da
realidade.

Primeiro Momento: (1915 - 1927)


O grupo fundador da revista Orpheu, que era constituído por alguns dos
que mais se destacaram na época, como Mário de Sá Carneiro e Fernando
Pessoa, após perceber o impacto causado por esta, decidiram acompanhar o
andamento do movimento no resto da Europa, sofrendo sua influência.

Segundo Momento:(1927 - 1940)


O Segundo Momento originou-se do lançamento da revista Presença, que
seguia uma linha de literatura mais intimista e artística sem se opor ao orfismo.
Os destaques dentre os presencistas foram: José Rodrigues Miguéis, Branquinho
da Fonseca, José Régio e Irene Lisboa.

O Modernismo no Brasil
Introdução:
O Brasil vivia um período de fatos importantes como o centenário da
Independência, a Semana de Arte Moderna, o surgimento da revista Klaxon e
outros lançamentos de Oswald de Andrade e Mário de Andrade com capa de Di
Cavalcanti no segundo caso, e também a criação do Partido Comunista, mas ao
mesmo tempo foi uma época de descontentamento da população, mostrada com o
tenentismo, além da classe média que crescia e começava a exigir sua parcela de
poder.
Tudo isso deu origem ao movimento Modernista, inicialmente em São
Paulo, já que a Semana de Arte Moderna foi uma espécie de grito de revolta
contra o atraso cultural brasileiro. Um fator importante para revolução ocorrida
foi a ida de Oswald de Andrade à Europa alguns anos antes, já que, quando
voltou divulgou sua admiração pelo futurismo, dizendo que era uma arte ligada a
nova civilização tecnológica que surgia, isso o incentivou a uma tentativa de
remodelar as artes brasileiras.
Algumas obras de arte moderna de Lasar Segall e Anita Malfatti foram
postos em exposição antes mesmo da Semana de Arte Moderna, já que ambos
espelharam-se no expressionismo, no caso de Segall, o expressionismo alemão.
Mais tarde, Anita Malfatti foi aos EUA onde conheceu o cubismo, no qual se
espelhou para sua próxima exposição em 1917, suas obras foram muito
criticadas, inclusive por Monteiro Lobato.
Nos anos seguintes, foram feitas mais obras, ora parnasianistas,ora
apresentando novidades. Outro fato importante é a amizade iniciada por Oswald
e Mário de Andrade, já que os dois lideraram a Semana de Arte Moderna, além
disso Oswald de Andrade trouxe para o Brasil o italiano Victor Brecheret,
responsável pelo Monumento às Bandeiras, novidade que alvoroçou São Paulo.

A Semana de 22:
A semana de 11 a 17 de fevereiro de 1922, foi chamada a Semana de Arte
Moderna, esta reuniu celebreidades brasileiras em música, artes plásticas e letras.
Os espetáculos foram divididos em três jornadas cada um apresentado em
duas partes, o primeira destas três foi 2ª feira, 13 de fevereiro, as outras, 4ª e 6ª,
respectivamente 15 e 17 de fevereiro.
A semana foi inaugurada por Graça Aranha com o pronunciamento da
conferência A Emoção Estética na Arte Moderna, logo cedo causando uma
reação negativa da platéia, com vaias e protestos às críticas feitas a Companhia
Brasileira de Letras devido a seu passadismo e conservadorismo. Outro grande

impacto foi causado por Ronald de Carvalho ao recitar o poema “Os Sapos”, de
Manuel Bandeira, cuja presença não foi possível. Na 6ª feira 17, Heitor Villa
Lobos chocou a platéia ao entrar no palco de casaca e chinelos, porém, tratava-se
apenas de um problema nos pés e não do futurismo.
A imprensa chegou a publicar que as agitações da Semana de Arte
Moderna eram propositais e premeditadas pelos organizadores, de qualquer
forma, nada foi provado, mas, propositalmente, ou não, essa semana agitou as
artes nacionais, já que ainda no mesmo ano, as obras modernistas tiveram
continuidade, além de despertar o interesse de jovens artistas que acabaram
conseguindo um bom espaço.

Vozes do Modernismo:
As chamadas vozes do modernismo representam as revistas, que mesmo
antes do Modernismo existiam, porém em pequena escala, já no desdobramento
da semana de 22, jovens expressavam o que pensavam em suas próprias revistas.
As revistas de maior importância após a Semana de Arte Moderna foram:
“Klaxon” e “Estética”, ambas com a participação de celebridades, procuravam
dar um caráter social e participativo aos novos tempos, outra revista, esta
católica, contou também contou a participação de celebridades como Murilo
Mendes e Cecília Meireles. Terra Roxa e Outras Terras era uma revista que,
contando com a participação de grandes nomes e também de elementos
inexpressivos, procurou “interiorizar os debates”, “trazê-los para dentro do
Brasil”.

Primeiro Tempo Modernista

Introdução:
O Primeiro Tempo Modernista compreende os anos de 1922 a 1930, esse
foi considerado o tempo moderista mais radical, e logo cedo se dividiu em
grupos. Um desses grupos era formado por Mário e Oswald de Andrade,
Alcântara Machado e outros, este grupo lançou as revistas mais engajadas, o
grupo Verde-Amarelo, mais conservador, era formado por Plínio Salgado,
Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia. Já no Rio de Janeiro, não houveram
rupturas acentuadas, além de que traços simbolistas ainda foram mantidos. Em
Belo Horizonte, com o auxílio de Carlos Drummond de Andrade, surgiu a revista
“A Revista” , além da colaboração de Pedro Nava.

Características:
O Modernismo é um movimento difícil de ser analisado em linhas gerais,
já que não havia uma linha ou uma tendência a ser seguida, e sim uma amplitude
em função das diferentes linhas de pensamento de seus protagonistas, que não
seguiam uma estética rígida, aliás esse era o intuito de ser modernista. Devido ao
Modernismo houve uma descentralização da literatura, que antes se concentrava
no RJ, em função dos burgueses.
Uma das características básicas do Modernismo que podia ser analisada na
maioria dos artistas é a inspiração nacionalista, outra característica, essa
fundamental, foi o desenvolvimento e estímulo à pesquisa formal, ou seja, uma
consideração pelo valor estético na linguagem, como é demonstrado na prosa na
forma de uma aproximação entre a lingugem escrita e a falada. Na poesia, além
desta aproximação, houve a conquista do verso livre, a liberdade lingüística e
uma ampliação dos temas, caracterizando um certo anarquismo, reforçado pelas
idéias individualistas do começo do século pelo filósofo Henri Bergson que
defendia o poder da intuição, assim como a teoria psicanalítica de Freud revelava
as motivações subconscientes, duas das metodologias usadas pelos modernistas
no início do movimento.

Segundo Tempo Modernista

Introdução:
Este período se estende de 1930 a 1945, sendo extremamente rico na
produção de poesias e prosas. Todo o contexto envolvido durante esses anos
marcados pela II Guerra Mundial, a depressão econômica e o avanço do
nazifascismo, e internamente a ditadura de Getúlio Vargas, aumentou a amplitude
temática, característica modernista desde seu primeiro momento.

Características:
A segunda fase modernista é um período de amadurecimento da literatura
brasileira, como desnvolvimento do romance emvárias direções, como o romance
social nordestino, com obras de Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano
Ramos e outros, o romance intimista e psicológico de Ciro dos Anjos e outros,
além do romance da temática social urbana, com obras de Dionésio Machado,
Érico Veríssimo, Marques Rebelo e outros.
O mais importante destes foi o romance sicial nordestino, já que se tratava
de denunciar os problemas econômicos, o drama dos retirantes e a exploração do
povo num sistema social injusto, justificando a tentativa modernista de explorar e
interpretar o “estar-no-mundo”, caracterizando uma poesia mais politizada e
construtiva.

Terceiro Tempo Modernista

Introdução:
A terceira fase surgiu em 1945, em torno da revista Orfeu, homônima
àquela de 1915 em Portugal. Essa revista reuniu os maiores nomes interessados
em exprimir um novo estágio da inteligência e da cpacidade de rebelião
brasileira. Nessa fase, perseguiu-se o o rigor da expressão, como os poemas de
João Cabral de Melo Neto, e, em alguns casos extremos de rigor da forma
chegou a se falar em neo-parnasianismo ou antimodernismo, como é o caso de
Mário Quintana, Paulo Mendes Campos e Geir Campos.
Nesse período pós-Guerra, os poetas dividiram-se em experimentações
poéticas diferentes, alguns seguindo o esteticismo formalista, outros uma poesia
participante.

Características:
Os poetas de 45 compreenderam que deveriam abandonar as conquistas
modernistas de 22, partindo para uma nova reabilitação de regras mais rígidas na
composição dos versos. Além dessa retomada à preocupação com a forma, foi
abandonado o poema-piada, que foi considerado, em 1945, uma vulgaridade e um
exagero. Assim como os parnasianos, os poetas de 45 retomaram a utilização de
imagens intencionalmente estéticas, com o conceito de “Arte pela Arte”. No
entanto, nem todos os poetas seguiram esta linha, como é o caso de João Cabral
de Melo Neto e Ferreira Gullar, já que ambos voltaram-se para os temas sociais,
embora fizessem poesia simétrica e formal, utilizavam-se de temas com enfoque
político em torno das questões imediatas que abalavam o país.
Análise Literária

Síntese do poema - “Opiário” , Fernando Pessoa


É antes do ópio que minh’alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.
Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a Índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E só há uma maneira de viver.
Por isso eu tomo ópio. É um remédio.
Sou um convalescente do Momento.
Moro nos rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.
Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já !
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim ?
Pertenço a um gênero de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.
O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a...
E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter essas sensações confusas.
Deus que acabe com isto ! Abra as eclusas -
E basta de comédias na minh’alma !
Análise
O poema de Fernando Pessoa foi escrito com o heterônimo de Álvaro de
Campos, espicificamente o poema “Opiário” retrata uma viagem deste
heterônimo ao Oriente, com o objetivo de buscar uma experiência que, na
verdade, não o satisfaz, aliás no decorrer do poema é possível perceber que, o
que ele buscava não estava no oriente, mas sim no Oriente ao oriente do Oriente,
que significa; um lugar não pertencente à esta terra pequenina. Com certeza, esta
experiência que ele buscava nunca se concretizará pelo simples motivo de que
seu espírito é português, daqueles que lança-se ao mar com toda a sede de
conquista, porém, após chegar às Índias, qual a graça? A verdadeira vontade é a
de explorar este mar, a ansiedade é o melhor da viagem, por isso, segundo o
autor, ele usa ópio como remédio a esta vida que ao passar diante dos olhos,
convalesce e estiola. Mais tarde pede a Deus, como último recurso, a calma para
viver em paz, sem precisar buscar o que não é concreto, não existe e faz de sua
alma, um objeto de comédia.

Análise - “Os Retirantes”


O quadro pintado por Portinari faz parte de uma série de obras chamada de
“Os Retirantes”, que representa a situação social no Nordeste, muito retratada no
modernismo, também em romances. É como uma revolta com a situação
econômica e a exploração do povo em um sistema social injusto que foi ignorado
por muito tempo, as cores utilizadas e as expressões das pessoas retratadas,
simbilizam tanto um lado negro do Brasil quanto uma imagem de escuridão
representando o abandono que também pode ser interpretado se analizada a
paisagem de fundo, onde nada mais existe senão as aves carniceiras à espera de
comida e a imensidão do sertão. Nas pessoas retratadas ficam claras as marcas de
sofrimento, sendo que cada pessoa tem mais cicatrizes pintadas de acordo com
suas idades. A família retratada é o esteriótipo da família nordestina; um casal
com muitos filhos, um deles, a menina mais velha já tem um filho, seus irmãos,
tem doenças características da pobreza.

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