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OFICINA DE FORMAÇÃO: Práticas e Modelos de Auto – Avaliação das Bibliotecas Escolares

Outubro a Dezembro de 2009

REFLEXÃO FINAL SOBRE A OFICINA DE FORMAÇÃO


Sessão 9: 17 de Dezembro

“Eles não sabem, nem sonham,


que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”

António Gedeão, Pedra Filosofal

Há treze anos atrás, algumas pessoas não se contentaram com o plano onírico e
começaram a trabalhar para que um sonho, em particular, passasse ao plano da realidade.
Assim nasceu a Rede das Bibliotecas Escolares, perspectivadas como “núcleos da vida da
escola, podendo desempenhar um papel fundamental nos domínios da leitura e da literacia e na
formação global dos alunos, no favorecimento do sucesso escolar e no aprofundamento da
cultura literária, científica, tecnológica e artística”.

A rede “pulou” e “avançou” num imenso e rápido crescendo, sobrevivendo aos diversos
“muros” que encontrou pelo caminho e, hoje em dia, é uma realidade para a qual cada um de
nós, professores bibliotecários, também contribui grandemente. Tal responsabilidade, sou
franca, ao mesmo tempo que me cativa, também me assusta um pouco, uma vez que as
expectativas pessoais, como perfeccionista que sou, e as externas são muito elevadas. E se eu
não conseguir?

Parecendo ouvir as minhas “preces” surgiu esta formação sobre as Práticas e Modelos de
Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares. Não nego que a formação em questão revolucionou a
minha vida, pois torna-se difícil fazer o malfadado tempo “esticar” e o ritmo a que os trabalhos e
as exigências de domínio de certas competências, que eu não dominava tão bem, ou mesmo
nada, em alguns casos, foi alucinante. Os fins-de-semana deixaram de existir, os trabalhos
acumularam-se e a família reclamou. Todavia, o balanço é, indubitavelmente, positivo. A
formação permitiu-me ter uma melhor perspectiva da real dimensão da missão que devo
desempenhar como professora bibliotecária, (e que dimensão…) e, ao mesmo tempo adquirir
competências imprescindíveis à minha actividade.

No final desta acção, foi-me solicitada esta reflexão que agora faço. Obriguei-me a parar
para o fazer. Pesando os prós e os contras, concluo que o balanço final não poderia deixar de
ser extremamente positivo, pois esta formação resultou, para mim, como uma extraordinária
mais-valia, sobretudo ao nível dos conhecimentos e capacidades no tocante ao Modelo de
Avaliação da Biblioteca Escolar.

Vejamos então os tais prós e contras que ponderei, nesta minha reflexão.

Relativamente aos aspectos mais positivos, aponto em primeiro lugar a modalidade de


formação utilizada. Esta foi, sem dúvida, a correcta, uma vez que não se limitou às horas de
formação presencial e ao fornecimento de conhecimentos de uma forma teórica, mas
enveredou pelo teor prático, deixando ao formando espaço para ser ele a procurar e a
desenvolver, ao seu próprio ritmo, numa perspectiva também de auto-formação e de formação
inter-pares, as competências a adquirir nos vários níveis. Esta experiência resultou assim muito
mais enriquecedora e profícua para todo o processo, sobretudo quando o formando sabia que
tinha sempre a “tábua de salvação” on-line”, via plataforma moodle ou e-mail , das suas
formadoras e dos próprios colegas formandos, que, não sei como conseguiam, mas tinham
sempre tempo para dar resposta a todas as angústias e dúvidas que nos “assolavam as almas”.
Considero ainda que as metodologias, os temas e os conteúdos abordados foram pertinentes e
os adequados. Os materiais disponibilizados pelas formadoras foram igualmente adequados,
(embora demasiados, muito extensos e de uma leitura nada fácil, pois alguns colegas não
dominam a língua inglesa). Porém, é inegável a sua utilidade e a sua fácil consulta, estando o
seu acesso ao dispôs do formando 24 horas por dia e à distância de um “clique. O espaço físico
em que decorreu a acção foi excepcional, pois não há local mais adequado do que o conforto do
lar de cada um de nós.

A síntese final de cada sessão, disponibilizada pelas formadoras, foi igualmente bastante
útil, uma vez que nos permitiu receber um feedback dos trabalhos que íamos produzindo,
ajudando-nos a reflectir acerca dos pontos mais fortes e dos que ainda teríamos que melhorar
ao nível dos mesmos. Apreciei ainda o facto de poder consultar os trabalhos dos colegas, dando
a minha opinião, pois, com tal estratégia, também aprendi muito e, certamente, irei adaptar
alguns contributos à prática que devo desenvolver na minha actividade.

Uma grande vitória pessoal, pois representa mais uma evolução no domínio desta
sociedade da informação, com a passagem do átomo ao bit, e a transformação do homo sapiens
em homo digitalis, prendeu-se com a exigência de que o trabalho final fosse apresentado sob a
forma de Portfólio digital/blogue. Ora eu, que nunca havia feito qualquer incursão nesta área da
criação de um blogue, fiquei literalmente em pânico. No entanto, depois de muito experimentar,
errar, desesperar, consegui… Não estará muito bem, uma vez que os conhecimentos nesta área
ainda são incipientes, mas dei um passo, na minha opinião, gigantesco ao nível das minhas
competências digitais. Assim, já posso criar, com muito mais autonomia, o blogue da Biblioteca
Escolar a meu cargo. Terá sido coincidência a aplicação desta metodologia, nesta formação?
Não me parece…

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Formanda: Anabela da Conceição Costa
Professora Bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova
No âmbito dos aspectos menos positivos, realço, em primeiro lugar, o ritmo alucinante
com que se desenvolveram os trabalhos, o que me criou angústias e a noção de que poderia ter
feito melhor se tivesse mais tempo para reflectir e produzir os trabalhos. Outras vezes, senti-
me algo perdida quanto à apresentação final das tarefas, pois nem sempre entendia, com
clareza, as indicações que me eram dadas para a produção daquelas. No entanto, após
pesquisa, reflexão e a ajuda das formadoras e dos colegas, lá encontrei, penso eu, o rumo.
Outro aspecto que dificultou a realização desta acção foi a documentação para leitura que nos
era disponibilizada. Os documentos em questão, para além de serem em grande número, eram
extensos e muitos na língua inglesa, o que requeria um tempo para leitura e reflexão, de que
não dispúnhamos. Foi difícil, mas superado.

À laia de conclusão, mais uma vez refiro a grande proficuidade desta formação, na qual
me envolvi a 100%, dando o melhor que o tempo e a vida me permitiram. A oficina de formação
possibilitou-me perspectivar a real abrangência e magnitude do Modelo de Auto-avaliação da
Biblioteca Escolar. Permitiu-me ainda compreender a urgência e a necessidade de o aplicar no
âmbito da Biblioteca Escolar que coordeno, levando a escola a perceber o seu valor para o
sucesso e a envolver-se na sua aplicação, dentro da filosofia de que a auto-avaliação deve “ser
encarada como um processo pedagógico e regulador, inerente à gestão e procura de uma
melhoria contínua da BE. Neste sentido, a escola deverá encarar este processo como uma
necessidade própria e não como algo que lhe é imposto do exterior, pois de facto todos irão
beneficiar com a análise e reflexão realizadas.”1

Tal como refiro na minha apresentação e no meu perfil, um novo ciclo agora começou,
com esta formação. Foram-me abertas e abri portas por corredores que agora devo percorrer, já
não sozinha, mas com o apoio de todos vós que comigo estiveram nesta “labuta” e comigo
caminham também pelos respectivos corredores, nestas andanças das Bibliotecas Escolares.
Muitas portas irão fechar-se nas nossas caras, mas com paciência e capacidade de trabalho
conjunto, acredito que conseguiremos ir mais além.

Tal como previa, aprendi muito convosco e chegou agora o momento de passar à outra
fase: a de transmitir aos outros aquilo que aprendi. Vamos a isso!!!

Muito obrigada a todos!

Coimbra, 17 de Dezembro de 2009,

Anabela da Conceição Costa

Professora Bibliotecária do Agrupamento de Escolas de


Condeixa-a-Nova

1
“Modelo de Auto-avaliação da Biblioteca Escolar” – Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (12
de Novembro de 2009)
3
Formanda: Anabela da Conceição Costa
Professora Bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova
4
Formanda: Anabela da Conceição Costa
Professora Bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova

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