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MINISTÉRIO PÚBLICO

DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO PENAL C;:t:~


DISTRITO JUDICIAL DE COIMBRA
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correcta pelas razões citadas no quesito a que se acrescentaa instabilidade dos parâmetros

vitais que o doente apresentava,,14.

Isto é, tudo aponta para que a arguida, face ao diagnóstico que fez - de pneumonia e

alterações analíticas compatíveis com enfarte sem Supra - ST -, que foi correcto conforme
I

decorre da respostasao quesito 515,considerando o estado de saúde do doente e todos os

demais condicionalismos já supra expostos, ao contrário do que fez, não deveria ter

ordenado a sua transferência para um hospital de recursos acentuadamente menores,

devendo mantê-lo nos HUC, um hospital central, dotado de uma panóplia de meios técnicos

climatéricas dessa época do ano? R: A resposta é afirmativa e fundamenta-se na resposta ao


quesito anterior".
14Também a conduta do Dr. Pedro Neto Santos de Barros Mor~ira, médico urologista que atendeu
João Tilly dos Santos nas urgéncias do Hospital de Seia no dia 20.3.2004 (um sábado), foi alvo de
alguns "reparos" por parte do INML, embora com uma intensidade diferenciada. Vejamos: Referiu o
INML na resposta ao quesito n° 1 que, embora o diagnóstico proposto tenha sido o mais provável -
"gastrenterite aguda" -, deveriam, contudo, ter sido pedidos exames de rotina para avaliação de
repercussãoda doença, atendendo a que se tratava de doente com 72 anos, com sintomas desde
há cerca de 24 horas. Não se discutindo a bondade e a pertinência de tal reparo (cfr. supra nota
11), parece-nosque, em abono da conduta do clínico em causa, se deve salientar que este só deu
alta médica ao doente, permitindo o seu regresso à residência, depois de o ter colocado sob
observaçãodurante algumas horas, sujeito ~ medicação, ~ só após terem desaparecido os
sintomas que o tinham levado a recorrer ao hospital. Repare-se ainda que o médico em causa,
conforme resulta do seu registo de fls. 79 e do que afirmou no decurso da investigação, escreveu
uma carta dirigida o médico de família, onde o doente deveria ir na segunda-feira seguinte, no
sentido de, em regime ambulatório, averiguar as causa dessa dor, sugerindo a realização de uma
endoscopia. Assim sendo, neste contexto de facto, em que os exames a fazer seriam mais por
precaução do que pela sua necessidade premente, podendo, por isso, esperar pela consulta na
segunda feira seguinte com o médico de família, não nos parece que deva ser assacada qualquer
responsabilidade criminal - sendo esta a única que nos cabe aqui apreciar - ao médico em causa.
15O quesito em causa teve o seguinte conteúdo: "Atentos todos os elementos recolhidos, foi
correcto o diagnóstico de "Pneumonia/Vómitos" - "Alterações analíticas compatíveis com Enfarte
sem supra - ST - ECG Normal e sem clínica de Angor ou equivalente" - "queixas dominantes do
foro digestivo"?, tendo obtido a seguinte resposta: "Atendendo aos elementos recolhidos a resposta
é sim. Embora nos diagnósticos se confundam sindromas (Vómitos, queixas dominantes do foro
digestivo) com diagnósticos propriamente ditos: Pneumonia, enfarte do miocárdio sem supra
desnivelamentodo segmento S.T."

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