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Relatório sobre oficinas de capacitação
Parque Nacional do Descobrimento
Débora Menezes
Jornalista e educomunicadora
(73) 9922-4691 - debieco@uol.com.br
Apresentação
Este relatório tem como objetivo apresentar uma síntese do que foi trabalhado nas
oficinas de educomunicação junto às comunidades indicadas pelo Parque Nacional do
Descobrimento.
Já o líder Rogério, por questões de falta de tempo – hoje ele é do Sindicato dos
Produtores Rurais de Prado - e por não morar mais na Pontinha I, não teve
participação efetiva no processo de “chamamento” das pessoas.
Mais duas reuniões foram realizadas, na Pontinha e no Riacho, para fechar a data
final do curso e organizar a logística. Os comunitários fizeram sugestões, que foram
acatadas – realizar cinco encontros de oito horas, às quartas-feiras; que os encontros
incluíssem visitas guiadas pelas comunidades onde as oficinas seriam realizadas, para
que todos tivessem a oportunidade de conhecer um pouco de cada uma delas; e
conseguir declaração junto a Secretaria de Educação para que os professores
interessados fossem liberados das aulas para participarem do curso.
Sobre esse apoio da Secretaria de Educação: foi feita reunião com o secretário e a
coordenadora das escolas rurais, para explicar sobre o trabalho que seria feito, e a
coordenadora explicou que se as professoras achassem substitutas para os dias das
oficinas, estariam liberadas para a participação. Entretanto, isso não foi possível, e
mesmo Erinelza e Makuele tiveram que faltar um dia por não terem encontrado
substitutas.
Nessas reuniões também ficou acordada a logística de transporte dos grupos para
cada local de realização de oficinas, o qual foi disponibilizado pelo Parque.
Vale destacar, também, que muitos comunitários não entenderam os objetivos reais
de “participar uma oficina para fazer jornal sem impressão garantida”, mesmo sabendo
que o processo de articulação para garantir esse apoio financeiro seria estimulado
durante o curso. Ainda assim, o grupo de participantes inicial se manteve praticamente
até o final da capacitação.
No primeiro dia de oficina houve uma pequena avaliação do grupo sobre os critérios
de participação e chamamento para essas oficinas, detalhado no item Metodologia das
Oficinas.
Primeiro de Abril
Tiago do P. Santos
Ednalva de Jesus
Marailde Abaeté
Pontinha II
Pontinha I
* Só participaram um ou dois dias, não participaram do restante das oficinas, mas contribuíram
com a produção do jornal.
Após a apresentação, cada participante preencheu uma ficha para contar “porque
está participando das oficinas de comunicação” e sobre “o que lhe motiva, quais são as
suas preocupações e as suas relações com a comunidade”. O objetivo foi o de
conhecer um pouco da expressão dos alunos na linguagem escrita.
A reclamação era a de que o curso foi “mal comunicado”. “Eu mesma só vim fazer o
curso porque a Erinelza (uma das líderes que participaram das reuniões) é minha
irmã”, disse Natalice Batista de Oliva Amaral, de Pontinha II.
Já uma das lideranças presentes lembrou que qualquer ação realizada dentro de um
assentamento precisa ser comunicada à direção do MST, o que não foi feito. Também
não foi especificado quem e onde procurar.
Dois biomapas foram perdidos, pois ficaram sobre responsabilidade dos alunos. Eles
devem ser retomados durante o encontro de avaliação em novembro.
Pontinha Pontinha
Farinheira Modelo.
Dinâmica do barco
Leitura crítica
Acesso a informação
Visita às farinheiras da Pontinha
Após o almoço, todo o grupo foi conhecer a produção do beiju, principal fonte de renda
atual da comunidade. Observaram os aspectos de higiene, o trabalho artesanal e as
principais dificuldades desse trabalho. A maioria dos participantes de outras
comunidades conhecia o produto, mas não o processo de fazê-lo.
Terminado o diagrama, foi comentado pela consultora sobre as instituições que não
apareceram e iniciado um pequeno debate sobre como essa proximidade poderia ser
melhorada, e qual a relação entre esse diagrama e a questão dos direitos e deveres da
oficina anterior. A experiência serviu para que as comunidades ainda compartilhassem
problemas comuns.
Após a realização dessa oficina, quatro participantes (com mais dois colegas das
oficinas da Resex) visitaram o Instituto do Meio Ambiente da Bahia, em Teixeira de
Freitas, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Prado, e o Ministério Público. As
visitas foram relatadas no início da quarta e quinta oficinas. Além disso, mais três
participantes produziram uma reportagem sobre o ICMBio entrevistando o gestor do
Parque, matéria essa que foi publicada no jornal comunitário (detalhes sobre a
produção do jornal seguirão no relatório final, como já foi comentado);
Exercício sobre gêneros e início de produção de pauta
A escolha das pautas iniciais espelha o que importa para cada comunidade
participante. O grupo de Primeiro de Abril indicou os temas “história do Primeiro de
Abril”, e “biogel – adubo orgânico”. O grupo da Pontinha indicou a “história do beiju” e
“memória de Caboclo de Oséas”, fundador da comunidade. Já o grupo de Riacho das
Ostras sinalizou interesse em escrever sobre agricultura orgânica e o fato de gerar
“saúde para quem consome e dinheiro para quem produz”, e outra matéria sobre a
questão da saúde no bairro onde moram – um dos postos de saúde foi fechado e o
agente comunitário de saúde não passa com frequência na casa dos moradores.
Nesse terceiro encontro também foi solicitado ao grupo, como tarefa extraclasse,
uma “pesquisa de campo” em suas comunidades. Foi elaborado um pré-roteiro com o
objetivo de saber um pouco sobre o que os comunitários gostariam de ler no futuro
jornal.
Quarto encontro – Riacho das Ostras
A proposta inicial,
prevista no plano de
trabalho, era a de fazer
essa experiência a partir
da participação dos
alunos em uma oficina de
brigada voluntária que
acabou não acontecendo.
Então apenas mudamos a
temática: a idéia dessa
Gravação das esquetes de rádio atividade foi a de dar a
chance de experi-
mentação de um meio de comunicação radiofônico, cuja linguagem é mais
acessível do que a escrita.
Ficha de pesquisa
1. Como você fica sabendo das coisas que acontecem em sua comunidade?
O Oiti
Lançamento
17 de outubro.
Página 1 – Capa.
• Impressão do jornal:
- Rifa da Pontinha;
- Para os contatos, grupo vai levar um folheto para conseguir apoio junto a
comerciantes e fazendeiros. Em troca do apoio, haverá espaço no jornal para a
logomarca do apoiador.
Para o futuro...
• Diagramação e impressão.
Vivência de fotografia
Iniciamos as atividades desse dia com uma saída fotográfica pela comunidade. A
intenção era a de experimentar o manuseio do equipamento e a linguagem fotográfica,
que seria muito utilizada no jornal. Três grupos se espalharam pelo Primeiro de Abril, e
e muitos dos próprios comunitários do assentamento visitaram lugares que não
conheciam dentro da área onde vivem. Em um desses lugares está uma nascente, na
época (setembro) pisoteada pelo gado solto, e um dos alunos (Agnaldo) se
responsabilizou por levar fotos para as próximas reuniões da associação dos
moradores do Primeiro de Abril, para mostrar esse problema e encontrar uma solução
coletiva.
Página 8 – Reportagens sobre agricultura orgânica – porque faz bem a saúde, porque
pode dar dinheiro ao produtor. Entrevistas com produtores do Riacho (senhor Joel),
ong Terra Viva, que trabalha com capacitação no tema agricultura orgânica,
engenheira florestal Jandaíra Moscal, consultora do Parque. Um representante do
grupo pode participar do curso de agrofloresta, ministrado por Jandaíra, para conhecer
melhor sobre o assunto. Responsáveis: Dernivaldo, Antonio, Marailza e Bruno.
Uma breve avaliação do processo das oficinas
Convidados a falar sobre o trabalho que estava sendo realizado nas oficinas, alguns
desses participantes manifestaram sua própria avaliação espontaneamente. Marailza
comentou que conseguiu entender um pouquinho sobre como algumas instituições
funcionam (ela visito o IMA e a Secretaria de Meio Ambiente), e ficou sabendo sobre
coisas que não conhecia, e que deveriam ser melhor divulgadas para a comunidade
(sobre o Fundo Municipal de Meio Ambiente, que disponibiliza verbas para projetos de
educação ambiental). Ela também comentou que não vai deixar de ser agricultora para
virar jornalista, mas que esse trabalho de comunicação a ajudará muito em seu dia-a-
dia.
Além disso, uma ficha de avaliação foi encaminhada aos participantes. Apenas cinco
responderam (segue como anexo nesse relatório). A maioria questionou o tempo das
oficinas (insuficiente) e o fato das mesmas não terem tido recursos para alimentação e
para a impressão do primeiro jornal. Também houve críticas ao ritmo das aulas –
haviam muitos debates e algumas pessoas se estenderam nas exposições,
incomodando quem não se manifestava e tornando as oficinas cansativas.
Como ponto positivo, cito as palavras do aluno Tiago, que valem para todos os
participantes: “aprender a se expressar, escrever, saber quais seus direitos e deveres,
saber quando e como utilizar os poderes legislativo e jurídico”. Para um grupo de
comunitários mais acostumados a projetos de geração de renda, e nem tanto de
mobilização social e de fortalecimento da auto-estima, já é um bom começo.
Mas tão importante quanto garantir o jornal, ou partir para um video ou programa
de rádio, foi o de entender que o processo de se pensar na mídia impressa pontue
também as relações entre os comunitários presentes nessas oficinas, onde a
mobilização é um desafio constante para a melhoria da qualidade de vida coletiva.
Precisa melhorar...
Acredito que seja importante para a realização de novas oficinas incluir no termo de
referência valores referentes a itens de alimentação, deixando por conta dos
participantes a organização para buscar cozinheira, espaços adequados para a
realização de oficinas, entre outros.
Uma última consideração sobre a logística – que será detalhada no relatório final
desse projeto de consultoria – é que também faltou nesse termo de referência um item
referente à diagramação (que é a atividade de transformar o que as pessoas escrevem
e fotografam, com a ajuda de programas de computador, em um jornal impresso),
impressão e distribuição do jornal.
Para novas oficinas, a sugestão é que se inclua no Termo de Referência uma verba
específica para a diagramação e impressão desse jornal-piloto, a exemplo do que
ocorre em outras unidades de conservação que trabalham com jornal comunitário -
como é o caso do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, que por meio de um recurso
financeiro externo (uma condicionante) subsidia o jornal O Timoneiro, em Caravelas.
Próximos passos...
Folheto elaborado e utilizado pelo grupo de participantes das oficinas para conseguir
patrocínio para o jornal. Esse trabalho foi realizado junto a alguns comerciantes em
Prado.
Anexo 2 – Fichas de apresentação dos participantes
Anexo 3 – Fichas de Leitura Crítica
Anexo 4 – Fichas de avaliação das oficinas