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A representação dos nove tipos de personalidade se faz mediante uma estrela de nove
pontas envolvida dentro de um circulo. Cada ponta corresponde a um tipo de
personalidade: 1) O Perfeccionista: 2) O Dador; 3) O Desempenhador; 4) O Romântico
Trágico; 5) O Obsevador; 6) O Advogado do Diabo; 7) O Epicurista; 8) O Patrão; 9) O
Mediador Ver figura abaixo.
Até aqui fala a psicologia, sem tocar em filosofia ou religião. O Eneagrama, na medida em
que é esta classificação, fica no plano das ciências experimentais; há de ser discutido
entre psicólogos. Acontece, porém, que se lhe atribuem conotações de ordem "mística",
que o tor¬nam controvertido em âmbito mais amplo, ou seja, em ambientes filosó¬fico-
religiosos. Examinemos, pois, o aspecto “místico” do Eneagrama.
2. A “MÍSTICA” DO ENEAGRAMA
A imagem da Estrela de nove pontas, que representam os nove tipos de personalidade,
era utilizada pelos muçulmanos sufistas, que professam concepções esotéricas. - E que é
o sufismo?
O sufismo (do árabe suf, pano de lã, túnica, que os primeiros sufistas usavam por ascese)
é uma corrente de espiritualidade muçulmana que no século X começou a se opor ao
racionalismo e ao formalismo jurídico de alguns mestres. Teve origem na Pérsia, onde
sofreu a influência das escolas filosóficas e religiosas que durante séculos antes do Islã
ali se confrontaram, tais como o neoplatonismo, o hinduísmo, o Cristianismo e o
maniqueísmo. O sufismo assim construído procura cultivar o amor a Deus e a
contemplação até o êxtase mediante a ascese e a purificação do coração. Tal escola de
espiritualidade não deixa de ter seus aspec¬tos esotéricos e fantasiosos, que lhe valeram
suspeitas e desconfiança da parte de outras correntes. A Sra. Dorothy Ranaghan, por
exemplo, afirma que "o sufismo contemporâneo se tornou um misto de panteísmo, magia
e racionalismo, com crença em telepatia, televiagens, premonição, transmigração de
almas e negação de um Deus pessoal" (texto citado por Ralph Rath, Nova Era, um Perigo
para os Católicos. Ed. Louva a Deus, Rio de Janeiro, pp. 174s).
Há também quem diga que o Eneagrama corresponde à Arvore da Vida da Cabala; cf. HP,
p.31.
"A estrela de nove pontas mapeia a relação entre duas leis fundamentais do misticismo: a
lei do Três (trindade), que identifica as três forças presentes no início de um evento, e a lei
do Sete (oitava), que governa as fases de implementação desse evento, à medida que se
desenrola no mundo físico.
O raciocínio nos diz que 1) o simbolismo dos números é algo de arbitrário; o número 13,
para uns, é de mau agouro, ao passo que, para outros, é alvissareiro ou de bons
presságios¹; e 2) dado que o simbolis¬mo se fundamente em alguma semelhança,
nenhum número, como tam¬bém nenhuma figura geométrica, emite energia criadora ou
destruido¬ra. Em conseqüência, não há por que temer a presença de símbolos,
diagramas e gráficos; como tais, nada podem fazer; está claro, porém, que, se alguém se
deixa sugestionar por pretensa eficácia desses si¬nais, está sujeito a se prejudicar,
porque está, condicionado para se sentir débil, perseguido, condenado... O símbolo,
porém, como tal não possui virtude nem benéfica nem maléfica.
3. CONCLUSÃO
¹ Cf. PR 27/1960, pp. 91-99 e Curso sobre Ocultismo da Escola “Mater Ecclesiae”, Módulo
20. Para citar um caso apenas, mencionamos o dos Estados Unidos da América: o
número 13 era ali de bom agouro, porque inicialmente eram treze os Estados que
constituíam a união norte-americana; além disto, o lema da união consta de treze letras (e
pluribus unum); a águia norte-americana está revestida de treze penas em cada asa;
Jorge Washington hasteou o estandarte republicano com uma salva de treze tiros. E
pluribus unum = de muitos faz-se um só.