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António Nunes, inspector-geral da ASAE, negou a existência de metas, mas reconhece agora que
estão fixadas num documento de trabalho, enquanto "resultados previsíveis", enviado por
engano num ficheiro informático para as direcções regionais.
Posteriormente, terá sido introduzida uma alteração, passando a constar "em quadros
devidamente separados" os objectivos, indicadores e resultados previsíveis.
Numa segunda fase, foi aprovado um quadro final que fixava os objectivos operacionais para as
direcções regionais, "excluindo-se da informação os resultados previsíveis".
Mas "dado que se tratava de um ficheiro informático com várias páginas, foi enviado às
Direcções Regionais não só o quadro aprovado pela Direcção, mas os outros ficheiros de
trabalho não validados que tinham entretanto sido substituídos", esclarece o comunicado.
A ASAE reafirma assim que "nunca foram transmitidos aos inspectores objectivos que não
fossem os aprovados, como sejam o número de agentes económicos a fiscalizar ou o número
de processos a concluir".
No final de Abril, o líder do CDS/PP, Paulo Portas, acusou a ASAE de "perverter" o seu
funcionamento ao distribuir "objectivos quantificados" que cada inspector deve cumprir.
Segundo Paulo Portas, o CDS-PP teve acesso a um "documento oficial da ASAE distribuído
dentro da Direcção Regional do Norte" daquela entidade, no qual estão quantificados os
objectivos anuais para cada inspector.
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De acordo com o documento, precisou Paulo Portas, cada inspector daquela direcção da ASAE
"tem que detectar 124 infracções, levantar 61 processos de contra-ordenação, que vão terminar
em coimas, abrir oito processos-crime e fechar ou suspender o funcionamento de pelo menos
seis estabelecimentos".
"E até têm de, por instrução central, fazer, pelo menos, duas detenções de pessoas",
acrescentou.
"Não esperamos do primeiro-ministro outra atitude que não seja demitir rapidamente o inspector
da ASAE. O próprio inspector, se tivesse um pingo de bom senso demitia-se, mas já não
acreditamos que o faça, tantas vezes foi já apanhado a mentir. Por isso resta ao
primeiro-ministro dar provas de que não tolera uma atitude destas de um inspector da ASAE",
afirmou à Lusa o deputado Hélder Amaral.
Para o CDS/PP, a notícia do Expresso "põe em causa as afirmações" de António Nunes e prova
que este responsável "faltou descaradamente à verdade" quando negou inicialmente o
documento, para depois dizer que era da Direcção Regional do Norte, quando na realidade saiu
da sede.
"Fica provado que há abusos e que o inspector deu ordens por escrito para os inspectores
levarem a cabo este ano 410 detenções, 25.420 processos por infracção, 1.230 suspensões de
actividade, 1.640 processos-crime e 12 mil contra-ordenações", afirmou, citando o documento
da ASAE.
Na opinião de Hélder Amaral, esta pressão exercida sobre os inspectores, que saem à rua com
números para cumprir, põe em causa o bom nome da ASAE e o profissionalismo dos
inspectores".
"É inaceitável que o director de uma polícia criminal falte sistematicamente à verdade, porque
quem faz cumprir a lei não pode mentir", afirmou o deputado do CDS/PP, sublinhando, a
propósito da justificação de António Nunes de que o documento foi distribuído por engano, que
"o inspector não pode pedir para si a tolerância que nunca demonstrou para com ninguém".
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