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RESENHA: “EM DEFESA DE CRISTO” - LEE STROBEL

Por Eliel Vieira

A série de livros “Em Defesa...”, de Lee Strobel, é composta por quatro livros. Além dos dois
que já foram lançados no Brasil pela Editora Vida1, o autor ainda lançou The Case for a Creator [Em
Defesa do Criador] e The Case for the Real Christ [Em Defesa do Cristo Verdadeiro], estes dois ainda
sem previsão de lançamento no Brasil.

Em meados de 2009 eu li e resenhei o livro Em Defesa da Fé e, aproveitando que a Editora


Vida recentemente relançou o livro Em Defesa de Cristo, que estava esgotado a alguns meses, decidi
comprá-lo e lê-lo, mesmo considerando o material de Em Defesa da Fé bastante limitado e superficial,
conforme escrevi em minha resenha ao mesmo2.

Em Defesa de Cristo, porém, me surpreendeu. O livro é muito melhor que Em Defesa da Fé em


vários sentidos. Sua estrutura é mais bem elaborada, a gama de entrevistados bem como a diversidade
de suas atuações são variadas, as dificuldades são tratadas com maior profundidade, enfim, totalmente
diferente da superficialidade de Em Defesa da Fé.

A estrutura do livro é semelhante à do livro Em Defesa da Fé: Lee, usando toda a experiência
que adquiriu durante o tempo em que foi jornalista, entrevista autoridades em diversas áreas-chave
referentes à questão da ressurreição de Cristo. Alguns entrevistados aparecem também em Em Defesa
da Fé, como é o caso de William Lane Craig e J. P. Moreland (as entrevistas de ambos, juntamente
com as entrevistas de Gary Habermas e Craig Blomberg, são as melhores do livro).

A impressão que temos após a leitura deste livro é que o argumento cristão a favor da
ressurreição de Jesus é disparadamente o melhor de todos os argumentos apologéticos já elaborados.
Os ateus simplesmente não conseguem elaborar uma teoria que explique (sem recorrer a um trilhão de

1
“Em Defesa da Fé” e “Em Defesa de Cristo”.
2
<http://www.elielvieira.org/2009/09/resenha-em-defesa-da-fe-lee-strobel.html>.

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ad hocs) os vários fatos bem estabelecidos sobre a vida, morte e aparições de Jesus. A saída mais
comum dos ateus é atacar espantalhos – modelos ridículos e mais fracos que não representam o
argumento verdadeiro –, ou conduzir a discussão sobre a ressurreição para um terreno longe da
investigação histórica, como fez Bart Ehrman em seu debate contra William Lane Craig sobre a
ressurreição3.

Talvez esta impressão de que o argumento da ressurreição seja o melhor de todos não seja
apenas uma mera impressão, mas algo verdadeiro. Estive conversando alguns dias atrás com um amigo
meu ex-apologeta. Por alguns anos ele participou efetivamente de discussões na internet contra ateus,
mas de alguns anos para cá ele abandonou toda a atividade apologética, vindo a dedicar seus estudos a
outras áreas. Certa vez ele inclusive chegou a chamar a atividade apologética de “Filosofia Tabajara”.
Enfim, nesta conversa específica que tive com ele lhe perguntei sobre o que ele pensava sobre o
argumento da ressurreição, e sua resposta foi: “Sim, acredito neste argumento. O argumento da
ressurreição é praticamente impossível de ser refutado. Nenhuma explicação naturalista [sobre Jesus]
teve qualquer êxito até hoje”.

Lee cita em seu livro o debate que ocorreu entre Antony Flew (quando ele ainda era ateu) e
Gary Habermas, sobre a historicidade da ressurreição de Jesus, em 1987. Lee cita o fato constrangedor
[para os ateus] que cinco filósofos de cinco universidades distintas foram convidados para serem juízes
deste debate, dos quais quatro declararam Habermas vencedor, enquanto o outro declarou o debate
como empatado.

E, mais interessante ainda, Lee cita (já no fim no livro) o caso do advogado Sir Lionel
Luckhoo,

... o advogado brilhante e inteligente cujas 245 absolvições impressionantes de assassinado


consecutivas lhe valeram um lugar no livro Guinness de recordes mundiais como advogado
mais bem-sucedido do mundo. Feito cavaleiro duas vezes pela rainha Elizabete, este antigo
juiz e diplomata submeteu os fatos históricos sobre a ressurreição de Jesus à sua análise
rigorosa durante sete anos antes de declarar: “Digo de modo inequívoco que as provas da
ressurreição de Jesus Cristo são tão avassaladoras que exigem que as aceitemos sem deixar
absolutamente nenhum lugar para dúvidas”.4

3
<http://www.elielvieira.org/2009/08/18-existem-evidencias-historicas-para.html>.
4
STROBEL, Lee. Em Defesa de Cristo. São Paulo: Editora Vida, 2001. p. 335.

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Além de possuir uma argumentação bastante forte e sólida que a sustente, a ressurreição de
Cristo possui, apologeticamente, um fator de bastante importância. O argumento cosmológico kalam,
se verdadeiro, prova a existência de um Ser Criador, mas não diz nada sobre este Ser: pode ser Jeová,
ou Maomé, ou Baal, enfim, o argumento não conclui praticamente nada, além da existência de um
Criador. As mesmas coisas podem ser ditas sobre todos os demais argumentos teístas, como o
argumento teleológico, o argumento ontológico, o argumento da contingência, ou o argumento
axiológico. Eles, se verdadeiros, apontam para a existência de um Criador, mas não passa muito disto.

Mas nós não temos o mesmo gap de objetividade quando lidamos com o argumento para a
ressurreição de Jesus. Pois se Jesus Cristo de Nazaré de fato ressuscitou de dentre os mortos, então
realmente ele era tudo o que ele afirmava ser. Se ele realmente ressuscitou, ele era “um com o Pai”.
Então aos cristãos teriam aqui um argumento que aponta efetivamente para a veracidade de sua
cosmovisão, não dando brechas para dúvidas pluralistas de ignorância.

Enfim, o livro é muito bom. Para quem nunca leu nada sobre a historicidade da ressurreição de
Jesus, é uma ótima pedida. Apesar de não ter gostado de Em Defesa da Fé, Em Defesa de Cristo
certamente está entre meus favoritos...

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