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ESCOLA SECUNDÁRIA CAMILO CASTELO BRANCO

A escola e a família
Sociologia
João Paulo Ferreira
15-05-2010
Índice
Introdução: .....................................................................................................................3
A tese: ............................................................................................................................4

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Introdução:

No âmbito da disciplina de Sociologia, foi nos proposto fazer um trabalho da nossa


livre escolha, contudo, deveria ter algo relacionado com a família.
Assim sendo, decidi abordar o tema da relação entre a família e a escola, sendo
meu objectivo principal mostrar porque é que um não subsiste sem o outro, ou seja,
mostrar a interdependência entre a escola e a família.
Pretendo ainda neste trabalho demonstrar porque é que um bom papel socializador
da família é tão importante na vida de alguém e a importância da escola em
complementar essa socialização.

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A tese:

Para percebermos precisamente do que falamos quando nos referimos a “família” e


a “escola”, devemos procurar saber o que significam estes conceitos.
Segundo Mundock (1949), entende-se por família o grupo caracterizado pela
residência comum e pela cooperação de adultos de ambos os sexos e dos filhos que
eles geram ou adoptaram. Contudo, o conceito de família evolui com o tempo,
albergando agora múltiplas características que tornam as famílias distintas entre si.
Por um lado, a família chamada nuclear – que consiste em dois adultos que vivem
maritalmente, têm uma relação reconhecida a nível social, com filho(s) não casados –
existe também, a nível da composição da família, a família extensa, quando se
acrescenta algum elemento ao rol anteriormente anunciado.
Já por escola, definimos como sendo uma instituição socializadora que prepara cada
pessoa para o mundo profissional, incutindo nesta valores culturais, sociais e
intelectuais.
Assim, parto agora para a tese que defendo, que a escola de nada serve sem a
educação familiar e vice-versa.
Na nossa família, aprendemos a lidar com pessoas mais velhas, normas de
disciplinas, aprendemos a fazer a distinção entre o certo e o errado, tudo isto numa
idade muito tenra, aprendizagens estas que definem uma pessoa, as suas decisões
para toda a sua vida e é de senso comum que é em casa que se dão os primeiros
passos para o desenvolvimento de uma pessoa.
Existem estudos que demonstram que aos 7 anos, a criança já possui as bases da
personalidade que terá até ao fim da sua vida.
Infelizmente, nem todas as crianças vivem em meios propícios a uma socialização
primária correcta. Se os progenitores forem portadores de vícios ou se o meio onde
estão inseridos forem problemáticos, esta socialização será feita em bases pouco
sólidos, correndo a criança o risco de não saber lidar correctamente com determinado
tipo de situações.
Nestes casos mais problemáticos, o facto da socialização primária não ser correcta
não implica que a criança não tenha uma possibilidade de sucesso no futuro, entrando
aqui a escola, que desde a sua democratização, após o 25 de Abril de 1974,

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proporcionou a todos os indivíduos a possibilidade de obter novos conteúdos
curriculares, mas também, novos meios que propiciam a continuidade de serem
socializados sem ser pelos pais. Encontra-se esta nova socialização nos seus pares,
amigos ou somente colegas que influenciam em muito a socialização de um indivíduo,
o pessoal empregado na escola, desde professores – que mostram uma nova figura de
autoridade à qual se deve respeito, além dos conteúdos intelectuais que transmitem,
que são também muito importantes na socialização da pessoa – aos funcionários – que
também acabam por educar, de certa forma, os alunos. Quero com isto mostrar que a
escola não é só um local que se aprende a Matemática, o Português, mas também um
meio onde as gerações futuras aprendem a lidar com outras pessoas, ambientes,
situações com as quais em casa não lidam, daí considerar a escola um complemento da
socialização primária, não apenas o início da socialização secundária.
A meu ver, toda a educação feita em casa deve ser complementada com a educação
feita no meio escolar, pois apesar de em casa aprendermos normas básicas como as
regras de boa educação, identificação das autoridades familiares – como a figura
materna e paterna – a escola complementa proporcionando às novas gerações a
possibilidade de lidar com indivíduos da mesma faixa etária, outro tipo de autoridades,
que influenciam muito, quase tanto, como os pais, a criança que se prepara para
enfrentar o mundo.
Deve-se ter em conta ainda o facto, já referido, de existirem crianças que não tem a
possibilidade de ter uma devida socialização primária no seu meio familiar. Para estas
crianças já existem meios que tentam propiciar que esta socialização seja melhorada,
nomeadamente através da Assistência Social, que reencaminha crianças mal tratadas,
ou em pobres condições, para instituições de reeducação como o orfanato, que apesar
de, na teoria, ser a melhor hipótese que estas crianças têm de se reintegrar na
sociedade, na prática, estas em muitos casos não funciona devidamente, pois as
crianças não recebem o tipo de educação que precisam (em defesa destas instituições,
devemos ter em conta que o trabalho que lhes é incumbido, não é, de todo, fácil). Dito
isto, creio que estas devem ser cada vez melhor preparadas, com pessoal melhor
formado em todos os campos, pois nestas instituições, até um simples funcionário de
limpeza pode contribuir para melhor educar os jovens.

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Se todos os jovens forem educados devidamente, seja em famílias tipo – o clássico
modelo do pai, a mãe e os filhos – em famílias monoparentais, homossexuais,
qualquer tipo de família no fundo, levará a um desenvolvimento não só dos indivíduos,
mas de toda a sociedade, pois com as gerações mais novas a serem propriamente
educados, para uma participação correcta e activa na sociedade onde se inserem, tem
a possibilidade de contribuir para a evolução constante da sociedade, rumo à
sociedade perfeita, teórica e utopicamente, a anarquia (a anarquia é na sua teoria, a
sociedade perfeita, pois demonstra uma evolução tal de uma sociedade que a
existência de uma autoridade governamental torna-se desnecessária).
Ao contrário de no tempo do salazarismo, a escola de hoje promove o livre arbítrio,
a opinião individual, a capacidade de formar cidadãos cada vez activos, e não tem o
papel de moldar as mentes mais novas para ideologias políticas.
Dito isto, concluo com a ideia que me levou a fazer este trabalho: a educação
familiar não subsiste sem a escola, a escola de nada serve sem o ensino familiar. A
importância dos dois é enorme, se um é mais importante que o outro, deixo a cada um
decidir, mas que são ambos necessários para o desenvolvimento pleno do ser humano,
para mim é mais que óbvio, e assim, considero estas duas instituições – escola e a
família – meios de socialização primária sem os quais não se formam da melhor
maneira a criança, e mais importante, não se propicia o desenvolvimento da
sociedade.

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