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SÁBADO
II. SÃO AS PEQUENAS COISAS que tornam perfeita uma obra e, portanto,
digna de ser oferecida ao Senhor. Não basta que aquilo que se realiza seja
bom (trabalhar, rezar...); deve, além disso, ser uma obra bem terminada. Para
que haja virtude – ensina São Tomás de Aquino –, é preciso reparar em duas
coisas: naquilo que se faz e no modo de fazê-lo 5. E quanto ao modo de fazê-
lo, a cinzelada, a pincelada, o retoque final convertem aquele trabalho numa
obra-prima. Pelo contrário, toda a obra “marretada”, feita de um modo
desleixado e defeituoso, é sinal de languidez espiritual e de tibieza: Conheço
as tuas obras, e que tens nome de vivo mas estás morto [...], pois não achei
as tuas obras perfeitas na presença do meu Deus 6. Quantas vezes os
detalhes no trabalho, no estudo, no convívio social, são o coroamento de algo
bom que, sem esse detalhe, ficaria incompleto!
Ainda que o que possamos oferecer a Deus como prova de amor por Ele
nos pareça irrelevante – como a esmola da pobre viúva –, adquire um grande
valor se o colocamos sobre o altar e o unimos ao oferecimento que o Senhor
Jesus faz de si próprio ao Pai. Então “a nossa humilde entrega – insignificante
em si, como o óleo da viúva de Sarepta ou o óbolo da pobre viúva – torna-se
aceitável aos olhos de Deus pela sua união com a oblação de Jesus”9.
(1) Mc 12, 38-44; (2) Mc 12, 43-44; (3) São Josemaría Escrivá, Caminho, n. 824; (4) São
Francisco de Sales, Introdução à vida devota, III, 34; (5) cfr. São Tomás, Quodl., IV, a. 19; (6)
Apoc 3, 1-2; (7) Santo Agostinho, Sobre a doutrina cristã, 14, 35; (8) cfr. São Josemaría
Escrivá, op. cit., n. 814; (9) João Paulo II, Homilia em Barcelona, 7-XI-1982; (10) B. Baur, A
confissão freqüente, pág. 105; (11) Paulo VI, Alocução, 30-V-1967; (12) São Josemaría
Escrivá, Sulco, n. 737.