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LEGISLAGAO APLICADA AO MPU E AO CNMP a LEI COMPLEMENTAR N2 75, DE 20 DE MAIO DE 1993 Dispde sobre aorganizagdio, as atribuigbes eo estatuto do Minis- tério Piblico da Unido. CO PRESIDENTE DA REPUBLICA Faco saber que Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lel complementar: (O CONGRESO NACIONAL decreta: Tiruto! DAS DISPOSICOES GERAIS a Definigéo, dos ‘Ant. 18 0 Ministério Piblico da Unio, organizado por esta lel Complementar, ¢ instituigo permanente, essencial 8 fungdo jurisdicional do Estado, incumbindo-Ihe a defesa a ordem juridica, do regime democrético, dos interesses socials e dos interesses individuais indisponivels. Comentérios: [Nao é comum a Consttuigtio Federal estampar con- celts, todavia, levando em conta a dimensd que a ins- tito passou a ter na Lei Maior, o préprio constituinte se encarregou de conceituar Ministério Publico. A partir do promulgacéio da Constituicdo Cidada em 1988, muitas ‘competéncias foram atribuidas ao érado também conhe- ido como “Parquet”, Cabe dizer, que no Ordem Consttu- ional anterior o Ministério Pablico exercia basicamente duas fungBes, ade titular da ago penal, o que ainda hoje ‘exerce, e a fungdo de representante jurico da Unico, atribuigéio agora exercida pela Advocacia-Geral da Unido. Hodiernamente, 0 Ministério Pablico é um verdadeiro sustentéculo do regime democritico, além de defensor indlspensével da ordem juridica, bem como do regime ‘democréitico. Diante da importéncia assumida, algumas correntes doutrinérias chegam a classificar essa institu’ fo como um “Quarto Poder’ aliés, um conceito no recomendével para ser utilizado em uma prova objet- vade concurso piblico. A seguir algumas consideracdes acerca do conceito que a instituigtio Ministério Publico recebeu da Constitulcdo Federal (art. 127) e desta Lei ~ Instituigao permanente: aquela que se protrai no tempo, néo podendo ser extinto, sob pena de violago.a uma liitagae material implicita da Constituledo Federal Tal Interpretacdo tem como supedéneo 0 fato de 0 Mi- nistério Pblico atuar tombém na seara da preservagao dos direitos fundamentais, ponto nodal de um Estado democratico de direlto, ademais, néo pode um Estado associar-se a tals direitos, sem que haja meconismos efe fivos que atuem em sua defesa. Por essas e por outras, (que a mantenca do Instituicdo Ministério Pdblico ver caracterizar-se como cldusula pétrea, ndo passivel, por- tanto, nesse particular, qualquer reforma constitucional, tendente a aboliro “Porquet bem como a independéncia funcional de seus membros, conclui-se entéo por dizer {que O Ministério Pablico possui autonomia na estrutura do Estado, néio pode ser extinto ou ter as atribulcdes re ossadas a outra insttuicdo. eto lesbio ~ ssencial a funcdio jurisdicional do Estado: 0 MP esté topograficamente na Consttuledo Federal como uma fungdo essencial& justica (Titulo IV, Capitulo IV, Segdo 1), em outras palavras, em muites ocasi6es, onde estiver 0 Estado realizando a prestacdo jurisdicional, (6 estaré (© MP, seja na condicdo de titular da ado, como parte, ‘ou na funcao de custos legis, entenda-se como Fiscal da Ll. No obstante o carder de essencialidade do Parquet frente. prestactojurisdicional, impende mencionar que ‘ atuagao do MP néo é imprescindivel a toda otividade Judicante. E bem verdade que em determinadas hipéte- ‘ses, a atuactio do MP é até despicienda, mesmo porque ‘se assim no fosse, haveria uma lacuna no que concerne 4 satisfacto do preceito constitucional de livre acesso & Justica. Ressalte-se, porém, que a atuacdo do MP nas Situagdes em que se discutam os direitos indisponivels ‘apresenta-se como inafastéve. Defensor da ordem juridica e do regime demo- ‘erética: em um conceito singelo, ordem juridica & um cconjunto organizado de normas, concebidas pelo poder constituido, que viabiliza a vida em sociedade, No caso ddo Republica Federativa do Brasil, hd um Estado demo- crético de direito, ov seja, uma ordem juridica baseada ‘na vontade popular e de indissocidvel vinculo com os direitos humanos e, por conseguinte, com os direitos fundamentals. No que taca a demacracia, a opeiio do Constituinte originério, diante da dimensio e populagéio deste pais continental, se reflete na chamada democra- cia representativa, vale dizer, 0 povo exerce seu poder, predominantemente pela via indireta, ou seja, por meio de representantes eleitos. Nesse diapasdo, o MP defen. de tanto a democracia, velando pela lisura do processo ‘eleitoral, bem como a ordem juridica eem consequéncia & também guardiéio da Constituigao Federal, o que, den- tre outros pontes,justfica sua legitimidade pora propor perante 0 STF, as a¢Bes do denominado controle concen: trado de constitucionalidade, tais como a ago direta de inconstitucionalidade (ADIn) a acGo declaratéria de constitucionatidade (ADC), olém da arguigio de descum- primento de preceito fundamental DPF]. Resumindo, se MP éguardido da ordem juridica e, porconseguinte, do regime democrético, deve a priori defender a norma que 6a base desse ordenamento Juridica e 0 nascedouro da democracia, a Constituicdo Federal. Concluindo, 0 Par- quet atua como um verdadeiro “advogado" da sociedade, e inclusive, agindo nessa finalidade, possui legitimidade para ajuizar agbes contra drgdos do Estade que por ven- tura venham contrapor-se a interesses socials seja por abuso de poder ou por ilegalidade. ~ Defensor dos Interesses socials e dos Interesses ‘ndividuais indisponiveis: 0 MP possui também a isso para atuar na guarda os interesses sociais, que podem ser tanto direitos coleivos (direlto de um determinado ‘grupo de pessoas) como direitos sociats difusos (alieito de um nmero incontével de pessoas). Demais disso, 0 Parquet defende os interesses individuais, sejam esses direitos homogéneos (de uma origem comum) ¢ Indiv dais indisponiveis, ou seja, aquelesinaliendveis, que ndo se pode prescindir, ou alspor, como por exemplo, a vida ou a liberdade. A despeito desse tema, observe recente Julgado do STF da avra do notavel ministro Carios Britt: Habeas corpus. Legitimidade ad causam do Minis- tério Pablico. Acdo que pretende 0 reconhecimento da LEGISLAGAO APLICADA AO MPU E AO CNMP me)

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