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Exercícios Resolvidos sobre:

II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

Representação da Economia
Questão 1
Comecemos por identificar os fluxos monetários que conhecemos desta
economia fechada através das suas notações:
We+R=170 Sb=10 C=150 Tr=10
Te=65 C+G=195 Ws=45 Ss=-30

1.1.Queremos saber de quanto é a poupança das famílias. Ora a poupança das famílias
corresponde à parte não consumida dos seus rendimentos, ou seja, ao excesso dos seus
rendimentos sobre as suas despesas:
A primeira coisa a fazer é escrever a conta das famílias e verificar se
conhecemos todos os fluxos de rendimentos e despesas da mesma de forma a calcular a
respectiva poupança.
Passo 1 Rendimentos Despesas
Famílias We+R+Ws+Tr = C+Tf+Sf
170+45+10 150+Tf+Sf
225-150- Tf Sf
Não nos é possível calcular de imediato a poupança das famílias pois
desconhecemos uma das suas despesas, os impostos.
Mas, como o circuito económico traduz a interdependência entre todos os
agentes e os impostos, sendo uma despesa das famílias, são também um rendimento do
estado, vamos ver se os podemos calcular através da conta do estado:
Passo 2 Rendimentos Despesas
Estado Tf+Te = Ws+Tr+G+Sb+Ss
Tf+65 45+10+45+10-30
Tf = 80-65=15
Os impostos pagos pelas famílias foram no valor de 15 unidades monetárias.
Voltando à conta das famílias já podemos calcular a poupança destas:
Passo 3 Rendimentos Despesas
Famílias We+R+Ws+Tr = C+Tf+Sf
225 150+15+Sf
225-150-15=60 = Sf
A poupança das famílias foi no valor de 60 unidades monetárias.

1.2. A conta capital permite-nos identificar a origem do financiamento do investimento


de uma economia e consequentemente o montante do mesmo:
Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

Agente Rendimentos Despesas


Capital Sf+Se+Ss = I
60-30+20
50 I
O investimento foi no valor de 50 unidades monetárias.
Note-se que a poupança das famílias e empresas é no valor de 80 unidades
monetárias. Mas como o estado consumiu mais do que os rendimentos que aufere, 30
unidades monetárias da poupança de famílias e empresas serviram para financiar essa
poupança negativa.

1.3. Podemos agora representar esta economia por intermédio do circuito económico e
das contas de cada agente, que já sabemos, têm que estar equilibradas, caso contrário
cometemos algum erro na determinação dos fluxos que desconhecíamos.
Agente Rendimentos Despesas
Famílias We+R+Ws+Tr = C+Tf+Sf
170+45+10 150+15+60
225 225
Empresas C+G+Sb+I = We+R+Te+Se
150+45+10+50 170+65+20
255 255
Estado Tf+Te = Ws+Tr+G+Sb+Ss
15+65 45+10+45+10-30
80 80
Capital Sf+Se+Ss = I
60-30+20
50 50
O circuito económico vem,
Famílias C=150 Empresas
Tf=15 We+R=170
Te=60
Ws+Tr=55 Estado G+Sb=55

Ss=-30

Sf=60 Capital Se=20 I=50

1.4.1. A alteração do consumo por parte das famílias vai provocar alterações não apenas
na conta das famílias mas também nas contas dos agentes com os quais as famílias
estabelecem a operação de consumo e poupança, ou seja, vai alterar, além da conta das
famílias, a conta das empresas e a conta capital.
Se as famílias consomem menos então a sua poupança vai aumentar:

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Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

Passo 1 Rendimentos Despesas


Famílias We+R+Ws+Tr = C’+Tf+Sf’
170+45+10 130+15+Sf’
225-145=80 Sf’
A poupança das famílias passa agora a ser de 80 unidades monetárias, ou seja,
aumenta no mesmo montante da diminuição do consumo.
Ora o aumento da poupança na economia permite aumentar o investimento:
Passo 2 Rendimentos Despesas
Capital Sf’+Se+Ss = I’
80-30+20
70 I’
O investimento é agora de 70 unidades monetárias.
Finalmente, a conta das empresas vem também alterada, quer porque diminui o
consumo das famílias, quer porque aumentou o investimento:
Passo 3 Rendimentos Despesas
Empresas C’+G+Sb+I’ = We+R+Te+Se
130+45+10+70 170+65+20
255 255

1.4.2. O investimento aumentou no montante da diminuição do consumo das famílias.


Ao renunciarem ao consumo presente, as famílias vão permitir aumentar o investimento
na economia, dando-lhe a possibilidade de crescer e assim de aumentar o seu consumo
futuro.
I’=50-Variação do Consumo das famílias=50-(-20)=70
Temos aqui novamente presente a questão do “Quando produzir?”. Ao
renunciarem ao consumo presente as famílias permitem aumentar o investimento na
economia abrindo a possibilidade de um maior consumo futuro.

Questão 2
2.1. Voltemos a considerar os dados iniciais do exercício 1, supondo agora que a
economia passa a ter relações com o exterior.
Os fluxos que conhecemos desta economia aberta são:
We+R=170 Sb=10 C=150 Tr=10 X=100
Te=65 C+G=195 Ws=45 Ss=-30 M=100
A conta do exterior é dada por,
Agente Rendimentos Despesas
Exterior M = X+Sx
100 100+0
Como os seus rendimentos são iguais às respectivas despesas, a sua poupança é
nula.

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Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

2.2. As contas dos restantes agentes que vão sofrer alterações são a conta das empresas,
único agente que compra e vende bens ao exterior, e a conta capital que recebe a
eventual poupança do exterior.
Agente Rendimentos Despesas
Capital Sf+Se+Ss+Sx = I
60+20-30+0
50 50
Empresas C+G +Sb+I+X = We+R+Te+M+Se
195+10+50+100 170+65+100+20
355 355
Como a poupança do exterior é nula não se vai alterar o montante de
investimento na economia.
O circuito vem,
Famílias C=150 Empresas
Tf=15 We+R=170
Te=60 X=100
Ws+Tr=55 Estado G+Sb=55

Ss=-30 Se=20 M=100


Exterior
Sf=60 Capital Sx=0
I=50

Questão 3
3.1. Voltando aos dados iniciais do exercício 1, alteram-se agora as hipóteses relativas
às exportações e importações.
Agente Rendimentos Despesas
Exterior M = X+Sx
150 100+Sx
150-100=50 Sx
Agora o valor das importações é superior ao valor das exportações o que
significa que o exterior realiza poupança, uma vez que os respectivos rendimentos são
superiores às despesas.

3.2. As contas dos restantes agentes que vão sofrer alterações são a conta das empresas,
único agente que compra e vende bens ao exterior, e a conta capital que recebe a
eventual poupança do exterior.
Agente Rendimentos Despesas
Capital Sf+Se+Ss+Sx = I
60+20-30+50
100 100
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Empresas C+G +Sb+X +I = We+R+Te+M+Se


195+10+100+100 170+65+150+20
405 405
O exterior realiza agora poupança no montante de 50 o que vai permitir
aumentar o investimento na economia do mesmo montante.
O circuito vem,
Famílias C=150 Empresas
Tf=15 We+R=170
Te=60 X=100
Ws+Tr=55 Estado G+Sb=55

Ss=-30 Se=20 M=150


Exterior
Sf=60 Capital Sx=50
I=100

Questão 4
4.1. Voltando aos dados iniciais do exercício 1, tornam-se a alterar as hipóteses relativas
às exportações e importações.
A conta do exterior é dada por:
Agente Rendimentos Despesas
Exterior M = X+Sx
100 150+0
100-150=-50 Sx
Como as nossas exportações são superiores às importações a poupança do
exterior é negativa em 50 unidades monetárias, ou seja, a nossa economia está a
financiar o exterior.

4.2. Agora o investimento na economia vai ser nulo porque a poupança das famílias e
das empresas, além de ter que financiar a poupança negativa do estado, tem também que
financiar a poupança negativa do exterior, nada sobrando para investimento:
Agente Rendimentos Despesas
Empresas C+G +Sb+X +I = We+R+Te+M+Se
195+10+150+0 170+65+100+20
355 355
Capital Sf+Se+Ss+Sx = I
60+20-30-50 0

O circuito para esta economia vem,

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Famílias C=150 Empresas


Tf=15 We+R=170
Te=60 X=150
Ws+Tr=55 Estado G+Sb=55

Ss=-30 Se=20 M=100


Exterior
Sf=60 Capital Sx=-50
I=0

Questão 5
Comecemos por verificar os dados que conhecemos sobre esta economia:
We+R=150 Sb=15 C=165 Tr=10 Sf=0 Ss=0
Te=60 G=30 Tf=40 Ws=45 Se=0

5.1. A conta capital permite-nos identificar montante do investimento na economia:


Agente Rendimentos Despesas
Capital Sf+Se+Ss = I
0+0+0
0 I
Sendo a economia fechada e a poupança de todos os seus agentes nula não
haverá investimento. Os agentes consomem tudo o que ganham.

5.2. Sendo o investimento nulo não haverá crescimento do stock de capital desta
economia. A não ser que haja inovação tecnológica ou que aumente a disponibilidade
dos recursos Terra e Trabalho, a economia não poderá crescer.
Acontece mesmo que não será capaz de repôr as máquinas que se vão
desgastando pelo que pode mesmo registar um crescimento negativo.

5.3. Representemos agora esta economia por intermédio das contas de cada agente:
Agente Rendimentos Despesas
Famílias We+R+Ws+Tr = C+Tf+Sf
150+55 165+40+0
205 205
Empresas C+G+Sb+I = We+R+Te+Se
165+30+15+0 150+60+0
210 210
Estado Tf+Te = Ws+Tr+G+Sb+Ss
40+60 55+30+15+0
100 100
Capital Sf+Se+Ss = I
0+0+0 0

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

5.4.1. Suponhamos que as importações são de 10 máquinas no valor de M=100. Temos


que introduzir o agente exterior na nossa economia, que vai também alterar a conta das
empresas e a conta capital.
Agora temos poupança do exterior positiva e no valor de 100, o que vai permitir
realizar investimento no mesmo montante.
Agente Rendimentos Despesas
Exterior M = X+Sx
100 0+Sx
100-0=100 Sx
Capital Sf+Se+Ss+Sx = I
0+0+0+100
100 I
Empresas C+G+Sb+X+I = We+R+Te+M+Se
165+30+15+0+100 150+60+100+0
310 310

5.4.2. O investimento realizado na economia foi financiado pelo exterior. Uma vez que
nenhum dos agentes internos realiza poupança e as importações são de bens de
produção (máquinas), é a poupança do exterior que vai permitir realizar investimento.
Daí a importância da abertura das economias, em especial as menos
desenvolvidas.
Note-se que se, por hipótese, as importações não fossem de bens de produção
então o investimento continuaria a ser nulo. Agora a poupança do exterior teria servido
para financiar a poupança negativa das empresas.

Contabilidade Nacional
Questão 6
O nosso objectivo é conhecer o valor da produção da economia ou PIB. Se as
empresas comprarem e venderem bens entre si, ou seja, se houver consumos
intermédios1, não podemos obter o valor da produção para a economia através da soma
do valor da produção das três empresas pois estaremos a contabilizar mais do que uma
vez a mesma produção. Para ultrapassar este problema podemos recorrer ao método dos
valores acrescentados.

1
Bens de consumo intermédios são bens utilizados na produção de outros bens e que se esgotam ao fim
da primeira utilização, como as matérias primas e subsidiárias. Distinguem-se dos bens de investimento
pois estes são utilizados ao longo de vários processos produtivos.
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Pelo método dos valores acrescentados o valor da produção da economia é igual


à soma dos valores acrescentados das várias empresas, ou seja, considera-se apenas o
valor que cada empresa acrescentou aos bens que servem de base à sua produção. O
valor acrescentado corresponde então à diferença entre o valor da produção de cada
empresa e as compras que fez a outras empresas (de bens de consumo intermédio).
O produto interno ou valor dos bens produzidos nesta economia durante 1 ano
pode ser calculado como a soma do valor acrescentado pelas várias empresas que
compõem a economia.

Produto Interno = Soma dos valores acrescentado

= Produto Aparente-Consumos Intermédios

= 8600-5400=3200

Questão 7

7.1/2/3/4. Conhecendo o produto aparente de cada em presa e os seus consumos


intermédios podemos construir um quadro para calcular os respectivos valores
acrescentados. O valor acrescentado corresponde à diferença entre o total do valor da
produção e os bens que foram comprados a outras empresas, ou seja, os bens de
consumo intermédio. O total do valor da produção também é conhecido por produto
aparente devido à facilidade com que é confundido com o valor real da produção do
país sem dupla contagem.

:Empresa Valor da produção Consumos Intermédios Valor Acrescentado


ou ou
Produto Aparente Compras a empresas
A 1500 200+300+400=900 1500-900=600
B 1800 200+400+500=1100 1800-1100=700
C 2200 300+500+500=1300 2200-1300=900
D 3100 500+800+800=2100 3100-2100=1000
Note-se que se uma empresa consumisse bens produzidos por ela própria na sua
produção estes seriam também considerados como consumos intermédios, o que por
hipótese não acontece (os consumos intermédios intra-empresa são nulos).

Por exemplo, uma empresa que produz electricidade (EDP) utiliza também
electricidade para obter a sua produção. Uma empresa que produza automóveis também
utiliza os automóveis que produz para obter a sua produção.

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Questão 8

8.1. Os consumos intermédios das empresas são bens que compram a outras empresas.
Ora como esses bens são fornecidos por outras empresas, sabendo o valor dos consumos
intermédios podemos também calcular o valor dos fornecimentos intermédios, ou seja, o
valor das vendas de bens de uma empresa a outra.

Podemos então determinar os fornecimentos intermédios entre as várias


empresas:

Empresa Fornecimentos Intermédios ou


Vendas a empresas
A 200+300+500=1000
B 200+500+800=1500
C 300+400+800=1500
D 400+500+500=1400

8.2. Calculemos o total dos consumos intermédios (CI) e dos fornecimentos intermédios
(FI):

Total CI = 900+1100+1300+2100=5400

Total FI = 1000+1500+1500+1400=5400

Obviamente que o total dos consumos intermédios tem que ser igual ao total dos
fornecimentos intermédios pois os bens intermédios que as empresas consomem são os
bens que as empresas fornecem umas às outras, ou seja, o total das compras de bens
intermédios na economia tem que ser igual ao total das vendas.

8.3. O produto final de cada empresa corresponde à parte da sua produção que é vendida
para consumo final e não para ser utilizada noutras produções logo, corresponde à
diferença entre o seu produto aparente e os fornecimentos intermédios:

Empresa Produto Aparente ou Vendas a empresas Produto Final


Valor da produção ou
Fornecimentos Intermédios
A 1500 200+300+500=1000 1500-1000=500
B 1800 200+500+800=1500 1800-1500=300
C 2200 300+400+800=1500 2200-1500=700
D 3100 400+500+500=1400 3100-1400=1700
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8.4. O PIB desta economia pode ser calculado pelo método dos valores acrescentados
ou, alternativamente, pelo método dos valores finais:

Método dos valores acrescentados

PIB=Soma dos valores acrescentados=600+700+900+1000=3200

Método dos valores finais

PIB=Soma dos produtos finais=500+300+700+1700=3200

O valor dos bens produzidos nesta economia foi de 3200 e não de 8600 como se
poderia pensar pela soma dos produtos aparentes.

Questão 9

9.1. Como dispomos da soma dos valores acrescentados, a óptica de cálculo do produto
a utilizar é a da produção. Em termos de avaliação do PIB, a preços de mercado ou a
custo de factores, temos que ter em atenção que os valores acrescentados apenas
incluem os impostos à produção e já lhe foram deduzidos os subsídios.

Óptica da produção

PIBpm=VAB+impostos à importação+IVA

=984.450+130.000

=1.114.450

Para passarmos do PIBpm ao PIBcf temos que retirar todos os impostos e


adicionar os subsídios:

PIBcf=PIBpm-impostos+subsídios

=1.114.450-130.000-15.550+56.000

=1.024.900

9.2. O que queremos saber é o valor dos rendimentos pagos pela utilização dos factores
capital e terra o que sugere a utilização da óptica do rendimento para o cáculo do
produto.
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Óptica do rendimento

PIBcf=Remunerações+Excedente Bruto de Exploração

1.024.900=539.000+EBE

EBE=485.900

9.3.Despesa total = Despesa interna + Exportações= 1.192.600+230.000=1.422.600

9.4. Já conhecemos a despesa total da economia, ou seja, a despesa em bens produzidos


na economia ou no exterior. Se à despesa total retirarmos as importações ficamos
apenas com a despesa em bens produzidos no país que é a contrapartida da produção, ou
seja, corresponde ao valor da produção segundo a óptica da despesa.

Óptica da Despesa

PIBpm=C+G+I+X-M=DT-M

1.114.450=1.422.600-M

M=308.150

9.5. Despesa interna =C+G+I=C+G+FBCF+Var Ex

DI=C+150.000+310.000+32.000

C=700.600

Questão 10

Queremos determinar o Excedente Bruto de Exploração (EBE) que, como


sabemos, é o rendimento pago pela utlização dos factores terra e capital na produção de
um país, ou seja, entra no cálculo do PIB pela óptica do rendimento. Como apenas
conhecemos o PIB a preços de mercado e pela óptica do rendimento o produto vem a
custo de factores não nos podemos esquecer de somar os impostos e deduzir os
subsídios.

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PIBpm=PIBcf+impostos-subsídios

=Remunerações+EBE+impostos-subsídios

8.560.642=3.844.653+EBE+1.111.980

EBE=3.604.009

Queremos também conhecer os rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo.


Quando temos uma grandeza líquida significa que estamos a considerar a diferença
entre duas parcelas. Neste caso será:

Rendimentos líquidos pagos ao resto mundo= Rendimentos pagos ao resto mundo

- Rendimentos recebidos do resto mundo

Por outro lado, os rendimentos recebidos e pagos ao resto do mundo distinguem


o PIB do PNB:

PNBpm=PIBpm-Rendimentos pagos ao resto do mundo

+Rendimentos recebidos do resto do mundo

=PIBpm-Rendimentos pagos ao resto do mundo

8.526.527 =8.560.642 –Rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo

Rendimentos líquidos pagos ao resto do mundo= 34.115

Questão 11
11.1. O PIB é o valor da produção realizada num determinada país durante um ano.
Como são as empresas as responsáveis pela operação de produção numa economia é
lógico que os dados utilizados para calcular o PIB tenham por base a produção das
empresas de um país. Se o cálculo do PIB se basear nos valores da produção das
empresas diz-se que está a ser calculado pela óptica da produção ou do produto. Neste
caso,
PIB=soma dos valores acrescentados por todas as empresas das economias
Como ao chegarem ao mercado os preços dos vários vêm acrescidos por vários
impostos e diminuídos pelos subsídios concedidos temos que ter em atenção se os
valores acrescentados têm estes em consideração.

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Assim, o PIB diz-se avaliado a preços de mercado se inclui todos os impostos (à


produção, à importação e IVA) e se já foram deduzidos todos os subsídios. O PIB diz-se
avaliado a custo de factores de está avaliado de acordo com o que foi pago aos factores
de produção utilizados, não incluindo portanto impostos e não tendo sido deduzidos
quaisquer subsídios.
Para passarmos do PIB a custo de factores (cf) para o PIB a preços de mercado
(pm) temos que somar todos os impostos e deduzir todos os subsídios:
PIBpm=PIBcf+impostos-subsídios
No caso do PIB calculado pela óptica da produção, nos valores acrescentados
das empresas estão apenas incluídos os impostos à produção e já foram deduzidos os
subsídios pelo que, para obtermos o PIBpm temos que adicionar ainda os impostos à
importação e o imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Óptica da produção
PIBpm=VAB+impostos à importação+IVA
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
VAB 4.699.352 5.478.477 6.394.252 7.535.560 9.015.640 10.536.941 12.024.446
+Imp. 37.369 59.044 71.219 80.071 94.665 83.351 78.146
importação
+IVA 289.147 354.215 444.157 524.867 601.309 693.739 874.601
=PIBpm 5.025.868 5.891.736 6.909.628 8.140.498 9.711.614 11.314.031 12.977.193
Como a produção é obtida à custa da utilização de factores de produção que têm
que ser remunerados, vai dar origem a um fluxo de rendimentos de igual montante o
que significa que o valor da produção de um país pode ser também obtida através da
soma dos rendimentos pagos aos factores de produção. Neste caso diz-se que o PIB foi
calculado segundo a óptica do rendimento:
PIB=soma dos rendimentos pagos aos factores de produção
=salários+rendas+juros+lucros=salários+excedente bruto de exploração
O PIB calculado por esta óptica tem que vir igual ao que calculámos pela óptica
da produção. Mas para obtermos o PIBpm temos que somar impostos e deduzir
subsídios uma vez que pela óptica do rendimento o PIB vem avaliado a custo de
factores.

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Óptica do rendimento
PIBpm = Remunerações + Excedente Bruto de Exploração
+ Impostos à produção + Impostos à importação + IVA-Subsídios
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Remunerações 2.408.501 2.800.986 3.262.772 3.848.146 4.652.530 5.394.865 6.204.095
+EBE 2.010.835 2.376.346 2.729.756 3.239.429 3.842.075 4.543.216 5.191.498
+ Imp. 429.671 450.080 560.368 599.689 688.971 826.514 939.553
Produção
+Imp. 37.369 59.044 71.219 80.071 94.665 83.351 78.146
Importação
+IVA 289.147 354.215 444.157 524.867 601.309 693.739 874.601
- subsídios 149.655 148.935 158.644 151.704 167.936 227.654 310.700
=PIBpm 5.025.868 5.891.736 6.909.628 8.140.498 9.711.614 11.314.031 12.977.193

Finalmente, os rendimentos auferidos pelos factores de produção vão ser


utilizados para efectuar despesas no mesmo montante pelo o valor da produção de um
país pode também ser calculado atendendo ao valor das despesas dos vários agentes.
Neste caso diz-se que o PIB foi calculado segundo a óptica da despesa,
PIB=Consumo privado+Consumo público+Investimento+Exportações-Importações
Quando somamos despesas o seu valor inclui já todos os impsotos e já foram
deduzidos os subsídios pelo que o PIB está avaliado a preços de mercado.
Óptica da despesa
PIBpm=C+G+I+X-M
=Consumo final+Formação Bruta de Capital Fixo+Var de Existências+X-M
A soma do consumo privado com o consumo público designa-se por consumo
final. O investimento divide-se em formação bruta de capital fixo, a produção de bens
de investimento propriamente dita, e variação de existências, a diferença entre o stock
final e o stock inicial de existências de uma empresa.

Exercícios Resolvidos - Marta Simões


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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992


2
Consumo final 4.139.448 4.841.540 5.730.490 6.699.613 8.041.751 9.476.187 10.781.697
+FBCF3 1.225.371 1.590.608 1.949.620 2.236.972 2.681.270 3.066.485 3.516.873
+Var. -45.873 42.141 152.282 117.715 141.592 121.646 140.744
Existências
+Exportações 1.239.010 1.490.551 1.779.244 2.256.210 2.635.271 2.679.056 2.829.269
-Importações 1.532.088 2.073.104 2.702.008 3.170.012 3.788.270 4.029.343 4.291.390
=PIBpm 5.025.868 5.891.736 6.909.628 8.140.498 9.711.614 11.314.031 12.977.193

11.2. Produção Interna é outro nome utilizado para designar o valor da produção de um
país ao longo de um ano, ou seja, é o mesmo que o PIB que já calculámos na alínea
anterior.

11.3. A Despesa Interna é a despesa em bens realizada pelos agentes da nossa economia
que vem igual a,
Despesa Interna=Consumo Privado+Consumo Público+Investimento
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Consumo final 4.139.448 4.841.540 5.730.490 6.699.613 8.041.751 9.476.187 10.781.697
+FBCF 1.225.371 1.590.608 1.949.620 2.236.972 2.681.270 3.066.485 3.516.873
+Var. Exist -45.873 42.141 152.282 117.715 141.592 121.646 140.744
=Desp interna 5.318.946 6.474.289 7.832.392 9.054.300 10.864.613 12.664.318 14.439.314

11.4. A Despesa Total é a despesa realizada por todos os agentes em contacto com a
nossa economia:
Despesa Total = Consumo Privado+Consumo Público+Investimento+Exportações
= Despesa Interna+Exportações
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Despesa interna 5.318.946 6.474.289 7.832.392 9.054.300 10.864.613 12.664.318 14.439.314
+Exportações 1.239.010 1.490.551 1.779.244 2.256.210 2.635.271 2.679.056 2.829.269
=Despesa total 6.557.956 7.964.840 9.611.636 11.310.510 13.499.884 15.343.374 17.268.583

2
Consumo Final = Consumo Privado + Consumo Público
3
Investimento = Formação Bruta de Capital Fixo + Variação de Existências
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Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

11.5. O saldo da balança comercial ou da conta do exterior é a diferença entre o valor


dos bens que vendemos ao exterior e valor dos bens que compramos:
Saldo da balança comercial = Exportações - Importações
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Exportações 1.239.010 1.490.551 1.779.244 2.256.210 2.635.271 2.679.056 2.829.269
-Importações 1.532.088 2.073.104 2.702.008 3.170.012 3.788.270 4.029.343 4.291.390
=Saldo da conta -293.078 -582.553 -922.764 -913.802 -1.152.999 -1.350.287 -1.462.121
do exterior
Em qualquer dos anos, Portugal compra mais ao exterior do que vende, tendo-se
a diferença agravado ao longo dos anos.

11.6. O grau de abertura de uma economia pretende medir a importância das trocas de
bens com exterior no total do valor da produção da economia:
Exportações + Importações
Grau de abertura = x100
PIB
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Exportações+ 2.771.098 3.563.655 4.481.252 5.426.222 6.423.541 6.708.399 7.120.659
Importações
÷ PIBpm 5.025.868 5.891.736 6.909.628 8.140.498 9.711.614 11.314.031 12.977.193
=Grau de 55,14% 60,49% 64,86% 66,66% 66,14% 59,29% 54,87%
abertura
No caso de uma pequena economia como a portuguesa o grau de abertura é em
geral superior a 50% uma vez que tem que importar muito dos bens que necessita e vai
também vender muitos dos bens que produz em troca.

11.7. As unidades residentes de um país podem realizar a sua actividade no exterior


(desde que por um período inferior a um ano). Os rendimentos que recebem designam-
se por rendimentos recebidos do resto do mundo. No caso de serem trabalhadores a
exercer a sua actividade fora do país temos as chamadas remunerações recebidas do
resto mundo. No caso de serem empresas a exercer a sua actividade fora do país temos
os chamados rendimentos de propriedade e empresa:
Rendimentos recebidos do resto do mundo= Remunerações recebidas do resto
mundo+Rendimentos de Propriedade e empresa recebidos do resto do mundo

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Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992


Remunerações 9.909 15.176 19.745 22.779 27.032 24.647 13.334
recebidas do
Resto do Mundo
+Rendimentos 34.633 42.469 48.777 107.748 163.857 196.405 285.999
de propriedade e
empresa
recebidos do
Resto do Mundo
=Rendimentos 44.542 57.645 68.522 130.527 190.889 221.052 299.333
recebidos do
Resto do Mundo

11.8. A produção de um país pode ter sido em parte realizada através da utilização de
factores de produção que são propriedade de não residentes, cujos rendimentos
auferidos se designam por rendimentos pagos ao resto mundo:
Rendimentos pagos do resto ao mundo= Remunerações pagas ao resto
mundo+Rendimentos de Propriedade e empresa pagos ao resto do mundo
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
Remunerações 11.042 9.642 10.820 13.112 26.700 32.553 35.865
pagas ao Resto
do Mundo
+Rendimentos 193.134 183.997 184.121 214.604 213.604 199.990 184.037
de propriedade e
empresa pagos
ao Resto do
Mundo
=Rendimentos 204.176 193.639 194.941 227.716 240.304 232.543 219.902
pagos ao Resto
do Mundo

11.9. O PIB corresponde ao valor da produção obtida num determinado país com a
utilização de factores de produção que podem ser propriedade de unidades residentes ou
de unidades não residentes. Se estivermos interessados em conhecer apenas a produção
obtida à custa da utilização de factores de produção propriedade de unidades residentes
obtemos o Produto Nacional Bruto.

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Introdução à Economia – Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000)
Exercícios sobre II – A Representação da Economia e a Contabilidade Nacional

PNBpm=PIBpm+Rendimentos recebidos do resto do mundo-Rendimentos pagos ao


resto do mundo
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992
PIBpm 5.025.868 5.891.736 6.909.628 8.140.498 9.711.614 11.314.031 12.977.193
+Rendimentos 44.542 57.645 68.522 130.527 190.889 221.052 299.333
recebidos Resto
do Mundo
-Rendimentos 204.176 193.639 194.941 227.716 240.304 232.543 219.902
pagos ao Resto
do Mundo
=PNBpm 4.866.234 5.755.742 6.783.209 8.043.309 9.662.199 11.302.540 13.056.624

Questão 12

Os trabalhadores portugueses emigrados em França, uma vez que aí trabalham


há mais de um ano, são considerados residentes em França.

Assim, as suas remunerações não são incluídas no PIB português pois não
trabalharam em Portugal e também não são incluídas no PNB português pois não são
considerados residentes em Portugal.

Questão 13

A remuneração do engenheiro é contabilizada no PNB português pois este é


considerado residente em Portugal (trabalhou fora mas por um período inferior a um
ano) e no PIB da Arábia Saudita pois foi nesse país que desenvolveu a sua actividade.

Questão 14

Os lucros desta empresa propriedade de um não residente são contabilizados no


PIB português pois foi em Portugal que desenvolveu a sua actividade.

Também são contabilizados no PNB do país onde o proprietário é residente.

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