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Ano 11 — Numero Janeiro-Fever. 78 ‘Sao Paulo - Brasil Cr 5,00 UEM foi que fundou wsta cidade malta, desenfreada no espaco ¢ no tempo? Foi Anchicta, 0 apés tolo, Nobrega, o provincial, T © cacique, ou Ramatho e Bartira do a Borda do Campo ao Patio * Foram todos, todos eles ¢ nds também, neste mutirao de trabatho forcado a toque de dinamites, que é ainda © comeco sempre recomecado da cidade que masceu a toque de escopetas. ‘anos lutamos ¢ construimos, morremos © somos enterrados, € res: suscitamos armados de téenicas mira- bolantes, € perfuramos o céu ea terra, passitmos por cima e por bi 6 do que foi e do que sei © litoral e 0 campo e voltamos sem saber: porqué, As guas do Tieté, lavam @ cidads © ficam sujas rao invés de a garoa virou poluicao, tran guerra do grande matanca na pag, as eriancas viram assaltantes, as fi € arrazam quarteirdes carregados de amor e sau- dado de outros {2mpos, ea Lua nem toma conhecimento das pulgas a:tro- othe de gato angora da ¢ ue on: gole © mundo. Quem poder cant. essa Tréia cereada por si mesma, essa Jerusalém que nunca se liberta, eserava dos scus préprios furores? Sao Paulo extravasa as dimensé eas ¢ a métrica de Tasso, escapou do elhéinetro cobriu 2 Areas metropolitanas este mimero e nest= ano, com espante © gloria As metas do novo ano Viséo paranormal da Fundacao de Sao Paulo Literatura Humor CHICO XAVIER TELEPATA? Aantigamente 1s lovcuras de ve ‘io oeprlam somente nas plas, 105 ‘impiedoea incidencia dog Talos oo laren? Hoje ocoreem tambon ne TV, fonde o ealor'¢ aumentado por Tum ‘tad infemate que espremiem 0 ef toro ¢ derretem 0 Factocino. Pol 0 ‘Que osorres sind ‘ha poucos elas So Canal 18, TV Bandeiantes, pro- rama Xénla © Voo!. Um médico ‘E'um_parapastiogy, submetidor ts Derguniae da habit entrevistadors, ‘Eisram sobee Parapstcologia © me ico urow de ponderagio © neusou os ‘aplaredores da nove elanen, qu ef Sb ‘Baulo 4 fol trocada era mido ‘Comegaram al as loucuras de veri do apreciado programa de Xa nia, ve logo ce comvertew numa es “ie jalgamento do" median Ghico, Navier AW mesmo a apre- ‘entadora debzou-se levar nas onda falorifieas ve acabou, eeltando que Ghico'é apetas ‘um telepata que che~ (ia Siodir spensons imtligentes titer. Mas 0 que ¢-a,telepaila? awe ee'Hhine a0 6 a de due ela Brovou & exatencla” po homem de Bin conteddo extratisioo? “antes, mute antet” do Rhine, Kardee Ja ‘ng avis efetindn experiénelas te- Tepitieas: chamando” eso fendmeno Ge isieerafia humana"? Caringron, fm Cambridge, ndo formulou ta ‘a famoca das entidades psloat- fas que nade tals s40 que as men~ {ts hanas eneernaaas desenea fdas?" Goal, em Londres, nod tdanow por Sif] esses enildades Que Stbrerivem & morte do corpo (egun= fp clo) poder comunicareagsteaves Se Smmeditnst Prat, em Dake, to ‘tseobcin os fenomencs théta, de a Sos'de morte ¢ eomumicagdes do moe> ts Bor melo eepatieo” Bracocinio do “parapsidlogo” deve ter sido redurido t pure de ba- {ites pelo esto do estaale, “Ou io, bi ele nada entende da clinela nova, fim ‘que ee la espectalsta e, 0 que Shale erave, liieot “ot ania pen fue Klin sempre to bl em des ove trapagas dessn eapécl, Uveste {mlm sofido da alveinagto ealort- fica Perdea uma ‘otima.oportunl= ‘ade de comprovar no. video at de inineias do medica e mostrar de que nfusa sabedoria sto os parapeledios linge e-Sto Paulo, 'E Une testers’ que. problemas como esse Selam tatadas na, TV en teemor de amadoriamo primario. A Honestidede mediinien de Cho 2 ior oa egitimigade ae suas mani Tesagons Ja. foramn suficlentemente comprovadas » recouheciaas em todo oMmundo.” Querer expiedlas As Sivesan, em Momentos ‘de alucing= (ier erivais, € angar contra 9.6. falum honesto ¢ aigno a pacha de harlatda,s0 apropriada os preten= Set arapitogs ave tnd expcam ‘ar expleseSts psleolldes do fa tp muiig pete ao pata ‘oram simplesments eemagas De Ing pesgulsas moderaas © conterpo~ inets “ont plano.universtario, AS friteas felas no programa a mene Stgensrecebidas por, chico Xavier ‘oe limes tempos. foram slmplo- fine, revelando immorénela maciea 40 tusinto. biter aie. 0 expint no {em ade g ‘lo pode manlfestar-se om a idade em que desenearnou € desonnicer toda a experimentagho Sdentiflens 9 resplt. Alegar que of posta cliaor deviam Crane a REVOLVER DEFENSTYO. oy mathe rem ge decode ae ‘gerem ain Um revver qos 280 ‘Baus TASER, fol arena oe yen’ atneta sem, mat “tcorce gue o TASER fol wsado Sop Seen eee cers See Scr mhereeatatee irre ree a eet oo eee ee Se a Sieoreseeoee == a att aoe cea oe emma quince A seca eile Psa, «vtec ons Sys iitegibinmes teonuans penile nena t's oh at alta dem gure senclsn © aor: tiie hert Sri € ge ts ov ek aot ope seo ale So enema cl mena man Ethie sor grotncasaes ocean ener sna baie oti rnd contr aa formas eet Eecrtem poe pi Ain ag t Ecce aad dy dsnael oak Dovicntane spenders Siva, quando peda 'dcvia ter preven Sia = acomenas |r ‘s destrgos 46 produrdos ‘nese. stor Sten Ou cimes teemdor” 2a es on Se sate im ee ge ‘a bom meres temper indelce'in= ‘Ector terenga entre omens, tue borer Piet gravatay sae Pile de ancpate a ‘de 'um longo" proceso de domeriagio, rite Hh Pagina 2 — MENSAGEM — Jancivo-Fevereiro-1076 TERRA-76 ttn’ seal tater ‘S"ferminaste cm roeang ees, AS METAS DO NOVO ANO Muitas metas ji foram estabeleci das para 0 novo ano em plano nacional c internacional. Mas a_meta principal {oi praticamente esquecida. Nao basta, © enriquecimento material das nacées, © desenvolvimento teenoldgico, o apr ‘moramento cientifico ¢ cultural. A me ta essenclal que devin merecer priri- dade em todas as programagées, & hnumanizaeao do homem, "Nunes 2 Hu manidade se aviltow tanto como neste séeulo de conquista assombrosas. Ur- ge resgatar o homem da sua dolorosa faléneia, da sua alienagio aos interes: ‘ses imediatistas. ‘Sem isso, a Civiliza- ho pereceriy antes de chegarmos a0 fercsiro.milénio da implantacio do Evangelho na Terra- 0 que poderiamos fazer, para evi tar a catistrofé planetiria? As form las politicas ¢ religiosas fracassaram, As grandes utopias ideolégicas nega garanrse a si mesmas. Os recursos da Educacio mostraram-se _insuficientes- Nos ‘mais civilizados do mundo © aviltamento do homem atingiu os ‘seus maiores indices. A pritica da vio Ienela universalizowse, restabelecendo ‘© antiprincipio da selvageria, no des. ‘ASeogamos apomdon cm 1s manos. Avaneamos ‘em recur, ‘sos téenicos de destruicio em massa, Para abusos da forea que superam de muito os desmandos das eras mais sombrias do passado, O que fazer, pax ra deter a onda de loucura que avassa. Ia todos os continentes, na auto-des, truigio a que a Humanidade se extrega? 6 hi, uina porta para a salvacao uma tomada urgente de posicio, por parte das nages que lideram a politica internacional, no sentido de reconduzir 0s homens & compreensio da sua natu- reza espiritual ¢ do seu destino imor- tal. Mas essa atitude global 6 pode surgir com o despertar individual das consciéneias, tocadas pelos exemplos de moderacio © respeito humano dos quo lideram a politica mundial. situacio se configura, assim, num cir- culo vieioso. "Mas ess? efrculo pode ser rompido pela decisio individual de ca- da criatura ainda nio dominada pela samha de violéneia e poder. Os fatores determinantes da confu. ssio atual_sio facilmente diagnosti veis. Estio no imediatismo de uma concepeio de vida que se limita 20 ‘ampo animal. A sede de riqueza ¢ po- der a qualquer custo, a idéia de que a morte é o aniquilamento total e absolu to do adversirio, a rejeicio dos princi pios espirituais apresentados como bar: reiras ao g0zo pleno da vida, a ebmods suposi¢ao de que nada mais existe além da nossa afémera existéncia carnal de breves anos na Terra. A {6 pela fé nio tem forca para anular essa mentalidea g ee, 0) de estipida e substituila por uma vi io superior. Mas as provas cientificas da sobrovivénela. do homem i morte acumularam-se de tal maneira em nos- sos dias, que dispomos de recursos po. ‘paar despertar 9 homem atual dessa paralisia do raciocinio e do senti- mento, a que se entregou na embria- sguez sensorial. ‘Todos aqueles que no se deixaram evar pela hipnose coletiva das ambi, ‘ees mundanas podem servirse desses Fecursos novos, de que hoje dispomos, para despertar 0s 0s demais. Se 0s ser” modes ¢ as prédias piedosas mio tém mais efeito, e se a Ciéncia. arvorowse ‘em detentora exclusiva da verdade, ape Temos aos seus recursos para restabe- lecer na Terra a dignidade humana. Esta 6 a meonsagem de ano novo que MENSAGEM dirige a todas as eriatu. ras, sem qualquer distinglo. Coloque- ‘mos a verdade clentifica da clentifica mos a verdade cientifica da imortali- dado humana aos olhos do mundo, com todas as nossas foreas, no correr deste novo ano, sem sectarismos re trdgrados, © estaremos Iutando pela volta do homem a si mesmo, & sua na- tureza ¢ 20 seu destino. Lutemos pela ‘humanizaggo do homem. ‘A certeza de que vida continuari depois da morte corporal, nfo em forma vaga e misteriosa, mas natural e defi- nida, com a plena’consciéncia das res. ponsabilidades individuals e intransfe- rivels de cada um, despertari ns mentes ‘entorpeeidas pelo 6pio fatal do mate. terialismo e do imedistismo. Mostremos a0 homem que ele no é pé e einza, mas vida e luz, num Universo em que nada se perde e tudo se transforma para methorar. RESPEITO AO HOMEM As palavras do General Dilermando Gomes Monteiro para os jornalistas gariocas, pouco antes de assumir em Sio Paulo o comando do I Exérci Soaram como a confirmac&o das mais nobres tradigdes do nosso povo: «Os direitos humanos ¢ a dignidade da ‘pessoa humana estilo acima de qualquer coisa, pois o homem é uma criatura de Deus'e, como tal, deve ser respeitado com dignidade ¢ ver respeitados os seus direitos legais», MENSAGEM registra com entusias- mo essas palavras, que coincidem com © seu lema de luta pela humanizacio do homem, na plenitude dos prinefpios evangélicos da formacdo nacional. Sem ©. amor € 0 respeito ao proximo nao hi ivilizagao mio ha paz nem seguranca, nem dignidade para nenhuma com dade humana. Janeiro-Fevereiro-l916 — MENSAGEM — Pizina 3 {ano através ‘de’ sew presidente, Verendor Sonn esenteee woe a eran gs oie plas Sisal eaten tbe Soa Se eee Ter eects Sacre we Eeeacna afew snes ‘0 Presdente Dirt revela wme vigto inegrada hess caesar ee eer Bt ee ran poco ar rs, ]verredor Sampaio Doria’ | - |ARA SABER como e040 Brest temos de tomar pulegbes de Sto Poul, Porte, “i adie tie hora ae deve dei olien demogrifes ae Amblio nacional que, entre atrasposiidnde, ere a ae go a cnte’ x exc. de adenine pore ide saturago erica Ae grandes clades Brasiiray, Palsposio' de seus habitants. Nese quai, entend que a ado de uma tal it ‘rite de eatimos main t= Gikeels ¢enencisin para” controlar Stenuar ‘ Intensidade” do. fendmene apontado 0 BRASIL DESAGUA EM SAO PAULO Sampaio Doria, presidente da Camara Municipal, responde as perguntas de MENSAGEM sobre os grandes problemas da cidade @ Urgéncia de uma politica demografica nacional ° Maior participacao das capitais na receita do pais © Esforco crescente para humanizacao da vida metropolitana Entrevista especial de PAULO HENRIQUE BELFORT ROLIM ‘sobre 0 custo selal¢ tnanceiro do ‘consis! oner demasnd Pars ‘Sto ‘Piuio wa ates! sonjuntara,respondes ‘de. Sho alo iolndamente ite ‘imcursa de Itagract dor Dorks. Dropicarscondiges pals adeguadas 30 ston’ tm Termes. elect, vapldes, comforts DEPLORA MAS APROVA Sobre m derrubads da Bocoln Normal da Prog, eetar POLUICRO, A respeito 4a convenitneia go morimento pela pretervacte do melo amblente, disse ‘Quanto maior» pressio ter i preservacio do ‘Bel smulente” Se ne teros algun Eta bee eslincl, Plgina 4 — MENSAGEM — Janeiro-Fevereiro-1076 EVASAO DE PROPISSIONAIS Sobre a propalada evasto de tfenieos ¢ pro- ulna tas pra Eads © aden do be fan reapetivaspoputacoes. A explleaglo para 0 Endorses poder, ver" meDior explsiads. por A parte 0 eventual exagero da exprestio, nto se pau detcar de sdmiir que San Faso, camo fos ‘x outros grandes centroaurbance do mundo, insatsfacio a ‘Corpreco,aniversalmente eobrado, “eiejam finarcte eden lange, SAO PAULO DEVE PARAK? ‘os termas ¢ resposta que #4 del, © om sirtae| dag tifcctandes (revels gue evans para dnc (0 QUE-A CAMARA PODE FAZER Raslcamente, exercer pressig politica sobre. os espomnivela dicton pela adminisracho, no sentido ‘ear peace do Mani, ende rai Intent gins sale £ eis tivo ereraimento AMARA: ESCOLA roustica > Dortanta, de vrtade que te eva dertaar oa exitar ‘dm ite, rage comizo a experiencia "ae 102, quando eneel © mesmo. Embora minortiro, @ partido de epesieio tem exerci sea papel. som "moderate. esblnig consirutive. "=continusaa Paxing 5", CINEMA Quarta semana de sucese!_ Mats uma gerae ‘sté“ostinds e-admirando. Coares ‘Chapin, 8 Grande Ditudor” ¢-uma, sutra 2 Hiller, 2 ‘mussatin d eonguisa da Array» maniacs sede ‘be dominagae. Carcatur, com muito engento. © sie" ides oer ota © isi gran ora dts Bape eincipi Hip ‘Varno eenie ratifeam o titule de -gtnlo do cinema no crater do cragabundo™ Lembremes Sails notre dane de Mya iter com’ ‘Stic em ae Hgura o monde. "Neste episode, ro "az sede Wo poder aut do, mape-men © Hyakel am coment “Chaplin inert com ncn dat ual do ‘cheesy ho ¢ Ecivern» srottco a extraraganel, uma. aude acon’ om Imagen satren aprosiasr oe meres exemple Great Dictator ripe ao mundo da gus, tear Su ela a ingedade do ‘Shor ente'0 babetr:judea en ja Hannah “ann ns com macs a caraceieas ‘ao campo ae concen {Mataridade deste tempe Devemes tos ‘betque ete ile fot eazado om 10, anes 0 rim cus autoniografia, publicada em 1964, COnapiin vem expllcar que’ xe soubesse ‘dos hoe ‘Ste tue se_perpetravamn nor camps. conc Ttaedeslemieh no podria torrente "0 grande Githdor! pois sl consepaicia ager raga cuts Ge Uohencs nomic dos ness Ssrenae ASTRO aioe SEG SOMERNSLO ae cinco Se ee Bene ia ene eee ate ia ¢ crt, Sa, ome itica ¢ complexa quanto malor fosse o mimero pens mee eee aeegepes eee Peas sntaie ears eceme a e Se nr ene ee! eee Ere rca ae sae ees ae Gas astind Piet ae oe sae ee oa ree oes ares ita ects 2 ES mee om mde oe ee ene a aaroeen ae Scere th Tame den ete ao srcarid "tan Vater sample ee Se ana Sai orme pe rei talent. 6 aoe De es cotcaues Setar pos sc per Bcciom ae plorainaar tecieo guste oo loravel estado aiual de nossa cidade nos | Inspira quanto ao futuro. Deve nos motivar, {sto sim, a uta. pela conguista de determi hnades objetivos, como, por exemplo, os que foram cltados e descritos na resposta. sobre controle da expansio demografica do, Muni- 's progressiva desconeentracio de suas ftividades industrials; a redistribuigao mals equitativa da receita tributéria da Nagio, a fim de dotar os muniipios brasileiros, espe cialmente os das capitals de Estado de meios, jnstrumentos e mecanismos mais compativels ppara o desempenho funcional que a propria Bonstituigan Federal thes presereve, ou sea, oo de prover 0. bemeestar material da, comunidade. MARILIA_DE_ CASTRO REPERCUSSAO NA ALEMANIIA © tancamento de -O grande ditader” provocou ‘itera em Hitler “Sua turn e'SFawhrer™ oa, que imagem nae Pe The Great Dictator” fot iterdlade, Nest tp on Entaces Unies pssulam name WE C'ometbor seria nde. atraie antpatias or Banta ae um simples fle Tntrtanto, apoyo eo de Pear, Harbour, fre fol iberado, (CHAPLIN EA CONFIANGA NO HOMEM 4p primero Hime de ®t oes oe se eaeee ammeter ‘rove, jade te resoren falar “Sducaite Tita to barbste, confunaide for Eamente molto, max no quero serum ‘os ave" podem ie ‘SS oe “homens ‘waa, o» dindres marergm, © 0 pede que es Mover homens "que saibim morte, a iberaade humsnade. ‘Mal gue ce inieenela bre! Chaplin conclama.e Howe a Ita, ao de ines "yuan arti, aor, may tar em sande, "Vés_0 povd, tees 9 poder de tar maqulnas, erpSuce de’ cnr felidnds: Vor, 0 pove, vende Baer de erins ama sida livre e'marnelhosa de ei age: Naw O GRANDE DITADOR fuser da vias radiate aventura, to, em ‘evo, ao aplade entusnat, TGeras de pate eaperance a0 sibolo, HANNAH: ‘uansan, ‘ouves-me?" Onde quer ue, teas, mantis eainca saps,” Asm Saipan da inema vil reread JASPAG [ASAO PAULO ARTES GRAFICAS LTDA. Excutamos sob encomendas: Revistas, Catdlogos, Folhetos, Cartazes, Folhinhes, Embalagens «em Cartoes Micro Ondulados ¢ Demals Tmpressos fn OF-Set Inpressos Come.ciais em Sistema Jato, Leltura Otiea e Demais. Impressos. de Seguranca Impressos em Geral em Sistema "Tipografico «IMPRESSAO_QUE IMPRESSIONA» Consuite-nos sem _compromisso O CASARAO A coptacio da vida e da morte em "O Cesanéo”, ‘mosire que vrtude maior de Colo Porfito Cerneire 6 0 artesaneto, 0 lio comepa pele morte. Fé dt fmobildede do cedéver que 0 utr val dian ide. Néo te espere frémito vida, inguictagto €.@ anoista exstencial don norton das. Avda do usrdo ¢ lente sereta,encolta em sombre « ep. tidiondaeetoe. Caio no prtende exctar lor ‘rabetha em silncto e penumbra, como grevadar fe camafeu. As figuras em relewo. tio surpindo oo & penc, no milagre dox detetes Em "Os Meninos do. Agrste", toro anterior, ‘use artesio paciente mostravecte ierigueto nos ava cenas tepideter, Este contaste revel © sas enaciate de integracio no tema. Mes o dois teres Se Higtm pele constinia da é na pelanre «pola bntce do implicto. O que ele pretende € arrancer 4 ‘wide don pormenores pela tésnien do pelo nese as operaées de ctarata, xem machucé-le. E pera {tte € precio paciécia china ¢ aabedoria de mars Num tempo em que tudo é frenesi, tte con- feta do ageste «dos ambiente patvireats nde ‘entra na ouerra de ners. Dé os exes & trepidento do presente © mergutha nos ebcion do pasado, & tn atitude equivle © uma profane de fe na pere= ‘Nidode da arte. Suas péginas tem algo de ume Proust exbocio, sem o dcalqueextlisico de Cormiio Penna (com dois wn). Mao € por scaso que tntoeoe ‘No portal de "O Cataréo" « legenda’ de Cornchc _| Tada se conservesa nos mesmos tagaress Mi race mutor anon. [Como na teoria de reoiveséncis, de Brest Cae- sire, Caio rroncn a vida oculte das coins mortas or iso estes contot ndo tem chery de mofo, mas otto de vide. A secur extitiion de Coe’ (mmto Weririo de Gaciiono) tem « forge des paleores measdnices resusttando Lisero, "0 ceddowr Uo rimeiro conto, exposto ne sala do cate, nao ere onto final mas retlencia, Ds ealve-e dos bigodee do avd morte repontavem ax éperas decuater dos herdeios. Néo era um cadiver o que al ce ome O certesantio de Calo te confirma neste loro vo 4m desfi & literatura de conrumo. 0 exc tor néo tera em conte a meda « as erigéndan do meresdo. $6 Ihe interssa 0. prazer evteco. de friar (que na verdade ¢ um reeriar) ede fats de cinzel em pusho, atento 4 perfecéo de obra Mos no fundo deste dealigamenta do presente ht ume antiofo Weréra sempre vdkide — um Tagor entre or eldsice CRONICAS DE MARIAZINHA “Vamos mudar de assunto”, ultimo livro de erénieas de Mariazinha Congllio, aparece Hustrado por Menotti Del Plechia. ‘Conjure gam-se assim, nesse volume, duns sensibili ades poéticas em formas complementares: de expressio. As tlustragoes de Menotti cor. espondem, na leveaa de seus tragos € de Sua concepelo, & levesa dos textos, Cro. mista e poetisa, Mariazinha insiste em ame- nlzar 08. tempos rides em que vivemos ‘com as suas divulgaedes em tomo de coisas. © episddios do dia a dia, ‘© género ¢ aleatério e a excritora sabe Hogar com os assuntos de maneira espone ties, transtormandoso muta eae Pon ‘Versa com ninguém e com todos Matiazinha formou, com seus livros de crOnicas, uma roda de conversa que se alar. gou além das nossas fronteiras, O que mais Se admire 6 a possbildade disso nos dias agitados © angustiados ‘por que passamoe ‘Temse a impressto de uma comunidad ef tranha 8 realdade escaldante do misao’ se entrega a conversas de salio (quanto oe Droprios saldes ja desapareceram) sem levar em conta as epidemias, a fome, a ameapa atémles, 0s: massacres’ bombardelon oe Feeimes de terror que. devastam @ "Terre Hd tanta temura egoctntren mas pag nas desse livro que a gente tem pena fe Perturbar esse comunidade angelice Todos Jouvam essa poesia intimista que nos mostra ‘© mundo pelos olhos alienades do Dr Pam. floss. Mas em nome das crancas famintan das maes desesperadas, das vitimnas de assal fos ¢ matanens, dos que morrem e matamy erm nome de Deus e dos milhdes de craturas esmagadas nos campos de concentragao, de Yoradas por doencas implacaveis, © oatras tantas quo no podem conversar com tanta espontaneidade, serd de bom alvitte lembrar Mariazinha que o seu treing ltertrio Ja The ds condiedes para tentar uma literatura mais realista e atuante 'erdnica se tornou to anacrénica que esapareceu até mesmo das revistas Jor. nals, As colunas. socials ‘se transformaramn em feiras de vaidade, sem lugar para. dive f2c8es posticas. E a poesia ¢ hoje ume arma ‘de combate e nao forma de entretenimento ‘Que poe perdoe a alegre elegante oo ‘ista, mas queremos lembrat Ihe que est em condigdes de entrar no terreno a literatura e fiopo,.substituindo suas. eronieas ‘por Sean he 8 ace pas ape igurestes ma. contriba letiva'e pare ab nossa letras, A FLOR E O ESTANDARTE A insatistapio. do eseritor 6 a. prova maior da sun capacidade eriadore, Esdrever tim lio ¢ eaquec-o ¢ crime de ievlandade (O'verdadsico artista eta lgndo a sua obe ae tah mango, ree edie de riagdo, "que fe reletii. gem com SSoYernpar amples det er 3S Atoinfidlidade 0” design de “sun, propria vida, das experiéncias viais que sio @ Tonte hatal do su poder Dipain “Marina 16 gina om. sn obra, 3 consagrado pela ertca como nar ‘dor eximlo, Teaparese agora nas lvrarias com um romance que confirma e ampli as ‘nuns qualidades, mas que sobretudo © con Segre naleptimidnde da sun vocasto, “A Flor e o Estandarte” mio 6 apenas mais um romance de sun lavre, a Cont ‘tuagéo do seu trabalho iteriio sincere © vivencial, que nfo se atrance de, mori, sas de todo o seu psiquismo telrico, Gen” Semente caregado "de experaneas ©. 0. rengas Numa nota introdutoria informa que esse novo livro ¢ a “versio modificada ‘da primeira parte de “Sangue na Pedra", ro: ‘mance que langou em 1955. Vinte anos de- pois, Tbiapata no se conterta em continuar Gesenvolvendo a sua obra, mas volta a ela ara recrié-la, no anseio de lhe dara am. plitude que ndo conseguluatingir na pri- ‘meira tentativa, nfo ha diivida que con Sseguit 0 seu intento, apresentando-nos um romance paulista em tema e sangue, 14 130 ‘mais na pedra, mas no cho que 0 absorve. © ath de Tbiapaba Martins, na "Obra", que se configura em olte volumes, €0 de nos dar uma histéria viva. de Séo'Paulo das fgentes © nfo dos arranhacéus, “A Flor © 0 Estandarte” evoca momentos, confltives da vida politica de Sio Paulo e do Brasil, Comeca pela desorganiznda reagio da revolucio constitucionalista.& ditadura setulista © se desenvolve nas. suas conse. guéncias desastrosas, As frentes de luta, os Datalndes desorientados, a “patrulha ‘dos noves fora” tipificando ‘a hora amarga da Gerrota, a cidadezinha de Sio Domingos glo- rificando os herdis mortos, todo 0 pano- Tama de uma frustacio coletiva no enleio de. lum romance amoroso : As ltas socials subsequontes e o famoso Presidio Maria Zélia dio-nos uma viso re. ‘ota de acontecimentos que, nio obstante, so do nosso tempo Tolapaba Martins reafirma os seus dons de narrador apegado a uma realldade ‘his. toriea que ¢ a sua argile, 0 barzo paulista, fem que ecria uma fase dramatica’de Sto Paulo SAGARANA - EMOTIVA Dois jazungos tinkam encontro marcado fom nossas lettas Join Guimaries Rosa ¢ lo Dantas. 0 que fol esse encontre, come fe deu, no que Tetulton fo que representa fo coisas que esto agora a0. alcance de {odos no liveinho *Sagarana Emotia™ Dan. fa conta em poucas paginas 0. que fol Amizade pessoal de ambos. Coube a Dore Pagina © — MENSAGEM — Jancire-Fevereiro-1976 | Ferreira da. Silva eserever 0 pretiefo, Um livrinho delirante, que Dantas, classificou feomo “am manual das demasias do eoracio" ‘De lado a lado os Jagungos se derramam fem efusies emotivas, na purezs da_intim\- dade sertancja. Guimaraes. Rosa, afeito as Imetamorfoses do sertio, onde lagarta vira Dorboleta e cobra troca de pele com facilidade, vai eserevendo um a carta ea transforma fem poema, saudacao de poesia cabocla 20 “jagunco que esprelta no Planalto enquanto ele Gelira no Rio com os seus: personagens de sonho ‘Por falar em sonho, Dantas confirma o ‘que ja se sabia & booa pequena: Gulmaries Rosa era médium, Dé mesmo a relacio das | estérias que Guimaries recebeu em_sonho ‘Uma delas, que Ihe surgira por intulsfo, foi eserita numa sexte-feira, mas durante a no Guima a refer em sonho e no sibado teve de reeserevéla, Isso € 0 proprio Guima fquem conta muma das cartas agora publl- cadas ‘Mediunidade & coisa de escritores, de artistas e pensadores, de gente que vive mais do espirito que do. corpo. Médium foi Gui- ‘maries Rosa, médium € Paulo Dantas, mé- ddiuns sertanejos. que ouvem vozes, tem so- tnhos premonitérios, vis6es de outras esferas. Podiam, se nfo tivessem saido das brenhas, dos chapades das Gerals ou das aguas sem | fim do Rio So Francisco, ser paisdesanto fem terreiros de macumba ou “aparethos” de falta valla em mesas-brancas sertanejas. Sem a ajuda da mediunidade, que hoje ehamam de percepeio extra-sensorial, Ho- mero. no teria eserito os seus poemas, Shakspeare as suas tragédias, Platio a sus filosotia, © livro acaba num poema a quatro mis, de Paulo Dantas © Dora Ferreira da Sil fexaltando a grandeza de Guimaries Rose: — Ariel montado/num gatopante cavalo ‘azul/de arrelo prateado ‘Virias eartas de Rosa sio reprodusidas fem fotocdpias perfeitamente legiveis. "Saga- ana Emotiva””€ um documentirio da ami- ‘ade jagunga em plano literirio, JOLIO VIEIRA (Ga Universidade de 8. Paulo) E negavel que, através dos séculos, 0 conhecimento clentificn vem ocupando um ugar de importancia eresente na Historia ‘das Civilizagdes. Seus sucessos estroncdosos, ‘atrializados nas conqustas tecnolégicas, Ihe fonferem um papel primordial como instru- ‘mento humano na lula pelo dominio do meio fisieo, Seu poder j4 se mostrou capaz de rtaspor os prdpriog limites este planeta, 1Na atualidade, assistimos & culminagio do prestigio disto que vamos chamar Cién- ‘cia, sem preocupagio em definir seus con- tornos exatos. Por toda parte, quase sem distingio de paises, credos politicos ou classes socials, disseminou-se uma atitude generali- ada de reverdncla a essa entidade, mais con- freta para alguns poucos, mas ndiscutivel- ‘mente absrata © até mesmo misteriosa para a grande maioria, 8 exatamente neste aspecto aque queremos fixar a atengao, Podemos assoeiar 0 primeiro contacto ‘que todos — ou pelo menos os que tiveram Oportunidade de escolarizacko — tiveram com 0 método eientifieo de eonhecimento, aos Drimeiros tempos de escola. Praticamente fem excepio, porém, os processos de ensino fexistentes hoje em dia, até mesmo nas Uni- versidades, nos apresentam a Ciéncia com as caracteristicas de uma yerdade revelada, um formidavel eaificio, produto de urna sabedo- Ha superior, praticamente acabado, pronto ‘208 segredos mals. profundos. Veremos que a semelhanga destas © de coutras earacteristicas, com as que normal- mente definiriam uma erenca religiosa, no Sig. mera. coincldéncia ‘De fato, que maior triunfo para o sucesso ‘de ura doutrina nos tempos que correm, do (que dizer-se fundamentada apenas e tao s0- frente na Raaio, sem dogmas e sem ter que chamar pela {6 e, além de tudo, apresentar {elton retumbantes, realizagoes palpdvels, Yisives, chelréveis, A prova de qualquer in- cereale? ‘slie-se a isso tama instituigdo formidével, fortemente, hierarquizada, com dimensoes tuniversais, para gelar pela doutrina; promo- varse a comunicacao dos membros desta ins- tituielo, entre si ou com 0 mundo exterior, através d uma linguagem esotérica, inaces Sivel & maloria das pessoas e ter-se-d. a re- telta completa do éxito e do prestigio po- pula. ‘Ressalte-se, de passagem, que a compa- refo nko se refere & Ciéncia, propriamente fia, como acervo de um setor do conhecimen- to humano, mas sim ao uso que se tem feito dela, ou, mais exatamente, a0 culto que se fem feito a ela. ‘A propria comparagio deste culto a uma religiio io daria, por si $6, motivos a cri- teas, nao fosse 0 dogmatismo que na verdade existe por tras da aparéncia de pura racio- nalidade e 0 perigo que surge do fato desse ogmatismo nio ser reconhecido pela dou trina, gerando tuma participagio em setores da vida humana onde sua atuacio é bastante diseutivel ‘Um primeiro dogma latente nesse cien- tificismo ¢ 0 que considera o conhecimento cientifico como o unico verdadeiro. Ora, uma, ferenca, deste teor leva uma supervalorizacao ‘90 racional, em detrimento de outros aspec- tos do ser humano, Esta distoreao é agravada ‘Janciro-Fevereire-1916 — MENSAGE! DOGMAS DA RAZAO ‘quando se observa uma tendéncia & hierar- Aqsizagio dos varios ramos da Ciéncia, con- {frindo-se grau elevado &s cléncias mais “ma- tematizadas". Por si 96, 0 papel da Matemi- tica como eriterio de Bierarquizagio justifi- carla todo um estudo, pois deve-se indagar do. motivo da escolha de uma cié. cla cuja tendéncia moderna ¢ trabalhar com elemen- tos cada ver mals abstratos, (0 progresso da Humanidade é encarado ‘como analogo so progresso cientifico e teeno Togieo, 0 que barra qualquer indagagio sobre ‘a Validde das transformagdes que a tecnologia tem exeeutado no planets. Os problemas que surgem (poluicio ete.) serio resolvidos por ‘novos instramentos, jamais por uma.conten- ao, por exemplo, no ritmo de industrializa- ‘¢40.0 progresso da. Humanidade é encarado ‘como analogo ao progresso cientificoe tecno~ fogico, o que barra qualquer indagaclo sobre fa valldade das transformagies que a tecno- Togia tem exeeutado no planeta...Os proble- ‘mas que srgem (poluicho etc.) serio resol- ‘Vides ‘por novos Instrumentes, jamais por juma contengio, por exemplo, no ritmo de Industrializagio Nao se coloca, também, a jquestio do desenvolvimento do Homem como Individuo: indiseutivelmento. 0 progresso ientifico Ievard a um. Homem mais. com- pleto e mais feliz. Esta erena conduz. a um mito ainda mais grave, ou seja, s6 a Giéncia fe sua tecnologia podem resolver os problemas ‘da Humanidade. A proliferacio de artigos, abordando pareceres de especialistas sobre fos mais diversos temas —relacionamento Sexual, comparacio entre tipos de parto, problemas médicos em geral, psicologias dos mais diversos tipos ¢ objetos, e assim por dante — demonstram a crenga generalizada nna Ciénela como panactia universal. ‘Mais do que isto, as pessoas estio sendo levadas ‘2 transferir 0 poder de decisio, sobre os ‘verso; aspectos de suas vidas, para os fespecialistas, tendendo a uma atitude passiva fiante dos problemas. Tudo se torna mais grave com respelto a nagoes © governos que, ‘quando nio transferem as decisies para os fspecialistas, utilieam-nos para justficar as Dproprias docisoes, certos de, com esse res- aldo, enfraquecerem as possiveis oposicdes. Em campos como a moral, a economia, a politica e outras, € de se antever quiio nociva tal pritica pode ser, pois sto reas que ‘exigem mals do que uma soma de conheci- mentos ultra-especializados, necessitam de ‘uma sensibilidade ampla para um sem nime- +o de aspectos, algo dificil de ser preenchido por uma instiuigio que faz seus membros Saberem cada vez mais sobre menos coisas AGONIN DNS RELIGIOES J. HERCULANO PIRES & uma revisio de -conceltos envelhectdos sobre religi'es, atelsmo, materialismo © pragmatismo, revelando uma posigfo nova ‘do homem ante essas questdes na Era Cés- jea, Um Hiro que integra 0 homem no Cosmos, dando-Ine o lugar certo entre todas fs suposigdes incertas, Claro, objetivo, cora- joso e sobretudo audacioso. Nao ameaga nem ‘ride, mas esclarece EDICOES PAIDEIA Rua Dr. Bacelar, 505 — CEP 04026 Fone: 549-2052 — So Paulo CORPO E ALMA esuitas e Caciqt 3 - PLANO DA SERIE [A Cidade Tersena « a Ciiade Celeste 9 Dew eta" £ Be 4&0 Cater Racal os Teépiew edna ial ne “gm ctvnog ae co nen (at se dirtor, Se ccc foscnta prolangst-sc om 1% confine’ averse ee eee poe ore Pert Carneiro, contista ese ‘Set waneeet daloge: Hermano Jone eibet, romancist, Perera, editor ciemiice das "Dives Assactadon” “Martina. romancista, Outror comes ex rat mals reas problematies paw ‘iaaae listleo © Geogratien de So Pau) FUNDACAO DE SAO PAULO foi lum ato de amor. Esse amor se ‘manifesta em dois planos horizon tais: o amor ao proximo, que levava 6 jesuitas ou "spldados de Jesus ‘8 querer converter 03 indios para. salvéclos a perdigio dos pecedos, eo amor terra do paraiso perdido que 0s padres reencon- ‘ravam nos Campos de Piratinings. Mas a terceira dimensio desse amor se voltava para Deus, num impulso vertical de adoragio a0 Griador. Esse_o earisma de S80 Paulo. dos Campos de Piratininga, que nao nasceu da, terra por interesse material, nem para ser efesa’ mulltar da costa ol! entreposto de comércio maritime, Por isso a grandeza de Sio Paulo no pode ser pesada na. balanca ddos financistas e asus histOrla nilo. pode reduzirse a uma soquéncia de episodios cronologicamente encadieados A verdadeira Histéria do Sio Paulo ainda no foi eserita, pois na verdade ela nao pode ser uma historia, tem de ser uma parahis- toria, Como ja vimos no enso de Jono Ra- ‘malho e Barta, hi mais significados ocultos entre a praia de Sto Vicente © 0 Planalto piratiningano do que podem supor 08 noss0s historiadores. Tudo 0 que se fer als agora {oj um trabalho de base no plano horizontal da realidade conereta, Mas chegon o momen- to — no limiar da era odemica — em que 0 sentido vertical da historia paulistana exige wos de astrondutas, Quando André Bréton, autor do mant testo’ surrealista, visitou o Brasil, declarou que havia encontrado um pais surrealist A supra-realidade de Bréton no passava da ‘indica do inconsciente, mas nto ha duvide. Aue ele captou o aspecto stipranormal de um mundo novo que nascia em Piratininga Como assinala 9 historiador Hernani Silva Bruno, com apolo em outros observadores, ‘Sho Paulo én cidade que nasceu e cresceu como por milagre, numa fase em que todas fas fundagoes brasileras eram Iitordneas © atendiam a exigéncias priticas do poveamen- to e do comércio costeiro. Uma eldade-mila- sre, em que hoje, por sinal, vivemos tambem Dor milagre PADRES E CACIQUES A terra verde sob 0 céu, nivens © aves coloridas, rios piscosos arvores frutiteras, f descendéncia nun e pura de Adio e Eva com suas tangas e coeares de plumas, Taps lamando com sua vor de trovdo nas alturas abismais — todo o quadro biblico do Paraiso Terreste descortinava-te ao olhar assornbredo dos Padres da Companhia de Jesus. © Tigre SS © 0 Eutrates eram substituidos pelo Tiete © © Tamanduatei. Por certo a. Misericordia, Divina havia perdoada os. filhos rebeldes Do outro lado do mundo fave renovava a experignela da vida paracisiaca. Se Nobrega, © Provincial, aplicava.o senso prético do por fugués na execugao das taretas redentoras, Anchieta, 0 canarino, deisava-se levar pele = intuigio postica das ‘Tihas Canarias, trade a2indo os cantos melédicos das aves em poe- ‘mas de louvor & Mae Divina, As disputas sobre quem fundou Sio Paulo, se Nobrega ou Anchieta, desaparecem A lua da parahistoria, O ato de fundagao ¢ 0 Tesultado de um compiexo de fatores meso- logicos paramesologioos, enddgenos e exd- ‘genos, em que os indivictios © os grupos de {individuos funeionaram como vetores ¢ blocos vetoriais de tempo-energia, impuilaionados por anseios ulopieos e idéias-padroes de um ideal comum. Como em todas as grandes realizagdes hlstoricas, a liberdade humana consistia no entresamento conseiente, mas” beseado. em flementos afetives que determinavam € dis ciplinavam a comunhao de esforgos na dire. ‘elo do alvo ideal Podemos distinguir trés grupos bem de- finidos, nessa conjugagio heterogénea: as tiibos indigenss, os. sertanistas do arraial primivo e 0s padres jesuitas, Coube a estes 8 lideranca, como elomenos de ima civil "acho superior guisdos por objetivos def hides, Os sertanistas aparentemente even ‘unis e os indigenas funcionaram como. uni Gades atraidas pela forca de gravidade do, ‘arupo jesuitico. No grupo indigena os eaci- ‘gues sintonizaram-se.intutivamente com os ideals dos padres, como expoentes dos fato- es endogenos, lntegrando-te ‘no complexo sielo-cuttural em desenvolvimento. Os ser- lanistas, ao que parece, foram mais atraides elas erigéncias socializantes “do. “agus © ‘gora” em que se viram envolvides. Para os eaciques, dos quais se destacam fos nomes historicos de Tibiriga, Caubi © Piquerobi, a acto dos Jesuitas representava, luma aberiura fascinante no estreito horiaon- fecribal em que viviam, escortinando-Ines fas perspectivas de um novo mundo, Os fanseios latentesna alma indigent, no plano ‘nconsciente dos arquétipos jungulanos ds fespécie, encontravam a oportunidade exis: tencial de atualizagio, Nobrega era. cons cigncia européia Investida dos poderes de frientagio. Anchieta 0 coracio eanarino, em- Dalado ‘nas reminiseéneias dos trinados ca ‘noros e da poesia buedlica de Tenerife, sem- pre fiel_ aos sonhos dos seus 17 anos. de nnovigo em busca da Terra de Canai. Foi hnesse complexo. ideo-paiquico de extrema sutilera moral e extrema simpllcidade mate- Tal Caparente) que Jesuitas © Cacique fun- Garam Sio Paulo. Os mundes antipodas de Jima civilizagio primitiva e de uma civil: acdc avangada fundiam-se na mesopotimia paulista, ainda sob o influxo remoto do flat DINAMICA DE GRUPO As insialag6es josuiticas de Sao Vicente funcionaram como cabega-de-ponte para 8, enetragio mas selvas do planalto, Fol ali ‘que Nobrega e Anchieta conviveram durante catorze anos, conjugando-se nos. trabalhos Dreparatorios da missho que os esperave Joo Ramalho, que também eomecara pela Drala vicentina, se no fundou (pois esse ¢ lum dos enigmas ina nossa Histéria) na. ver dade foi quem estruturou e desenvolved 0” arraial de Santo André da Borda do Campy Pigina 8 — MENSAGEM — Janciro-Feverd one es Submetendo as teibos do planatto i sun Grlentagto, Contrastam coma sua, posigho de chete branco das tribos as afirmagbes de historiadores, ats mesmo de Rocha Pombo em sn “Historia do Brasil de que o sea Hegscio principal era a venda de indios no ltaral como eseravos. Parece mais certo que Ramalho tenha agido coms pruténcia ea | Tealdade necessiris na conauista do prev. {inlo que’ manteve sobre as tribos ‘que the foram sempre less, valendo-tho tamivem 6 Drestigio ‘das. sutoridades.portugucsas ern {oda sud vida. 0 fato inegdwe! € que Santo nde fncon cna mundo ono | avancado da conauista do pianito © como "elemento decisivo na consolidacdo da funda- _-@8o de Sao Paulo, Nao é dificil perceber-se “© plano histrico desenvolvido. em etapas | Butesivas, sem eonscincia preva, de todos | ds pormenores,« nem meso do tineamento “fet pelos que o realizaram Aina do grupo Jetta comegou na engi Nobrega-Anchieta e desenvolveuse propressivamente no entrosamento. espont heo dos demais elementos provindos de Sé0 Vicente © Santo André para 0 nuleleo do pla rnalto, A designacio do. Padre Manuel. de Paiva para superior do Colégio de Piratinin- 8, quando Nobrega teve de seyulr para a Bahla, tove por motive a eapecidade.admi- nistrativa do escolhido. A Anchiola coube naturalmente a funcio catequizadora, Era nessa funcio amorosa que Ihe eabia a tarefa cultural de eriar a literatura da nova terra, arrancando-a ao mesmo tempo do cho e da indigena, © poema i Virgem, escrito ia timida da praia, foi o nascimento virginal da poesia brasileira, Improgneda dos elementos teldricos da génese planetiria, © fdas energias psiquicas da nova era ‘Se comparamos 0 que entio fasiam na Europa os jesuitas, na luta contraditeria da contra’reforma, com a missio renovadora ‘que o grupo jesuita de Piratininga cumpria fem nossa terra, veremos que os "soldados de Jesus”, verdadeiramente fieis, estavam no planalto paullsta. © exemplo de abnegacao que davam esses soldados sem soldos, no trabalho domestico, nas lides de assisténeia ‘4 miséria indigena, no socorra aos brancos : I eee E SHO PAULO fundam a cidade transviados pels fascinagio da selva, na pas feagio das tibos rebeldes, rela que din tmlca de grupo por cles desonvavidu refela {Vestrutufa dn Comunidade ‘apostolica dos primeiros tempos cristios, de que nos da foticia 0 Livro, de. Atos dos. Apvstolos. Girioso como, submetidos uma dlseiptina celesistien “duramente formalist, que. Ii {ors desigurava o Cristanism, 0% jesutas do planalio mergulhavam de corpo e alma no stereo primitive, nao obstante alguns des ios de perspectiva determinados pela he- ‘anes cultural eyropeia. Exemplo caro des Ses desvios fot a atude de Nobrega, revelada {rancamente em seit “biaiogo da Conversio do Gentio". "proprio. Anchieta_partcipou das medidas de" violencia alt preconizadas, ante a rebeldia tnstintva dos indigenas. Incrivei Como ambos mito tenharn pereeido 4 defusagem cultural que impedia os selva fons de compreenderem realmente, assim {endo como os Jesultas deselavam, tha rel 0 superior ssa foi falha mana. ne ‘ive, determinads pelas forges atin da speci, que se opés aos designios da, His- t6ria, sem entretanto impedir que cles se realizasem no exsencial seen ‘Uma figura curios se destaes, x0 Jado de Anchiea, ara contrabalangar esa falha ado ‘Puare Leonardo, Nunes, 0 Abarabebe, im chamado pos Indigenas porque, & mi mera da ave designada por esse nome, Youva— Gonstantemente de um lado. para. out, sen petar imtemperies’¢"fleuldades, ‘para tender as necessidades da populagion de Indios, mamelucos « braneos que erescia sm cxssar em torno do Colegio. Quatro seculos Inals tarde, um portugués da Fregvesia. das ‘Aguas ‘Santas, Antonio Goncalves da, Si inicisdor do movimento espirta no planslto serla ehamado popllarmente de Batra pelo ‘mesmo motivo, E integraria esse apelido em Seu nome. Baluira ers una ave perhalta dos ntanos.paulistanos, conhecida pela lige Teza com que corria'© voara por todos os Jades. Coinciaéncias signfieativas, como hoje se diz em parapsicologia, que sirvem para lar as fase histreas raves dos tempos. © SIGNO CARISMATICO © carisma & uma gragi diving. 0 Paulo, como vemos, nascee se desenvdlved marcado por essa graea, Sun missio ears miética contirmouse na Historia, A ‘la do casas de talpa'e ranches de pat-apique co. bertos de sapé ou puldgas de arleanga, tor ou-se © centro da xplhisio continental do Brasil, Bandeirantes e moncosiros rasgaram ‘a; maias, perfuraram montanhias,eseatarar ‘minas, girimparam rios e semearam eldades ale as encostas andinas. Sio Paulo construta © Brasil nas dimensbes continentals que hoje: stent, estendendo sabre ele a rede ingul tea unitéria que sustenta a unidade nacional Mas isso-ndo 0 fez arrogante e dominader ‘A ‘mesina,pluralidade racial que\marcont des: de 0 alvorecer a Vila do Colegio predoming hoje em sua estrutura humana, sefesca constantemente por tum Mlixo migratoria nas ‘Janciro-Fevereiro-1976 — MENSAGEM — Pagina 9 ‘ional e internacional. © mélting-pot paulista [parece no ter limites e ampliot-se por todo (0 Brasil. O desenvolvimento da astronsutica faz-nos pensar numa futura populagdo cés- ‘mica, aerescida elas migragdes planetérias de mundos em condiobes fisioas’semelhan- tts is do nosso planeta, ‘Tudo se torna pos- sivel ante as perspectivas surpteendentes dos novos tempos (s sinais carisméticos da cidade come- ‘gam no ato de amor da sua fundagdo. Ao Contririo das cidades fundadas segundo mo- elos tracados em Lisboa, como as do norte, ‘Sao Vicente e Rio de Janeiro, Si. Paulo Inlelou o estilo novo de um agiomerado ur- ‘Core AUL DANAS, rman de multe oman: ‘Sertinejas. irmac'e” companhetre tie Sun riulo* num dombate de amor 2 dor pelt Sind’ gu proton vers.” ua fincas aque dentro le proeura der 0 awe “ente ne orpo cna alms fa cite demolida tobe SEfne do metrs —» monstre furador de subterranees cians com muito conforto © rapes eleeien © al Sentra sua nivenela paalistana’ | aes cee ones an: jor olay coms que desaparecem «Sew amo? nincia coragem, de cars do serio dur peen 0 Drosreio urban a onha t monte no toro em pelo Dara subir encontas eseambar em baraces de “tenalgicos Sua ‘contibueda.ensiquece = hosts serie de interpretagse soco-euiural'e Peo. ‘"yaraniseércn de 0 (© metro ¢ tto:- uiraramy op quatro cavalos de ferro. que exstnm, em estates, ‘na Braga Tie (etic ndo sel obde botaram"” Sura camo Sditiso‘onde morel, arranearam 9 Largo de B80 ‘Bento, Prae-da uberdaae © raga Gis Be etacoer que to como pequenas cidades slittrias enya eldade grande Ono camunho, tem fadade eval furando. 9 ehdo, em nome do Peo so artane'a devorar qulomiettos "86 respeltou ouilo "Newe Forgue”S enpenheria no pod Soot suse. hyuss,"dal ter" passado por ce, Tella fen ‘neo ‘lturcandeste, ‘em leque, ne Avera Cuero do Sul, buscando’ final a "soa Moh Nore temoe a Sisto deter saudades porase saudade Adt"e pestence ao raseado E tah ser asin com 0 velho e aerested’ Brig ‘onde, depos doe italianos, os teitonesnoraedngs ‘Bio‘morarao jamais. Val er assim com a Caetano fe. camoon onde gerances inlay catedaram, suas Iigger "A ladeirs da eméria usta eercada, por bquines ¢ pectatadoras autoniticas mas eu Beer Gao canine eta eidage, amando-a mam emt melo {do 6 das demolqces: sem comiar om seus nivel Dolukios que sumentsm 9 inmnto. da aba, cor {ue yo 'sctbar wirando sew om ‘natura Como romanelsta, ha anos alris, prevends @ fenameng dese pesido Gnu que teraings de pagar fo provrass eu ja eseera, yesgnado, na “dase ‘iver, aniando ¢ querenda ber ay sane olay Bont ine tabla doe, lo podemos chorar saudades, porque Eede'e um ergusteo vivo, que dig’ ¢ dis, ‘isbn como on nowoe teldgs ob iuses leh do Progreso + no comes do Tr ico’ e Caprisieni bose aeeoiogicamente 8ols, alma _de Sao Paulo. SOB 0 SIGNO DO METRO PAULO DANTAS ‘bano espontineo, formado aparentemnte 20 facaso, mas obedeendo a uma dicipling prd- ria, Podemos dizer que & disciplina Exoge- nna do urbanismo europeu ela opunha a dis- ciplina endégena do planalto. hoje uma eldade tiplea de planalto e ainda continua, ‘pa fase metropolitana, a desenvolver-se de ‘maneira arbitriria. O gosto brasilelro da li- bberdade ¢ da improvisacdo atestam a sua vor feagio Iibertéria, inddeil As medidus do es- ‘quematismo convencional ‘Serd isso um mal, como sustentam os e5- pecialistas pragméticos? Ou seré um bem, & ‘sca instintiva de novos rumos e novas for ‘a eldace se coloes, determinando destruides Tiag com as quate, em nome de umn nova festa feo temen pos conformer” para, continue ‘Gvindastes se erguam no mio" da rua como se ftsem mao arson "Tada come da vee ‘is Sim, quando para aqul welt ecrevi noutro romance, sob a signe do, meto, aie hoje tome © ale Faia eas rangle eos carta, em ‘Como "um" Risbaldo irusteado, eu Jé_ curt sta cidade, em saudades, Easas class Que. s+ iene ‘Sho Paulo posts nedlinas em tardes um Sts, Secor hstoricos demoides, viadutos, ealendas febentadas, avenidas xtra saraade, proses {eine trdtonbes. 1 curt biensi carnaval ine ‘rtenter senlmentos terrovidos, condos subter- Faneor logan ar Vigo ceras ou eradas’ Dara se fntender amma grande eldade que cresee stm ree felt nada eo pedings Tenge ningun. basta ter um polo de-amor ¢ de enheciento ra a obter tm bocado' ge_descanso na 1vua Eda dev unde metspole elouasecae pela ‘us cormas corrompiaas ou age ses tWvels polos, ‘Nov aivais desvarioe ¢ precio achat belees Nos seuk tionimentor non’ sede eletados e edificiw predios grandes que se avitam de todos os ladoe, Eis'meato nos bairas. De longe ou de peta, hd Fela cidade toda. uma poesia excondide em ln Gee esretamente moda ge core de fet 4 cada {MSlante. Forgue’ sto Pauly & ‘movimento inset Sinem ie divotson om Tata baat feticianns;aqul ao te descanaa, new demote, fom de ia ""Agul hd ‘duis e modus de ume linguagem universal" onde se mlsturam ay Tnguas bu sontimuentoe dat teras cstante, os wertes Urb oso: alaletos da guess © da mitra. Velo fa oie demslidas ‘dando’ ver aor grandes edfica Gus ot Ho, tentam aeabar com & pores. plan Teimcan e vigos, eteselda e-inchaga As sareens tor correo potuldes, das guns envenenaday das Sreinae cleats abertae ‘ie’ aconteet'e me fae sizer que ¢ preeo. Deo Eien muita ‘weneneia «© corapem. para aall poder iver melhor Assinaturas de MENSAGEM 12 nimeros — CrS 50.00 Rua, Dr, Bacelar, 505 04026 — Sto Pa Fone: 519-3053 5.00 600 Exemplar do” més Atasado ‘mas para um novo mundo que esté surgin- fo? A tecnologia excessiva esmaga espon- taneidade da vida. Cidades nérdieas, esin toradas “minclosamente para 0. conforto completo do homem, como tem ocorrido na Suécia, na Dinnmarca ena Holenda, acaba- amp gorando 0 tedio © 0 deseepero, & crim halidade explosiva, a loucura dos ixleos, & Sensualidade sem freios. As Inibigdes da tee nica aprimorada e rigorosa transformam as fldades modelares em exasperantes prises Ge pesira aco, sem opedes para a liberdade rum ‘Clamamos hoje contra 0 excesso de po- pulagdo, as dficuldades do trinsito,o cresch ‘mento turpano desordenado. Mas ¢ euioso Temrar que nos primeiros tempos, quando Sto Paulo era apenas a Vila do’ Colegio, os pdres jesltas J tiveram de enfrentar eises Imesmos problemas. Os historiadores men- ‘lonam as medidas tomadas pelos padres pa a que 0 afluxo da populagso em toro do Colegio de Piratininga fosse dispersado com a ringlo de nicleos trbanos lsolados nay cir ‘cunvisinhangas, formando tm cerco de vlas states que serviram tarabém de sentinelas Drotetoras ‘conten invasdes de tribos. selva: fons inmigas, As medidas atuais do disper. io dos aglomerados macigos Ja eram toma: das no século XVI pelos fundadores de Si0| Paulo, o quo vale por uma previsio assusta. ora de providencias «que “seriam exigidas ‘num futuro longiqu (0 alo. significativo ‘de Sio Paulo, em| pleno sertdo, nao iver sido cercado de mu Tnlhas defensivas, segundo 0 modelo europ Sequido plas cidades do. norte, mostra a0 mesmo iempo 0 espirto inowador dos fun- adores ¢ 0 amor da nova raga pela Uber dade, A confianca do indigena e do sertansta | fem suas proprias forgas fundiase com a 16] dos relilosos.nos.poderes celestes. "A. {6 humana e a (6 civing misturavarse numa espécie de displioéncia vital ow de confianga infutiva nos poderes da vida. E nem mes mo. 08 ataques das tribos selvagens,& Vila {0 Cotésio conserulram convencer os padres f 05 caciques de que deviam isolsr-se das ‘elvas num pequeno mundo fechado. O anor 4 terra, as malas, os rlos, aos ventos, 0 ‘ou aberto sobre as extensdes desconhecidas formava 0 nove homem que deveria. inte: frar-se na Natureza confiante em si mesmo. Avila aberta e livre prenunciava o bande A MISTICA DA TERRA Enearada nessa perspectiva parahist6-| rica, em que os fatos no contam apenas| fem si mesmo, mas também nos signos que| ‘encerram, nos significado profundos de sua propria esséncia, a Histdria de Sio Paulo ode revelar-nos a alma da cidade. E essa Alma se revela impulstonada pela mistica da terra, orientada pelo anseio da trabscendéncia| horizontal que Karl Kaspers definiu no plano social, mas. que em Sio Paulo se amplia ¢| se aprofunda em sentido telirico, ; As téonicas pedagogicas mais atualizadas| Insistem na necessidade de preservarmos | infancia na idade adulta, de mo perdermos| a riqueza dos afetiva dos primelros tempos, © maior pedagogo moderne, Rousseau, até hhoje com batido pelos espiritos sisteméticos, rebelou-se contra os portées fechados da cidade murada de Genebra ¢ iniciou a revo- luglio eopérnica da educagio. Sio Francisco de Assis, alma eldrica, falava ao Irmco Sol, a Irmé Lua, & Irma Agua, ao Irmio Lobo, | ‘os irmiios Peixes e as aves irmis, Essa é a mistica da terra, que permite ao homem elevar-se a Deus na mistica do eéu, sem apego 2 formalismos religiosos Pigina 10— MENSAGEM — Janciro-Fevereiro-9%@ w da mata. A simplicidade © a pureza do alo ros lembram a infancia da cidade, que nio Se perdeu na memoria histériea, ‘Poderos ‘er esperangas, muitas e vivas esperangas no futuro de Sio’Paulo © do Brasil, ORGANIZACAO CONTABIL — TEC-BRAS — Aberturas — Transferéncias — Encer- ramentos de Firmas — Inscrigio Para Feirante e Ambulante — Requeri- ‘ments. — Documentos — Assessoria Turdiea ete RUA TYE. CEL, CARLOS DA SILVA ARAUJO, 151 — FONE: 247-1781 — SANTO AMARO — SAO PAULO O MISTERIO DE ANA PAULA ‘A menina Ana Paula, de um ano ¢ dez meses, caiu do vigésimo andar do arranha- eéu n.® $197, da Avenida do Estado, bate fnum fio de aita-tensaa e fou atirada na mar: ‘Quine do primeiro andar. Apesar da violen- ia da queda e do choque violentissimo com 0 fio eletrico, nio morren ‘Levada 20 Hospital Municipal da rua Vergueiro © submetida aos exames necessi- ros, os médicos constataram que @ mening ‘ao sofreu nenhuma fratura 0 estranho ato ocorreu na mani do dia 2 ultimo, ‘Os jomais didrios de Sio Paulo acentuaram a perplexidade de todos 0s qu! Darticiparam da estranha.ocorrencia. Ana Paula € filha da sra. Maria do Carmo Oli vyelra, ‘residente no apartamento 2.022 do referiaa edlticio. Para os materialistas ¢ positivistas 0 fato pode ser explicada pelas eondigaes na- turais do corpo. infantil, cuja. constituicto dssea, ainda em fase de formacao, nio € tho dos adultes. Ligundo-se a Isso outras condieSes préprias do organis- ‘mo infantil e condigdes Tisleas da queda, possivel fungao de paraquedas exereida pelas vestes, a leveza do corpo e os angulos de sua Drojecio no espaco, € possivel explicar-se Raturalmente © ue os jornais deram como milagre ‘A in terpretagio espitita de casos dessa hatureza admite a funeao protetora de enti dades espirituais, dentro’ das. préprias eon: ides das eis "naturals. Essas ‘entidades agiriam como elementos integrados no. con- texto dos fatores naturais © nao em termos dde milagre. Nio st pode apelar para explica- ‘Goes sobrenaturals em casos explicdvels por eis naturals. 0 fato € incomum, Impossivel. 86 € paranormal (ant Sobrenatural) um fato em que todas as pos- Sibilidades de explieacio normal se tornain impossiveis| Wiadimir Leite Melo (estudante, 18 anos, Sio Paulo) (OU. jovem © nao preciso olhar no tanhos que, junto com tragos bem {eitos eum sorriso cativante, en. contram aprovagao ‘nos olhgs. das. arotas que me paqueram. Nao ¢ farol, ndo, ¢ sério ahem sis. Voces me perdoem, mas iio vu ‘oder esrever na minha linguagem, me disse Tam que nao posso. Agora mesmo 0 cara do jommal me disse que pra eu escrever como iente, vejam s6 que caretice! Mas va la! Por que nao tomamas o poder no mundo? Essa € bos Por que ser jowm no € tao ‘act assim. Na maior, os jovens s40 ainda ls bebts de bereario. Se fossem todos como ‘4, 0 mundo seria nosso e a veharia estaria ‘rgulvada.- A gente la modar tudo, comegat {do de nova, “Bu queria que o Brasil fosee “ima republies, mas uma repdblicy de este antes, sacou?' Cada um ia fazer 0 que bem entendesse. "que? “0 cara. aqui do meu Indo esta’ dlaendo-que isso seria & malor ba guna. Estd por fora, ehapa!” Minguem ta ‘ozer nada que prejadicasse os outros. i fcar cada um na sua e tudo bem! "acho que a vida é pra gente vier, pra certir. Mas viver como & gente quer e Alo como a tradicio pretende impor, que isso ¢ ‘alsa de velno de muse, enferrujado, A gen- te Ia Iisa tido, até ot velhos e garanto que Tullos bem que lam gosta. Agora, isso de familia nho se aiscute, ¢-questa0 Biologcn © Por isso mesmo se renova. Por que tem de ‘Ser sempre a mesma. coisa, ox mesmos no: ‘nes, eso tal’ de inhagem com pedigry aque la eitoria de ossos do barao? Meu pai € qua tocentio, quadrado ‘anos geston, mas ‘inna mic ina det ingaros eum de meus PINTURA 13000 IDERCTA ‘EM GERAL. Palar ¢/ Marco, = CARTA (LUIZA PELINI — Tatuapé) Gostei_da_posiqio de MENSAGEM no ‘caso da scola da Praga, Acho que preci. ‘samos lutar para preservar nosos momtimen- tos do pasado. Nao justo derrubar um pprédio como aquele para construir no seu dugar uma estagio do metro. Sou a favor {do metrd, mas acho que nfo se deve des- vestir um santo para vestir outro, Ful aluna a escola, embora por potica tempo, pois ‘meus pais tiveram de mudar para o interior Mas guardei sempre no meu coracio a lem- bbranga daquele easaro em que estudéamos com ‘alegria e vontade, Ali se estudava {ato e se aprendia mesmo. Multas geragdes se formaram naquele prédio precioso. ‘Tenho esperanea de que as nossas auto- ridades no mandem derrubar o prédio. Ele € um monumento da educacio paulista © precisa ser preservado, Espero também que ‘MENSAGEM nao deixe de tratar do assunto, ppois os seus argumentos sio importantes © hhaverdo de pesar na balanca da justica ————__—————___ avis ¢ italiano, sacou? Sou da raga interna ‘ional e agora vou ter de botar panca de ro- ‘eocd? Sem essa, que quem esti nossa nao festa com nadat Sei que a experiencia da vida vale multo, ‘mas qual experiencia? A vida no ¢ como um fusca no transito, tendo de obedeoer farol e fguarda. Cada um tem de fazer sua proptia fexperiéncia, -percebe? A vida muda‘ toda hora, nosso tempo € outro. (Sim, vou escre- ver tipo “estadio", mas me deixe uo menos ‘© direito de uma palavrinna de vez em quando, ‘senéo no fim nem eu mesmo vou aguentar ler isso que estou eserevendo) Nao, eu também mio gosto de exageros, mas quero estar na minha para ser eu mesmo, De escritores nacionals s6 gosto de trés: Jou ‘Antonio, Millor e eu mesmo. Nao publique na- dda, € claro, e acho que nem vou querer 180, mas escrevo lelo. Quando no gosto, rase0, tudo bem, ‘Sim, voce tem razio. Reconhego que es- tou aprendendo, que tomos de aprender, to- os nds. De politica nao manjo bolufas, mas qualquer regime que me deixar viver ¢ set ‘como quero parese bom. Musica, gosto 36 dde rock e batucada. Pode ser que com 0 tem- po eu arranje paciencia para ouvir a classi a, hd nela alguma coisa que me chama a atengio. Bom, sexo ¢ coisa séria, concordo, pols € através dele que nascemos, né? Neste pponto estou com os velhos: detesto a bagunce. ‘Vou contar um segredo: gosto de escandaliaar fs velhos, mas ¢ tudo farol, Palo que sou teu. mas la dentro, bem no fundinho, penso que Deus existe e poco perdio. Nao acredito ‘nos castigos de Deus, acho que ele é a inte ligéneia da vida, mas’ ainda nao esclarecl di- reito este papo. ? ” Lanamentos EDICEL Parapsicologia Hoje e Amanha 20 Casos Sugestives de Reencarnagao Na Seara Bendita Vacine-se Contra a Loucura Aumente a sua dimensio REVISTA ESPIRITA (de A. KARDEC) (Colegio encadernada — 12 vols.) cio Cientifiea Bice! Eaitora Cultural Espiita Lida, Rua Genebra, 122, — (esq. rua Maria Paula — CEP 01316 — So Paulo Roembolso Postal € Crediirio “Janeio-Fevereiro-1976 — MENSAGH . — Pixina 1 CANTIGA DE Quem quiser entrar na roda, entra ma} ou entra bem, Quem ficar fora da roda fica mal como ninguém Cada ano que se passa deixa um rombo no orgamento Novo ano, uma trapaca exigindo investimento Se voc’ nao der presentes, hijo entrar na brineadeira, 08 amigos ¢ parentes dizem todos: que sujeira! Com dinheiro ou sem dinheiro no hi jeito de eseapar. Ses se2 Spedoria milena Gom.o aécimo-tercelro Seizse Neral BP fqne deseulpa se vai dar? 8 a i a os? Fim de ano tem balanco oe eas para se apurar a renda ees o° on ‘Mas quem vai nesse balango 0 Sah? - niio tem Ioja nem tem venda oo wr »%o, Boe 0 Hao ot ON ‘Quem quioer enthit na ode aot: gt Se* entra mal ou entra bem, er ac Quem ficar tora da roda OP eS o fiea mal como ninguém eos ase 4 ec si ss (Colaboracio do leitor are So: gent 3. Bicudo) gore ce 30 Oe sete Sexe o :. (SJ o* © ano pode ser mau ou bom, 39 Q segundo 0 que dele fizeres ak Ser % go 9 Svag g ve Quem 0 ws Prats” digg 2m o we 0 aisser °° he re diy en Q pj dan "a, 22 se gud Sn No, Oo novo ano VAM adiantament? noege nena CIENCIA MALUCA Desconhecido cientista_paulista, apés quarenta anos de investigagoes no laboratorio do seu proprio bestunto, chegou a esta conclusio: a alma é um virus ou um atimo de atomo. Quer di- zer que a vida pode ser, & escolha do freguez, uma infecco virulenta ou uma explosio infra-atémica. (Tradicional didrio paulistano publicou a sensacio nal deseoberta) Parapsicélogo grego descobriu que 1a precognicio (que ¢ a profecia) nao é profecia, mas psicobolia. O sujeito que prevé a queda de um avido, néo previu, hada, mas derrubou 0 avidio com o sel. pensimento. Descoberta sensacional de um cien~ tista chinés: A forea de gravidade é t80 poderosa que sustenta os corpos celes: tes no espaco hi milhdes de anos. Se conseguirmos domi ranear da terra o Pao de Actic: bondinho # tudo, e transformé-lo em novo satélite de nosso planeta o coveiro enche o buraco Pigina 12 — MENSAGEM — Janeiro Fevereiro-1976 S aparigdes de espiritos no teatro, no cinema e na TY sio geralmente aprsentadas de manelra_antinatu- ddeformando a realidade do endmeno. Ao claborar a. novel “A Viagem", que esta sendo transmitida com grande sucesso pelo Canal 4, TV Tupi de Sio Paulo, Ivani Ribeiro no quis incidir no mesmo erro, Novelista. consciente de sua responsabilidade, procurou 0 apoio de pes- Soas entendidas no assunto. Fol necessario, Porm, estabelecer contato entre 0 seu asses Sor espirita e os diretores © tecnicos de tv, pois @ problema so poderia ser resolvide através dessa conjugacdo, ‘Complicowse a questo com o desejo ‘da novelista de apresentar também, segundo fas exighncias do tema, cenas do mundo espl ritual. Tudo seria ‘muito facil se mio how vesse © propésito de fidelidade ao real. Bas- aria, para isso, seguir-se a téeniea do fi tistio, largamente explorada em filmes sen- sacionalistas, Hi uma realidade espirita que deve ser respeltada, uma realidade positi- vada através de pesquisas clentifieas que vem desde o tempo de Kardce até a Parap- Sicologia atual. O respelto a essa realidade est sendo tentado somente agora CONFUSOES DO PUBLICO ‘Os espiritos aparecem sempre como eran na vida terrena, Os médiuns videntes os véem de mancira natural. Mfesmo nos casos Ge aparicdes, que sio fendmenos objetivos, acessiveis a todos e no apenas aos médiuns, ‘les surgem como eram quando enearnados, keralmente com seus. trajes habituais da Vida terrena. Por isso, quando o Dr. Alberto ¥@ 0 espirito de Alexandre, mio vé um fan- tama, mas Alexandre como se estivesse em ‘carne e osso. Isso leva o pubblico a fazer con: fusio entre aparicao © materializacio, su pondo que a visio natural do espirito € uma, ‘materializagio. Alexandre aparece « desapa- rece com faciidade, mas somente 0 Dr. Al herto 0 x8. Tratase, portanto, de um caso de videneia, Se tosse. materiali os emais personagens da novela também 0 ‘A materializagio & um fendmeno mate: rial, concreto, como o provaram, de maneita ‘exaustiva, as pesquisas da Metapsiquica e asa Biopsiquiea, além das espiritas. A apa igo na vidéneia é um fendmeno subjetivo, | uma’ pereepeda extra-sensorial do médium. | Como se v8, as difieuldades da técnica ‘sio realmente embaracosas, pois, para set Tiel & realldade fenoméniea, ela tem de con trariar uma tradicio erronea, erjada pelos filmes fantasiosos. Apesar disso, a equipe do Canal 4, TV Tupi, tem conseguido apresentar os fendmenos de maneirafiel, Claro que ‘muita coisa ainda poderd ser fella no sen- tido de aprimorar a verossimilhanga dos fe- omenos apresentatios no video (© MEDIUM VIDENTE | eto foe, Boewtat patene sevaue nt eee Cosme Marinho, na Argentina, médica ¢ também chamado Kardee Argentino. O mn: do esti cheio de médicos espiritas espitt tualisias, muitos deles dotados de mediuni ade. O Dr. Luis Parigot de Sousa, para fnaense, que residiu muitos anos em’ Sao Paulo, ‘era médium de. materializacies. A Sociedade de Médicos Espirtas de Sto Paulo reune derenas de médicos, varios deles sendo médiuns videntes ‘0 médium vidente pode ser também lente, ouvir a vox dos espiritos, © que the permite dislogar com eles. & claro que se trata de um dilogo paranormal e por isso 0 Dr, Alberto, quando vé Alexandre e fala com fle, estd sempre numa atitude earacteristica lum tanto destigido da. realidade material Ele no vé Alexandre (espirito) com os olhos, nem ote a sua vor pelos ouvidos. A percep: flo extra-sensorial mio se faz pelos sentidos Srginicos, pelo sensério comum. uma ‘caplacio diteta do espirito do médium, que ‘em parapsicologia se considera como percep: eo mental, O médium entra num estado de fuséncia psiquies, desliga-se dos sentidos fisieos e passa a aiuar como espirito, embora sem afastar-se do corpo Dina, Estela, Dona Guiomar e 0§ demais personagens da novela nio percebem ‘ pre- senga de Alexandre porque estio sempre liga- ddos aos sentides comuns, no. aprenderam (por assim dizer) a desligarse da realidade concreta para perceber 0” plano. espiritual ‘que nos cerca. 0 proprio médium, Dr. Alberto, tem a impressio de ver pelos olhos e ouvie pelos ouvidos, porque esti condicionado, ‘como todos nés, pelo uso normal dos. sent {dos organicos, "Alilusao de "ver pelos ollos”™ Gum condiclonamento a que os médiuns Videntes estio naturalmente sujeites. E <6 pereebem isso quando descobrem que podem ver 0s espiritos com os olhos fechados. IApesar das muitas facilidades que a tele visio oferece, nio é facil transmit a0s teles- Dectadores a imagem real, sem deformagoes “fl VIAGEM” - Novela em 2 mundos fantasiosas, de um momento de captaca fextra-sensorial, Mas a tenica do Canal 4, fnum esforeo de comunieagio veridiea, ser vindo-se dos recursos de iluminagio © efel- {os soneros, vem conseguindo apresentar de ‘maneiza convincente as variagies meditinieas fa personalidade do medium OMEM NORMAL vem sendo supe- ada, gragas & compreensio do. p pelos atores, & a da normalidade do mé ‘como criatura humana. Em geral se o fazer do médium uma personalidade neurs- fica. Ivani Ribeiro conseguiu estabelecer distinedo bem nilida entre paranormalidade ‘© anormalidade. patolsgiea.” Enquanto Dini revela sintomas de desequilibrios_psiquieas, sem ‘ter nenhuma. pereepeso mediunica, Dr. Alberto comporta-se de mancira absoli- tamente niormal, equilibrado e sensato, bem integrado na realidade existencial, fora dos ‘momentos ocasionais de percepcio meditn 2, Essa ¢ também uma conteibuiedo impor fante ia novela “A. Viagem" para. restabe- lecer na representagio artistica a verdade espirita. ‘A mediunidade ou paranormalidade cons (0 afela o comporta- lnm. Representa ape- ma smpliagao do sew campo de percep- permitindo-the mesmo maior dominio ‘os fatores, em geral desconhecids, que podem causarthe perturbagies na. conduta ‘Todas as eriaturas humanas, médiuns au n0, estdo sujeitas a influéneias espirituals nega: ‘vas. 0 médium normal ¢ conseiente de suas Taculdades dispoe dos recursos de uma sen ‘Milldads Spetaus pardparseneiva seriet | Afastivlo. Tornar essa realidade acessivel & ‘compreensio do pablieo, através de exemplos vivos, como os que a televisio ofereee, 6 dar luma eontribuicio eficiente na educagao pre: da maioria dos distirbios psiquicos. A mediunidade consist, pratic ilidades de autode- minio. Antes do Espiritismo ox falos medit- nicos eram encarados como sabrenaturais ou idos. Coube a Frederic Myers, psiestoxe far a expresso paranormal para ' sobrenatural e a patologica na explieacio dos fatos medisinicas, A. novela ‘A. Viagem” vem colocando essa dl através das imagens de (x, um recurso téenieo de grande aleance para 6 exclarecimento do pablico a respeito. ‘0 mundo dos espiritos, como 0 das bactérias eo dos ralos invisivets que nos cercam eagem sobre nis, exeree ‘cio benéfiea e malética sobre a salide hu mana, E uma das forgas da Natureza, como Aafirmou Kardee, & conveniente conhecermos as suas les. A televisio e @ cinema sio os instrumentos de maiores recursos para o cselarecimento. pablico. desse problema, até hoje confundide pela pressio dos dogmatls- ios religiosos ¢ elentitiens, A ons T#0 sSA0 DE A meciinica da obsessdo fol bem colocada no caso de Téo, maride de Dina. A influencia de Alexandre (espirito vingative) sobre ele, ebmegou por alteragies ligeiras do seu com: portamento, numa fase de desequilibrios emo. ionals por que ele passava, com os ciumes fde Dina eo seu interesse afetivo por Lisa | Tanciro-Fevereiro-1076 — MENSAGEM — Pigina 13 “A VIAGEM” - renovacao na TV Alexandre neontrou condicBes bastante favo- rivels para agir sobre ele. Té0 se caracteriza ‘mediinicas, incapaz de ace! de sua posigao materalista. Uma presa tieil para 0 espirito vingativo. Comegh promun- thando frases que prover de Alexandre e vai ‘hum crescendo até 0 envolvimento completo {do adversirio invisfvel. Um bom exemplo do hhomem auto-suficiente que eai nas mathas da obsessio por falta de um minimo de com reensio espirita. A ago hipnética de_ Al Xandre o transforma nim Instrumente déct ‘A natureza inconsciente da sun medivnidade ~'do méaium que perde a prépria conseiém la Sob a Sugestio. hipnética do es de reach. Teo € 0 inverso do Dr. Alberto. £0 mé- ium descontrolado, minado pelos. conftitos femocionais, e nele a’ mediunidade se mistura As perturbages patolégicas. © mesmo aco tece com Dona Guiomar, cujo temperamento ‘agressivo, mas latente, € faeiimente excltado por Alexandre. A situagso do Dr. Alberto, finico a compreender o que se passa e impos: sibilitado de prevenir as vitimas, revela em © drama dos espiritas consclentes em melo 2 ‘carréncine osessivas entre pessoas avessas ‘40 problema spiritual. Lembra a situagao Aesesperada de Pasteur para salvar sua pré- pia filha da infecedo puerperal no parto, pela Ignorincia dos médicos da epoca no tocante ‘existéncia, das bactérias Pigina 1) — MENSAGEM — Janeiro-Fe tu Alexandre, jovem de mé indole, insiste ‘em aniquilar ‘Téo e perturbar outros elemen- tos da famila, Alberto procura desperti-lo para a compreensio de. suas. responsabill ‘dades espirituais. Promove sessdes mediini- ‘cas e conversa com o espirito, sempre que 0 eneontra, através de sa mediunidade de idéneia e audiéncla, Fica evidente 0 contraste la téenica persuasiva do Espiritismo com a violénela das pratioas antiquadas do exorcis: andre nfo ¢ tratado como entidade Gemoniaea, mas como. criatura humana a ‘er reeuperada para o bem ‘Tibério 6 uma figura comum de espirita simplério, assediado por um espirito que se apresenta como seu gula, Nada faz sem con: sullar © seu suposto guia, mas Alberto pro- ‘cura esclarecé-o, mostrando que se trata de uma entidade vuigar. Todo © quadro espirita, assim transportado para o video, entrosado tno meio social comum, sem nenhum apelo ‘aos recursos do fantistice. 0 que parecer antéstico para o (elespectador mal informa: do, como as aparicdes de Alexandre, sio fend. ‘menos comprovados nas pesquisas cientticas atuais NA OUTRA DIMENSAO A novela “A Viagem” esti agora trans pondo os limites da nossa dimensio mate Fal para caplar cenas do mundo espiritual Bstard entio mais sujelte as critieas dos céticos @ possivelmente A acusacio de nio Ihave tsistido a0 fascinio do fantastico, Mas acontece que o Espiritismo no considera fesse mundo espiritual mais ligado a0 nosso plano eomo puramente espiritual. A doutrina fespirita considera a matéria como um dos jementos fundamentals do Universo, em iteracio dialetica com o elemento espiritual 0 plano a ser focalizado & matéria em outra ddimensio. Seus habitantes so dotados do ‘corpo espiritual a que aludiu 0 Apéstolo Paulo, chamando-o de corpo da ressurreiglo. % 0 corpo material e ressuscita o espiti fesereve 0 ap6stolo, Esse corpo é consi derado por Kardee como semai-material,espé- ‘ce de modelo energético do corpo humano terreno, [A prova biofisiea da existencia desse corpo foi obtida em nossos dias pelas famo- Sis pesauisas de fisieas ¢ bi6logos sovieticos, ‘gue the deram 0 nome de corpo-bioplasmico, Dor consideri-to como o corp da vida e cons: Tituido de um plasma fisieo formado de par- ticulas atémicas livres, Por outro lado, as pesquisas sobre a antimatéria jé vinham pre onizando esta deseoberta, a0 revelar a exis: fencia de um antiuniverso paralelo ow inter penetrado com o nosso. As informacdes me Gidnieas sobre vida no. mundo. espiritual Tornecem os datos necessirios 2 uma elabo- racio de cenas daquele plano, Dessa maneira, fnem mesmo ao estabelecer a ligagio dos dois, planos a novela foge ao propésito de ater-se Exclusivamente nos limites do natural [A antimatéria © 0 corpo bloplismico sso clementos acessiveis A pesquisa. cientiic hoje integrados no conhecimento mais amplo dda realldade universal. Nao se pode conside riclos como sobrenaturais, pois ¢ evidente que perfencem a Natureza, A morte de César, € posterlormente a de Dind, transferem ambos pera o mundo espiritual, onde eles verificam ‘que a morte nio'e mals do que uma viagem ereiro 1976 para outra dimensio do real. A novela os {ocalza nessa nova situagéo, procurando mos- trar com> eles continuam ligados aos que delxaram na Terra “A Viagem”, portanto, longe de ser uma novela fantastica, apresenta-e como realist, focalizando a reaidade pluridimensional da Vida Enquadrada rigorosamente na concep- {do espirita, a que se ajustam a5 mals reeen- {ex conquistas cientifieas, exsa novela pode fer cansiderada também como un verdadelro Surso de atuaizagao clentifies, As comstantes Teferéncias de Alberto. hs conguistas cient fleas nesse campo. completam see, aspecto da novela. Ivant Ribeiro lavrou um tento na tetevisio mundial. E, com els, 0 Canal 4, Tv Taph Espaco aberto ao dialoga dos leitores TEOFILO CATALDO DE MOURA (Perdizes) ‘A. proposicio politica de Robert Henri | Founcadepublicada no ultimo mimero de MENSAGEM, di ensejo a se esperar uma reforma politica geral no mundo democrat 0, Nao sei até onde a8 dissidéncias sovie- tieas, tanta nos dominios da URSS quanto nos demais paises da sua drbita, poderio alcancar algum resultado, Mas se a posigio a Franca, nestes dias, a partir do proprio presidente’ Giscard D'Estaing, é intelramen- te favoravel an renaseimento do liberalism, fem termos modernos, como uma filosofia ppolitia de amplitude social, acredito que estamos em marcha para os processos de enovaedo. Gostarla que MENSAGEM divul- gasse esta minha opinido, se possivel, em apoio & tese de Fourcade, que me parece ‘muito apropriada nesta hora de desentendi- ‘mentos. io vejo solugio para o mundo fora de Juma democracia em que a ordem ea paz possam ser preservadas pela conscléncia eSclarecida e bem orientada do povo. Nao se pode duvidar que estamos num momento {de grandes transformagées em nosso planeta. Parece-me impossivel que 0s regimes. anti- emocriticos io se transformem também, ‘mesmo que de maneira ienta, sob a pressio das novas idéias que surgem com o¢ anselos sm revelando ‘nos ltimos anos luma vitalidade que nos faz erer na ressur- oda sta infliénoia mundial. © pensa- ‘mento francés guarda uma vitalidade que nos faz pensar em novo renascimento dos grandes principios humanistas da sua glo- Hose Historia —_Lembro-me de haver lido em Kardec um festudo muito interessante sobre 0. famoso “Tema da Revoluclio Francesa: “Liberdade, ‘igualdade, fraternidade”, Kardee estabelec tuma relacio direta entre esses trés principios, mostrando quo a igualdade de direitos 36 pode existir num clima de liberdade e que f responsabilidade nfo existe fora dosse lima. Fourcade reyela que um artigo da revista “LExpress” colocou esse problema ‘muito claramente num dos seus ‘nimeros reoentes. A natureza humana é avessa a coacées, © anseio de liberdade e livre par- tieipacio na sociedade, como no contrato social. de Rousseau, de que todos nés somos acionistas, existe no homem como uma for- ma de instinto superior da espécie, acho que hé coisas que no se podem. suprimir ‘Ro homem sen. prejuizo da sociedade e dos ‘ndividuos, como o anseio de Uberdade, 0 senso de responsabllidade individual, © sen- fimento natural de igualdade humane, em- ‘hora ressalvadas as diferencas individuals ¢ e grupos, como caracteristicas que se com plementam por outras, existentes em outros individuos e grupos. A aco opressiva © até mesmo esmagadora do Stalinismo na URSS, ‘como a de Hitler na Alemanha, a de Musso Jini na Italia e assim por diante, nao conse- ful desta esses elementos vitals da espe Nao tenho nenhuma ideologia politica ‘mas sou tm curioso desses problemas © me flegro de ver que, depois dos estragos da | estara faltando o essencial — a vi- Jornal diario —espelho do mundo. Tabléide semanal — cartas na Revista ilustrada — feira da vida ‘Tudo isso & necessario & gente moderna, de hom gosto ¢ hom tom. Mas se vocé nao ler MENSAGEM sao panoramica das perspectivas novas de um MUNDO NOVO QUE ESTA NASCENDO MENSAGEM 6 um tabldide mensal de cultura global que Tuta em todas as {rentes pela HUMANIZACAO DO HOMEM, dda eriatura humana desfigurada e perdida hnas contradigdes do presente Saia da toca dos seus preconceitos Leia, ajude, divulgue MENSAGEM ¢ ‘colabore em MENSAGEM, dando também sua mensagem para os demais, visko lata, alguns. aspectos-sérios do pro- Dbloma da liberdade humana, que implica, Sem ‘que, se possa negar, a liberdade politic Gostaria de ver esse problema mals am- plamente debatido em artigos desse Jornal, Que to seguro se mostra em sua apreciagio dos problemas humanos, Estou certo de que MENSAGEM dispe de colaboradores eapa- 20s de esclarecer multas questes ligadas a fesse assunto. O que se poderia dizer, por exemplo, de um conceito de liberdade que f@ relacionasse diretamente com © de digni- ade humana? Poderia haver liberdade sem dlgnidade e vice-versa? Pareoe-me que esse problema fo} bem esclarecide no campo da @dueagio As formas de educagao dirigida ¢ autoritaria do passado estio hoje substitu ddas em todo o mundo por formas liberais curioso como a expressii.“liberalis mo", depois de rejeitada por algum tempo, volta agora a provocar debates no mundo intelro. ‘Teré 0 velho liberalismo a capaci- ade que os franceses hoje Ihe atribuem, de fenfrentar as confusdes do tum mundo em que a ldéia do robd faz tantos adeptos entusias- tas? Ou Giscard e seu povo estario apenas vivendo a euforia de lembrancas agradévels de tempos que se foram para nio mais vol tar? Os macacdes azuls dos chineses con trastam muito com os sonhos do libera- lismo francés Entre na Rosa dos Ventos! fmuerra mundial e das cicatrizes por ela dei- xadas nos povos de todo 0 mundo, volta-se 4 tratar racionalmente do problema, sem as Suposiedes que ainda hi pouco faziam moda, segundo as quais 0 desenvolvimento teeno- logico nao dava mais lugar na TTerra a sonhos de liberdade’em qualquer nacho, Hé uma questi que sempre me preo- eupot'e que recentemente chamou muito atengio de todos. com a rebeldia da. moci- dade e as teorias de Marcuse. © 0 proble- ‘ma da vida como uma espécie de impulso vital incontroldvel, Tsse impulso vital € tio espontineo livre que no suporta nenhum sistema fechado, Penso, ¢ se estiver errado ‘Que me corrilam: que a vida € to exigente fem referéncia a liberdade que fez a propria, relva. nascer em turfos.atrevidos entre as Pedras macicas do caleamento das Tuas. A fragilidade da relva como que se torna for- taleza na luta contra a dureza das pedras "Nao concordo com os excessos de liber dade que podem comprometer a prépria liberdade, “Acho que néio se pode falar. em Iiberdade absotuta de maneira alguma.. Mes- ‘mo porque a liberdade se exerce levando em. ‘conta 0s limites do meio social em que se vive. A lberdade tem suas préprias condi- bes, segundo li um dos artigos desses mes- mo ‘Jornal, que achel muito. interessante Por que isso discordo dos excessos de Mar- couse, mas acredito que ele viu mesmo, com Jornat de cu (iaueto: GE CAIRBAR scuUTEL, Dicior’ J. HERCULANO Pres Redacto: COLEGIADA \CoPY-DESK) Diaeramacto: CELOO SUYAMA astra: TARO. JAdministragao: 4.¢, MOLINa, NTONIO TERENZ REDACAO: Sin Paulo, Rua Dr. Bacelar 1! 505 — Vila Clementino — CEP 04026 Fone: 949-3059 Composto ¢ impresso pot JORNAL PAULISTA. LDA, seis Ghat Ctra Goraiphg feando a humaniaaeto! do hamerm © sa Integracio ta realdade aba! ie epitto © materia ng duae constanter dlaltcas do Univers. “Colabore com MENSAGEM, tmundo © melhorarPropagse MENSAGEM. ‘Assnaturas individuals csiama de 20, 30,50 om mals examplares, remetdas Delo teerbolso postal "= Desconia de 30" ‘Colecione MENSAGEM— sew formato tablside fpermite 4 envadernacio camoda esrtstlen, Paea a sua ENCICLOPEDIA. MENSAGES se ‘Staliza 20 rtm’ do tempo “Janeiro-Pevereiro-1078 — MENSAGEM — Pagina 15 ensagens CrujadasX ae amos inicio ext nova regio de MENSAGEM, Prclendem manfestar ests cis sobre og cauntoe Portinence a onenacdo deste rpae, NENSACEM Rhos um jornalpotco, no. sero comun do Terma, Mas, como rota, de culture, que tem por ieee Iemenizagéa do Home, tala de, todos ot ‘robicmes gue a6 relacionem”comesse lem, At Praetse de polities partisaria «de conroversias itlpcas ot sentido pregmatica, nao interessnm & ‘nsse inka de agdo, bor ettendarmoe que todos Te'Sonftonatuate dcorrem de fata de ta tao Thal tpl eclaecia de verdedetra Polite {ue oe fundamenta nas exigincias essenciais do Na ‘iece fumuama' se projete na peropecti ds des- {ino hmoner, Dente dena otha, for of fret poled diaper do epeco aberto pare ex suas ef Bee” caudee debater Or trabathos om gue? Bmos tteta,segdo.paresem=noe “ufcintes Pare ¢ ‘SemstsicngiSbjette da line © 00. ————— LUIS FELIPE MONZINI (Rio de Janeiro) Nao sei se estamos em condigdes de compreender a orientacao adotada por MEN- SAGEM, um Jornal de cultura que se difere Ge tudo quanto se tem feitojem nossa terra fté agora. Li todos os seus niimeros publi- feados, deste o n° 0 até on? 6, dedicado “no. Natal, © que ache! excepeional. Meditet Sobre os’ editoriais que definiram a, orien- ee ea oie ee coer je me entusiasmou, A sua finalidade no ‘ levar o Teitor a esta ou aquela posicao, mas foferecer elementos que possam ajudar 0 leitor a sair da confsdo em que © mundo [de hoje nos deixa. Percebi quo o Jornal pre- ftende mostrar que nio estamos perdidos no Jenos. Que podemos explicar 0 absurdo do [panorama mundial, descobrindo por nés mes- mos aguilo que podemos chamar as razdes Jdo absurdo Vou tentar colocar esta questo fe gostaria que outros leitores me ajusdassem ‘com as suns correcdes ou complementagies, |. Por exemplo: vemos 0 mundo dividido ‘a0 meio como uma laranja, De um lado est ‘0 chamado mundo, democritico e eapltalista que sustenta © principio da livre inicativa’ rho campo da produgio o das liberdades poli teas, De outro lado esté 0 chamado mundo [sociaista ou comunista, que sustenta o prin- ipio da diregio estadial na produgio e do condicionamento da liberdade politica &s fexigéncias do regime instituldo. Mas a la anja tem muitos gomos, de maneira que essa divisio aparentemente simples compli- fase num labirinto de subdivisées como a 9 Tereeiro Mundo, dos povos subdesenvol- ‘vides ou em desenvolvimento, Outras sub- Givisées vio surgindo dos pequenos grupos taciais,religiosos, politicos, numa atomizacso fassustadora, de que sio exemplos a situngio da Argentina, de Portugal, do Libano, da Trlanda, de Terael e dos Palestinos, e assim fF diante, Tudo isso, com 0 aumento do der bélleo e a ameaga das armas nucleares, Tedunda numa situagao infernal em que todos fs abstirdos so praticados e todos alegam (05 sous direitos em praticé-los. ‘Mas se perguntarmos porque chegamos fa essa situncdo, a resposta no serd menos Ano Il — Namero Janeiro-Fever. 78 Sao Paulo - Brasil assuntadora, Tanto os EUA quanto a URSS ‘legam defender os direitos humanos o lutar pela sua preservacio, E ultimamente surgi ‘2 ameaga de uma nova poténcia, a China, que também se coloca na mesma posiclo e ataca ‘as duas poténcias principals. A confusio ‘aumenta eo panorama absurdo se torna ‘mals eseuro e incompreensivel, Como pode ‘ocorrer tal coisa? Americans, europeus, Asidticos mio percevem que as contradicdes Se aprofundam nas suas atitudes? Os obje- tivos superiores que proclamam sio desmen- tidos pela propria condiqio interna dessas poténcias. E isso porque, ao invés delas Colocarem as questOes em termos humanos, nha realidade as colocaram em termos desu ‘manos de interesses materials e grupais. Falta a visio superior da natureza e da des- tinagio do homem, porque os homens se perderam na siia paixio pelas questies se- cundarias, no seu apego as coisas materials Produgio e consumo formam 9 bindmio sustentadar do absurdo, Falta 0 plo do espirito, E, como diz 0 proverbio, casa em ‘que falta pio, todos gritam'a ninguém tem ‘© mérito de MENSAGEM esti apenas histo: em ter visto que o motive do caos é © apego ao imediato, MENSAGEM redesco- Briu a verdade oculta mo provérbio da sabe- doria popular. E esta propondo a todos nés tuma’ simples modificagio de tatica, ums ‘mudanca de diregio do. nosso pensamento. ‘Mas essa mudanca no ¢ facil. E MENSA- GEM ¢ um pequeno jornal mensal que no tem forgas pata sacudir © despertar esse ‘mundo de povos hipnotizados pelo recemoi- rnho dos interesses imediatistas. Que fazer- ‘mos, diante disso? ‘Parece-me que, se 0s leitores de MEN- SAGEM compreenderem bem a sua tese, me- fitarem ela e quiserem ajudar o tabléide a ‘tingir dreas mais vastas de leitores, as coisas ‘mudario de figura ‘O meu desejo, a0 escrever este artigo, ‘que espero ver publicado em MENSAGEM, € rovocar, mesmo que em medida multo Te- ‘Guzida, maior interesse da nossa gente por fesse jornal diferente, Enquanto todos os utros atimentam a confusio, mathando em {ferro frlo, MENSAGEM. tenia despertar 0 hhomem para a compreensio dos problemas ‘numa perspectiva mais larga e mais funda. Nao adianta tomarmos este ou aquele parti- do, Nossa adesio nada mais faré do que levar mais lenba i fogueira. O que é preciso € termos menos apego as nossas idélas pre- ferenelais, menos. pretensio de podermos mudar as coisas pela nossa vontade. Nio hha diivida que-a nossa vontade influi_no ee Tmundo, mas ve infuir no sentido de aie fromtar a focucca no seré mais oie um Greets fogado: ms cinmnas. Sey polo come {fan prosuarmos suxiar © homme 8 come Drocndr as rasbee do abeuo en qu Hole vemos: nossa vontadenio sera eto, nem ulna, nem gasoina na foguers, mas’ gua Ee eopucho forte de bombeso. Forgas as: furean humana tna 2 enn toda 8 Terra Consequentoments, ab. coloca‘0 probit fesse termos, os omens into sendo desper teioe pers vordnle quo, enum em Mita gent tm medo de ser texada de sueratia A aienaga tanto ext fm i fomo'ne outro. Senos apepurmics apenas Bx Sefsas do erpiit,esaremes alec ren tde covsreta, Mao se nos spegariae tm as colaasconeretas elaremos alneion Feaicnde espinal, qué es propria exsécia Go homem 0 negocio € mio ter medo © dinero, com lena consrenea, ay is ‘umgées do Diao ao Cristo, no desert ea for to triple Se we nos oferece 9s Tinos domingo, oeregamos a ee, ates ano d= sido, o reno So homem,” Jesus” enna “busta primeiro.0 eno de Deus © 2 sa Susp, © tudo ous vo eta dodo por] tino" 0 Reino de Dets es em no cneienla, Se prefrinmos le tremoe POE seresino o Reino da Term Prometda, ‘Pogo ao iefores que pensem bem Rese tig, rn qu tives eu tea Colorado mal 0 problema ms que servira para lens los t fer com mals steno oy rapa diva fates em MENSAGEDTalver as mighas rcteclay poooan et spray ipl ets opr oe Ce meant 04 ae torte als se ecgeted oat oa ‘avor procurem. most Ga, maneita tea por aus odio exlou trad, Fae MENSAGEM ¢ ealmente, urna’ mensagen portuna e-nesesgria que em noe aera te cura mas pergoss da histora‘hurana ‘Um simples tabloid de pea pagina Jomnapequenino e aierto, mas Que Mist or dentre¢ erm maior que tos os outtos, vou cero de mio hae conseguo der fado quanto queria, mas nao poss tr ale das sSrcas rr N.da Ete atv dopey Lae erin es aft, Fo ot en tala Me aor oe aes poets ied earn cian ae ot eae cee ile c cntte « he soca ae ie eS erat nee Sa ins par aoe cane meee ane eer, Bay te ether contrae ‘Siadd ltce pine’ a stu pea ee eae aa et ee Set, Set ta he ann gue a Sat” tote (ana pe Se oa Assinaturas de MENSAGEM 12 miimeros — CxS 50,00 Hua Dr. Bacelar, 505 04026 — Sao Paulo Fone: 549-2053, Exemplar do. més

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