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0 CORPO-INVERTIDO COMO RESPOSTA A ECONOMIA DO CORPO PRODUTIVO-SUBMISSO THE INVERTED-DOBY AS AN ANSWER TO THE ECONOMY OF THE PRODUCTIVE SUBMISSIVE-BODY Silva! Wellington Amancio da Resumo: Aqui, retomamos a discussio sobre o corpo-invertido? a partir de dois conceitos de Michel Foucault: “politica do corpo” ¢ “regimes de necessidades”. Assim, @ partir da problemitica do controle do corpo, ¢ preciso alirmar que © corpo-invertide & corpo nio submisso que subsiste a partir da sua “propria politica” © que & por assim dizer, assaz indiferente aos regimes instituidos de necessidades, porque se encontra para além do ambito do que se constitui designar moralmente de “miséria”. Tentaremos demonstrar de quais formas decorrem estas independéncias radieais em face destes dois conceitos foucaultianos da Vigilancia e punigio (2014). Para isso trataremos sucintamente da economia do corpo produtive/submisso e do corpo invertido enquanto poder. Palayras-chave: Diogenescidade. Corpo-invertido, Politica do corpo. Regimes de necessidades. Abstract: Here we return to the discussion of the body-inverted from two concepts of Michel Foucault: “body politics” and “needs schemes”, Thus, from the body control the problem, itis necessary to state that the body-inverted is not submissive body that exists from its own “policy” and that is, so to speak, rather indifferent to the established needs schemes because Itis beyond the scope of what constitutes morally designate of “misery.” We will try to demonstrate which forms derive these radical independence in the face of these two Foucauldian concepts of surveillance and punishment (2014). For this briefly treat the economy of the productive body submissive and inverted body as power. Keywords: Diogenescity. Body-inverted. Body polities. Noeds schemes. 1. Introdugio Na pobreza o senhar ainda preserva a nobreza dos sentimentos inatos, Jina miséria ninguém 0 consegue, e nunca. Por estar na miséria um individuo nao é nem expulsa a pauladas, mas varrido da convivio uumano a vassouradas para que a coisa seja mais ofensiva (Marmisladow)’ "Mestre em Ecologia Humana pela Universidade Estadual da Bahia - UNEB/Campus VIII; Pedagogo, Especalista em Ensino de Filosofia © membro do Grupo de Pesquisa Nictesche para Indigentes. E vineulado 20 Grupo de Pesquisa “Ecologia Humana” — UNEBICNP9. Nicleo de Estudos em Comunidades © Povos Tradicionais © Ages Socioambientais (NECTAS) UNEBICNPg; membro do Grupo de Estudo Nietzsche para Indigentes, wellamancio@hotmal com 2'DA SILVA. Wellington Amancio: SILVA, José Londe da. Corpo inverido ~ A figura do indigente como discurso © como representacio. Larspejo, Revista Eleisnica do Apoena (Grupo de Estados em Schopenhauer e Nictsch), no 7 ~semesite 1 - 2018, yp. 114-127 5 Personagem dlirante de Crime e Castigo, de Piotr Fiddor Dostoievhi 0 corpo-invertido como resposta & economia do corpo produtivo-submisso No artigo Corpo invertido — A figura do indigente’ como discurso ¢ como representacdo, publicado no mimero 07, no primeito semestre de 2015, na Lampejo, Revista de Filosofia, tentamos demonstrar que © corpo-invertido (corpo ndo submisso) detém e utiliza-se de alguma linguagem, sendo que de maneira ariseada tratamos 0 corpo-invertido a partir de uma racionalizago no momento mesmo em que o explicamos, ou explicamos tal linguagem; O corpo-invertido & uma entidade urbana como presenga e, a0 mesmo tempo, vestigio da anomia e da negagdo da urbanidade como agrega¢io humana, no entanto, 0 corpo-invertide & corpo ndo urbanizado enquanto resultado biopolitico dos processos de racionalizagio do corpo. Naquele artigo, no entanto, queriamos dizer que 0 corpo-invertido investe-se de linguagem propria, afirmando seus discursos ¢ representagdes para além do logos, da racionalidade © convengées constituidas na linguagem; ali, queriamos demonstrar que 0 corpo- invertido ndo se submete porque sobre ele pouco ou nada se investiu a fim de racionalizé-lo (talvez porque ele ndo tenha significado econdmico, talvez porque seu funcionamento se dé por meio de uma outra economia, incdgnita). Todavia, aqui, tratamos de aspectos mais priticos deste corpo de poder, aspectos que escapam aos mecanismos de controle do biopoder aqui estudado; por isso mesmo, a “andlise” do corpo-invertido se faz de modo oblique, Em Foucault, a discussio sobre 0 biopoder sm cinco momentos significativos; de modo resumitivo, expomos o seguinte: no texto de A vontade de sabe (1988) sio demonstradas as formas de investidas, direcionamentos ¢ interdigdes sobre 0 corpo a partir de uma demonstragao historica da sexualidade; Em defesa da sociedade (20108), apresenta-s ¢ 0 biopoder em sua feigdo de poder disciplinar (p. 21); em Seguranca, Territério e Populagdo (2008a) sto apresentados historicamente os mecanismos de circunscri¢do, estatistica investidura controle populacional ¢ ainda da homogencizagdo das fungdes, necessidades desejos finalidades dos corpos racionalizados em populagdo; em O nascimento da Biopolitica (2008b) precisa-se historicamente sua tipologia caracteristica na Modemnidade, como politica socioeconémica, o liberalismo © 0 neoliberalismo; em Do governo dos vives (2014) apresenta aspectos histérico de governanga a partir da Justiga. Grosso modo e Nao fazemos apologia a indigéncia comum, nem aqui a reconhecemos a partir da perspectiva tradicional de pobreza e miséria come reconhevem as sociologias. Tratamos aqui, no minimo, da indigéncia como escolha e afirmagio, mesmo que para 2 maioia das pessoas esta nfo cxista, Tratamos da indigéncia como representagio da anormalidade, e porque no, como uma forma de loucura. Reconhecemos assim, © corpo-invertido, revestido de representagies de indigéncia como a desconsideraga0 ao reconhecimento © sua luta come nos disse uma vez Alex Honneth, 104 Kinesis, Vol. VILL, n° 19, Ed. Especial, Dezembro 2016, p.103-114

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