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DOCUMENTO-BASE

(Volume II)
Comissão Organizadora Nacional da CONAE
Coordenador-Geral: Francisco das Chagas Fernandes

Secretaria Executiva Adjunta - SEA Associação Brasileira dos Reitores das Universidades
Titular: Arlindo Cavalcanti de Queiroz Estaduais e Municipais – ABRUEM
Suplente: Paulo Egon Wiederkehr Titular: Mário Luiz Neves de Azevedo
Suplente: Janete Gomes Barreto Paiva
Secretaria de Educação Básica - SEB
Titular: Carlos Artexes Simões Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
Suplente: Edna Martins Borges – CONFENEN
Titular: Arnaldo Cardoso Freire
Secretaria de Educação Superior - SESU Suplente: Olmira Bernadete Dassoler
Titular: Renata Perez Dantas
Associação Brasileira das Universidades Comunitárias –
Suplente: João Guilherme Lima Granja Xavier da Silva
ABRUC
Titular: Marcelo Ferreira Lourenço
Secretaria de Educação Especial - SEESP
Suplente: Luiz Siveres
Titular: Martinha Clarete Dutra dos Santos
Suplente: Sinara Pollon Zardo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica – CONIF
Secretaria de Educação a Distância - SEED Titular: Paulo Eduardo Grischke
Titular: Carlos Eduardo Bielschowsky Suplente: Jair Jonko Araújo
Suplente: Alvana Maria Bof
Conselho Nacional de Secretários de Educação –
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica - CONSED
SETEC Titular: Milca Severino Pereira
Titular: Marcelo Minghelli Suplente: Tereza Cristina Porto Xavier
Suplente: Patrícia Barcelos
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação -
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e UNDIME
Diversidade - SECAD Titular: Leocádia Maria da Hora Neta
Titular: Armênio Bello Schmidt Suplente: Carlos Eduardo Sanches
Suplente: Leandro da Costa Fialho
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado - CE – CNTE
Titular: Fátima Cleide Rodrigues da Silva Titular: Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho
Suplente: Cristóvam Ricardo Cavalcanti Buarque Suplente: Denílson Bento da Costa

Confederação Nacional dos Trabalhadores em


Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos
Estabelecimentos de Ensino – CONTEE
Deputados - CEC
Titular: José Thadeu Rodrigues de Almeida
Titular: Carlos Augusto Abicalil Suplente: Cristina Aparecida de Castro
Suplente: Nilmar Galvino Ruiz
Federação de Sindicatos de Trabalhadores de
Conselho Nacional de Educação - CNE Universidades Brasileiras – FASUBRA
Titular: Maria Izabel Azevedo Noronha Titular: Rosângela Gomes Soares da Costa
Suplente: Antônio Carlos Caruso Ronca Suplente: Janine Vieira Teixeira

Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Fórum de Professores das Instituições Federais de
Federais de Ensino Superior – ANDIFES Ensino – PROIFES
Titular: Alan Kardec Martins Barbiero Titular: Helder Machado Passos
Suplente: Gustavo Henrique de Sousa Balduino Suplente: Paulo Roberto Haidamus de Oliveira Bastos

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Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Centrais Sindicais dos Trabalhadores
Profissional – SINASEFE Titular: José Celestino Lourenço - CUT
Titular: José de Araújo Pereira Suplente: Antônio Bittencourt Filho – UGT
Suplente: Ricardo Scoopel Velho
Confederação dos Empresários e do Sistema “S”
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação – Titular: Regina Maria de Fátima Torres - CNI
FNCEE Suplente: Léa Maria Sussekind Viveiros de Castro - CNC
Titular: Aguinaldo Garrido
Suplente: José Reinaldo Antunes Carneiro Equipe de Assessoria da Comissão Especial de Dinâmica
e Sistematização - CEDS para elaboração do Documento-
União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – Base
UNCME Clodoaldo José de Almeida Souza – MEC/SEB
Titular:Paulo Eduardo dos Santos Genuíno Bordignon – Consultor Unesco
Suplente: Maria Ieda Nogueira Lêda Maria Gomes – MEC/SEB
Maria Ricardina Sobrinho de Almeida – Consultora Unesco
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
Titular: Gabrielle D’Almeida Gonçalves Equipe de Assessoria da Comissão Especial de Dinâmica
Suplente: Ana Letícia Oliveira Barbosa e Sistematização - CEDS para elaboração do Documento-
Referência
União Nacional dos Estudantes – UNE Andréia Couto Ribeiro –MEC/SEA
Titular: Tiago Augusto da Silva Ventura Cleber Cardoso Xavier – MEC/SE
Suplente: Daniel Iliescu Eliane Faccion
João Ferreira de Oliveira – UFG
Confederação Nacional de Pais de Alunos – CONFENAPA Luiz Fernandes Dourado – UFG
Titular: Iedyr Gelape Bambirra Nilma Lino Gomes – UFMG
Suplente: Pedro Trindade Barreto Regina Vinhaes Gracindo – UnB
Renata de Melo Rosa – SEA/MEC
Representação da Comunidade Científica
Titular: Nelson Maculan Filho - SBPC Equipe de Apoio SEA/MEC
Suplente: Paulo Figueiredo Lima - SBPC Adriana Lopes Cardozo
Andréia Couto Ribeiro
Representação Social do Campo Daniel Otávio Machado Rodovalho
Titular: Antônia Vanderlúcia de Oliveira Simplício - MST Fabiana Feijó de Oliveira Baptistucci
Suplente: Eliene Novaes Rocha - CONTAG Glorineide Pereira Sousa
Lucimar Pedrosa dos Santos
Movimentos de Afirmação da Diversidade Maria de Lourdes Rodrigues da Silva
Titular: Raimundo Jorge do Nascimento de Jesus – Sulamita da Silva Bomfim
NEAB/UFPA Vânia Lavoura Lopes
Suplente: Antônio Carlos Malachias – CEERT Walmir Amaral da Silva

Movimentos em Defesa da Educação Equipe de Desenvolvimento do Sistema de Relatoria –


Titular: Daniel Tojeira Cara – Campanha Nacional pelo CONAE
Direito à Educação Bruno Rafael de Castro Guaitanele – DTI/MEC
Suplente: Mozart Neves Ramos – Compromisso Todos Fagner Alves Ernesto – DTI/MEC
pela Educação Maurício Hildebrand – DTI/MEC
Nádia Mara Silva Leitão – Consultora Unesco
Entidades de Estudos e Pesquisa em Educação
Titular: Márcia Ângela da Silva Aguiar - ANPED Revisão
Suplente: Iria Brzezinski - ANFOPE Manoel de Medeiros Rodrigues Craveiro

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 7

BLOCO III – Emendas Passíveis de Destaques


(Aprovadas em menos de cinco Estados)

EIXO I - Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade:


Organização e Regulação da Educação Nacional ...................................................... 11

EIXO II - Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação ......................... 29

EIXO III - Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar ................... 38

EIXO IV - Formação e Valorização dos Profissionais da Educação .......................... 52

EIXO V - Financiamento da Educação e Controle Social ........................................... 67

EIXO VI - Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade ... 78

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APRESENTAÇÃO

A Comissão Organizadora Nacional da refletidos no grande número de propostas


CONAE apresenta aos/às delegados/as apresentadas.
este Documento-Base – Volume II, de
caráter complementar, constituído pelo As propostas/emendas reunidas neste
Bloco III, que contém as propostas/ documento poderão, opcionalmente, tornar-
emendas apresentadas por menos de se objeto de deliberação, desde que os/as
cinco unidades da federação, delegados/as presentes nas plenárias de
consideradas pela Comissão Nacional eixo aprovem solicitação de destaque,
relevantes e complementares ao formulada e entregue à mesa, até dez
aprofundamento do debate sobre os temas minutos antes do início dessa atividade.
centrais da CONAE. Acatada, a proposta será submetida à
apreciação e deliberação da CONAE,
Consideraram-se na sistematização as conforme está disposto em seu regimento.
propostas discutidas e aprovadas nas
conferências dos Estados e do Distrito A Comissão Organizadora Nacional
Federal e que passaram pelas quatro fases deliberou acatar duas emendas, propostas
do processo de inserção no Sistema de por mais de cinco UF e que propunham
Relatoria: rascunho, finalização e correções ao texto do Documento-
validação, respectivamente, pelo/a relator/ Referência, respectivamente: a inclusão do
a e pelo/a coordenador/a da conferência Distrito Federal nas referências a estados
estadual/distrital. e municípios, e a de mães sempre que
mencionada a palavra pais e/ou
Cinco mil e duzentas propostas foram responsáveis. Nas emendas/propostas
inseridas no Sistema de Relatoria entre pelos estados, esse procedimento não foi
parágrafos com emendas ou novos adotado, respeitando-se o texto original das
parágrafos, resultando num documento de referidas conferências.
2.600 páginas. O compromisso político e
interesse por parte das entidades Emendas e propostas não contempladas
envolvidas na CONAE e de pessoas nos Blocos I, II e III e que apresentaram
empenhadas na causa da educação estão conteúdos similares aos desses Blocos ou

7
aos do Documento-Referência, ou, ainda, fazê-lo indicando o número da emenda/
que não evidenciaram um conteúdo de proposta e respectivo parágrafo.
dimensão nacional, compõem o Bloco IV,
que fará parte dos Anais da Conferência e O processo de construção da CONAE se
cujo conteúdo será de grande utilidade para fez por meio da realização das
a formulação de Políticas Públicas e conferências municipais, intermunicipais,
pesquisas acadêmicas. que afluíram para as conferências
estaduais/distrital. Esses eventos reuniram
Algumas conferências estaduais inseriram mais de um milhão de vozes que agora se
emendas na Introdução do Documento fazem representar, na Conferência
Referência e no Encarte do Plano Nacional Nacional, por meio dos/das delegados/as.
de Educação. Essas emendas/propostas
foram analisadas e deslocadas para os O documento, ora apresentado, retrata
eixos/parágrafos pertinentes à sua natureza somente uma pequena expressão do
e integram os Blocos III ou IV. significado e da dimensão da participação
de trabalhadores/as, mães/pais, estudantes
Atendendo à proposta feita pelos/as e de todos e todas que se preocupam com
relatores/as das conferências estaduais/ a educação, seja por meio das entidades
distrital, as emendas/propostas não serão da sociedade civil organizada ou pelo
acompanhadas das siglas das UFs que as compromisso pessoal quando pensam,
formularam. Ressalte-se, no entanto, que discutem e propõem melhores caminhos
essas informações serão preservadas nos para a educação brasileira. É dessa forma
registros da CONAE. Em substituição à que, sem diminuir a importância do
sigla do Estado, cada emenda passará a documento final da Conferência Nacional de
ser identificada por meio de um número. Educação, deve-se ressaltar que o
processo democrático, a que deu lugar a
Assim, o/a delegado/a que apresentar construção deste evento, teve e tem uma
destaque nas plenárias de eixo deverá relevância que o transcende.

Legenda:
preto - texto original
vermelho - supressão
azul - adição
amarelo - novo parágrafo

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BLOCO III – EMENDAS
PASSÍVEIS DE DESTAQUES
(Aprovadas em menos de cinco Estados)

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EIXO I - PAPEL DO ESTADO NA GARANTIA DO
DIREITO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE:
ORGANIZAÇÃO E REGULAÇÃO DA EDUCAÇÃO
NACIONAL

15- O panorama excludente tem reflexos estabelecido um quantum de recursos e,


importantes também, no campo da a partir dele, identificavam-se quais
educação. Basta identificar que, da setores, níveis, modalidades e segmentos
população com mais de sete anos, 11,2% sociais seriam priorizados. Tal situação não
são analfabetos, dos quais favoreceu o sentido de Sistema Nacional.
aproximadamente 2,5 milhões estão na Portanto, torna-se necessária a definição
faixa escolaridade obrigatória (7 a 14 anos). de uma política Nacional articulada de
Dentre os maiores de dez anos, 11,2% não Financiamento da Educação
têm escolaridade ou estiveram na escola estabelecendo princípios, levando em
pelo período de até um ano; 27,5% têm até consideração a diversidade, as
três anos de escolaridade; e mais de 2/3 regionalidades, o quantum possível de
da população (60,4%) não possuem o recursos e os critérios de aplicação,
ensino fundamental completo, tendo, no acompanhamento, avaliação e
máximo, sete anos de escolaridade (IBGE penalidades (I, 35).
- PNAD 2003). Para tanto, faz-se
necessário garantir condições para 17- Por essa razão, historicamente, o termo
erradicar o analfabetismo no país com a Sistema Nacional de Educação é utilizado,
colaboração dos entes federados (I, 33). quase sempre, de forma equivocada: ora
como conjunto de “coisas” (escolas, níveis,
16- Uma das evidências do menosprezo à ou etapas de ensino, programas pontuais
educação nacional pode ser encontrada na e específicos, nível de administração
estrutura de financiamento que permeou pública etc.), ora como uma forma de
toda a sua história: o financiamento da agrupar semelhanças, cuja lógica
educação nunca foi efetivamente funcionalista lhe dá sentido. Ambas as
concebido, como principal investimento formas não atendem ao princípio básico
social capaz de assegurar o pleno para a implantação de um Sistema
desenvolvimento da formação do cidadão Nacional Articulado (I, 36) de Educação. Ao
para a vida e sua qualificação para o elaborar o Sistema, o Estado deve levar
trabalho (I, 34) a partir das necessidades em conta as diferenças regionais (I,37).
reais de crianças, adolescentes, jovens e Definir o sistema nacional articulado de
adultos. Ao contrário, sempre foi educação, estabelecendo competências e

11
responsabilidades de cada ente federado, como o demonstram os dados já descritos.
cabendo à União coordená-lo e financiá-lo Nesse contexto em que o Estado se volta
(I, 38). Implantar um Sistema Nacional de para a garantia do ensino público de
Educação que atenda à especificidade de qualidade (I, 42), alguns estudiosos do
cada região, mas sem perder sua campo da educação admitem que o termo
característica nacional, visando a Sistema Nacional de Educação deva ser
unificação da educação (I, 39). utilizado, apenas, para a esfera pública. E,
ao não implantar o seu sistema o País não
18- Se a educação é compreendida como vem cumprindo integralmente o que
direito social inalienável,cabendo A estabelece a Constituição Federal de
Educação é Direito Social inalienável e 1988, que determina, em seu artigo 22, que
cabe (I, 40) ao Estado sua oferta. Esse compete privativamente à União legislar
sobre diretrizes e bases da educação
mesmo Estado deve organizar-se, para
nacional. Ampliar e consolidar a interação
garantir o cumprimento desse direito. Isso
Universidade e Educação Básica definindo
foi feito por quase todos os países do
em conjunto a formulação das políticas,
mundo, sobretudo os da Europa, da
programas e ações de formação inicial e
América do Norte e alguns da América
continuada (I, 43). O Sistema Nacional de
Central e do Sul, ao se configurarem como
Ensino abrangerá as esferas pública e
Estados independentes e soberanos,
privada da educação, respeitadas as
universalizando o ensino básico público
peculiaridades de cada região (I, 44).
como direito de todos e garantido por eles,
por meio de um Sistema Nacional de
20- Se de um lado o Estado brasileiro tem
Educação. No contexto brasileiro, a
uma Lei Nacional de Ensino (LDB/1996),
organização de um Sistema Nacional de um órgão legislativo (Congresso Nacional),
Educação, ancorado à formulação, um órgão que normatiza todos os sistemas
financiamento adequado e implementação (CNE) e um órgão que estabelece e
de políticas públicas consistentes na área executa as políticas de governo (MEC), de
da Educação, contribuirá para a garantia outro, não construiu, ainda, uma forma de
do direito à educação bem como a organização que viabilize o alcance dos fins
universalização do atendimento (I, 41). da educação e, também, o estatuto
constitucional do regime de colaboração
19- O Brasil ainda não efetivou o seu entre os sistemas de ensino (federal,
Sistema Nacional de Educação, o que tem estadual/distrital e municipal), que respeite
contribuído para a existência de altas taxas o pacto federativo e a autonomia dos entes
de analfabetismo e para a frágil federados (I, 45), o que tornaria viável o que
escolarização formal de sua população, é comum às esferas do poder público

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(União, Estados/DF e Municípios): a os entes federados, de acordo com as
garantia de acesso à cultura, à educação realidades locais dos Municípios e dos
e à ciência (art 23, inciso V). Estados, através de critérios a serem
discutidos entre os entes federados, a fim
21- Vários foram os obstáculos que
de ofertar as políticas públicas de forma
impediram a implantação do Sistema
universal, ou seja, para todos (I, 51). E essa
Nacional de Educação no Brasil, como a
regulamentação é fundamental para as
predominância de um paradigma
políticas públicas, particularmente para
fragmentado da realidade, uma cultura de
não participação, uma política marcada garantir a oferta de educação escolar com
pelo autoritarismo (I, 46), principalmente qualidade. Tal dispositivo ainda não foi
pela falta de oportunidade de participação regulamentado, para assegurar o regime
e discussão em fórum deliberativo da de colaboração entre os entes federados,
sociedade organizada (I, 47) e, sobretudo o que é fundamental para as políticas
aqueles que, reiteradamente, negaram um públicas, particularmente para garantir a
sistema público de educação pública, oferta de educação escolar com qualidade.
gratuita, laica (I, 48) e de qualidade social Para garantir a regulamentação do regime
(I, 49), ao contrário do que aconteceu nos
de colaboração, que deve ocorrer em até
países que viabilizaram a organização de
um ano, após a promulgação do PNE
um sistema nacional próprio.
(2011-2020), necessariamente, ela precisa

22- De acordo com o artigo 23 da estar balizada pelas diretrizes, metas e


Constituição da República Federativa do desafios dessa nova edição do Plano.
Brasil de 1988, com as modificações Como princípio, tanto o PNE (2011-2020)
dadas pela Emenda Constitucional nº 53, como a regulamentação do Regime de
de 2006, União, Estados, Distrito Federal Colaboração devem ocorrer de forma
e Municípios possuem competências participativa, envolvendo todas as
comuns. Segundo o parágrafo único desse entidades que representam os segmentos
artigo, as “leis complementares fixarão da educação no país, assim como os
normas para a cooperação entre a União
setores compreendidos entre os
e os Estados, o Distrito Federal e os
movimentos sociais, articulações da
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
sociedade civil e organizações não
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito
governamentais, historicamente,
nacional”. Tal dispositivo ainda não foi
regulamentado, para assegurar confirmar comprometidas com a defesa e ampliação
o que assegura a Constituição no que tange do direito à educação pública, gratuita e
o ao (I, 50) regime de colaboração entre de qualidade no Brasil (I, 52).

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23- A construção de um do (I, 53) Sistema de Educação requer o redimensionamento
Nacional Articulado (I, 54) de Educação, da ação dos entes federados, garantindo
articulando os sistemas municipais, por meio da efetivação do regime de
estaduais, distrital e federal de ensino, deve colaboração, respeitando-se a autonomia
considerar fundamentar- se (I, 55), efetivar e a função de cada um deles, de modo a
(I, 56) e cumprir (I, 57) as metas, definidas garantir (I, 62) diretrizes educacionais
(I, 58) no Plano Nacional de Educação (Lei comuns a serem implementadas em todo
10.172/2001) e os princípios explícitos no o território nacional, tendo como
artigo 206 da Constituição Federal, que perspectiva a superação das
estabelece: “Art 206. O ensino será desigualdades regionais. Dessa forma,
ministrado com base nos seguintes objetiva-se o desenvolvimento de políticas
princípios: públicas educacionais nacionais
I - igualdade de condições para o acesso universalizáveis, por meio da
e permanência na escola; regulamentação das atribuições
II - liberdade de aprender, ensinar, específicas de cada ente federado no
pesquisar e divulgar o pensamento, a arte regime de colaboração, da articulação e
e o saber; da educação privada pelos órgãos de
III - pluralismo de ideias e de concepções Estado. O Sistema Nacional de Educação
pedagógicas, e coexistência de assume, assim, o papel de articulador,
instituições públicas e privadas de ensino; normatizador, coordenador dos sistemas
IV - gratuidade do ensino público em de ensino Federal, etadual/DF e Municipal
estabelecimentos oficiais; e sempre que necessário, seu financiador,
V - valorização dos/das profissionais da garantindo finalidades, diretrizes e
educação escolar, garantidos, na forma da estratégias educacionais comuns, mas
lei, planos de carreira, com ingresso mantendo as especificidades próprias de
exclusivamente por concurso público de cada um, conforme estabelece a
provas e títulos, aos das redes públicas; Constituição Federal, artigo 23 (I, 63). Em
VI - gestão democrática do ensino público, tal sistema, os conselhos nacional,
na forma da lei; estaduais e municipais, com gestão
VII - garantia de padrão de qualidade; democrática, são fundamentais para a
VIII - piso salarial profissional nacional para supervisão e manutenção das finalidades,
os profissionais da educação escolar diretrizes e estratégias comuns. (I, 64)
pública, nos termos de lei federal”. Caso os entes federados não cumpram
a regulamentação, serão passíveis de
24- Portanto, a A (I, 59) construção de um sanções administrativas, cíveis e
do (I, 60) Sistema Nacional Articulado (I, 61) penais (I, 65).

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25- A ausência de um do (I, 66) efetivo 26- Nesse contexto, lei de caráter nacional,
Sistema Nacional Articulado (I, 67) de advinda do Congresso, deve indicar as
Educação configura a forma fragmentada diretrizes e bases da educação e organizar
e desarticulada do Projeto Educacional a educação escolar em instituições
ainda vigente no País. Assim, a criação de próprias (LDB), retratadas num Plano
um Sistema Nacional Articulado de Nacional de Educação (PNE), que
Educação passa, obrigatoriamente, pela estabeleça mecanismos para: erradicar o
regulamentação do regime de analfabetismo e o analfabetismo funcional
colaboração, que envolva as esferas de (I, 70); universalizar o atendimento escolar;
governo no atendimento à população em melhorar a qualidade do ensino e dar
todos os níveis, as etapas de ensino (I, 68), possibilidade de acesso aos bens culturais
e modalidades de educação, em regime (I, 71), formar para o mundo do (I, 72)
trabalho e para a vida (I, 73); e promover
de corresponsabilidade, utilizando
humanística, científica, cultural (I, 74) e
mecanismos democráticos, como as
tecnologicamente o País; e ampliar o
deliberações da comunidade escolar e
acesso ao ensino superior em
local, bem como a participação dos/as
Universidades Públicas (I, 75). Para a
profissionais da educação nos projetos
existência do Sistema Nacional Articulado
político-pedagógicos das instituições de
de Educação, é fundamental que os órgãos
ensino. A regulação do Sistema Nacional
legislativos (Câmara e Senado) e
deve visualizar na organização,
Executivo estabeleçam políticas
abrangência, definição, competência e
educacionais, assegurando a participação
responsabilidade de cada ente federado
da sociedade civil organizada, (I, 76)
de que forma interagem na direção do
traduzidas em diretrizes e estratégias
estabelecimento das diretrizes gerais nacionais, planos nacionais, programas e
comuns a serem implementadas em todo projetos, coordenando e apoiando técnica
o Território Nacional tendo como perspectiva e financeiramente, de forma suplementar,
a superação das desigualdades regionais conforme as necessidades locais (I, 77) as
e a institucionalização da Cultura do ações dos sistemas de ensino, visando a
planejamento que possibilite a valorização alcançar os objetivos da educação
dos planos nacional, decenal, os planos nacional, auxiliado por com a participação
estaduais e municipais e das políticas de por um (I, 78) órgão normatizador de
públicas nele contempladas e devidamente Estado (CNE) que garanta a unidade na
contextualizadas, as ementas e estratégias diferença. O Sistema Nacional de
de ação bem como os recursos tendo o Educação deve ser gerido por um Comitê
direito à educação como princípio composto pelo MEC e por gestores
ordenador (I, 69). Estaduais, Distrital e Municipais, além de

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contar com a participação dos/as normas determinadas pelo Sistema
trabalhadores/as da educação. A Nacional de Educação (I, 82).
normatização do Sistema Nacional de
Educação deve ficar a cargo do CNE, mas 28- Assim, uma legislação comum (LDB e
não pode prescindir de uma articulação PNE) e normas comuns (pareceres e
deste com os conselhos de educação resoluções do CNE), de certa forma, já
estaduais, distrital e municipais (I, 79). O existentes na atualidade, garantem a base
Sistema Nacional de Educação deve ser e a possibilidade, também presente na
gerido por um comitê composto por Constituição Federal, de que “a União, os
representantes do MEC, por gestores Estados, o Distrito Federal e os Municípios
estaduais e municipais, por trabalhadores/ organizem, em regime de colaboração, os
as da educação e representantes da seus sistemas de ensino” (art. 211),
sociedade civil organizada (I, 80). indicando normas específicas e
complementares, para os vários níveis e
27- Na medida em que a Constituição e a modalidades de ensino (I, 83) que auxiliem
LDB/1996 definem a abrangência e a no cumprimento da legislação nacional, por
responsabilidade de cada um dos meio de seus conselhos específicos
sistemas de ensino (federal, estaduais, (nacional, (I, 84) estaduais, distrital e
distrital e municipais) - autorizar, credenciar municipais). Um caso especial é o das
e supervisionar todas as instituições de universidades, para as quais a Constituição
ensino sob sua jurisdição - e exercer a reserva autonomia didático-científica,
função deliberativa (I, 81), assim como administrativa e de gestão financeira e
organizar, manter e desenvolver os órgãos patrimonial (art. 207). Cabe ao Estado
e instituições oficiais dos seus sistemas de garantir efetivamente o cumprimento desse
ensino. Isso implica o envolvimento de dispositivo constitucional, sobretudo nas
todas as instituições públicas e privadas instituições por ele mantidas. O gestor que
de ensino no interior da configuração do não fizer cumprir este preceito legal
Sistema Nacional de Educação. Nesse responderá por crime de responsabilidade
caso, é imprescindível a determinação das educacional (I, 85).
atribuições de cada ente federado para
com a educação. Além disso, em respeito 30- A regulamentação do Regime de
ao pacto federativo, é fundamental o Colaboração, pactuada obrigatoriamente
respeito à autonomia já construída pelos entre os entes federados (I, 86), deve
sistemas de ensino. Já, no tocante à explicitar a participação da União na
educação privada, nunca é ocioso reiterar cooperação técnica e, especialmente, na
que esta deve ser regulada pelos órgãos determinação de transferências regulares
de Estado, devendo obedecer às regras e e contínuas de recursos financeiros às

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instituições públicas dos Estados, DF e exclusivamente para a educação pública (I,
Municípios, priorizando os entes federados 89), direcionados à superação do atraso
com baixos índices de desenvolvimento educacional e ao pagamento da dívida
socioeconômico e educacional, tendo social e educacional do Estado para com
como critérios indicadores o IDH, altas a nação; da manutenção e desenvolvimento
taxas de pobreza, índice de fragilidade da educação escolar em todos os níveis, e
educacional na oferta de Educação de modalidades, em todos os sistemas de
Jovens e Adultos (EJA), dentre outros, que educação, com exclusividade para as
permitam indicar aqueles que mais instituições públicas, da universalização da
demandam apoio para a garantia do custo educação básica, (em suas etapas e
aluno/a-qualidade (CAQ). Esta modalidades), de ampliação da oferta e
regulamentação deve, ainda, prever meios melhoria da qualidade de cursos
profissionalizantes; da democratização, do
de superação das desigualdades
acesso e da permanência na educação
regionais, especialmente por meio da
superior, ampliando as redes de
construção de uma política de
instituições educacionais públicas, com
financiamento, ancorada na perspectiva do
recursos humanos devidamente
CAQ. Importante destacar que a ideia de
qualificados e número de vagas
padrão de qualidade parâmetros de
necessárias; de fortalecimento do caráter
qualidade (I, 87), que originou o CAQ, está
público, gratuito e de qualidade da
prescrita na LDB, no PNE, na EC53 e na
educação brasileira, em todos os órgãos
Lei n. 11.494/2007. Regime de
dos sistemas de educação; de
colaboração que estimule também a
implementação da gestão democrática nos
aproximação do setor educativo e do setor sistemas de educação e nas instituições
produtivo, na perspectiva do educativas; de reconhecimento e respeito
desenvolvimento sustentável local, regional à diversidade, de promoção de uma
e nacional. Nesse sentido, a articulação educação anti-racista e anti-sexista (I, 90),
entre educação, ciência e tecnologia, de valorização dos/as profissionais da
contribui, inclusive, para ampliar e educação pública e privada (I, 91)
consolidar as políticas direcionadas à (professores/as, técnicos/as, funcionários/
educação profissional e tecnológica em as administrativos e de apoio), em sua
curso no País. formação inicial e continuada, carreira,
salário e condições de trabalho.
31- Dessa forma, ao consolidar o Sistema
Nacional Articulado (I, 88) de Educação, 32- Diversas entidades sindicais e
asseguram-se, em última instância, as acadêmicas defendem a instituição de um
políticas e mecanismos necessários à do (I, 92) Sistema Nacional de Educação,
garantia dos recursos públicos, concebido como expressão institucional do

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esforço organizado, autônomo e profissionais da educação e de toda a
permanente do Estado e da sociedade sociedade brasileira. Deve-se
brasileira pela educação, tendo como compreender, portanto, a necessidade de
finalidade precípua a garantia de um padrão sua construção e implementação, por meio
unitário de qualidade nas instituições de uma legislação objetiva sobre as regras,
educacionais públicas e privadas em todo em que os custos sejam devidamente
o País. Assim, são compreendidos os compartilhados e pautados por uma política
sistemas de educação federal, estaduais, referenciada na unidade nacional, dentro
municipais e do Distrito Federal, bem como da diversidade. Essa política deve
outras instituições, públicas ou privadas, fortalecer o relacionamento entre os órgãos
que desenvolvam ações de natureza normativos, permitindo equivalência nas
educacional, inclusive as instituições de diretrizes próprias de valorização dos/as
pesquisa científica e tecnológica, as
profissionais, bem como na definição de
culturais, as de ensino militar, as que
instrumentos básicos para o perfeito
realizam experiências populares de
desenvolvimento do ensino, em todas as
educação, as que desenvolvem ações de
suas necessidades. O sucesso da
formação técnico-profissional e as que
regulamentação do regime de
oferecem cursos livres. É necessário,
Colaboração e a efetivação do Sistema
portanto, garantir que o Sistema Nacional
Nacional Articulado de Educação
de Educação tenha como princípio a
dependem da superação do modelo de
defesa da educação pública, gratuita, laica,
responsabilidades administrativas
democrática, inclusiva e de qualidade
restritivas às redes de ensino. Desse modo,
social para todos, assegurando-se a
de forma cooperativa, colaborativa e não
universalização do acesso, a ampliação da
jornada escolar e a garantia da competitiva, União, Estados, Distrito
permanência bem sucedida para crianças, Federal e Municípios devem agir em
jovens e adultos e pessoas idosas, em conjunto para enfrentar os desafios
todos os níveis, etapas e modalidades de educacionais de todas as etapas e
ensino (I, 93). Diferenciar e respeitar a modalidades da educação nacional, bem
cultura e a diversidade, tendo como base como regular o ensino privado. Portanto,
o material didático de acordo com o grupo os planos de educação, em todos os seus
e as especificidades regionais (I, 94). âmbitos (municipal, estadual, distrital e
federal), devem conter obrigatoriamente
33- A construção do Sistema Nacional de diretrizes, metas e estratégias de ação que
Educação e de seu consequente regime garantam o acesso à educação de
de colaboração entre os sistemas de qualidade desde a creche até a pós-
ensino é uma luta histórica dos/as graduação (I, 95).

18
34- Para a regulamentação do regime de o aprimoramento dos processos de
colaboração pactuado (I, 96) entre os entes gestão, para a melhoria de suas ações
federados e, consequentemente, entre os pedagógicas.
sistemas de ensino, algumas ações devem f) Assegurar a efetivação da autonomia
ser aprofundadas, destacando-se: universitária, conforme preconizado na CF/
a) Ampliar o atendimento dos programas 88.
de renda mínima associados à educação, g) Apoiar a criação e consolidação de
a fim de garantir a toda a população o conselhos estaduais, distrital e municipais,
acesso e a permanência na escola. bem como conselhos e órgãos de
b) Estabelecer política nacional de gestão deliberação coletivos nas instituições
e avaliação educacional, numa perspectiva educativas, públicas e privadas (I, 102),
emancipatória (I, 97), ambas com critérios com diretrizes comuns e articuladas quanto
bem definidos e discutidos com a à natureza de suas atribuições, em
comunidade escolar (I, 98), garantindo consonância com a política nacional,
mecanismos e instrumentos que respeitando as diversidades regionais (I,
contribuam para a democratização das 103). Fortalecer e consolidar os conselhos
instituições educativas e dos processos estaduais e municipais de educação,
formativos da escola e do ensino. apoiando sua criação e funcionamento,
c) Assegurar a elaboração e com dotação orçamentária e autonomia
implementação de planos estaduais, financeira e de gestão garantidos por lei,
distrital e municipais de educação, seu com diretrizes comuns articuladas em
acompanhamento e avaliação (I, 99). consonância com a política nacional,
d) Articular a construção de projetos explicitando a natureza e o objeto de suas
político-pedagógicos e planos de competências (I, 104).
desenvolvimento institucionais sintonizados h) Estabelecer mecanismos democráticos
com a realidade e as necessidades locais. de gestão que assegurem a divulgação, a
Articular, de forma coletiva e participativa participação de estudantes, professores/
envolvendo pais, estudantes, funcionários/ as, profissionais da educação (I, 105)
as e trabalhadores/as em educação, a funcionário/a/s, mães, pais e/ou
construção de projetos político- responsáveis e da comunidade local
pedagógicos e planos de desenvolvimento movimentos populares, sociais e conselhos
institucionais, sintonizados com a realidade da criança, do adolescente e do/a jovem (I,
e as necessidades locais (I, 100). 106) na elaboração e implementação,
e) Promover autonomia (pedagógica, execução, acompanhamento e avaliação (I,
administrativa e financeira) das instituições 107) orgânica de planos estaduais, distrital
de educação básica, profissional, e municipais de educação, bem como de
tecnológica (I, 101) e superior, bem como projetos político-pedagógicos e planos de

19
desenvolvimento institucionais. Promover e educação básica e superior nacional.
efetivar a capacitação da comunidade do Assim, por meio da otimização de esforços
entorno escolar a respeito dos e da corresponsabilização por políticas
mecanismos de participação (I, 108). direcionadas a elevar a qualidade dos
i) Estimular a organização dos sistemas diversos níveis, etapas e modalidades de
municipais de ensino. ensino, será possível partilhar o consenso
j) Orientar os conselhos municipais de de que a valorização e a qualificação da
educação, para que se tornem órgãos de educação implicam, incisivamente, a
normatização complementar do ensino ampliação do seu financiamento. Promover
público municipal e das instituições ações integradas na área da educação
privadas de educação infantil, no contexto com o mesmo objetivo e exigir
do SNE, dando suporte técnico e jurídico comprometimento das três esferas:
municipal, estadual/distrital e federal;
efetivo aos Municípios que ainda não
verbas públicas exclusivamente para
constituíram seus conselhos (I, 109).
financiar a Educação Pública (I, 111).
k) Estabelecer base comum nacional, de
maneira a assegurar formação básica
41- Outra função primordial do MEC,
comum e respeito aos valores culturais e
apoiado pelo em parceria com o Fórum
artísticos, nacionais, regionais (CF, art
Nacional de Educação e o (I, 112) CNE,
210).
seria será a de (I, 113) garantir as
l) Estabelecer em pacto federativo,
articulações necessárias entre o PNE e os
consensualmente discutido e decidido
demais planos (Plano de Desenvolvimento
pelos sistemas autônomos e articulados,
da Educação) (I, 114), Plano Plurianual,
as normas básicas de equivalência para Plano de Ações Articuladas, Planos
as funções de regulação, supervisão e Estaduais, Distrital e Municipais de
avaliação (I, 110). Educação), como estratégia de efetivação
do regime de colaboração previsto na CF/
35- Articuladas com o esforço nacional em 88, por meio da participação de todos os
prol da constituição do Sistema Nacional entes federados. Articuladas, essas ações
de Educação e do regime de colaboração deveriam deverão (I, 115) culminar na
entre os entes federados, essas ações efetivação de Projeto Político-Pedagógico
poderão resultar em novas bases de (educação básica) e Plano de
organização e gestão dos sistemas de Desenvolvimento Institucional (educação
ensino. Contribuirão, desse modo, para a superior), no âmbito das instituições
melhoria dos processos de transferência educativas públicas e privadas.
de recursos e o aprimoramento da gestão,
e para alicerçar o compromisso entre os 42- No cenário educacional brasileiro,
entes federados com a melhoria da marcado pela edição de planos e projetos

20
educacionais, torna-se necessário diretrizes, metas e estratégias a serem
empreender ações articuladas entre a consideradas para a elaboração do novo
proposição e a materialização de políticas, PNE a ser implantado a partir de 201. Para
bem como ações de planejamento tanto, investimentos públicos, são
sistemático. Por sua vez, todas precisam imprescindíveis, acompanhados por
se articular com uma política nacional para monitoramento, assessoramento e
a educação, com vistas ao seu avaliação de resultados (I, 118). A
acompanhamento, monitoramento e reavaliação do PNE deve ocorrer de cinco
avaliação. Criação de uma lei de em cinco anos, para verificar o
responsabilidade educacional que obrigue cumprimento das metas e o que deve ser
os responsáveis pela gestão e pelo readequado (I, 119).
financiamento da educação, nos âmbitos
federal, estadual, distrital e municipal, a 44 A- O novo PNE deve prever meios e
cumprir o estabelecido nas constituições processos para a articulação das políticas
federal e estaduais e na legislação sociais: educação, saúde, assistência
pertinente (I, 116). social, desenvolvimento sustentável,
economia solidária, trabalho e renda, entre
43- Ao prever uma mobilização nacional, outras, com vistas a assegurar os direitos
na sequência do processo de construção humanos, sociais, políticos e econômicos de
da Conferência Nacional da Educação, faz- cidadania a todo/as brasileiro/as (I, 120).
se necessário que o PNE esteja (Do encarte do PNE).
organicamente articulado com os acordos
e consensos firmados. Importante, também, 44 B- Considerando os processos de
é assegurar que sejam elaborados, mobilização social, nas últimas décadas,
implementados e avaliados (I, 117) os na construção da educação popular cidadã,
planos de educação estaduais, distrital e formação da cidadania e dos direitos
municipais. humanos, o novo PNE deve articular
educação formal com experiências de
44- Nessa direção, o PNE, por se tratar de educação não formal,ou seja, as
Plano que estabelece uma política de experiências de educação popular e
Estado deve ser tratado como principal cidadã, incorporando a educação popular
prioridade pelo Estado nacional e pela e cidadã como política pública (I, 121).
sociedade brasileira. O cumprimento das (Do encarte do PNE).
metas previstas ainda exigirá grande
esforço coletivo e institucional. Ao mesmo 45- Quanto à função social, cabe destacar
tempo, é fundamental discutir o processo o entendimento de que educação é
de construção coletiva, as concepções, processo e prática constituída e constituinte

21
das relações sociais mais amplas - ser reconhecimento e respeito à diversidade.
humano, sociedade e natureza (I, 122). Garantir a aplicação das ações
Essa concepção de educação, além de estabelecidas no Plano de Ações
ampliar espaços, sinaliza para a Articuladas dos Estados e Municípios,
importância de que tal processo de visando o desenvolvimento e a melhoria da
formação se dê de forma contínua ao longo qualidade da educação, considerando os
da vida. Assim, para se concretizar como aspectos sociais, econômicos, políticos e
direito humano inalienável do cidadão, em culturais da região (I, 126).
consonância com o artigo 1º da LDB, a
práxis social da educação deve ocorrer em 47- Como função social, cabe reconhecer
espaços e tempos pedagógicos diferentes, o papel estratégico e transformador (I, 127)
atendendo às diferenciadas demandas, das instituições da educação básica e
em todos os níveis de formação, com superior, na construção de uma nova ética,
participação da sociedade, do setor centrada na vida, no mundo do trabalho, na
público e privado (I, 123) sempre que solidariedade e numa cultura da paz,
justificada sua necessidade (I, 124). superando as práticas opressoras de
modo a incluir efetivamente os grupos
46- Como prática social, a educação tem historicamente excluídos: negros,
como loci privilegiados, mas não quilombolas, pessoas com deficiência, e/
exclusivos, as instituições educativas, ou necessidades educativas específicas (I,
entendidas como espaços de garantia de 128), altas habilidades, superdotação e
direitos. Para tanto, é fundamental atentar com transtornos funcionais específicos (I,
para as demandas da sociedade, como 129), povos indígenas, trabalhadores/as do
parâmetro para o desenvolvimento das campo, povos da floresta (I, 130),
atividades educacionais Como direito trabalhadores/as de pesca (I, 131),
social, avulta, de um lado, a defesa da mulheres, ciganos/as (I, 132), pomeranos/
educação pública, gratuita, laica, as e idosos/as (I, 133), bem como aqueles/
democrática, inclusiva e de qualidade as privados/as de liberdade (I, 134) e todos
social para todos e, de outro, a os grupos em situação de vulnerabilidade
universalização do acesso, a ampliação da social (I, 135), entre outros. Os princípios da
jornada escolar e a garantia da educação popular criarão as bases para a
permanência bem-sucedida para crianças, superação das práticas opressoras (I, 136).
adolescentes, jovens e adulto/a/s e idoso/
a/s, em todos os níveis de ensino todas as 48- Ao eleger a qualidade como parâmetro
(I, 125) etapas e modalidades. Esse direito de suas diretrizes, metas, estratégias e
se realiza no contexto desafiador de ações e conferindo a ela uma dimensão
superação das desigualdades e do social e histórico-política e, portanto,

22
inclusiva, a constituição do referido Educação. Assim, os esforços prioritários
Sistema Nacional de Educação significará do sistema nacional articulado de
investimento na educação e envolverá educação para a educação básica e
questões como: financiamento; inclusão superior (I, 142) devem se voltar para as
social; reconhecimento e valorização à regiões com baixo IDH, entre outros
diversidade; gestão democrática e indicadores (I, 143), no sentido de serem
formação e valorização dos/as cumpridas as metas do Plano Nacional de
profissionais da educação, criação de Educação. Elaborar um Plano emergencial
redes de proteção, firmando parcerias com de Segurança Pública, em regime de
outros órgãos e instituições como: colaboração entre os entes federados,
Secretaria de Saúde, Secretaria de Ação para superação do problema da violência
Social, Secretaria da Agricultura, Poder nas escolas, prevendo a ampliação e
Judiciário (I, 137), entre outros. qualificação de profissionais para atuar na
área de segurança escolar, em articulação
49- A consolidação de um Sistema Nacional com a sociedade civil, em todos os âmbitos
de Educação não pode ser realizada sem de governo (I, 144). Articular sistematicamente
considerar a urgente necessidade de com o Ministério da Justiça, Secretarias de
superação das desigualdades sociais, Segurança Pública ou de Administração
étnico-raciais, de gênero e relativas à Penitenciária e de Educação, condutas em
diversidade sexual ainda presentes na relação à educação nas prisões (I, 145).
sociedade e na escola brasileira. Por isso,
sua realização – assim como o 51- As instituições do setor privado, por
cumprimento das normas constitucionais fazerem parte do Sistema Nacional de
que orientam essa tarefa – só será possível Educação, subordinam-se ao conjunto de
por meio do debate público e da articulação normas gerais de educação e devem se
entre Estado, instituições de educação harmonizar com as políticas públicas, que
básica e superior e movimentos sociais, têm como eixo o direito à educação, e
em prol de uma sociedade democrática, acatar a autorização e avaliação
direcionada à participação e à construção desenvolvida pelo poder público. Dessa
de uma cultura de paz, solidariedade (I, forma, no que diz respeito ao setor privado,
138), respeito à diversidade (I, 139) de o Estado deve normatizar, controlar e
forma abrangente e sistematizada (I, 140), fiscalizar todas as instituições, sob os
sobretudo por meio do Fórum de fóruns mesmos parâmetros e exigências
nacional estaduais, distrital e municipais (I, aplicados às do setor público. Ainda assim,
141) de educação, do Conselho Nacional é prerrogativa afirmar que a educação,
de Educação e dos Conselhos Estaduais, como direito, deve compreender o Estado
do Distrito Federal e Municipais de como seu responsável, sendo seu dever

23
comprometer-se com a oferta de vagas qualidade social e pedagógica (I, 154)
públicas estatais e gratuitas, para todos e definidos pelo SNE, em consonância com
em todos os níveis e modalidades de ensino a avaliação positiva (I, 155), do/a/s usuário/
(I, 146). Garantir a normatização e fiscalização a/s, cujo projeto arquitetônico seja discutido
das receitas (mensalidades, etc) e despesas e aprovado pelos Conselhos Escolares,
das Instituições Privadas, através de um levando em consideração as necessidades
conselho das escolas da educação básica pedagógicas e da comunidade a serem
privada com a participação dos movimentos atendidas (I, 156).
sociais (I, 147). c) Ambiente adequado à realização de
atividades de ensino, pesquisa, extensão,
52- A construção do Sistema Nacional de lazer e recreação, alimentação (I, 157),
Educação (SNE), por meio da articulação culturais, reuniões com a comunidade, com
entre os sistemas de ensino, deve garantia de acessibilidade para fins da
considerar as bases para a educação inclusão social (I, 158).
nacional como fundamento para a d) Equipamentos, instalações e materiais
concessão para a educação no setor didáticos (I, 159) em quantidade, qualidade
privado autorização e avaliação das e condições de uso adequadas às
instituições privadas de ensino (I, 148). atividades educativas, bem como formação
Assim, pode-se compreender que o SNE, para uso (I, 160) e suporte técnico
em consonância com as competências permanente e acessível para toda a
específicas dos demais sistemas, envolve comunidade (I, 161).
ações de articulação, parcerias (I, 149), e) Biblioteca com espaço físico apropriado
acompanhamento (I, 150), normatização, para leitura, consulta ao acervo,
coordenação, avaliação, fiscalização (I, bibliográfico, pictográfico, sonoro, tátil
151), tanto da rede pública quanto da rede destinados a portadores de deficiência (I,
privada do setor privado (I, 152) de ensino. 162) e diversidade étnico-racial (I, 163),
estudo individual e/ou em grupo, pesquisa
54 - O Sistema Nacional Articulado de online, acervo com quantidade e qualidade
educação, deve prover: para atender o trabalho pedagógico e o
a) A definição e a garantia de padrões número de alunos/as existentes na escola
mínimos de qualidade, respeitando as e a toda comunidade em seus diferentes
questões da diversidade e da pluralidade segmentos (I, 164).
das regiões (I, 153), incluindo a igualdade f) Laboratórios de ensino que atendam aos
de condições para acesso e permanência diferentes níveis, modalidades e áreas do
na escola. conhecimento (I, 165), informática,
b) A garantia de instalações gerais brinquedoteca, videoteca (I, 166), salas de
adequadas aos padrões mínimos de música com instrumentos (I, 167), parques

24
infantis e espaços de convivência (I, 168), etapas e modalidades de educação e que
em quantidade, qualidade (I, 169) e em levem em conta a necessidade de ações
condições adequadas de uso. compensatórias das desigualdades
g) Serviços de apoio psicopedagógico (I, regionais e de elevação do IDH em locais
170), social (I, 171) e orientação aos que apresentam situações de
estudantes, com profissionais capacitados/ vulnerabilidade (I, 180).
as em número suficiente para atender à k) Projeto politico (I, 181) pedagógico
demanda (I, 172), de forma articulada com (educação básica) e profissional (I, 182) e
o SUS, garantindo o acesso aos serviços Plano de Desenvolvimento Institucional
médicos, odontológico, psicológico e (educação superior), construídos
orientação educacional aos/às estudantes coletivamente, por todos os segmentos (I,
e trabalhadores/as em educação (I, 173). 183), com base nos princípios da educação
h) Ambiente institucional dotado de popular (I, 184), e que contemplem os fins
condições de segurança para estudantes, sociais e pedagógicos da instituição, a
professores/as, funcionários/as, mães, pais atuação e autonomia escolar, as atividades
e comunidade em geral através de parceria pedagógicas e curriculares, os tempos e
municipal e estadual, com segurança espaços de formação, a pesquisa e a
efetiva nas escolas 24 horas, bem como extensão.
com a emissão de laudos (trimestrais) da l) Disponibilidade de docentes,
defesa civil a respeito da infraestrutura da capacitados/as/ e habilitados/as (I, 185)
escola (I, 174). para todas as atividades curriculares e de
i) Programas que contribuam para uma formação, incluindo indissociabilidade
cultura de paz, combate ao trabalho infantil, entre ensino, pesquisa e extensão na
ao racismo e ao sexismo e a outras formas educação superior.
correlatas de discriminação na instituição m) Definição de diretrizes curriculares
de educação básica e superior. nacionais (I, 186) relevantes para uma
Institucionalizar nacionalmente o PROERD qualidade social da educação (I, 187) nos
(I, 175). diferentes níveis, etapas e modalidades,
j) Definição de custo aluno/a qualidade (I, visando à construção do padrão unitário de
176) ano adequado, unificado para todos qualidade, contemplando a diversidade
os Estados (nivelado pelo valor máximo) (I, regional brasileira (I, 188).
177), respeitando as diversidades n) Planejamento , avaliação (I, 189) e
regionais (I, 178) e que assegure condições gestão coletiva do trabalho pedagógico.
de oferta de educação de qualidade, o) Jornada escolar ampliada e integrada,
socialmente referenciada (I, 179), visando à garantia de espaços e tempos
considerando as especificidades da apropriados às atividades educativas de
educação básica, incluindo todas as espaços e tempos apropriados às

25
atividades educativas, com proposta estruturação de subsistemas de avaliação,
curricular diferenciada (I, 190). desenvolvimento curricular, financiamento
p) Intercâmbio científico e tecnológico, da educação, produção e disseminação de
artístico (I, 191), cultural (I, 192), esportivo indicadores educacionais, planejamento e
(I, 193), nacional e internacional, entre as gestão, formação e valorização
instituições de ensino, pesquisa e profissional, como prevê a LDB.
extensão.
q) Condições institucionais que permitam 57 A- Estabelecer um pacto federativo,
o debate e a promoção da diversidade consensualmente discutido e decidido
étnico-racial, geracional, de classe social, pelos sistemas autônomos e articulados,
de pessoas deficientes e/ou com sobre as normas básicas de equivalência
necessidades educativas especiais e para as funções de regulação, supervisão
surdas (I, 194) e de gênero e diversidade e avaliação (I, 200).
sexual (I, 195), por meio de políticas de
inclusão e (I, 196) formação inicial e 57 B- Que o Estado assuma suas
continuada (I, 197), e de infraestrutura responsabilidades em todos os setores
específicas para este fim. educacionais não permitindo a
terceirização das atividades fins da
55- Um sistema que articule a educação educação (I, 201).
nacional para prover essas condições de
educação e (I, 198) de ensino deve ser base 57 C- O Fórum Nacional de Educação deve
para a constituição do PNE. Esse Plano ter as seguintes incumbências: convocar e
deve expressar, pois, o conteúdo de seu coordenar as próximas edições da
sistema e organizar a sua dinâmica. A lei CONAE; acompanhar a tramitação do novo
nº 10.172/2001 criou o PNE como plano PNE (2011-2020) no Congresso Nacional;
de Estado, porém não o vinculou Incidir pela implementação das diretrizes
explicitamente a um Sistema Nacional de e deliberações tomadas nesta e nas
Educação. demais edições da CONAE. Em suas
próximas edições, A CONAE, deve eleger
57- Nesse sentido, um Plano de Estado, dois membros do Conselho Nacional de
articulado ao Sistema Nacional de Educação e escolher toda a composição
Educação deve constituir-se pela definição do Fórum Nacional de Educação (I, 202).
clara do papel dos entes federados no que
tange às competências e responsabilidades 57 D- Nesse sentido, é importante que seja
(I, 199), por meio de concepção ampla de institucionalizada a prática de Conferências
educação, contribuindo para a articulação Municipais e Estaduais de Educação, com
entre os entes federados e para a ocorrência bienal, que deverão preceder as

26
conferências de educação, institucionalizadas educação infantil, no ensino fundamental de
com a finalidade de monitorar as diretrizes nove anos e no ensino médio;
estabelecidas nas mencionadas 2. Implantar o Sistema Nacional Articulado
Conferências, com a participação de todos de Educação, integrando, por meio da
os segmentos (I, 203). gestão democrática, os Planos de
Educação dos diversos entes federados e
57 E- Criação de mecanismo de das instituições de ensino, em regime de
responsabilização dos gestores públicos, colaboração entre a União, os Estados, o
em todas as esferas de governo, com os Distrito Federal e os Municípios,
resultados das políticas educacionais. regulamentando o Artigo 211 da
Prover a determinação da obrigatoriedade Constituição Federal;
do ensino fundamental público, exclusivo 3. Garantir de forma democrática a
alfabetização e o letramento da população
para o município e do ensino médio público,
jovem e adulta para que se extinga o
para o Estado (I, 204).
analfabetismo, inclusive o funcional, do
cenário nacional;
57 F- Cabe ressaltar que, o termo
4. Estabelecer padrões de qualidade para
diversidade aqui utilizado e em todo o
cada nível, etapa e modalidade da
restante do documento é compreendido
educação, com definição dos componentes
como relativo ao direito universal à
necessários à qualidade do ensino,
diferença, que suplementa a igualdade,
delineado o custo-aluno/a-qualidade como
sem encobrir a autonomia e especificidade
parâmetro para o seu financiamento;
que vem conquistando cada tema: relações
5. Democratizar e expandir a oferta de
étnico-raciais, relações de gênero e Educação Superior, sobretudo da
sexualidade, educação indígena, educação educação pública, garantindo os
quilombola, educação de jovens e adultos, parâmetros de qualidade acadêmica;
educação ambiental, pessoas com 6. Assegurar a Educação Profissional de
deficiência (I, 205). modo a atender as demandas sociais e
produtivas locais, regionais e nacionais, em
57 G- A Plenária da Conferência Estadual consonância com o desenvolvimento
de Educação - Frutos do Cerrado sustentável solidário;
deliberou, por maioria absoluta, pela 7. Garantir oportunidades, respeito e atenção
ratificação do documento: “Os 10 Maiores educacional às demandas específicas de
Desafios da Educação Nacional”, que estudantes com deficiência, jovens e adultos
passa a ser parte das propostas da defasados na relação idade-escolaridade,
CONESTE-GO: indígenas, afro-descendentes, quilombolas,
1. Universalizar o atendimento público, povos do campo, ciganos/as e trabalhadores/
gratuito, obrigatório e de qualidade na as circenses;

27
8. Implantar a escola de tempo integral na 10. Valorizar os/as profissionais da
Educação Básica, com projetos político- educação, garantindo formação inicial,
pedagógicos que melhorem a prática
educativa, com reflexos na qualidade da preferentemente presencial, e formação
aprendizagem e da convivência social; continuada, além de salário e carreira
9. Ampliar o investimento em educação compatíveis com as condições necessárias
pública em relação ao PIB, de forma a à garantia do efetivo exercício do direito
atingir 10% do PIB até 2014; humano à educação (I, 206).

28
EIXO II - QUALIDADE DA EDUCAÇÃO, GESTÃO
DEMOCRÁTICA E AVALIAÇÃO

59- Nesse sentido, tem-se como decreto; tais instituições devem, em


concepção político-pedagógica a garantia contrapartida, assumir compromissos
dos seguintes princípios: o direito à relativos a pesquisa e a extensão em
educação básica e superior (II, 17), a moldes similares aos das universidades
inclusão, em todas as dimensões, níveis, (II, 20); com regulamentação do princípio
etapas e modalidades e (II, 18) a qualidade constitucional da autonomia, garantindo
social, a gestão democrática e a avaliação espaços de participação aos segmentos
emancipatória. da sociedade nos conselhos
universitários, com vista ao controle social
60- A gestão democrática da educação nas (II, 21).
instituições educativas e nos sistemas é um
dos princípios constitucionais do ensino 67- A fundamentação da gestão
público, segundo o art. 206 da Constituição democrática está, portanto, na
Federal de 1988. O pleno desenvolvimento constituição de um espaço público de
da pessoa, garantia da educação como direito, que deve promover condições de
dever de Estado e da família (II, 19) e direito igualdade, “liberdade, justiça e diálogo em
do cidadão, conforme o art. 205, ficará todas as esferas” (II, 22), garantir estrutura
incompleto, se não se realizar em práticas material, financeira (II, 23), profissional (II,
concretas, no espaço da escola. 24) para a oferta de educação de
qualidade, contribuir para a superação do
64- A questão tem sido objeto dos mais sistema educacional seletivo e excludente
diversos debates sobre a necessidade ou e, ao mesmo tempo, possibilitar a inter-
não de regulamentação do princípio relação desse sistema com o modo de
constitucional da autonomia Ganha, ainda, produção e distribuição de riquezas, com
enorme complexidade, em função do a organização e contribuição
acelerado processo de diversificação e (II, 25) da sociedade, com a organização
diferenciação da educação superior no política, com a definição de papéis do
Brasil, considerando-se, em especial, as poder público, com as teorias de
instituições não universitárias que conhecimento, as ciências, tecnologias (II,
obtiveram prerrogativas de autonomia, via 26), as artes e as culturas.

29
68- Assim a gestão democrática entendida social e a formação da cidadania. É
como espaço de deliberação coletiva preciso compreender, inicialmente, que a
(estudantes, funcionários/as, professores/ gestão democrática da educação não
as, mães, pais, ou responsáveis e constitui um fim em si mesma, mas um
comunidade local (II, 27), precisa ser importante instrumento do processo de
assumida como fator de melhoria da superação do autoritarismo, do
qualidade da educação, e de individualismo, e das desigualdades
aprimoramento e continuidade das políticas socioeconômicas. Ela deve contribuir para
educacionais, enquanto políticas de Estado que as instituições educacionais,
articuladas com as diretrizes nacionais para articuladas com outras organizações
todos os níveis e modalidades de participem da construção de uma
educação. Essa deve ser a lógica da sociedade fundada na justiça social, na
gestão educacional - e o modo de tomada igualdade, na democracia e na ética (II, 32).
de decisão no Sistema Articulado de
Educação, em todos os âmbitos, públicos 71- Com isso, cabe enfatizar a
e privados (II, 28). necessidade de democratizar a gestão da
educação e das instituições educativas
69- Uma perspectiva ampla de gestão (públicas e privadas) (II, 33) garantindo a
democrática da educação básica e participação de estudantes, funcionários/
superior, capaz de envolver os sistemas e as, mães, pais e/ou responsáveis,
as instituições educativas, deve considerar professores/as, gestores/as e comunidade
os níveis de ensino, as etapas e as local na definição, e realização das políticas
modalidades educativas, bem como as educacionais, assegurando a gestão
instâncias e mecanismos de participação democrática prevista na LDB e
coletiva. Para tanto, exige a definição dos Constituição Federal como princípio,
conceitos de autonomia, democratização, cabendo sanções aos governos que não
descentralização, qualidade e atenderem à legislação vigente e na
participação, respeito ao pluralismo de construção de currículos e propostas
idéias (II, 29), conceitos esses que devem pedagógicas, de modo a estabelecer,
ser debatidos coletivamente para maior permitindo (II, 34), o pleno funcionamento
legitimidade e concretude no cotidiano. dos conselhos, e órgãos colegiados de
deliberação coletiva da área educacional,
70- No processo de construção da gestão por meio da ampliação da participação da
democrática da educação, alguns aspectos sociedade civil, instituir mecanismos
são imprescindíveis: a autonomia didático- democráticos inclusive eleição direta, de
científica (II, 30), administrativa, pedagógica diretores, por exemplo, para todas as
e financeira (II, 31); a representatividade instituições educativas (públicas e

30
privadas) (II, 35) e para os sistemas de 74- No quadro de uma política democrática,
ensino; e, ainda , implantar formas o CNE, os CEE e os CME devem ser
colegiadas de gestão da escola, mediante representativos dos segmentos sociais,
lei específica. além de ter caráter normativo e deliberativo
Deve-se destacar, ainda, a importância de
71 A- A garantia e o reconhecimento do um Fórum Nacional de Educação atuante,
direito às formas alternativas de gestão, bem como a elaboração coletiva
guardadas as orientações comuns do (estudantes, funcionários, professores/as,
Sistema Nacional de Educação a ser pais ou responsáveis) dos projetos político-
configurado, de acordo com as pedagógicos e dos planos de
necessidades de grupos culturais e sociais desenvolvimento das diferentes instituições
específicos - do campo, indígenas, de educativas o Fórum Nacional de Educação
terá o papel de fomentar o debate e
quilombolas - e o processo educativo
deliberar sobre as concepções de
desenvolvido junto às pessoas privadas de
educação, envolvendo amplamente os
sua liberdade, dentre outros (II, 36).
setores da comunidade escolar, os
(Do encarte do PNE)
movimentos sociais e a sociedade civil
organizada. O CNE, os CEE e os CME
73- Para a efetivação dessa concepção
devem ser representativos dos segmentos
ampla, faz-se necessário garantir espaços
de professores(as), técnicos(as)-
articulados de decisão e deliberação
científicos(as) funcionários(as), os(as) não
coletivas para a educação nacional: Fórum
docentes, pais, mães ou responsáveis, e
Nacional de Educação, conferências
alunos(as), bem como representantes da
nacional, estaduais, distrital e municipais
comunidade educacional, através de
(II, 37) de educação, Conselho Nacional de escolha direta das entidades que
Educação (CNE), conselhos estaduais congregam estes segmentos, em todas as
(CEE), distrital (CEDF) e municipais esferas; os Conselhos terão caráter
(CME), órgãos colegiados das instituições normativo, deliberativo, fiscalizador de
de educação superior e conselhos políticas de Estado e o MEC, órgão
escolares. Nessa direção, situam-se, como executivo/coordenador das políticas
espaços de definição de políticas de nacionais de educação do Sistema
Estado, o Plano Nacional de Educação, os Articulado de Educação de forma paritária.
planos municipais, distrital e estaduais de Deve ser garantido aos conselhos
educação e, no âmbito das instituições municipais de educação verbas
educativas, a construção coletiva de planos específicas para gestão destes, bem como
de desenvolvimento institucionais e de infraestrutura necessária para o seu
projetos político-pedagógicos. funcionamento (II, 38)

31
76- Para pensar a relação entre os sujeitos 43) o artigo 206 da CF/88, concretizando
e as instâncias de participação, é preciso o princípio de gestão democrática. Esses
dar especial atenção aos CEE, CME e mecanismos devem ser válidos, guardadas
CNE, CEDF. A organização dos conselhos as especificidades (II, 44), inerentes aos
necessita, pois: superar a fragmentação segmentos que compõem o sistema
comumente existente nos órgãos nacional de educação (II, 45), para o
colegiados, articulando suas diferentes sistema público e para o setor privado de
funções, de educação fortalecida; equilibrar educação.
a função normativa com a de
acompanhamento e avaliação da pela (II, 81- Nesse contexto, a discussão acerca da
39) sociedade; trazer a discussão de qualidade social (II, 46) da educação,
políticas para os conselhos; instituir uma suscita a definição do que se entende por
composição que reconheça a pluralidade educação. Numa visão ampla, ela é
de saberes e contribuições, de modo a entendida como elemento partícipe das
refletir a diversidade dos agentes e sujeitos relações sociais mais amplas, contribuindo,
políticos do campo educacional e para contraditoriamente, para a transformação
além deles; garantir a liberação do e a manutenção dessas relações. As
conselheiro para participar efetivamente instituições educativas situam-se como
das reuniões (II, 40); estabelecer assegurar espaços de produção e de disseminação
através de Lei (II, 41), que os mandatos dos socialização (II, 47), de modo sistemático,
conselheiros e das conselheiras não do saber dos saberes (II, 48) historicamente
sejam coincidentes com os dos gestores; produzidos pela humanidade. É
proibir que o exercício da presidência do fundamental, portanto, não perder de vista
conselho seja exercido por integrantes do que qualidade social é um conceito
poder executivo; ampliar iniciativas histórico, que se altera no tempo e no
comprometidas com o desenvolvimento da espaço, vinculando-se às demandas e
capacidade e o fortalecimento da função exigências sociais.
de conselheiro, bem como sua formação
continuada (II, 42); e, na medida do possível, 82- No tocante à organização da educação
vincular a representação da sociedade a nacional, sem perder de vista as injunções
um fórum permanente (municipal, estadual, internacionais diversas, envolvendo a ação
distrital ou nacional) de educação. dos organismos internacionais e,
sobretudo, os atuais processos de
77- Para isso, urge definir, em lei nacional, mercantilização (II, 49), é importante
diretrizes gerais e mecanismos compreender o papel dos sistemas e das
institucionais, que regulamentem alterem (II, instituições como espaços de regulação e

32
de produção de uma dada dinâmica dimensões e mecanismos para a
pedagógica, bem como o papel dos instituição dos Padrões indicadores (II, 53),
diferentes atores, institucionais ou não, no para a Educação Básica e Superior. A
processo de sua construção. legislação brasileira, no campo
educacional, com destaque para a LDB e
86- Para garantir a construção de princípios o PNE, revela a importância da definição
e base para a efetivação de políticas de de tais indicadores (II, 54).A questão
Estado direcionadas à educação básica e apresenta, contudo, dificuldades e
superior de qualidade, entende-se que: diferenças significativas quanto à definição
h) A estrutura e as características da de um padrão único de qualidade,
instituição são aspectos que traduzem envolvendo aspectos relativos a variedade
positiva ou negativamente a qualidade da e quantidades mínimas por aluno/a-ano,
aprendizagem – em especial quanto aos
insumos indispensáveis ao processo de
projetos desenvolvidos, o ambiente
ensino e de aprendizagem, custo-aluno/a,
educativo e/ou o clima organizacional, o
relação aluno/a-professor/a, etc.
tipo e as condições de gestão, a gestão
da prática pedagógica, os espaços
88- Nesse sentido, entende-se que é
coletivos de decisão, o projeto político-
fundamental definir dimensões, fatores e
pedagógico ou Projeto de
condições de qualidade a serem
Desenvolvimento Institucional (PDI) das
considerados como referência analítica e
instituições (II, 50), a participação e
política na melhoria do processo educativo
integração da comunidade escolar, a visão
e, também, consolidar mecanismos de
de qualidade dos agentes escolares, a
acompanhamento da produção,
avaliação da aprendizagem e do trabalho
implantação, monitoramento e avaliação de
escolar realizado, a formação e condições
de trabalho dos/as profissionais da escola, políticas educacionais e de seus
bem como da sua valorização (II, 51), a resultados, visando a produzir uma
dimensão do acesso, permanência, formação de qualidade socialmente
sucesso escolar, etc. Oferecer tempo e referenciada, nos diferentes níveis e
espaço para que isso aconteça dentro da modalidades dos setores público e privado
carga horária do professor em período (II, 55).
letivo (tempo para a discussão e
elaboração do PPP) (II, 52). 89- Inicialmente, cumpre destacar a
importância das dimensões
87- Além desses princípios e diretrizes, faz- extraescolares, envolvendo dois níveis: o
se necessário estabelecer referências, espaço social e as obrigações do Estado.

33
O primeiro refere-se, sobretudo, à para o acesso, e permanência na
dimensão socioeconômica e cultural dos instituição educativa; definir e efetivar
entes envolvidos (influência do acúmulo de diretrizes nacionais para os níveis, ciclos ,
capital econômico, social e cultural das e modalidades de educação ou ensino;
famílias, e dos estudantes e dos/as implementar sistema de avaliação para
profissionais da educação (II, 56) no subsidiar o processo de gestão educativa
processo ensino-aprendizagem); à e para garantir a melhoria da
necessidade de políticas públicas e aprendizagem; implementar programas
projetos escolares, para o enfrentamento suplementares, de acordo com as
de questões como fome, (drogas, violência especificidades de cada Estado, Distrito
na escola, acesso à cultura, saúde, etc.; à Federal e Município, dos níveis e
gestão e organização adequadas da modalidades de educação, tais como: livro
escola, visando a lidar com a situação de didático, merenda escolar, saúde do
heterogeneidade sociocultural dos estudante, transporte escolar recursos
estudantes; à consideração da trajetória e tecnológicos, segurança nas escolas.
identidade individual e social dos
estudantes, tendo em vista o seu 91- Em seguida, é fundamental identificar
desenvolvimento integral e, portanto, uma as dimensões intraescolares em quatro
aprendizagem significativa; ao planos, destacando os elementos que
estabelecimento de ações e programas devem compor cada uma delas.
voltados para a dimensão econômica e a) O plano do sistema - condições de oferta
cultural, bem como aos aspectos, de educação básica e superior, que se
motivacionais que contribuam para a refere à garantia de instalações gerais
escolha e a permanência dos estudantes adequadas aos padrões parâmetros (II, 60)
no espaço escolar, em tempo integral (II, de qualidade, definidos pelo sistema
57), assim como para o seu engajamento nacional de educação, em consonância
em um processo ensino-aprendizagem com a avaliação positiva dos estudantes;
exitoso. ao ambiente educativo adequado à
realização de atividades de ensino,
90- O segundo diz respeito à dimensão dos pesquisa, extensão, lazer e recreação,
direitos dos cidadãos e das obrigações do práticas desportivas, e culturais, reuniões
Estado cabendo a este último a etc.; aos equipamentos em quantidade,
obrigatoriedade da educação básica qualidade e condições de uso adequadas
superior (II, 58); definir e garantir padrões às atividades educativas, biblioteca, com
de qualidade, para todas as etapas do espaço físico apropriado para leitura,
ensino, mesmo aquelas não obrigatórias consulta ao acervo, estudo individual e/ou
(II, 59), incluindo a igualdade de condições em grupo, pesquisa online, dentre outros;

34
acervo com quantidade e qualidade para instituição educativa e que os leva a valorar
atender ao trabalho pedagógico e ao positivamente a instituição, os colegas e
número de estudantes; laboratórios de os professores/as, bem como a
ensino, informática, profissionais de aprendizagem e o modo como aprendem,
informática habilitados/as para garantir a engajando-se no processo educativo;
manutenção dos laboratórios (II, 61), processos avaliativos centrados na
brinquedoteca, entre outros, em condições melhoria das condições de aprendizagem
adequadas de uso, garantindo-se a sua que permitam a definição de padrões
manutenção (II, 62); serviços de apoio e adequados de qualidade educativa e,
orientação aos estudantes; condições de portanto, focados no desenvolvimento
acessibilidade e atendimento em dos estudantes); percepção positiva
ambientes adequados (II, 63) para pessoas dos estudantes quanto ao processo
com deficiência; ambiente educativo ensino-aprendizagem, às condições
dotado de condições de segurança para educativas e à projeção de sucesso na
estudantes, professores/as, funcionários/ trajetória acadêmico-profissional, e
as/técnico-administrativos, mães, pais, e melhoria dos programas de assistência
comunidade em geral; programas que ao estudante: transporte, alimentação
contribuam para uma cultura de paz na e s c o l a r, f a r d a m e n t o , a s s i s t ê n c i a
escola ; definição de custo-aluno/a- médica, casa do estudante e
qualidade (II, 64) anual adequado, que residências universitárias (II, 66).
assegure condições de oferta de educação
básica, e superior de qualidade; 97- Dessa forma, a avaliação deve
d) O plano do/da estudante - acesso, considerar o rendimento escolar, mas,
permanência e desempenho que se refere também, situar as outras variáveis que
às condições de permanência adequadas contribuem para a aprendizagem, tais
à diversidade socioeconômica, étnico- como: os impactos da desigualdade social
racial, de gênero, e cultural e à garantia de e regional na efetivação e consolidação das
desempenho satisfatório dos estudantes; práticas pedagógicas; os contextos
no caso do/a aluno/a portador de culturais nos quais se realizam os
necessidades especiais, acompanhamento processos de ensino e aprendizagem; a
por especialistas multiprofissionais, como qualificação, os salários e a carreira dos/
garantia de sua permanência na escola e as professores/as; as condições físicas e
a criação e/ou adequação de espaços às de equipamentos das instituições; o tempo
suas condições específicas, garantida pelo de permanência do estudante na
poder público (II, 65); consideração efetiva instituição; a gestão democrática; os
da visão de qualidade que as mães, pais projetos político-pedagógicos e planos de
e/ou responsáveis, e estudantes têm da desenvolvimento institucionais construídos

35
coletivamente; o atendimento extraturno aos é fundamental superar um equívoco comum,
estudantes que necessitam de maior apoio; quando se trata de avaliação, que é a
e o número de estudantes por professor em defesa de um sistema de incentivos, via
sala de aula entre outros, tanto na prêmios e punições, em geral de caráter
educação básica e superior, pública e pecuniário, às escolas ou às redes
privada (II, 67). educacionais, frente a metas de qualidade
em geral preestabelecidas. Deve-se
100- Por isso, a efetivação de uma política superar, também, a idéia de se estabelecer
nacional de avaliação articulada ao “ranking” entre as instituições educativas,
subsistema, deve - ser entendida como de docentes e discentes considerados
processo contínuo e que contribua para o “melhores” e “piores” pelos processos de
desenvolvimento dos sistemas de ensino, avaliação.
e não para o mero ranqueamento e
classificação (II, 68) das escolas e 102- Portanto, é preciso considerar a
instituições educativas – tanto as públicas, ampliação dos indicadores que afetam o
quanto as privadas –, e do ensino- desempenho escolar para além do nível
aprendizagem, resultando em uma cognitivo dos estudantes e dos indicadores
educação de qualidade socialmente relativos à aprovação e à evasão. Uma
referenciada. concepção ampla de avaliação precisa
incorporar o atributo da qualidade como
101- Esta concepção ampla deve função social da instituição educativa e a
considerar não apenas o desempenho, o articulação entre os sistemas de ensino,
fluxo e a evasão escolar do estudante - tal em todos os níveis, etapas e modalidades,
como ocorre no Ideb - (II, 69), mas também por meio do SNE, além de se tornar
as variáveis relativas à infraestrutura das periódica e continuada para alunos/as,
redes de ensino, da relação professor/a- professores/as e gestores/as do sistema.
aluno/a, ou seja, é preciso estruturá-lo na Deve, também, agregar indicadores
perspectiva do desenvolvimento humano e institucionais, tais como: projetos político-
não da punição. Tal política deve estimular pedagógicos; infraestrutura; tempo de
e auxiliar os Estados e os Municípios a permanência do estudante na escola;
também implantarem, nos sistemas gestão democrática escolar; participação
próprios, procedimentos que levem em do corpo discente na vida escolar, sistema
conta a avaliação externa e a de avaliação local; carreira, salário e
autoavaliação das escolas, restringindo qualificação dos/as trabalhadores/as da
seu caráter a diagnóstico, visando à educação; formação continuada e tempo
superação de dificuldades na formação de planejamento na unidade de ensino;
dos/as profissionais da educação. Assim, formação e forma de escolha do dirigente

36
escolar; número de alunos/as por sala e social; reestruturação e/ou ampliação da
material pedagógico disponível, entre rede física de todas as instituições
outros. Como já asseverado, a prática da educativas, adequando-as aos novos
avaliação, que deve ser democrática e projetos; garantia de espaço para a
voltada ao aprendizado, também deve atuação estudantil; garantia de formação
compreender e abarcar todas as esferas inicial e continuada ao profissional da
do Sistema Nacional de Educação, educação; garantia de condições
partindo das salas de aula, passando por
adequadas de trabalho aos/às
escolas, redes e chegando até os
profissionais da educação.
programas geridos pelo Ministério da
Educação (II, 70).
105 A- Tornar públicas e acessíveis as
diretrizes do Plano Nacional de Educação
105- Portanto, a construção da qualidade
a todo cidadão com distribuição gratuita
social, da gestão democrática e de um
para todas as Unidades Escolares (II, 72).
amplo processo de avaliação articula-se
com o projeto pedagógico (ES), ou de
desenvolvimento institucional, por meio de 111 A- Garantir que jovens que residem no
uma visão ampla de educação e de interior do Estado tenham acesso ao ensino
sociedade, buscando a consolidação da superior em cursos de bacharelado nas
democracia, por meio da participação áreas de demanda do mercado atual,
social, assentada em: descentralização do considerando as peculiaridades
poder; elaboração de projetos socioeconômicas da região, de forma que
institucionais, visando à garantia da as universidades aumentem a oferta de
educação pública (II, 71) de qualidade cursos nos polos já existentes (II, 73).

37
EIXO III - DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO,
PERMANÊNCIA E SUCESSO ESCOLAR

112- A história da educação pública, 117- É importante destacar que a


enquanto demanda social, está associada democratização da educação não se limita
à luta pela construção dos direitos sociais ao acesso à instituição educativa. O acesso
e humanos, consubstanciada na edificação é, certamente, a porta inicial para a
do Estado Democrático (III, 21) de Direito democratização, mas torna-se necessário,
ou Estado Social. também, garantir que todos os que
ingressam na escola tenham condições de
113- A educação pública vem sendo nela permanecer, com sucesso. Assim, a
produzida historicamente nos embates democratização da educação faz-se com
político-sociais, a partir da luta em prol da acesso e permanência de todos no
ampliação, da laicidade, da gratuidade, da processo educativo, dentro do qual o
obrigatoriedade, da universalização do sucesso escolar é reflexo da qualidade.
acesso, da gestão democrática, da Mas somente essas três características
ampliação da jornada escolar, da ainda não completam o sentido amplo da
educação de tempo integral, da garantia democratização da educação. As
de padrão de qualidade. Esses aspectos particularidades das realidades rurais
vinculam-se à criação de condições para devem ser consideradas. A
a oferta de educação pública, envolvendo democratização do acesso deve prever a
a educação básica e superior, tendo por realidade das crianças rurais que usam
base a concepção de educação de parte do seu tempo para deslocamento até
qualidade como direito social. É preciso as sedes dos municípios. Além disso, há
estender a gratuidade e a obrigatoriedade que se destacar o esvaziamento das
para todo o ensino básico e garantir a comunidades rurais e que a inserção em
dedicação exclusiva para professores/as, tempos e espaços urbanos acaba
com melhoria de condição de salário e promovendo o apagamento da cultura local.
trabalho para escolas com Jornada Como forma de viabilização, sugere-se a
Integrada; é necessário fixar, em âmbito nuclearização (III, 23), com garantia
nacional, critérios que definam claramente também de qualidade na infraestrutura, no
“padrão qualidade” para os transporte escolar, na formação
estabelecimentos de ensino (III, 22). continuada dos/as profissionais da

38
educação, equipe multiprofissional com a servidores; o ambiente escolar é acolhedor,
corresponsabilidade da família (III, 24). É agradável, educativo, eficiente e eficaz, o
urgente instituir políticas efetivas para que leva os estudantes a estudarem com
solucionar a distorção série e idade mais afinco. Assim, os pais/mães ou
(programas, projetos com apoio responsáveis buscam instituições
pedagógico) (III, 25). educativas de qualidade para as crianças
e adolescentes; os/as alunos/as e os/as
119- É importante observar, também, que estudantes permanecem na instituição
a concepção de sucesso escolar de uma porque, em geral, gostam dela e porque
proposta democrática de educação não se aprendem, já que são boas as relações
limita ao desempenho do/da aluno/a. Antes, entre eles e os professores/as, pais,
significa a garantia do direito à educação, direção e demais servidores/as; o
que implica, entre outras coisas, uma ambiente educativo é acolhedor, agradável
trajetória escolar sem interrupções, o e de qualidade. Nesses estabelecimentos,
respeito ao desenvolvimento humano, à é verificada também forte participação da
diversidade e ao conhecimento. Além comunidade escolar na gestão da escola,
disso, implica a consolidação de o que tende não só a manter, mas a
condições dignas de trabalho, formação e melhorar a qualidade da educação (III, 26).
valorização dos/as profissionais da
educação e a construção de Projeto 129- Trata-se, também, de boas
Político-Pedagógico (PPP) e Projeto de instituições, porque as condições de
Desenvolvimento Institucional (PDI) trabalho estão asseguradas, porque as
articulados com a comunidade e demandas situações de aprendizagem (envolvendo a
dos movimentos sociais. Significa, pesquisa e a extensão) são cotidianamente
também, reconhecer o peso das produzidas e, ainda, porque os estudantes
desigualdades sociais nos processos de conseguem ter uma perspectiva ampla de
acesso e permanência à educação e a formação e de sucesso quanto ao seu
necessidade da construção de políticas e futuro, destacando-se o processo de
práticas de superação desse quadro. continuidade dos estudos, a pesquisa e a
inserção profissional (III, 27).
128- Assim, os pais/mães ou responsáveis
buscam boas instituições educativas para 131- Os dados da educação brasileira
as crianças e adolescentes; os estudantes evidenciam que ainda há cerca de 14
permanecem na instituição porque, em milhões de pessoas analfabetas; as taxas
geral, gostam dela e porque aprendem, já de analfabetismo da área rural são, em
que são boas as relações entre eles e os/ média, quase três vezes maiores que as
as professores/as, pais, direção e demais da área urbana; em 2005, a taxa de

39
escolarização líquida de crianças de seis da população negra, acima de 7 anos, é
anos era de 62,9%; a taxa de frequência à analfabeta, contra 12,1% da população
escola da população de quatro a seis anos branca. (DF) Portanto, é necessário criar
era de 77,6%; em 2008 (PNAD) (III, 28), a condições para reduzir a defasagem série-
taxa de escolarização das crianças de sete idade, repetência e evasão, principalmente,
a 14 anos atingiu a quase universalização, no turno noturno (III, 29).
com atendimento de 97%; quanto maior o
nível de rendimento familiar per capita, 133- Atualmente, cerca de 74% das
maior a taxa de escolarização de crianças unidades da federação contam com pelo
de quatro a seis anos de idade; cerca de menos uma instituição federal de educação
80% das pessoas de 15 a 17 anos estudam profissional e tecnológica (Cefet). As
e apenas pouco mais de 30% dos de 18 a políticas federais e estaduais, nos últimos
24 quatro anos, sendo que, destes, 71% anos, indicam que há um processo de
ainda estavam no ensino fundamental ou expansão significativo nessa área,
médio; a defasagem idade-série continua destacando-se os cursos de educação
sendo um dos grandes problemas da tecnológica, de formação de professores/
educação básica; é baixa a média de anos as de disciplinas específicas, de nível
de estudo da população brasileira, que gira técnico e de ensino médio integrado,
em torno de seis anos de escolarização; também na modalidade Educação de
em 2005, a taxa de escolarização líquida Jovens e Adultos (EJA) (III, 30). Destaca-
no ensino médio era de 45,3%. se também a ampliação da rede federal de
educação tecnológica, sobretudo com a
131.A- Segundo o PNAD 2006, 89,3% da criação do Instituto Federal de Educação
população branca é escolarizada, enquanto Tecnológica (IFET), implementando
na população negra e parda esse índice não parcerias com Instituições privadas de
ultrapassa os 79,6%. A média de anos de Educação Profissional (III, 31), em todas as
estudo da população branca é 6,9 enquanto unidades da federação, que poderão
a população negra apresenta em média 4,7 também oferecer cursos de pós-graduação
anos de escolarização. Apesar do lato-sensu e stricto-sensu (III, 32).
crescimento nos dois grupos, a diferença de Ampliação de vagas nas Instituições
2 anos permanece inalterada desde 1990. A Federais (IFs) de acordo com a demanda
proporção de matrículas no nível de ensino de cada município, contemplando ensino
adequado à sua idade no ensino médio era profissionalizante para estudantes de EJA
de 58,4% para a população branca e de (III, 33). Faz-se necessária a continuidade
37,4% para a população negra. No que de expansão em todo o território nacional
concerne aos indicadores de analfabetismo (III, 34). Devendo, portanto, respeitar as
há um abismo entre brancos e negros: 59,4% Arranjos Produtivos Locais Rurais

40
(APLR’S) e assegurar a qualidade na restrito e não atende à demanda,
formação profissional desses alunos/as, principalmente na faixa etária de 18 a 24
com a expansão dos Ifs numa proporção anos, pois apenas 12,1% dessa população
de no mínimo 3 vezes a mais que os encontram-se matriculados em algum curso
existentes, até o ano de 2015 (III, 35). de graduação (Inep, 2007) Além disso,
Entretanto, ainda é necessário ampliar o 74,1% das matrículas estão no setor
número de instituições, para cobrir todo o privado, enquanto apenas 25,9% estão em
território nacional (III, 36). Porém, ainda não IES públicas; cerca de 68% das matrículas
existe uma política educacional igualitária do setor privado são registradas no turno
que dê condições ao/à aluno/a da rede noturno, enquanto o setor público apresenta
pública de se qualificar para concorrer com um percentual de 36%. Incrementar a
alunos/as da rede de educação privada expansão da educação superior pública
que ingressam com frequência nessas presencial (III, 40), visando à democratização
instituições (CEFET) (III, 37). do acesso e da permanência coloca-se
como imperativo às ações governamentais.
135- No que se refere à educação superior,
conforme dados recentes, observa-se que 137- Dados do Inep mostram que os
esse nível de ensino continua elitista e brancos representam 52% dos brasileiros
excludente, daí a necessidade de todas as e 72,9% na educação superior Os pardos
instituições de ensino superior públicas representam 41% da população geral e
implementarem o sistema de cotas com no 20,5% estão nas IES. Já os pretos somam
mínimo 50% das vagas, em todos os 5,6% da população geral e somente 3,6%
cursos para os estudantes da escola estão representados nesse nível de ensino
pública (III, 38). A expansão ocorrida na (Inep, 2004) Esses dados evidenciam a
última década não foi capaz de presença das desigualdades raciais e a
democratizar efetivamente esse nível de necessidade de políticas de
ensino, sobretudo se considerarmos a democratização do acesso e da
qualidade. Portanto, é necessário permanência nesse nível de ensino que
assegurar universidades públicas gratuitas, visem à sua superação. No que tange à
inclusive no período noturno, garantindo necessidade de políticas de
50% das vagas para alunos/as, que democratização do acesso e da
cursaram integralmente o ensino médio em permanência, torna-se imprescindível a
escolas públicas. Deve-se enfatizar a constituição de Núcleos de Acessibilidade
importância do ENEM para ingressar no nas Instituições de Ensino Superior a fim
ensino superior (III,39). de que os mesmos possam acompanhar
o processo de escolarização dos alunos/
136- No Brasil, pode-se afirmar que o as atendendo as suas especificidades.
acesso ao ensino superior ainda é bastante Democratização, desigualdades, acesso e

41
permanência não se combate com cotas se acompanhar de uma diminuição
por etnias (cotas raciais) e sim por cotas gradativa dos recursos para manutenção
sociais. Oportunizar pessoas de baixa e expansão das instituições federais de
renda e não somente pardos e pretos a ensino superior, particularmente das
terem (III, 41). universidades federais. Por essa razão,
ocorreu, em certa medida, um processo de
138- É fundamental ressaltar esforços intensificação da mercantilização da
despendidos na expansão da educação educação superior, tanto no setor privado
superior pública estadual e municipal, nas como no setor público. No caso das
duas últimas décadas. Tal processo universidades federais, observou-se a
expansionista verificou-se, sobretudo, nas ampliação no número de convênios e
IES estaduais, com a criação de contratos, visando ao aumento de recursos
universidades e instituições não próprios. É preciso, pois, implementar
universitárias, a criação de novos cursos patamares mais adequados de
e/ou ampliação de vagas. Recentemente, financiamento dessas instituições, para
merece destaque a ação do poder público garantir a sua manutenção e expansão,
federal para a expansão da educação como forma de desmercantilizar as
superior por meio da criação de relações de produção do trabalho
universidades e instituições federais acadêmico com o fim dos cursos de pós-
tecnológicas, bem como pela ampliação graduação pagos nas IES públicas. Que os
de vagas das Ifes via o Plano de recursos públicos sejam destinados
Reestruturação das Universidades exclusivamente às instituições públicas de
Federais (Reuni), que deve ser reavaliado ensino (III, 44).
com ampliação de vagas com qualidade
(III, 42), considerando-se que este nível de 140- O PNE, aprovado em 2001, planejava
ensino é competência constitucional da a expansão da educação superior pública,
união, há a necessidade de garantir de maneira a ampliar a oferta de ensino
mecanismos concretos e eficazes de público assegurando uma proporção nunca
repasses/compensações financeiras aos inferior a 40% do total de vagas, prevendo,
entes estaduais e municipais que ofertam inclusive, a parceria da União com os
o ensino superior público (III, 43). Estados na criação de novos
estabelecimentos de educação superior.
139- A expansão privada da educação Atingir essas metas significaria ter
superior, marcada pela diversificação e 6.882.065 estudantes nesse nível de
diferenciação institucional e a oferta de ensino, até o final da década; desses, 40%
cursos e programas, sobretudo a partir da (2.752.826) devem ser matriculados em
segunda metade da década de 1990, fez- instituições públicas o que mais do que

42
duplicaria a quantidade atual de estudantes permanência e do sucesso escolar, em
e 60% (4.129.239), nas instituições todos os níveis e modalidades de
particulares. Essa meta foi vetada à época, educação, como instrumentos na
mas é preciso que seja retomada, devendo construção da qualidade social da
ser ampliada para 60% nas IES públicas e educação como direito social, destacam-
40% nas IES privadas (III, 45), para que seja se:
atingida dentro dos próximos cinco anos, e a.a) A garantia de aporte financeiro do
assim sucessivamente aconteça de forma Governo Federal para construção, reforma,
escalonada, sendo acrescidas 20% até o ampliação e custeio com pessoal para
término do plano, atendendo os/as alunos/ ampliação da oferta de vagas em 50% até
as egressos das escolas públicas (III, 46), 2012 e a universalização até 2016,
de modo que o País possa, ao procurar especificamente às crianças da faixa etária
atingi-la, minimizar a desproporção entre o
de 0 a 3 anos de idade, em período integral,
número de estudantes matriculados nas
assegurando seu atendimento por
instituições públicas e nas instituições
profissionais com formação em nível superior
privadas
e garantia da formação continuada (III, 48).
a.b) A efetivação do sucesso escolar
141- A garantia do direito à educação e,
depende necessariamente da superação
particularmente, à educação superior
de uma visão que atribui exclusivamente ao
certamente implicará a ação permanente
indivíduo a responsabilidade pelo seu
do Estado, diante das evidências
desempenho escolar.
concretas dos limites ao crescimento do
a.c) A garantia do sucesso escolar dar-se-
número de estudantes no setor privado
impostos pela renda per capita brasileira á por meio de ações integradas que
e pela enorme desigualdade social em implicam na compreensão do fenômeno
nosso País, já que pouco mais de 10% da educativo na sua dimensão pedagógica,
população possuem cerca de 50% da institucional, relacional, cultural e social.
riqueza nacional, enquanto 50% dos mais a.d) Também é importante ampliar a oferta
pobres detêm, apenas, 10% dessa riqueza. de educação infantil pública, de forma a
O elevado percentual de vagas não atender, até 2011, a 50%, e 70%, até 2016,
preenchidas e, também, as altas taxas de a população infantil de 0 a 3 anos e 100%
inadimplência evidenciam o esgotamento da de 4 a 6 anos.
da expansão pela via do setor privado, a.e) Garantir a oferta de educação infantil
também ampliando a oferta do ensino em instituições próprias dos sistemas
superior a distancia (III, 47). públicos de ensino e extinguir o
atendimento por meio de convênio com
145- Portanto, entre as bases para a instituições particulares, sejam elas
democratização do acesso, da confessionais, filantrópicas ou comunitárias,

43
conforme os seguintes prazos: creches: em curriculares alternativas à seriação,
no máximo 4 anos pré-escola: em no conforme o previsto no Art. 23 da LDB (Lei
máximo 2 anos (III, 49). n. 9.394/96); avaliar as possibilidades e o
b) A universalização e a ampliação do sentido do trabalho da alfabetização e do
ensino fundamental para nove anos, letramento, no âmbito do ensino fundamental,
considerando-se no ensino fundamental de adequar os espaços físicos, mobiliário e
9 anos estabelecer, por meio de lei material didático-pedagógico às etapas e
específica, que o ingresso no EF só ocorra modalidades de ensino da escola,
aos 6 anos completos ou a completar até o considerando o custo-aluno/a e os
início do ano letivo (no máximo até março referenciais de qualidade para cada nível
do ano de ingresso) a possibilidade da ou etapa de educação, propiciando aulas
criança de 6 anos manter-se na rede física de reforço e apoio pedagógico, oferecidos
no contraturno do/a aluno/a, por
da educação infantil, com o mesmo
profissionais habilitados, adequando
currículo e profissional que já a atendia; uma
número de crianças para cada turma,
vez que esta é a rede que historicamente
estimulando o grupo escolar a desenvolver
considera a infância e suas necessidades
discussões sobre o currículo e sua gestão
para o atendimento escolar (III, 50),
pedagógica (III, 52).
garantindo mais tempo e oportunidades de
c) A superação da ruptura entre os anos
aprendizagem à escolarização obrigatória
iniciais e os anos finais do ensino
e gratuita no País, e, ao mesmo tempo, a
fundamental, bem como em todas as
otimização do uso da capacidade instalada
etapas da educação básica,
nos diversos sistemas de ensino. Isso inclui
compreendendo ciclos, séries e outras
favorecer a autonomia das escolas em seus formas de organização, como tempos e
múltiplos aspectos; estimular o professor e espaços interdependentes e articulados
a escola a desenvolverem discussões entre si. Assegurar os processos de
sobre o currículo e sua gestão pedagógica; transição e articulação entre todas as
investigar e analisar as lacunas entre as etapas da Educação Básica, por meio da
propostas curriculares, garantindo as garantia de espaços interdependentes e
especificidades de cada etapa do ensino articulados entre si (III, 53). Para tanto deve
fundamental de 9 anos (III, 51); promover ser implementado obrigatoriamente o
discussões, análise e proposição a ensino de outras linguagens (música,
respeito do currículo, na perspectiva das teatro, etc) com pessoal qualificado nas
diferentes linguagens e da diversidade diferentes áreas, o que seria um meio de
cultural, entre outras; avaliar os resultados se evitar a dispersão (III, 54).
de propostas alternativas, gestadas e Nesse sentido, cabe compreender a
implementadas em diferentes sistemas; construção de espaços coletivos para a
estimular a implantação de organizações formação em serviço dos/as profissionais

44
da educação como uma das tarefas da meta. Além disso, faz-se necessário
gestão democrática das escolas, que avançar para além dos progressivos graus
deverá ser viabilizada em todos os de universalização do ensino médio,
sistemas de ensino. previsto na LDB, tendo em vista a
d) A busca da ruptura do dualismo estrutural ampliação da etapa de escolarização
entre o ensino médio e a educação obrigatória no Brasil, com políticas de
profissional - característica que definiu, investimento em relação à iniciação
historicamente, uma formação voltada para científica a partir deste nível de ensino e a
a demanda do mercado de trabalho e o melhoria dos programas de estágio
mundo da produção -, objetivando a trabalhista (III, 58), entendida como uma
ampliação das oportunidades demanda da sociedade brasileira em um
educacionais, bem como a melhoria da contexto social de transformações
significativas e, ao mesmo tempo, de
qualidade de ensino para essa etapa da
construção de direitos sociais e humanos.
educação básica, inclusive na modalidade
d.a) Garantir em lei que na formação
de educação de jovens e adultos,
acadêmica todos/as os/as profissionais da
revogando-se a perspectiva de programa,
área da educação tenham
expressa no Decreto 5840/06, que cria o
obrigatoriamente na matriz curricular
PROEJA, constituindo-o como política
reflexões sobre a afetividade na
pública de Estado, garantindo-se assim a
aprendizagem, formação para atender a
permanência dessa integração entre
demanda da educação especial (III, 59).
educação de jovens e adultos e educação
e) Expandir a educação profissional de
profissional (III, 55). Neste sentido, cabe ao
qualidade, entendida na perspectiva do
ensino médio integrado articulado com a trabalho como princípio educativo (III, 60),
educação profissional (III, 56), responder às que atenda às demandas produtivas e
demandas de acesso ao ensino superior e sociais locais, regionais e nacionais, em
à inserção no mundo do trabalho, por meio consonância com o desenvolvimento
de um currículo, tempos e espaços sustentável e com a inclusão social. É
integrados, conforme a materialidade do preciso que a educação profissional no
decreto nº 5.154, de 2004 e (III, 57); País atenda de modo qualificado às
compreender o ensino na concepção de demandas crescentes por formação de
escola unitária e de escola politécnica, recursos humanos e difusão de
para garantir a efetivação do ensino médio conhecimentos científicos, e dê suporte aos
integrado, na sua perspectiva teórico- arranjos produtivos locais e regionais,
político-ideológica, conferindo materialidade contribuindo com o desenvolvimento
à proposta de integração do Decreto nº economicosocial, com atenção específica
5.154, de 2004, como alternativa inicial e para o semiárido brasileiro (III, 61).
instituição plena da escola unitária como Portanto, os diferentes formatos

45
institucionais e os diferentes cursos e realidade dos estudantes (III, 65), incluindo
programas na área devem também ter forte a formação profissional, dando aos
inserção na pesquisa e na extensão, mesmos oportunidades de estágio e
estimulando o desenvolvimento de remuneração (III, 66) inclusive àqueles em
soluções técnicas e tecnológicas e situação de privação de liberdade. Essa
estendendo seus benefícios à comunidade. política - pautada pela inclusão e qualidade
Parte desse esforço nacional deve social - prevê um processo de gestão e
concentrar-se na oferta de nível médio financiamento que assegure isonomia de
integrado ao profissional, bem como na condições da EJA em relação às demais
oferta de cursos superiores de tecnologia, etapas e modalidades da educação
bacharelados e licenciaturas promovendo básica, bem como a implantação do
parcerias entre empresas e escolas sistema integrado de monitoramento e
profissionalizantes no sentido de garantir avaliação, além de uma política de formação
estágio em empresas locais,
permanente específica para o professor que
oportunizando acesso ao mercado de
atue nessa modalidade de ensino e maior
trabalho; fazendo levantamentos periódicos
alocação do percentual de recursos para
junto às empresas para apurar as
estados e municípios. Ainda, essa
necessidades de mão-de-obra capacitada
modalidade de ensino deve ser ministrada
visando à ampliação e implantação de
por professores/as licenciados/as.
cursos profissionalizantes (III, 62).
f.a) A erradicação do analfabetismo deve
e.a) Buscar maior integração entre as
ser encarada como prioridade nacional, e
redes de ensino-universidades, escolas
para tanto devem ser asseguradas
técnicas federais, estaduais, sistemas,
condições, especialmente financeiras,
escolas sindicais e organizações do
para as concretudes, em prazo a ser
terceiro setor num sistema público de
qualificação e requalificação profissional, estabelecido no próximo Plano Nacional
visando melhor aproveitamento dos de Educação. Além da alfabetização, é
recursos materiais (III, 63). necessário garantir oferta e condições de
f) A consolidação de uma política de continuidade de escolaridade no sistema
educação de jovens e adultos (EJA), público de ensino para jovens e adultos
garantindo-se o fim de programas como (III, 67).
PROJOVEM, Brasil Alfabetização, f.b) Aumentar a idade limite para o ingresso
PROEJA (III, 64), concretizada na garantia na EJA noturno em 18 anos para o ensino
de formação integral, de alfabetização e fundamental e 21 anos para o ensino médio,
das demais etapas de escolarização, ao garantindo o acesso ao ensino regular
longo da vida, com material didático noturno para os/as alunos/as não
específico para EJA procurando atender a beneficiados/as acima (III, 68).

46
f.c) Suprimir a realização do Exame meio de estrutura física, recursos materiais
Nacional de Certificação de Competências e humanos e apoio à formação, com
na Educação de Jovens e Adultos qualidade social, de gestores/as e
(ENCCEJA), uma vez que não atende às educadores/as nas escolas públicas. Isso
especificidades dessa modalidade de deve ter como princípio a garantia do direito
ensino no Brasil (III, 69). à igualdade e à diversidade étnico-racial,
f.d) Oportunizar a ampliação da educação de gênero, de idade, de orientação sexual
de jovens e adultos de qualidade para e religiosa, bem como a garantia de
todos os que precisam (mais polos e direitos aos/às alunos/as com deficiência,
divulgação), garantido o Pró-Jovem. transtornos globais do desenvolvimento e
Implementação da Política de Educação altas habilidades/superdotação. Para isso,
voltada aos jovens filhos de agricultores propõe-se a disseminação de política
para que possam permanecer no campo, direcionada à transformação dos sistemas
buscando o aprimoramento do educacionais em sistemas inclusivos (III,
conhecimento e, dessa forma, da qualidade 73), que contemplem a diversidade com
de vida (III, 70). vistas à igualdade (III, 74).
f.e) Estimular a implantação de cursos g.a) Implantar salas de SAEDE (Serviço de
profissionalizantes para jovens e adultos Atendimento Educacional Especializado)
com qualquer nível de escolaridade no mistas nas escolas de ensino regular
próprio município, a partir dos 15 anos (estaduais e municipais), com profissionais
(III, 71). qualificados/as e respeitando as
f.g) Implementar políticas públicas que especificidades de cada deficiência, a fim
promovam a integração da EJA com de facilitar o acesso para atendimento
setores da saúde, do trabalho, meio especializado conforme demanda (III, 75).
ambiente, cultura e lazer entre outros na g.b) Estatização das escolas de educação
perspectiva da formação integral dos infantil e educação especial conveniadas,
cidadãos (III, 72). incorporando-as à rede pública de ensino
g) A implementação efetiva de uma política (III, 76).
educacional como garantia da h) A garantia de uso qualificado das
transversalidade da educação especial, tecnologias e conteúdos multimidiáticos na
seja na operacionalização desse educação implica ressaltar o importante
atendimento escolar, seja na formação papel da escola como ambiente de
docente. Para isso, propõe-se a inclusão digital, custeada pelo poder
disseminação de política direcionada à público, na formação, manutenção e
transformação dos sistemas educacionais funcionamento de laboratórios de
em sistemas inclusivos, que contemplem a informática, bem como na qualificação dos/
diversidade com vistas à igualdade, por as profissionais, para uso pedagógico das

47
Tecnologias de Informação e Comunicação de garantir o conhecimento a todos e se
(TICs) (III, 77). Numa sociedade ancorada consubstanciar no projeto político-
na circulação democrática de informações, pedagógico ou PDI da instituição. Isso pode
conhecimentos e saberes, por meio de ser feito por meio de discussão dos aportes
tecnologias de comunicação e informação, teórico-práticos e epistemológicos da inter
oferecendo gratuitamente o acesso à e da transdisciplinariedade, inclusive dos
internet móvel de banda larga para todos/ parâmetros curriculares nacionais
as os/as profissionais e alunos/as de aproximando as demandas locais e
educação da rede pública, ampliando o regionais (III, 82), reconhecendo nos
número de computadores nos laboratórios conselhos e órgãos equivalentes -
das escolas (III, 78), propõe-se a democráticos e participativos - instâncias
disseminação do seu uso para todos os legítimas e fundamentais nesse processo.
atores envolvidos no processo educativo, j) O estímulo e apoio à formação de leitores
com ênfase nos/as professores/as e e de mediadores, na educação básica,
alunos/as, sendo necessária uma política como sistemáticas a serem
de formação continuada para o uso das implementadas e desenvolvidas pelos
tecnologias pelos/as educadores/as. sistemas de ensino e escolas, realizando
Estímulo ao software livre (III, 79). a renovação, manutenção das bibliotecas
h.a) Oferecer Tecnologia Qualificada, escolares, públicas e comunitárias e salas
incentivando e instrumentalizando o de leitura (III, 83) com equipamentos,
docente para a utilização das Tecnologias espaços, acervos bibliográficos
da Informação e Comunicação (TICs) no diversificados (III, 84), inclusive nas escolas
desenvolvimento de sua prática do campo (III, 85), e o barateamento do
pedagógica. Garantir materiais e preço do livro através da ANL (Associação
equipamentos adequados, com Nacional do Livro) (III, 86) como condição
manutenção permanente, para todos os para a melhoria do processo ensino-
níveis da escolarização (III, 80). aprendizagem dos atores envolvidos, bem
i) Uma concepção ampla de currículo, como investir em bibliotecas públicas nos
incluindo-se também nesse processo a bairros e bibliotecário com nível superior
EJA e a Educação no Campo (III, 81), que possibilite acesso em período noturno
implica o redimensionamento das formas e finais de semana (III, 87).
de organização e de gestão do tempo e k) O reconhecimento das práticas culturais
espaço pedagógicos. Além disso, deve ser e sociais dos estudantes e da comunidade
objeto de discussão pelos sistemas de local como ponto de partida do processo
ensino e unidades educativas, de modo a formativo escolar (III, 88), entendendo-as
humanizar e assegurar um processo de como dimensões formadoras, que se
ensino-aprendizagem significativo, capaz articulam com a educação e que deverão

48
ser consideradas na elaboração dos atendimento/inclusão de todos no processo
projetos político-pedagógicos/PDI, na educacional no ensino ‘regular’ (educação
organização e gestão dos currículos, nas infantil, ensino fundamental e médio). Por
instâncias de participação das escolas e isso, o acesso à escola - porta inicial da
na produção cotidiana do trabalho escolar. democratização da educação - necessita
k.a) Criar espaços para que se possam ser ampliado em duas dimensões:
desenvolver atividades diferenciadas (1) Em termos de número de vagas nas
(teatro, dança, música, laboratório) (III, 89). escolas públicas, para atendimento de
k.b) Possibilitar espaços para a troca entre toda demanda educacional -
alunos/as, professores/as, pais, gestores/ universalização da educação básica
as, comunidade escolar, para estudos/ garantindo sua oferta na zona rural,
busca do conhecimento (III, 90). atendendo à demanda e às
necessidades da comunidade, evitando
l) A garantia e o reconhecimento do direito
o êxodo rural (III, 92).
às formas alternativas de gestão,
m.a) Implementar o entorno das unidades
guardadas as orientações comuns do
escolares com espaços de área verde,
Sistema Nacional de Educação a ser
área para lazer, circulação e esporte (III, 93).
configurado, de acordo com as
m.b) Implantar políticas educacionais para
necessidades de grupos culturais e sociais
formação continuada no âmbito da inclusão
específicos - do campo, indígenas, de
digital, laboratório de ciências, de
remanescentes de quilombos e o processo
matemática, de artes (III, 94).
educativo desenvolvido junto às pessoas
q) A ampliação da gratuidade e a
privadas de sua liberdade, entre outros,
fiscalização que garanta o interesse social
garantindo que as formas alternativas de (III, 95), em cursos e programas de
gestão tenham como princípio práticas educação profissional, oferecidos pelo
democráticas na implementação de sistema ‘s’, bem como do número de vagas
políticas públicas, visando à articulação dos em cursos técnicos de formação inicial e
planos e projetos educacionais, bem como continuada, destinadas a alunos/as e
atendendo às necessidades da realidade trabalhadores/as de baixa renda,
educacional (III, 91). empregados/as e desempregados/as.
m) A formulação, implementação e Tornou-se imperativo no processo de
acompanhamento de política pública e de inserção social, a criação de maiores
projeto político-pedagógico para a oportunidades educacionais e de
expansão da escola de tempo integral. Tal desenvolvimento econômico-social no
assertiva sustenta-se, primeiro, no País. Nessa direção, é preciso consolidar
entendimento de que a educação básica o que prevê os Decretos n. 6.632/2008, n.
de qualidade, analisada sob o prisma 6.633/2008, n.6.635/2008 e n.6.637/2008,
social, precisa oferecer condições de no tocante à oferta de cursos gratuitos e

49
seu crescimento gradual até 2014, e o valor diurno e de tempo integral, sendo estes
total aplicado pelas entidades em vagas últimos, normalmente, os mais elitizados
gratuitas (III, 96), havendo transparência na nas instituições. O acesso à educação
utilização desse valor (III, 97). Tais cursos e superior e a permanência nela desses
programas, com carga horária apropriada, seguimentos, implicam políticas públicas
devem atender, em especial, os jovens que de inclusão social dos/das estudantes
não têm acesso à universidade, de modo trabalhadores/as, plano nacional de
a elevar sua qualificação profissional. assistência estudantil para estudantes de
Como prevê o Decreto, é preciso baixa renda, a exemplo das bolsas
assegurar que o valor total aplicado pelas permanência e do apoio financeiro para o
entidades em vagas gratuitas alcance R$ transporte, residência, saúde e acesso a
4,8 bilhões até 2014. É fundamental, ainda, livros e mídia em geral. Implicam, também,
garantir que os recursos não utilizados
a implementação e efetivação de políticas
diretamente nos cursos de formação
de ações afirmativas voltadas para o
profissional sejam aplicados em educação
acesso e permanência de grupos sociais
ou em ações educativas, envolvendo lazer,
e étnico-raciais com histórico de exclusão
cultura e esporte, além da educação básica
e discriminação nas instituições de ensino
e continuada, oferecendo garantia de
superior brasileiras, definindo critérios mais
formação permanente e gratuita para o
rígidos e acompanhamento do processo de
professor na área em que atua,
escolha das bolsas de estudo nas
disponibilizando ferramentas, recursos e
instituições filantrópicas (III, 99). Portanto,
orientação adequados para melhor atender
a cobertura de diferentes segmentos da
ao corpo discente (III, 98).
população requer modelos educativos,
r) Reconhecer a educação superior como
bem público social e um direito humano curriculares e institucionais adequados às
universal e, portanto, como dever do diversidades cultural e social brasileira.
Estado. A perspectiva de expansão e Quando não houver a disponibilidade de
universalização com equidade, qualidade, gratuidade, políticas de viabilização de
pertinência e compromisso com a parcerias devem ser implantadas de modo
sociedade deve ser uma meta para as temporário para a supressão dessa
políticas na área, considerando as bases demanda (III, 100)
para a garantia de autonomia das IES, em t) Descentralização das universidades
conformidade com a legislação em vigor. estaduais e federais (III, 101).
Portanto, não se pode descurar da u) Que o MEC proponha um novo marco
necessidade de democratizar o acesso regulatório para as universidades
dos segmentos menos favorecidos da comunitárias, assegurando que essas
sociedade aos cursos no período noturno, instituições tenham um regime de plena

50
transparência de todas as suas atividades; v) Extinção das salas multisseriadas,
controle público de seus processos e criando escolas-polos para atender a
resultados e da democracia e participação, clientela da zona rural (III, 103).
de toda a comunidade acadêmica, no
processo de escolha de seus dirigentes e 145.A - Garantir que jovens que residem
nos órgãos colegiados de direção. As no interior do Estado tenham acesso ao
universidades que se enquadrarem neste ensino superior, em cursos de
novo marco regulatório terão acesso à bacharelado, nas áreas de demanda do
partilha dos recursos públicos destinados ao mercado atual, considerando as
ensino superior, principalmente na formação peculiaridades socioeconômicas da
de professores/as e programa de projetos região, de forma que as universidades
de pesquisa e extensão comunitária e aumentem a oferta de cursos nos polos já
recursos para formação acadêmica (III, 102). existentes (III, 104).

51
EIXO IV - FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS/DAS
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

149- Sob outro ângulo de análise, ancorado fundamental a institucionalização de uma


na necessidade política de delimitar o Política Nacional de Formação e
sentido da profissionalização de todos/as Valorização dos/das Profissionais da
aqueles/as que atuam na educação, surge Educação. Essa política deve articular, de
o termo profissionais da educação, que forma orgânica, as ações das instituições
são, em última instância, trabalhadores/ formadoras, dos sistemas de ensino e do
as da educação, mas que não MEC, com estratégias que garantam
obrigatoriamente se sustentam na políticas específicas consistentes,
perspectiva teórica de classes sociais coerentes e contínuas de formação inicial
(IV, 17). Dessa forma, a considerar que e continuada, conjugadas à valorização
primeiro todos/as os/as agentes que profissional efetiva de todos/as os/as que
integram os quadros das estruturas atuam na educação, por meio de salários
educacionais são, como trabalhadores/as, dignos, condições de trabalho e carreira.
parte de uma categoria teórica que retrata Acrescente-se a esse grupo de ações, que
uma classe social; segundo, o termo garantem a valorização desses/dessas
“profissionais” não se sustenta na profissionais, o acesso exclusivamente (IV,
perspectiva teórica de classes sociais e, 19) via concurso público e na seleção
portanto, pulveriza o conteúdo intrínseco pública para aqueles do setor privado, a
que define a identidade social dos/as garantia desse padrão de qualidade só
agentes educacionais, o presente será alcançada com o tratamento igualitário
documento usará o termo “trabalhadores/ a todos os/as profissionais que atuam na
as da educação de modo a explicitar, de educação (IV, 20).
forma inequívoca, a característica essencial
e constitutiva da categoria (IV, 18). 155- A formação dos/das profissionais da
educação deve ser entendida na
152- Considerando a legislação vigente, as perspectiva social e consolidada como
necessidades das instituições e sistemas política pública, tratada como direito e
de ensino e, ainda, a garantia de um padrão superando o estágio das iniciativas
de qualidade na formação dos/das que individuais para aperfeiçoamento próprio,
atuam na educação básica e superior, é com oferta de cursos de graduação,

52
especialização/aperfeiçoamento ou verifica-se que ela vem ocorrendo
extensão aos/às profissionais da educação basicamente em cinco formatos
pública em Universidades também institucionais:
públicas (IV, 21). Essa política deve ter como e) nos centros federais de educação
componentes, juntamente com a carreira (a tecnológica (Cefet) ou instituições federais
jornada de trabalho e a remuneração), outros de educação, ciência e tecnologia (Ifet),
elementos indispensáveis à valorização que podem ofertar os atuais cursos de
profissional. Deve ser pensada como licenciatura, além de licenciaturas
processo, inicial e continuado, como direito específicas para a educação profissional.
dos/das profissionais da educação e dever Nesse caso, ao final do curso de formação
do Estado. do profissional de educação: o/a professor/
a deve ser submetido/a a um exame de
158- Assim constituída, a formação de certificação para que possa exercer sua
profissionais da educação básica e profissão (IV, 31).
superior necessita ser estabelecida por
meio de uma política nacional elaborada 162- Nesse contexto mais amplo, uma
com planos específicos, como a construção política nacional de formação e valorização
de um Referencial Curricular Nacional para dos profissionais do magistério, pautada
Formação Continuada de Profissionais da pela concepção de educação como
Educação (IV, 22) em fóruns, municipal, processo construtivo e permanente,
estadual e nacional (IV, 23) democraticamente implica:
constituídos para tal fim, e com definição c) Favorecimento da construção do
de financiamento definido (IV, 24), conhecimento pelos/pelas profissionais da
imediatamente após a aprovação do educação, valorizando sua vivência
PNE (IV, 25), com a ampliação de investigativa e o aperfeiçoamento da
representantes da sociedade civil prática educativa, mediante a participação
organizada na composição desses fóruns em projetos de pesquisa e extensão
(IV, 26), com representação paritária (IV, desenvolvidos nas IES e em grupos de
27) elaborando dessa forma a lei da estudos na educação básica, garantindo o
responsabilidade da educação nacional (IV, tempo de estudo dentro da carga horária
28), em um prazo máximo de cinco anos a do profissional (IV, 32), por meio da
partir da efetivação deste documento (IV, viabilização de programas de fomento à
29). Estabelecer uma periodicidade para pesquisa voltados à educação básica (IV,
que os fóruns ocorram regularmente (IV, 30). 33), inclusive, aos/às profissionais que têm
dupla jornada, assegurando-lhes um tempo
159- Analisando a formação de específico para estudos, reflexões e
professores no Brasil, no contexto atual, planejamentos. Que nas localidades onde

53
existem instituições (IES), as pesquisas e stricto sensu e a formação no campo de
projetos acadêmicos/pedagógicos conhecimentos específicos, e a
estabeleçam condições efetivas para reestruturação curricular por parte do MEC
garantir a formação contínua de dos cursos de formação superior (IV, 39).
professores, bem como através de
investimentos do Estado em todas as 167- Uma demanda inicial, concernente às
esferas, em material de apoio-pedagógico propostas que estão sendo implantadas,
de qualidade às escolas de todos os níveis, especificamente, para a formação de
facilitando ao/à profissional da educação docentes para a educação básica é a de
o acesso às fontes de pesquisa (IV, 34). reestruturar o currículo das instituições
Nesse caso, as IES estariam obrigadas a públicas e privadas, possibilitando a
destinar um percentual de no mínimo 10%, formação inicial e continuada dos/das
para a efetivação dessa proposta, não educadores/as, tanto para o atendimento
implicando em ônus para o/a profissional aos/às educandos/as dos anos iniciais, como
da educação (IV, 35). Faz-se necessária a para os anos finais do ensino fundamental e
criação de dedicação exclusiva, por meio do ensino médio, conforme as matrizes
da formulação de um plano que garanta curriculares, resguardando uma base comum
paulatinamente, no mínimo, um terço de nacional respeitando e garantindo as
horas-atividades até 2015, gradativamente, diversidades regionais (IV, 40).
até atingir 50% (IV, 36).
d) Garantia de implementação de 168- No tocante ao financiamento dessa
processos que visem à consolidação da política, é importante garantir investimentos
identidade dos professores, com a criação a obrigatoriedade do financiamento pelo
de um conselho que regulamente e fiscalize poder público (IV, 41) para a formação inicial
o exercício da atividade docente (IV, 37). e continuada, assegurando (IV, 42) na
l) Garantia de licença automática e graduação e pós-graduação lato sensu e
remunerada aos/às profissionais do stricto sensu , para todos os/as
magistério ao ingressarem em programas profissionais da educação. Inclusive que
de mestrado e doutorado (IV, 38). seja garantida a redução em 50% da
jornada de trabalho para os/as
163- Essa perspectiva ampla de formação trabalhadores/as em educação que
e profissionalização docente, seja inicial ou estejam cursando especialização, e
continuada, deve romper com a concepção liberação de 100% da jornada de trabalho
de formação, reduzida ao manejo para os/as trabalhadores/as que estejam
adequado dos recursos e técnicas fazendo mestrado e doutorado, em ambos
pedagógicas. Para isso, é mister superar os casos com a manutenção integral dos
a dicotomia entre a formação pedagógica salários (IV, 43). É necessário ainda

54
garantir a responsabilidade da União no modalidade de EAD para os/as
financiamento dessas políticas assim como profissionais da educação em exercício,
as condições, como ajuda de custo, para onde não existam cursos presenciais, cuja
profissionais que residem em bairros/ oferta deve ser desenvolvida sob rígida
Municípios afastados do Município-sede, regulamentação, acompanhamento e
para que possam participar da formação avaliação. Assim, a formação inicial pode,
continuada (IV, 44). de forma excepcional, ocorrer na
modalidade de EAD para os/as
168 A- No tocante ao financiamento dessa profissionais da educação em exercício,
política, deve-se (IV, 45) é dever (IV, 46), é onde não existam cursos presenciais, cuja
importante (IV, 47) garantir, a oferta deve ser desenvolvida sob rígida
obrigatoriedade (IV, 48) de financiamento regulamentação, acompanhamento e
(IV, 49). avaliação (IV, 51). Quanto à formação
continuada dos/as profissionais da
169- Uma política nacional de formação e educação, em exercício, pode de forma
valorização de profissionais em educação excepcional, ocorrer na modalidade de
deverá traçar, além de diretrizes para a EAD, onde não existam cursos presenciais,
formação inicial e continuada de cuja oferta deve ser desenvolvida (IV, 52).
professores/as e funcionários/as, as E que os conselhos estaduais e municipais
condições (se presencial ou a distância) em participem do processo, inclusive
que cada modalidade será desenvolvida. garantindo aos mesmos as condições para
Assim como criar centros de referência em o acompanhamento (IV, 53).
cada município, com bibliotecas e
laboratórios de informática para o 171- A legislação vigente sobre EAD
atendimento dessa formação (IV, 50). estabelece que o “poder público incentivará
o desenvolvimento e a veiculação de
170- Parece adequado pensar que toda a programas de ensino a distância, em todos
formação inicial deverá preferencialmente os níveis e modalidades de ensino, e de
se dar de forma presencial, inclusive educação continuada” (LDB). Ao assim se
aquelas destinadas aos/às professores/as colocar, referenda, a articulação do ensino
leigos/as que atuam nos anos finais do a distância à formação continuada (IV, 54).
ensino fundamental e no ensino médio, A articulação entre MEC e os sistemas de
quanto aos/às professores/as de educação ensino envolvendo as universidades no
infantil e anos iniciais do fundamental em contexto da implantação de um Sistema
exercício, possuidores/as de formação em Nacional de Educação deve visar às
nível médio. Assim, a formação inicial pode, políticas públicas de ampliação e
de forma excepcional, ocorrer na interiorização da oferta do ensino superior

55
presencial, gratuito de qualidade, com o políticas públicas de ampliação e
objetivo de democratizar o acesso a novos interiorização da oferta do ensino superior
espaços e ações de formação, gratuito e de qualidade, inclusive no que se
proporcionando flexibilidade na refere à normatização da EAD com
organização e desenvolvimento dos qualidade social. Não é demais lembrar a
estudos, com conhecimento de novas existência de centenas de cursos de EAD,
tecnologias da informação e comunicação em instituições que os oferecem, nos mais
sem abrir mão da interação presencial entre diversos polos pelo interior dos Estados, e
alunos/as e professores/as, buscando também nas capitais, grande parte deles
fortalecer a autonomia intelectual. Porém sem acompanhamento pedagógico devido,
essa articulação é bastante restritiva em sem aprovação do MEC visando apenas
relação à possibilidade de oferta de cursos, ao lucro destas entidades e a distribuição
sem se debruçar sobre a questão da falta de diplomas em curto prazo, sem
de oferta pública de cursos de outras áreas compromisso com a formação de
do conhecimento. A legislação precisa ser qualidade dos estudantes. A articulação
reformada no sentido de incentivar as entre o MEC e os sistemas de ensino,
instituições públicas a ofertar cursos na envolvendo as universidades no contexto
modalidade EAD, pois há um consenso de da implantação de um sistema nacional de
que a modalidade EAD poderá ocorrer na educação, deve visar às políticas publicas
formação continuada ou de pós-graduação de ampliação e interiorização da oferta do
para os/as profissionais de educação, não ensino superior gratuito e de qualidade,
se admitindo tal modalidade na formação priorizando o ensino presencial e, também,
inicial (graduação) considerando a acompanhando os cursos de EAD, de
especificidade regional e casos maneira que esses, quando necessários,
excepcionais (IV, 55). sejam implantados com qualidade social
(IV, 56).
173- Não é demais lembrar a existência de
centenas de cursos de EAD em instituições 175- A adoção das modalidades de
que os oferecem, nos mais diversos polos formação, presencial ou por meio do EAD,
pelo interior dos estados, criando uma deve ter por direção pedagógica a busca
condição de formação sobre a qual se de uma qualidade socialmente
requer uma política sistemática de referenciada. Desse modo, entende-se que
acompanhamento e avaliação. A o papel do/a professor/a é crucial para o
articulação entre o MEC e os sistemas de bom andamento dos cursos, razão pela
ensino, envolvendo as universidades no qual a dinâmica pedagógica deve enfatizar
contexto da implantação de um sistema a ação docente em todos os momentos do
nacional de educação, deve visar às processo formativo, optando pela

56
garantindo a (IV, 57) manutenção do/ formação, seja nas escolas Formadoras (IV,
a professor/a na implantação, 61), IES públicas ou nas IES comunitárias
acompanhamento, monitoramento e (IV, 62) privadas. No entanto, há de se
avaliação das ações de formação, prever a ampliação de vagas com a
referenciada por instituições federais (IV, 58). manutenção da qualidade (IV, 63) e de
responsabilidade das instituições públicas,
176- Não se trata tão somente de adoção quer as formadoras, quer as unidades de
da nomenclatura, mas fundamentalmente atuação profissional (IV, 64) as receptoras
da defesa da centralidade do papel do/a de docentes (IV, 65), no sentido de
professor/a, em substituição ao/à tutor/a, caracterizar um sistema próprio que possa,
nos processos formativos presenciais e a de um lado, garantir a devida articulação
distância. Tal compreensão retrata o papel entre esses entes e, de outro, propiciar
alguns incentivos e fomentos próprios para
do EAD sob a ótica da formação de
a educação pública. Assim, articulado ao
qualidade social, que não prescinde do
SNE deverá (IV, 66) definir uma política de
acompanhamento docente efetivo e de
estado para (IV, 67) estruturar um
momentos presenciais de aprendizagem
subsistema de (IV, 68) a formação e
coletiva. É necessário fazer a defesa da
valorização, para responder às demandas
centralidade do papel do/a professor/a, em
pela formação de docentes com alta
substituição ao/à tutor/a, nos processos
qualificação e em número suficiente, na
formativos presenciais e a distância. Tal
dimensão de uma educação que se
compreensão retrata o papel da EAD sob
configura como direito da cidadania.
a ótica da formação de qualidade social,
que não prescinde do acompanhamento 180- Pode-se afirmar, com base nos dados
docente efetivo e de momentos do censo da educação superior, que a
presenciais de aprendizagem coletiva. maior parte dos/das professores/as no
Nesse sentido, deve-se garantir e Brasil é, pois, formada em instituições não-
regulamentar uma proporção adequada de universitárias e em cursos ofertados no
alunos/as por professor/a, por carga horária período noturno (Inep, 2007). Portanto, é
remunerada, para garantir o preciso, de um lado, avaliar a qualidade
acompanhamento individualizado (IV, 59). dessa formação e o seu impacto na prática
docente, ou melhor, na melhoria do
178- Os princípios que estruturam a desempenho dos professores e, de outro,
formação de professores da educação ampliar e fortalecer a formação nas
básica e da educação superior e de todos instituições públicas de ensino. Destaca-
os/as trabalhadores/as em educação (IV, se, ainda, necessidade obrigatoriedade (IV,
60) devem ser os mesmos, 69) imediata (IV, 70) de realização de
independentemente do locus dessa concursos públicos para todos os/as

57
profissionais da educação (IV, 71), nos pesquisas em educação e no ensino.
sistemas de ensino que ainda convivem Contudo, urge que recebam efetivo aporte
com elevado número de professores com de concursos públicos, a fim de viabilizar a
contratos precários. formação de professores, principalmente
para atender à expansão de vagas nos
182- Verificam-se, em geral: cursos de licenciatura. Criar mecanismos
b) uma separação bastante evidente entre de fortalecimento do papel das instituições
formação acadêmica (teoria) e realidade de ensino, especialmente, as universidades
prática e entre disciplinas de conteúdo públicas nos processos de formação inicial
pedagógico e disciplinas de conteúdo e continuada de professores, e reconstruir
específico; a defesa equivocada de que a a organização e a estrutura dos cursos de
formação teórica é excessiva e acontece licenciatura garantindo a superação do
em detrimento da realidade prática, ensino compartimentado, contemplando a
caminhando na direção contrária de uma formação humanística (IV, 75).
proposta de formação que integre teoria e h) Multiplicar a oferta de cursos presenciais
de formação inicial por meio da ampliação
prática e que tem na teoria a essência das
de campi avançados das IES públicas e/
possibilidades do repensar das práticas
ou nas IES comunitárias, primando pelos
(IV, 72).
padrões de qualidade (IV, 76).
i)Fortalecer as licenciaturas presenciais
183- Dado este quadro que instiga a
para a formação inicial dos profissionais
construção de medidas fortes e eficientes
do magistério e garantir que os cursos de
no processo de formação docente,
formação realizados pelos/as professores/
algumas propostas e demandas estruturais
as e demais profissionais da educação
altamente pertinentes se apresentam, no
sejam pré-requisitos para a valorização
sentido de garantir as condições
profissional, materializados em promoção
necessárias para o delineamento desse
funcional automática, devendo constar no
sistema público: plano de cargos, carreira e remuneração
c) Estabelecer regime de colaboração (IV, 77).
colaboração (IV, 73) cooperação (IV, 74), a) Assegurar a articulação entre prática e
entre a União, Estados, DF e Municípios, teoria, incluindo ambiente virtual e
no sentido de articular as ações previstas multimídia (IV, 78).
e definir responsabilidades. b) Assegurar o cumprimento do piso
d) Definir o papel das instituições de salarial profissional nacional com plano de
ensino, especialmente as universidades carreira no setor público (IV, 79).
públicas, considerando que, c) Garantir o ingresso de professores com
historicamente, elas se ocupam das formação em nível médio (curso normal) em

58
locais onde não haja número suficiente curso normal de nível médio integrado
de professores para o atendimento do como formação inicial do/a professor/a
Ensino Fundamental de 09 anos, anos para atuação na educação infantil e no
iniciais (IV, 80). Ensino Fundamental de 09 anos, anos
d) Assegurar a oferta do Curso Normal de iniciais (IV, 93)
nível médio, restrita a locais/regiões onde m) Ampliar e democratizar a distribuição
não exista oferta suficiente de formação em de bolsas para professores/as da rede
nível superior, por 10 anos (IV, 81). pública em nível de mestrado e doutorado,
e) Garantir o Plano de Carreira e jornada garantindo a licença remunerada durante
ampliada para elevar a formação o período em que estiverem cursando, sem
continuada de professores de nível médio prejuízo funcional e com o estabelecimento
dos profissionais da rede pública e privada de critérios contidos no plano de cargos,
para formação superior em universidades carreiras e salários, com parceria entre os
entes federativos, e criar bolsas de estudo
públicas (IV, 82).
para os profissionais de educação em nível
j) Estabelecer o (IV, 83) um (IV, 84) prazo de
de especialização e capacitação, no tocante
quatro anos a partir de 2010 (IV, 85), para
ao/à professor/a, que à esteja em efetiva
extinguir o curso normal de nível médio
prática docente em sala de aula (IV, 94).
(Magistério) (IV, 86), no País, para que ele
r) Ofertar cursos de formação inicial e
deixe de ser considerado como formação
continuada aos profissionais em educação
inicial do/a professor/a, garantindo a
do campo admitindo-se em caráter
formação (IV, 87) em nível superior (IV, 88),
emergencial a alternativa da educação a
pública e de qualidade (IV, 89), aos/às
distância que ultrapasse a especialização
profissionais ativos/as no magistério (IV, 90).
por disciplinas, buscando uma lógica que
j.a) Estabelecer um prazo para extinguir o se aproxime dos campos constituídos dos
curso normal de nível médio no País, para saberes, oportunizando o diálogo entre as
que ele deixe de ser considerado como áreas (IV, 95).
formação inicial do/a professor/a, bem s) Consolidar a formação superior para os/
como definir o patamar básico de as professores/as indígenas, ciganos (IV,
remuneração (IV, 91). 96), quilombolas (IV, 97), populações
j.b) Garantir itinerário formativo permanente tradicionais (IV, 98) e demais etnias (IV, 99),
em curso normal de nível médio ou bem como ofertar para os/as já formados/
licenciaturas para os/as professores/as; as o programa de educação continuada,
para os demais profissionais da educação, voltado para essa especificidade de
formação inicial em cursos médios e educação.
superiores com caráter pedagógico, de u) Implementar cursos de formação
acordo com as respectivas funções (IV, 92). continuada e inserir na formação inicial
j.c) Garantir políticas de valorização do conteúdos específicos de educação das

59
relações étnico-raciais e de ensino de específicos para os professores/as das
história e cultura afro-brasileira e africana comunidades indígenas, quilombolas,
(IV, 100). Implementar programas de ribeirinhas, do campo e da floresta,
formação inicial e continuada que assegurando atividades voltadas para a
contemplem a discussão sobre gênero e prática de ações relacionadas aos valores
diversidade étnico-racial, de orientação culturais desses povos; cursos de
sexual e geracional, pessoas com sociolinguística, antropologia e de história
deficiências, com transtornos globais do local aos/às professores/as indígenas e
desenvolvimento, altas habilidades, não indígenas, referenciados na
superdotação e transtornos funcionais diversidade cultural das regiões e
especiais, com destaque para as lutas alicerçados no Projeto Político-
contra as variadas formas de discriminação Pedagógico do Campo; a formação
bilíngue, multibilingue para docentes e
sexual, racial e para a superação da
discentes, priorizando as etnias regionais,
violência contra a mulher e violências
incluindo Libras e Braille (IV, 103).
paralelas que influem negativamente no
y) Implementar o ano sabático, tempo
processo ensino-aprendizagem (IV, 101).
necessário para o professor dedicar-se ao
w) Licença, sem prejuízo de remuneração,
seu aperfeiçoamento profissional. Esse ano
para mandato classista dos/das
deve ser considerado de licença-
trabalhadores em educação dos estados,
remunerada e deve acontecer a cada 7
municípios e o Distrito Federal (IV, 102).
anos, sendo autorizado apenas mediante
x) Perspectiva de formação multicultural,
um plano de estudo (IV, 104).
considerando as especificidades
z) Incluir, na formação de profissionais da
históricas, sociais e culturais dos sujeitos, educação, o período de “residência” como
para construção de uma prática educativa critério para conclusão de curso e diploma
pautada no respeito e valorização das de licenciado/a (IV, 105).
diferenças culturais que permeiam o
cotidiano do campo, admitindo-se, em 185- Quanto às instituições de ensino dos
caráter emergencial, a alternativa da sistemas municipais, estaduais e distrital,
educação a distância que ultrapasse a sua corresponsabilidade está em promover,
especialização por disciplinas, buscando facilitar e assegurar o acesso aos meios
uma lógica que aproxime dos campos de formação inicial e continuada, por meio
constituídos dos saberes, oportunizando o de medidas como:
diálogo entre as áreas, e ainda a e) Implementar políticas para que as
implementação de cursos de formação instituições da educação básica sejam
continuada para os/as profissionais que campo de estágio obrigatório para a
atuam na modalidade de Jovens e Adultos; formação inicial dos licenciandos/as, quer
a implantação de programas de formação seja na rede particular ou pública (IV, 106).

60
191- Destacam-se alguns encaminhamen- vigorar a partir de 2009. Além disso, a Lei
tos fundamentais para a efetivação da for- deliberou sobre outro aspecto que também
mação e profissionalização dos demais interfere positivamente na qualidade da
profissionais da educação: educação: melhores condições de trabalho.
Agora, cada professor/a poderá destinar
b) Ampliar o curso técnico de nível médio
1/3 de seu tempo de trabalho ao
de formação para os funcionários da
desenvolvimento das demais atividades
educação básica, nas redes estadual e
docentes, tais como: reuniões
municipal, bem como garantir a criação de pedagógicas na escola; atualização e
cursos de graduação que proporcionem a aperfeiçoamento; atividades de
continuidade da profissionalização em nível planejamento e de avaliação; além da
superior, por meio de acordos proposição e avaliação de trabalhos
institucionais, na modalidade presencial, propostos aos estudantes, com a carga
semipresencial e EAD, para o pessoal de horária máxima de 30h semanais de
apoio e para os profissionais de serviços trabalho, com, no mínimo, um terço de
gerais das instituições de ensino, atividades extraclasse e piso salarial de
R$1.800,00, atribuindo duas vezes o valor
garantindo a atualização e consolidação de
do piso salarial para professores com
sua identidade e visando à melhoria do seu
dedicação exclusiva (IV, 109). Um passo
desempenho (IV, 107).
na conquista dos direitos acima
d) Fortalecer a política de formação
mencionados foi a recente Lei n.11.738/08,
continuada para conselheiros/as que atuam aprovada pelo Congresso Nacional e
nos órgãos colegiados das instituições e sancionada pelo presidente da República,
sistemas de ensino, garantindo autonomia que estabelece piso salarial nacional de R$
financeira e administrativa para os CEEs 950,00 para os/as professores/as da
e CMEs, reafirmando os conselhos como educação básica, com formação em nível
órgãos de Estado (IV, 108). médio e em regime de, no máximo, 40h
semanais de trabalho, passando a vigorar
197- Um passo na conquista dos direitos a partir de 2009. Além disso, a Lei
deliberou sobre outro aspecto que também
acima mencionados foi a recente Lei
interfere positivamente na qualidade da
n.11.738/08, aprovada pelo Congresso
educação: melhores condições de trabalho.
Nacional e sancionada pelo presidente da
Agora, cada professor/a poderá destinar
República, que estabelece piso salarial 1/3 de seu tempo de trabalho ao
nacional de R$ 950,00 para os professores/ desenvolvimento das demais atividades
as da educação básica, com formação em docentes, tais como: reuniões
nível médio e em regime de, no máximo, pedagógicas na escola; atualização e
40h semanais de trabalho, passando a aperfeiçoamento; atividades de

61
planejamento e de avaliação; além da e) Estipular Piso Nacional vinculado ao
proposição e avaliação de trabalhos vencimento e 60% a mais para quem tem
propostos aos/às estudantes (IV, 110). nível superior, 30% especialização, 50%
mestrado e 100% doutorado e reajustes
197A- Embora seja um marco na luta dos salariais vinculados aos índices
trabalhadores, a Lei 11.738/08 não inflacionários, lei de responsabilidade
correspondeu às expectativas e fiscal, que possa proporcionar ao/à
necessidades dos profissionais da profissional da educação uma melhor
educação, principalmente porque o valor de qualidade de vida, de condições de
R$ 950,00 é insuficiente para a garantia de trabalho, gozar o direito à saúde,
uma condição digna de vida. Um outro considerando o aumento do PIB de 4,5%
aspecto da Lei foi a destinação de 1/3 da para 10% até 2010, conforme a legislação,
carga horária de trabalho para o assegurando a carga horária de 20 horas
desenvolvimento das demais atividades em atividades de docência e 20 horas em
docentes, tais como: reuniões atividades de planejamento e produção
pedagógicas na escola, atualização e científica (IV, 114).
aperfeiçoamento, atividades de f) Que haja uma gratificação salarial
planejamento e de avaliação dos trabalhos diferenciada aos/às profissionais que
propostos aos estudantes. No entanto, este estejam em efetivo exercício de sala de aula
avanço foi interrompido pela ação dos/das (IV, 115).
governadores/as dos Estados do Mato
Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio 199- Também muito importante é a
Grande do Sul e Ceará que questionaram valorização dos/das profissionais da
sua constitucionalidade no Supremo educação por meio da reformulação das
Tribunal Federal. (IV, 111). Diretrizes Nacionais de Carreira, da
implantação e implementação do Plano de
198- Essa medida implica uma política Cargos, Carreiras e Salários, elaborado
salarial mais ampla que: com a sua participação paritária,
c) Propicie a preservação do poder considerando promoção, progressão e
aquisitivo por meio de reposição das titulação como critérios automáticos de
perdas salariais, em data-base desenvolvimento na carreira, carga horária
estabelecida (IV, 112). reduzida em 50% quando atingir 20 anos
c.a) Propicie a preservação do poder de serviço e/ou 50 anos de idade, se mulher,
aquisitivo por meio de reposição das 25 anos de serviço e/ou 55 anos de idade,
perdas salariais, tendo como parâmetro o se homem, sem perda da remuneração (IV,
indicador inflacionário anual do DIEESE, 116), garantindo o pagamento, por parte
em data-base estabelecida e definida no dos entes federados, das despesas
plano de carreira (IV, 113). advindas de sua formação e qualificação.

62
200- Sendo assim, algumas medidas d.a) Ampliar, garantir e democratizar a
tornam-se urgentes: distribuição de bolsas para profissionais
c) Pagamento de salários relativos à maior da educação da rede pública em nível de
habilitação titulação (IV, 117) na carreira, mestrado e doutorado, garantindo a licença
garantindo isonomia salarial relativa à compulsória remunerada durante o período
mesma titulação nas demais carreiras do em que estiverem cursando, sem prejuízo
serviço público (IV, 118). funcional e com o estabelecimento de
d) Aprovação do PL 1.592/03, que institui critérios contidos no plano de cargos,
os princípios e as diretrizes da carreira para carreiras e salários (IV, 123).
todos os/as profissionais da educação.
d) Aprovação do PL 1.592/03, que institui 202- Importante destacar que os problemas
os princípios e as diretrizes da carreira para atuais da profissão vêm implicando,
todos/todas os/as profissionais da paulatinamente, o aumento da
educação (IV, 119). desvalorização e da insatisfação
d.a) Instituir os princípios e as diretrizes de profissional dos/das professores/as.
carreira para todos os trabalhadores da Concretamente, verifica-se a degradação
educação, excluindo qualquer da qualidade de vida, o que pode ser
fundamentação na concepção de atestado pela alta rotatividade, pelo
premiação ou punição (IV, 120). abandono da profissão, pelo absenteísmo,
f) Para a substituição imediata de efetivos devido, em grande parte, a problemas de
em licença de qualquer natureza saúde. Portanto, faz-se necessário (IV,
regulamentando a seleção de professores/ 124), a construção de uma política de
as substitutos/as, no sentido de que esses/ valorização da saúde (psicológica, física,
essas tenham graduação na área do intelectual) (IV, 125), a criação e
conhecimento dos/das professores/as que implantação de um plano de saúde/
forem substituir (IV, 121). odontológico/psicológico de âmbito
nacional e plano de previdência (IV, 126)
201- Como outras formas de valorização diferenciado (IV, 127), e de Assistência
dos profissionais da educação, deve-se Médica (IV, 128), desenvolvimento de
requerer: projetos voltados à elevação da
d) Ampliação e democratização da autoestima no que se refere à valorização
distribuição de bolsas de mestrado e humana (IV, 129) para profissionais da
doutorado para professores da rede educação (IV, 130).
pública, garantindo a licença remunerada
durante o período dos cursos, sem prejuízo 203- Uma pesquisa da Universidade de
funcional, de acordo com os critérios Brasília (UnB) revela que 15,7% dos/das
previstos no plano de cargos, carreiras e professores/as, num universo de 8,7 mil
salários (IV, 122). docentes, apresentam a Síndrome de

63
Burnout, problema que tem como primeiros 203 C- Construção de creches para os/as
sintomas cansaço, esgotamento e falta de filhos dos trabalhadores e alunas-mães
motivação. Os problemas de saúde se durante o período escolar (IV, 141).
refletem no alto índice de absenteísmo
observado em vários sistemas de ensino. 203 D- Criar um fundo de saúde com
Com isto, urge o estabelecimento de recursos oriundos das receitas federal,
programas e ações especificamente estadual e municipal, para os/as
voltados para a prevenção e o atendimento trabalhadores/as em educação, garantindo
à saúde dos/das profissionais da a manutenção do plano de saúde (IV, 142).
educação, como condição para a melhoria
da qualidade do ensino, contando, para 203 E- Contratar profissionais capacitados/
tanto, com (IV, 131) suporte (IV, 132) de uma as para trabalhar com atividades dirigidas
equipe multiprofissional (IV, 133) constituída durante o intervalo do/a aluno/a (IV, 143).
por profissionais das áreas de saúde e
assistência social (IV, 134), 203 F- As medidas educativas de técnicas
proporcionando acesso a especialistas preventivas devem ser apresentadas em
tais como: psicólogo (IV, 135), seminários, palestras oficinas e cursos,
fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, com profissionais especializados/as,
neurologista, assistente social, voltados para a saúde física, vocal, mental
fisioterapeuta etc. (IV, 136). e emocional, orientações e exercícios
sobre o uso da voz, postura corporal e
203A- Implantação de programas de reeducação alimentar, pois exemplificam
prevenção, proteção e recuperação da ações que precisam ser conjugadas com
saúde dos/as trabalhadores/as da os investimentos nas condições de trabalho
educação referenciadas nas diretrizes dos/as profissionais da educação (IV, 144).
nacionais de saúde do/a trabalhador/a do
Ministério da Saúde (IV, 137) garantindo o 203 G- A seguridade social e os direitos
cumprimento das Leis: nº 9.394/96, Nº do trabalhador se apresentam como mais
12.014/09 e 11.301/2006 (IV, 138) por meio uma instância nas condições de saúde e
de políticas de prevenção e atenção à trabalho do profissional da educação. Aqui
saúde do/as trabalhadores/as em se delineiam perspectivas políticas para
educação (IV, 139). assegurar direitos e constituir outros: a
eliminação do fator previdenciário para
203 B- Criar políticas públicas preventivas docência; aposentadoria especial do
e efetivas para profissionais da educação professor em exercício, garantindo todos
em relação a sua saúde física e mental, e os repasses e vantagens, independente da
sua integridade física e moral (IV, 140). idade; direito à licença-prêmio (IV, 145).

64
204- A construção da autonomia intelectual semanais de coordenação pedagógica na
dos professores/as profissionais da escola (IV, 152), seja no em (IV,
educação (IV, 146) para um exercício mais 153) âmbito do próprio sistema de ensino.
qualificado não é algo para ser resolvido
por meio de punição ou de premiação. 206- Dessa forma, essa concepção de
Para avançar nesse sentido, é avaliação poderá incentivar os docentes
fundamental conceber e implementar à atualização pedagógica, contemplando,
programas amplos e orgânicos, de médio ainda, no plano de carreira, momentos de
e longo prazos, pactuados entre formação continuada. Assim, a avaliação
universidades, sistemas de ensino e deve contribuir para a formação e
demais instituições educativas. Tais valorização profissional. Deve ter caráter
programas devem promover ações participativo, fundamentado em princípios
voltadas para a formação de professores/ éticos, democráticos, autônomos e
as e gestores/as profissionais da coletivos, prevendo:
educação (IV, 147), visando garantir a) instituição de um programa de
qualificação e apoio permanentes às avaliação nacional com ganhos
práticas docentes e de gestão das escolas financeiros incorporados ao salário
públicas. vinculado ao plano de carreira, cargos e
salários;
205- Nesse contexto, avaliar a formação b) definição de políticas de avaliação do
e a ação dos professores/as profissionais profissional de educação que incidam em
da educação (IV, 148) professores/as valorização profissional (folha de
complementa um amplo processo de pagamento), e contemplem critérios tais
compromissos com a qualidade social da como: assiduidade, pontualidade,
educação. A partir de uma autoavaliação comprometimento com a u.e., elaboração
institucional, em todos os sistemas de e desenvolvimento de projetos
ensino, com critérios definidos educacionais (IV, 154), na aplicação da
nacionalmente (IV, 149), pode-se avaliação de desempenho dos
identificar, por exemplo, lacunas na profissionais da educação (IV, 155).
formação inicial passíveis de serem
sanadas pelo desenvolvimento de um 207- Uma avaliação, que aponta para a
programa de formação continuada, assim necessidade de revisão da formação
como se poderão identificar, também, inicial, reconhece-a como parte de uma
potenciais específicos em professores/as trajetória de formação continuada
e demais (IV, 150) de profissionais em de centrada no espaço da ação pedagógica
(IV, 151) educação, seja em encontros de cada profissional (IV, 156).

65
207 A- Assim sendo, essa concepção de 208 A- Vale enfatizar que a avaliação
avaliação poderá incentivar os docentes pedagógica do docente (na perspectiva de
à atualização pedagógica, contemplando, superação de suas dificuldades, de
ainda, no plano de carreira, momentos de continuidade de sua formação e da
formação continuada. A avaliação deve consequente melhoria do desempenho
contribuir para a formação e valorização discente) apresenta-se como instrumento
profissional, com caráter participativo, de valorização profissional e
fundamentado em princípios éticos, aprimoramento da qualidade social da
democráticos, autônomos e coletivos educação (IV, 161).
(IV, 157).
208 B- Vale enfatizar que a avaliação
207 B- A Implantação de um sistema de educacional de todos os envolvidos no
avaliação institucional que não se constitua processo da educação (gestores,
em instrumento de punição ou perda de profissionais da educação, docentes e
vantagens dos profissionais da educação discentes) apresenta-se como instrumento
na perspectiva de subsidiar as ações de de valorização profissional e
formação continuada e promova melhoria aprimoramento da qualidade social da
do desempenho funcional e progressão na educação e não como ferramenta de
carreira (IV, 158). punição ou premiação. Garantir a
avaliação periódica dos profissionais da
208- Vale enfatizar que a avaliação Educação por:
pedagógica do/da docente dos a) alunos;
profissionais da educação (IV, 159) (na b) pais;
perspectiva de superação de suas c) APMs;
dificuldades, de continuidade de sua d) unidade educacional;
formação e da consequente melhoria do e) sociedade.
desempenho discente), apresenta-se como As avaliações deverão ser tornadas
instrumento de valorização profissional e públicas. Controle efetivo do desempenho
aprimoramento da qualidade social da dos profissionais da educação. O
educação. Dessa forma, não se pode profissional com baixo desempenho será
atrelar a avaliação de desempenho encaminhado para reciclagem, e que o
discente a políticas de promoção salarial contínuo baixo desempenho enseje em
(IV, 160). demissão (IV, 162).

66
EIXO V - FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
E CONTROLE SOCIAL

211- O conceito expresso na Constituição preocupada, primordialmente, em garantir


Federal assevera, portanto, que o recursos financeiros suficientes e
financiamento adequado das políticas permanentes (V, 45) para a efetivação de
educacionais se traduz em alicerce para a direitos sociais e distribuição de renda.
construção do Sistema Nacional Articulado Essa reforma deve ser capaz de vincular
de Educação e, consequentemente, para de modo adequado os tributos (impostos,
o alcance das metas contidas em planos taxas e contribuições) ao investimento
nacionais como o Plano Nacional de educacional, de tal forma que as políticas
Educação (PNE). Contudo, para assegurar de renúncia e guerra fiscal não prejudiquem
(V, 36) o acesso equitativo e universal à o financiamento público da educação.
educação básica de qualidade (V, 37) para
a garantia de permanência e sucesso 213- Como alternativa ao atual
escolar de crianças, jovens e adultos (V, desequilíbrio regional e à oferta de
38) que cursam as etapas e modalidades educação básica pública, o financiamento
de ensino que a integram (V, 39), além da à educação deve tomar como referência e
elevação substancial de alunos em caráter de urgência (V, 46) o
matriculados na educação superior pública, mecanismo do custo aluno/a-qualidade
urge aumentar o montante estatal de (CAQ). Previsto no ordenamento jurídico
recursos investidos na área, principalmente brasileiro, o CAQ deve ser definido a partir
em relação à contribuição da União (V, 40), do custo anual por aluno/a dos insumos
além de solucionar o desequilíbrio a educacionais necessários para que a
desigualdade (V, 41) regional. educação básica pública adquira padrão
mínimo parâmetros (V, 47) de qualidade. A
212- Como primeiro passo rumo à construção do CAQ exige amplo debate
superação dessa realidade, faz-se sobre o número de alunos/as por turma,
necessária necessário assegurar (V, 42) a remuneração adequada e formação
elaboração e aprovação de uma reforma continuada aos/às profissionais da
tributária transparente (V, 43), no prazo educação, condições de trabalho aos/às
máximo de três anos (V, 44), pautada pela professores/as e funcionários/as, materiais
justiça social, equilíbrio regional e necessários à aprendizagem dos

67
estudantes (como salas de informática, necessário realizar e divulgar estudos sobre
biblioteca, salas de ciência, quadra os custos da educação básica nas suas
poliesportiva, oficinas de música e de artes, diferentes etapas e modalidades com base
mobiliário adequado (V, 48), além de sala nos parâmetros de qualidade, com vistas
de recursos para apoio pedagógico a a melhorar a eficiência e garantir a
alunos/as com dificuldade de generalização da qualidade do
aprendizagem (V, 49) etc. Em suma, deve atendimento. (V, 55). Que a União faça
considerar o conjunto dos insumos exigidos complementação a todos os Estados e aos
para a adequada relação de ensino- Municípios que não atingirem o valor do
aprendizagem nas escolas públicas CAQ (V, 56).
brasileiras que oferecem a educação
básica; priorizando as escolas com menos 214- A elevação do quantitativo de
acesso a esses recursos (V, 50) e levando estudantes matriculados na educação
em consideração, principalmente, a superior pública exige, além da execução
diversidade regional e suas peculiaridades completa do Plano de Reestruturação e
(V, 51). É preciso considerar ainda um valor Expansão das Universidades Federais
diferenciado para os estabelecimentos (Reuni), a elaboração de indicadores de
que atendem crianças, adolescentes, acompanhamento da qualidade das
jovens e adultos com desafios de inclusão, universidades federais em que sejam
como pessoas com deficiência, explicitadas as evoluções do custo do
quilombolas e indígenas (V, 52). Para tanto, aluno, condições de funcionamento dos
entre outras medidas, como políticas de programas de pós-graduação stricto sensu
formação adequada dos/as profissionais e lato sensu (V, 57), abertura de novos
da educação, é preciso adequar e programas de pós-graduação, apoio ao
reestruturar os prédios, atendendo também desenvolvimento de pesquisas, definidas
às necessidades educacionais no contexto da autonomia de cada uma das
relacionadas à educação inclusiva, além de universidades, e programas que apoiem a
disponibilizar mobiliário adequado, permanência de estudantes nas
respeitando a ergonomia, faixa etária e instituições.
oferta de merenda escolar de qualidade
que atenda às necessidades de todos os 215- Os dirigentes da educação dos níveis
educandos (V, 53). de governo federal, estadual, distrital e
O CAQ deve ser formalmente definido no municipal, articulados com os demais
prazo máximo de um ano a partir da segmentos da sociedade, em especial pelos/
aprovação desse documento (V, 54). Deve as trabalhadores/as da educação (V, 58) ao
ser dada publicidade ao CAQ, propiciando estabelecerem ações coordenadas com
uma ampla fiscalização social. Para tal é vistas à elaboração de uma agenda mínima

68
de fortalecimento da educação básica e recuperar os valores gastos em outros
superior (V, 59), considerando a organização custeios e investimentos nas instituições
dos/as trabalhadores/as em educação (V, 60) federais de ensino superior; a expansão dos
delinearam ações que provocaram avanços campi das universidades federais
nas políticas educacionais. estabelecidos no interior dos Estados, em
2006; e o início da implantação do
216- Nas últimas décadas, portanto, no Programa de Reestruturação e Expansão
âmbito das políticas educacionais, das Universidades Federais (Reuni), em
destacaram-se, sobremaneira, as 2007/2008, que, até 2012, expandirá as
modificações de ordem jurídico- vagas de graduação presenciais de
institucional. Após a aprovação da 133.941, em 2007, para 227.260, em 2012.
Constituição Federal de 1988, quatro textos
218- Apesar desses (V, 63) de alguns (V,
legais foram de grande importância para a
64) avanços, o debate sobre o
área educacional: a aprovação da LDB
financiamento da educação é central e
(Lei nº 9.394/96) e do PNE (Lei nº 10.172/
envolve a solução de nós críticos como:
01), bem como a instituição do Fundef,
revisão do papel da União no financiamento
alterado pela aprovação da Emenda
da educação básica; instituição de um
Constitucional nº 53 e da Lei nº 11.494, de
verdadeiro regime de colaboração entre os
2007, que respectivamente criou e
entes federados; estabelecimento de uma
regulamentou o Fundo de Manutenção e
real valorização dos/as trabalhadores/as
Desenvolvimento da Educação Básica e de
em educação favorecendo a equiparação
Valorização dos Profissionais da
salarial entre os/as profissionais da (V, 65)
Educação (Fundeb), além da EC 59/2009 educação por meio do cumprimento do
(V, 61). plano de cargos e salários exigidos na lei
(V, 66); estabelecimento de oferta
217- As ações governamentais na sistemática de educação básica
educação superior pública federal, perseguindo a demanda potencial de
principalmente a partir de 2005, crianças, adolescentes, jovens e adultos
significaram também uma elevação dos não escolarizados (V, 67); definição de
recursos financeiros aplicados em referenciais de qualidade inicial (CAQi) (V,
educação. As seguintes ações contribuíram 68) para todos os níveis e modalidades de
para esse fato: a implantação do Programa educação/ensino; definição do papel da
Universidade para Todos (ProUni) em 2005 educação superior pública no processo de
e seu respectivo órgão de controle social, desenvolvimento do País; e que o
a CONAP (Comissão Nacional de orçamento da educação seja administrado
Acompanhamento e Controle Social do sempre pelas secretarias de educação e
PROUNI), em 2006 (V, 62); a iniciativa de não pelas secretarias de fazenda (V, 69).

69
219- Enquanto a LDB reestruturou e definiu exigência de um sistema nacional de
as diretrizes e bases da educação educação articulado, norteado pela firme
brasileira após o regime militar, o PNE concepção da educação como direito
apontou novos rumos para as políticas e humano fundamental, direito público e
ações governamentais na chamada dever do Estado. Sua operacionalização
“Década da Educação”. Agregou-se a não pode prescindir da regulamentação do
essas mudanças a posterior definição e regime de colaboração entre as instâncias
implantação do Plano de Desenvolvimento federadas – o que, certamente, ensejará o
da Educação (PDE), com ações estabelecimento de marcos teórico-
específicas para elevar a qualidade da conceituais na organização, na gestão e no
educação. Além de atuar para que as real alcance do papel dos entes, por seu
metas do PNE sejam alcançadas, os caráter descentralizado.
programas previstos no PDE abrangem
todos os níveis educacionais (V, 70) No 221- Apesar dos recentes avanços
entanto, o PNE sofreu vetos que o conquistados pela sociedade brasileira
descaracterizou e não houve esforço nos termos do ordenamento jurídico relativo
governamental efetivo (nas três esferas de às políticas educacionais, o esforço para o
governo) para sua implementação (V, 71). cumprimento das metas do PNE ficarão
Há, portanto, neste momento, a gravemente prejudicados se alguns pontos
necessidade de se efetivar e divulgar uma críticos complementares e
avaliação do PNE, como prioridade, tendo interdependentes não forem superados:
em vista o término da “Década da f) Regulamentação do setor privado (V, 75).
Educação” em 2011 2010 (V, 72) e a g) Consolidação de uma política nacional
elaboração do novo PNE iniciada pela para a educação do/no campo,
CONAE (V, 73). contemplando a formação de professores/
as com currículo e metodologias
220- O alcance das metas estipuladas no especificas do campo, pautada numa
PNE, na perspectiva de garantia do direito proposta pedagógica voltada para o
a uma educação com qualidade social, respeito às diferenças, no direito à
requer ações governamentais ousadas, que igualdade, contemplando a diversidade do
revoguem os vetos presidenciais apostos campo e financiando a expansão da rede,
ao PNE atual (V, 74). Especificamente no evitando o deslocamento dos estudantes
setor público, a CF/1988 e a LDB/1996 do campo para a cidade (V, 76).
atribuíram à União, aos estados, ao Distrito j) Favorecimento pela criação de
Federal e aos municípios a mecanismos simplificados, adequados à
responsabilidade pela administração do realidade de cada escola, para aplicação
sistema educacional brasileiro. Daí a e controle de recursos (V, 77).

70
l) Informatização e disponibilização da congeladas as matrículas financiadas pelos
distribuição e utilização dos recursos do programas de isenção fiscal e apoio às
FUNDEB para transparência da instituições privadas de ensino superior,
informação aos cidadãos (V, 78). que vêm vivenciando o problema da
m) Instituir como política de Estado a expansão desregrada e de ociosidade das
compulsoriedade de todos os recursos vagas ofertadas em cursos de graduação.
da educação em contas específicas em Até 2018 deve ser encerrado qualquer tipo
todos os níveis, federal, estadual e de convênio entre o Estado e as IES
municipal (V, 79). privadas baseadas em isenção fiscal ou
n) Valorização dos/das profissionais que pagamento de matrículas em cursos de
atuam na área da educação infantil, graduação, fazendo valer o princípio do
remunerando-os adequadamente, dinheiro público para a escola pública (V,
garantindo-lhes planos de carreira e 85). Além disso, é fundamental resgatar a
condições favoráveis de trabalho (V, 80). meta vetada no PNE que garantia a
p) Aplicação das verbas públicas ampliação da oferta do ensino superior
exclusivamente nas instituições públicas público, assegurando uma participação
(V, 81). nunca inferior a 40% do total de vagas do
q) Aumento, por parte da União, de ensino superior no Brasil (V, 86). Para o
investimentos na educação básica com próximo PNE a meta da participação
base nos parâmetros definidos pelo CAQ pública no total de vagas do ensino superior
(V, 82). deve avançar 50% (V, 87).

222- Há que se problematizar, também, o 223- Considerando que cabe à União


papel de cada instância e os marcos liderar o esforço de aumentar o
jurídicos que normatizam a ação da União, investimento em educação em relação ao
dos Estados, do Distrito Federal e dos PIB, há que se estabelecer estratégias
Municípios junto à educação básica, que nacionais, considerando-se a ação conjunta
deve ser universalizada e obrigatória da União, estados, DF e municípios e que
(V, 83), bem como em relação à educação esse esforço seja proporcional à
superior pública, que deve ser expandida respectiva participação na arrecadação
e devidamente financiada, considerando- nacional, levando-se em conta as
se que diversos estudos acadêmicos responsabilidades constitucionais de cada
mostram que o número de famílias ente da federação. Faz-se necessário
brasileiras que podem arcar com o regulamentar o ensino privado em todos os
pagamento de mensalidades no setor níveis de ensino, limitando a participação
privado já atingiu o limite máximo (V, 84). de capital estrangeiro na educação,
Desse modo, até 2014 devem ser retomando os marcos da educação como

71
direito e não como mercadoria, tendo que estabeleçam a qualidade da educação
fiscalização efetiva para evitar abusos e e, em específico, o critério do Custo Aluno/
definindo o papel da União em todas as a-Qualidade em todos os níveis e
modalidades e níveis de ensino (educação modalidades (V, 91) educacionais, o que
básica e ensino superior), e não somente dificulta o processo de otimização das
os papéis dos Estados e Municípios (V, 88). políticas de financiamento e de gestão
transparente no uso, bem como na
224- Todas essas questões identificam-se definição e aplicação de recursos (V, 92),
com a efetivação do Sistema Nacional de através de lei específica que defina meios
Educação (SNE) e o redirecionamento dos de controle e medidas de punição no caso
processos de organização e gestão, para de descumprimento dos dispositivos legais
lograr a qualidade social em todos os níveis determinados, deixando claras as
e modalidades da educação brasileira. Em competências, os recursos e as
um país fortemente marcado por responsabilidades de cada ente federado
disparidades regionais, elas evidenciam a (V, 93).
importância do estabelecimento de
políticas nacionais através da participação 226- Apesar da dificuldade para definir o
na elaboração do orçamento, planejamento custo aluno-qualidade (CAQ) na educação
e acompanhamento dos recursos a serem básica, é possível inferir – com base em
investidos na educação, visando estudos realizados no Brasil e diante dos
descentralizar, democratizar e valores investidos por países dotados de
desburocratizar tais recursos (V, 89); sistemas educacionais mais desenvolvidos
devidamente articuladas com políticas –, que os valores por aluno praticados
estaduais, municipais, distritais e regionais, atualmente Atualmente, os gastos por
considerando a prática de colaboração aluno/a-ano dos níveis e modalidades da
(V, 90). educação, especialmente na educação
básica, (V, 94) são significativamente
225- O financiamento da educação constitui inferiores aos requeridos à infra-estrutura
tarefa complexa, devido ao envolvimento adequada aos insumos adequados (V, 95)
entre os diferentes entes federados e a a um ensino de qualidade. Urge aumentar
esfera privada, bem como à falta de os valores aplicados, por aluno/a,
regulamentação do regime de colaboração destinados à manutenção e ao
entre os entes, à ambígua relação entre o desenvolvimento da educação básica
público e o privado, à necessidade de pública, para fazer face aos inúmeros
implementação de uma gestão desafios, tais como: a remuneração
democrática. A esses aspectos, somam- condigna dos/as profissionais da
se a urgência na definição de parâmetros educação; a formação continuada e

72
adequada dos/as trabalhadores/as em d) Definir e aperfeiçoar os mecanismos de
educação; a oferta correspondente à acompanhamento, fiscalização e avaliação
demanda por transporte escolar; a da pela (V, 99) sociedade, articulados entre
correção da relação de alunos por sala de os órgãos responsáveis (conselhos,
aula; à oferta de insumos (humanos e Ministério Público, Tribunal de Contas),
materiais) (V, 96) essenciais a uma boa para que seja assegurado o cumprimento
relação de ensino-aprendizagem nas da aplicação dos percentuais mínimos (V,
escolas da educação básica. 100) na manutenção e desenvolvimento do
ensino;
229- A política de financiamento da h) Criar instrumentos que promovam
educação básica, nos termos de um garantam (V, 101) a transparência na
sistema nacional articulado de educação, utilização dos recursos públicos pelos
sistemas de ensino e pelas escolas, para
deve amparar-se na definição de um custo
toda a comunidade local e escolar;
aluno/a-qualidade (CAQ), construído com
l) Os recursos financeiros
a participação da sociedade civil, capaz de
constitucionalmente destinados à
mensurar todos os insumos necessários à
educação, financiarão apenas e tão
educação de qualidade, superando as
somente a educação pública (V, 102);
desigualdades regionais (V, 97), com
ênfase no investimento à valorização de
231- Para se avançar na consolidação de
todos/as os/as profissionais da educação
políticas de financiamento que contribuam
básica.
para a melhoria da educação nacional, em
todos os níveis, faz-se necessário:
230- Prioritariamente, o regime de
a) Desvincular os recursos destinados à
colaboração entre os sistemas de ensino, educação de qualquer nível de
tendo como um dos instrumentos o contingenciamento de recursos
financiamento da educação, não pode provenientes das receitas da União –
prescindir das seguintes ações: bem como de Estados, DF e Municípios –
c) Ampliar o investimento em educação (V, 103);
pública em relação ao PIB, na proporção e) Retirar as despesas com
no mínimo (V, 98) de 1% ao ano, de forma aposentadorias e pensões da conta dos
a atingir, no mínimo, 7% do PIB até 2011 e, recursos vinculados à manutenção e
no mínimo, 10% do PIB até 2014, desenvolvimento do ensino da União,
respeitando a vinculação de receitas à Estados, DF e Municípios, mantendo o
educação definidas e incluindo, de forma pagamento das aposentadorias e pensões
adequada, todos os tributos (impostos, (V, 104) e garantindo a paridade entre
taxas e contribuições); aposentados e ativos;

73
233- O Fundeb, ao substituir o Fundef, medida em que a complementação da
trouxe pelo menos duas vantagens: 1) União é direcionada às regiões nas quais
aumentou substancialmente (V, 105) o o investimento por aluno/a é inferior à média
compromisso da União com a educação nacional.
básica, ampliando o aporte, a título de sua
(V, 106) complementação, de cerca de R$ 235- Três Duas (V, 110) inovações foram
500 milhões (média no Fundef) para cerca incorporadas ao financiamento da
de R$ 5 bilhões de investimento ao ano (V, educação básica, por meio do sendo as
107); e 2) instituiu um único fundo para toda duas primeiras referentes ao (V, 111)
a educação básica e não apenas para o Fundeb: 1) a diferenciação dos
ensino fundamental. No entanto, é urgente coeficientes de remuneração das
o ressarcimento da União – em valores matrículas não se dá apenas por etapa e
atualizados – à sociedade brasileira, modalidade da educação básica, mas
Estados e Municípios pelo não também pela extensão do turno: a escola
cumprimento dos critérios legais para o de tempo integral recebe 25% a mais por
cálculo do valor aluno/a/ano do Fundef aluno/a matriculado; 2) a creche
(9424/ 96). A dívida já supera os R$ 20 conveniada foi contemplada para efeito de
bilhões de reais e deve ser paga repartição dos recursos do fundo – a atual
imediatamente aos Estados e Municípios, taxa de atendimento da educação infantil,
que deverão obrigatoriamente investir os em especial na creche, dadas as metas
valores a serem recebidos na melhoria da expressas no PNE, justifica, nesse caso, a
qualidade do ensino de suas redes. E essa parceria do poder público com o segmento
dívida educacional não pode ser paga ou comunitário; e 3) a atenção à educação
descontada por meio de perdão da dívida infantil é complementada pelo ProInfância,
tributária desses entes federados para com programa que financia a expansão da rede
a União (V, 108). física de atendimento da educação infantil
pública (V, 112).
234- Trata-se, no que diz respeito à No caso da educação infantil, a extensão
educação básica, de uma expressão da da obrigatoriedade do ensino não pode
visão sistêmica da educação, ao financiar significar prejuízo de investimentos ou
todas as suas etapas, da creche educação matrículas nas creches – primeira etapa da
infantil (V, 109) ao ensino médio, e ao educação básica e aquela que está mais
reservar parcela importante dos recursos distante de atingir as metas de atendimento
para a educação de jovens e adultos É estabelecidas pelo PNE (V, 113).
também a expressão de uma visão de
ordenamento do território e de 238- Entretanto, o Fundeb, por si só, não é
desenvolvimento social e econômico, na suficiente para garantir a universalização

74
da oferta de vagas na educação básica e com o artigo 69 da LDB, com a garantia
tampouco a permanência do/a aluno/a na de que os dirigentes da pasta educacional
escola até a conclusão do ensino médio sejam gestores plenos dos recursos
com qualidade, o que exige a aplicação de vinculados, sob o acompanhamento,
recursos financeiros na educação básica controle e fiscalização de conselhos,
para além desse fundo. Nesse sentido, tribunais de contas estaduais, distrital e
entende-se a importância de transformar o municipais e demais órgãos fiscalizadores.
FUNDEB em fundo nacional, com igual per Ademais, é imprescindível que se atribua
capita para todos os Estados, com a aos conselhos do Fundeb a competência
ampliação dos recursos vinculados à de acompanhar e fiscalizar, também, a
educação e incorporando outras formas de totalidade dos recursos da educação, o que
arrecadação e não só os impostos, inclui os montantes não vinculados ao
tomando como referência o maior per Fundeb (V, 118).
capita existente no país. (V, 114). Assim, é f) Garantir, em articulação com os tribunais
necessário unificar o valor aluno/a de contas, a formação dos conselheiros do
executado no Brasil, ou seja, acabar com Fundeb no âmbito de todos os estados e
a desigualdade por Estado, tendo como municípios, para que tenham uma atuação
referência o estabelecimento de um Custo qualificada no acompanhamento, avaliação
Aluno/a-Qualidade (CAQ) e nivelar todos e controle fiscal dos recursos, por meio de
os CAQs a partir do valor máximo cursos permanentes, provendo-lhes suporte
praticado nos Estados com maior técnico contábil e jurídico, a fim de que
arrecadação (V, 115). exerçam com maior autonomia e
Como o ensino médio técnico faz parte da segurança as suas funções; sendo que a
educação básica, especialmente com o primeira formação deve ocorrer
ensino médio integrado, faz-se necessária imediatamente após a sua eleição (V, 119).
a criação de um Fundo de Financiamento g) Considerando o princípio legal da
para a Educação Profissional Pública – educação inclusiva, apesar do importante
Fundepro (V, 116). papel desempenhado pelas organizações
filantrópicas privadas comunitárias e
242- Em se tratando especificamente do confessionais nas últimas décadas, deve-
Fundeb do financiamento da educação se hoje compreender essas organizações
básica e especialmente do Fundeb (V, como estabelecimentos assistenciais e
117), as seguintes ações devem ser não educativos. Nesse sentido, como cabe
asseguradas: ao Fundeb investir apenas em educação,
e) Constituir as secretarias de educação deve-se extinguir o conveniamento na
municipais, estaduais e distrital como educação especial com essas instituições
unidades orçamentárias, em conformidade (V, 120).

75
h) Congelar o número de matrículas em qualidade de vida melhor, bem como um
creches conveniadas no Fundeb, até 2014, aprendizado de qualidade (V, 128).
com garantia de incorporação das
matrículas dessa etapa pela rede pública 243- Com relação ao financiamento da
até 2018, quando o conveniamento via educação superior, as seguintes ações
Fundeb deverá ser extinto (V, 121). devem ser asseguradas:
i) Até 2012 a União deve ampliar os d) Garantir recursos orçamentários para
recursos do Programa Nacional de que as universidades públicas federais
Alimentação Escolar (PNAE) que são possam definir e executar seus próprios
transferidos aos Estados e Municípios, projetos de pesquisa e extensão (V, 129).
aumentando o valor per capita atual de R$ e) Alocar recursos financeiros específicos
0,22 para, no mínimo, R$ 1,00 para para a expansão da graduação nas
educandos/as de tempo parcial e R$ 2,00 instituições públicas federais (V, 130), no
para alunos/as de tempo integral, (V, 122) período noturno, com a condição de que o
mantendo-se a proporção do reajuste para número de vagas no período noturno se
as demais etapas e modalidades (V, 123). iguale ao número de vagas no período
A partir de 2012 este valor per capita do diurno (V, 131).
PNAE deve ser corrigido anualmente pelo h) Deve-se ampliar a discussão sobre a
INPC (V, 124). política do PROUNI e do REUNI para que
j) Destinar exclusivamente à educação os recursos públicos destinados a estes
básica pública todos os bens oriundos de programas sejam revertidos à ampliação,
heranças de pessoas físicas destituídos de melhoria e reestruturação das instituições
herdeiros (V, 125). públicas de ensino superior fortalecendo
l) Alocar recursos para melhorar o acesso seu caráter público, gratuito e de qualidade
às escolas no meio rural, considerando a (V, 132).
realidade dos Municípios e as características i) Garantir orçamentos às políticas de
das estradas utilizadas como rota para o acesso e permanência para inclusão dos
transporte escolar (V, 126). negros e indígenas (V, 133).
m) Financiamento para a compra de j) Garantir financiamento do governo federal
transportes adequados ao atendimento de ou estadual nos campi universitários
alunos/as com deficiência (V, 127). públicos para oferta de curso de graduação,
n) Regulamentar o uso de transporte pós-graduação, mestrado e doutorado aos/
escolar, especialmente adequando-o no às profissionais da educação (V, 134).
uso das comunidades do campo para o
campo, diminuindo o tempo de 245- Essa reforma tributária deve
permanência do/a aluno/a dentro do estabelecer que não só os impostos, mas
transporte escolar, favorecendo assim uma todos os tributos (impostos, taxas e

76
contribuições sociais) do orçamento fiscal regulamentado), tributando (V, 145) o
façam parte da vinculação de recursos à latifúndio improdutivo e o capital financeiro
educação pública (V, 135), além dos e o lucro de instituições financeiras,
dividendos advindos de multas (V, 136). revertendo esse recurso para a educação
Nesse sentido, é fundamental preservar (V, 146), além de reduzir as disparidades
aumentar e garantir (V, 137) no contexto da desigualdades (V, 147) regionais na
reforma tributária a vinculação de recursos distribuição da receita tributária.
e, no mínimo ampliando (V, 138) os atuais
percentuais constitucionais e impedindo a 248- É imperativo, pois, enfrentar o
desvinculação de recursos da educação. principal problema do financiamento
educacional no País – a falta a grave
246- O financiamento tem como base e insuficiência, a má gestão e o uso indevido
pressuposto as opções de política fiscal e de recursos (V, 148) –, exercendo
tributária. Por isso, nas reformas legais acompanhamento e controle social para
dessas áreas, deve ser levada em conta a que sejam devidamente aplicados. Para
ampliação dos recursos à educação. Há superar a fragmentação e o isolamento das
políticas educacionais, é preciso criar um
que fiscalizar para garantir o cumprimento
sistema nacional articulado de educação
da arrecadação em e aplicação por (V,
que, através do regime de colaboração,
139) todos os entes federados; a redução
garanta os recursos necessários à
o fim (V, 140) do superávit fiscal e superávit
educação pública com qualidade social.
primário (V, 141) deve resultar em benefício
para o desenvolvimento das políticas
249- O exemplo da política de
sociais, promovendo-se a transparência do
financiamento da educação básica, por
uso nos recursos públicos (V, 142).
meio dos fundos, apresentou a
possibilidade de melhorar os salários,
247- É necessária a realização de uma
reduzir as desigualdades, avançar na
reforma tributária urgente (V, 143) que crie formação. Porém, como há insuficiência de
um modelo mais justo que o atual, recursos, existe um longo caminho a
tributando o capital especulativo, percorrer para que as melhorias focalizadas
regulamentando a taxação sobre (V, 144) e pontuais sejam amplas e permanentes
as grandes fortunas (imposto ainda não (V, 149).

77
EIXO VI – JUSTIÇA SOCIAL, EDUCAÇÃO E
TRABALHO: INCLUSÃO, DIVERSIDADE E
IGUALDADE

251- No contexto de um Sistema Nacional 252- A centralidade desse tema diz respeito
Articulado de Educação e no campo das à concepção de educação democrática
políticas educacionais, as questões que que orienta o presente documento e, nesse
envolvem a igualdade (VI, 215) de direitos sentido, ele pode deve (VI, 230) ser
(VI, 216) humanos (VI, 217), na equidade considerado o eixo político prático e
(VI, 218), a justiça social, a educação e o pedagógico das políticas educacionais,
trabalho, a diversidade, que tenham como com mecanismos que assegurem a
eixo a inclusão (VI, 219), a diversidade e a participação dos movimentos sociais e
igualdade permeiam (VI, 220), a valorização populares (VI, 231). É fundamental a
da (VI, 221) segurança (VI, 222) às discussão das questões ligadas à justiça
diversidades (VI, 223) devem permear (VI, social, ao trabalho e à diversidade e
224) todo o processo. Embora possamos atendimento a todas as modalidades de
reconhecer a especificidade de cada um ensino. É importante que o sistema
dos conceitos envolvidos no tema do educacional brasileiro considere o âmbito
presente eixo, não há como negar sua da educação formal, mas também precisa
imbricação (VI, 225), não há como negar o consolidar um sistema educacional
papel estruturante do sexismo, da xenofobia democrático e inclusivo, que pense na
(VI, 226), preconceito, discriminação e educação não formal (VI, 232).
intolerância (VI, 227), da diversidade de
gênero e de orientação sexual, da 253- No entanto, em uma sociedade como
discriminação das pessoas com a brasileira (VI, 233) marcada por
deficiência, transtornos globais do profundas desigualdades sociais,
desenvolvimento, altas habilidades/ desigualdades sociais desigualdades de
superdotação, pessoas com doenças classe (VI, 234), ambientais (VI, 235),
infectocontagiosas, entre outras (VI, 228). identidade de gênero (VI, 236), de
Além disso, na prática social, todas essas orientação sexual (VI, 237), diversidade
dimensões se realizam no contexto das sexual (VI, 238), geracionais, de pessoa
relações de poder, das redefinições do com deficiência (VI, 239), a partir de
capitalismo, pautado atualmente pela lógica ideologias patrimonialista, liberais e
neoliberal (VI, 229) e das lutas sociais. neoliberais (VI, 240), a garantia de uma

78
educação que se realize (VI, 241) para (VI, 262), população LGBTT (lésbicas,
todos/as (VI, 242) pautada na justiça gays, gissexuais, travestis e transexuais)
social, que considere o mundo do trabalho (VI, 263), do campo, caboclos,
para além da teoria do capital humano e pescadores/as, quilombolas, migrantes
que considere (VI, 243), reconheça, de outras regiões brasileiras e
valorize (VI, 244), respeite (VI, 245) a estrangeiras, agricultores e agricultoras
diversidade, fazendo cumprir os familiares, assentados/as, sem-terra,
pressupostos necessários para (VI, 246) acampados/as (VI, 264), ribeirinhos (VI,
a inclusão e igualdade social, constitui um 265), extrativistas (VI, 266), pescadores/
grande desafio histórico - a ser enfrentado as (VI, 267), caiçara (VI, 268), das pessoas
com ações que garantam a educação para com deficiência, das pessoas com
todos/as (VI, 247) e, que deve ser deficiência (VI, 269), educação especial
superado (VI, 248) pelas definições, (VI, 270), da população surda (VI, 271),
articulações e integração das políticas com transtornos globais do
públicas (VI, 249), através do cumprimento desenvolvimento, altas habilidades/
da legislação vigente, partindo dos planos superdotação, nômades e circences (VI,
municipais de educação (VI, 250). 272), pessoas vivendo com AIDS (VI, 273),
educação ambiental, educação para o
253 A- A valorização da diversidade deve trânsito (VI, 274), crianças, adolescentes
estar em harmonia com o respeito às e jovens em situação de risco,
diferenças, o que significa que todas as adolescentes em instituições para
pessoas devam ter suas particularidades cumprimento de (VI, 275) medidas
reconhecidas, sem que isso as inferiorize socioeducativas (VI, 276), e pessoas
(VI, 251). Portanto, isso deve ser garantido privadas (VI, 277) de liberdade (VI, 278),
para a humanização (VI, 252). população carcerária (VI, 279) e outros,
bem como as modalidades (VI, 280),
254- Apesar de o eixo agregar número educação de jovens e adultos, educação
razoável de temas, como questão étnico- profissional,pessoas idosas (VI, 281)
racial, afrodescendentes (VI, 253), gestantes (VI, 282), minorias étnicas (VI,
comunidades tradicionais (VI, 254) de 283) e demais grupos vulneráveis (VI,
religião (matriz africana e brasileira) (VI, 284), é importante destacar que cada um
255), diversidade religiosa (VI, 256) e deles possui especificidades históricas,
cultural (VI, 257), indígena e culturas linguísticas (VI, 285), políticas, de lutas
próprias, questão de gênero (VI, 258), sociais que não devem ser desconhecidas
diversidade de gênero e (VI, 259) de (VI, ou ignoradas (VI, 286) e ocupam lugares
260) mulheres (VI, 261), orientação sexual distintos na constituição e consolidação

79
das políticas educacionais em consonância regional (VI, 297) distrital (VI, 298), estadual,
com as peculiaridades locais (VI, 287). municipal (VI, 299), nos planos de
Além disso, realizam-se de forma desenvolvimento institucional e nos projetos
diferenciada, no contexto das instituições políticos pedagógicos das escolas.
públicas e privadas da educação básica e
da educação superior. 256- Vivemos, no terceiro milênio, um
momento histórico, em que as questões de
254 A- Para os Municípios, é um grande reconhecimento, justiça social, igualdade,
desafio atender à diversidade de temas, diversidade, liberdade sexual (VI, 300) e
faltando o aperfeiçoamento de professores inclusão são colocadas na agenda social
por meio de cursos e encontros para e política, na mídia, na esfera jurídica e,
aprofundamento dos temas e a praticidade também, na política educacional, na
dos mesmos (VI, 288), propondo execução das políticas públicas (VI, 301).
financiamento para adequação do espaço Embora tais questões sempre fizessem
físico nas escolas, para atendimento às parte do desenvolvimento da própria
necessidades especiais, mais investimentos educação brasileira, nem sempre elas
na capacitação e preparação dos foram reconhecidas pelo poder público
profissionais em Braille e Libras (VI, 289). como merecedoras de políticas,
compreendidas como direito, ao qual se
255- Cada um desses temas mereceria devem respostas públicas e democráticas.
merece (VI, 290) uma discussão específica
(VI, 291) garantindo instâncias específicas 256 A- Entende-se trabalho na
para dar conta das diferentes demandas e contraposição da concepção capitalista,
também direcionar as políticas públicas de como sendo relações econômico-sociais
Estado referentes aos mesmos (VI, 292). de superação das condições de
Sua aglutinação em um mesmo eixo não exploração, de afirmação do consumo
deve (VI, 293) encobrir o caráter de relativa crítico e do desenvolvimento sustentável, na
autonomia e especificidade que cada um perspectiva do bem-viver, ao longo da vida
vem conquistando ao longo da história da (VI, 302).
educação e da política educacional, assim
como o seu grau de enraizamento nas 265- Dessa forma (...). Cabe ao poder
políticas educacionais, na destinação, público garantir, promover, cumprir (VI, 303)
ampliação, controle (VI, 294) e e dar condições (VI, 304) aos direitos
regulamentação (VI, 295) de recursos culturais e ambientais (VI, 305) e a
financeiros, inclusive para investimento de distribuição da riqueza produzida no país
tecnologia assistiva (VI, 296), nas práticas às camadas menos favorecidas, por meio
pedagógicas, na legislação federal, da criação de postos de trabalho e de

80
oportunidades concretas (VI, 306), negros, indígenas, trabalhadores do campo
inserindo no Programa Nacional do Livro (VI, 318), comunidades tradicionais, albinos
Didático, as discussões observadas na (VI, 319), quilombolas (VI, 320), ciganos (VI,
atualidade sobre as questões de gênero e 321), circences, idosos, e grupos religiosos
homofobia (VI, 307), – portadores/as de (VI, 322), surdos (VI, 323), pessoas com
sofrimento mental e pessoas que deficiência, transtornos globais do
apresentam dificuldades de aprendizagem desenvolvimento, altas habilidades e
(VI, 308), o combate ao preconceito e a superdotação, estudantes (VI, 324),
discriminação (VI, 309) a opção religiosa, crianças (VI, 325), povos da floresta (VI,
a geração (VI, 310), as pessoas em 326), adolescentes e jovens (VI, 327) em
privação de liberdade, adolescentes e conflito com a lei (VI, 328), população/
pessoas em conflito com a lei (VI, 311). pessoas privadas de liberdade (VI, 329),
em cumprimento de medidas
265 A- Criar mecanismos capazes de socioeducativas, em situação de risco,
fiscalizar e garantir o acesso universal aos entre outros (VI, 330). Ao serem
mesmos, com a desmistificação implementadas poderão ser extintas no
desmitificação (VI, 312) da justiça social, futuro, desde que comprovada a superação
das desigualdades sociais, pressupondo da desigualdade original e/ou substituídas
o exercício da diferença (VI, 313). O gênero, por políticas públicas sociais estruturantes
a raça, a etnia, a classe social, a (VI, 331). Elas implicam uma mudança
diversidade religiosa, a idade, (VI, 314) a cultural, pedagógica e política. Na
geração, as pessoas com deficiência, o educação, dizem respeito ao direito a
contexto rural (VI, 315), transtornos acesso e permanência com qualidade (VI,
globais do desenvolvimento, mentais e 332), crescimento educacional e práticas
psíquicos, de poder na produção do saber não discriminatórias de aprendizagem na
e no acesso e produção de novos saberes (VI, 333) e sucesso escolar (VI, 334), na
(VI, 316) (...) são tomados como eixos e instituição de ensino, aos grupos dela
sujeitos sociais orientadores de política excluídos em todos os níveis etapas (VI,
afirmativas que caminhem lado a lado com 335) e modalidades de educação, bem
as políticas universais, modificando-as e como de práticas educativas inclusivas e
tornando-as mais democráticas e diretrizes curriculares que garantam o
multiculturais. protagonismo desses grupos (VI, 336).

266- As ações afirmativas são políticas e 266 A- Deve-se também assegurar a lei de
práticas públicas e privadas que visam à cotas em observância à permanência e às
correção de desigualdades e injustiças condições do baixo nível socioeconômico
históricas em face de (VI, 317) dos/das candidatos/as (VI, 337). Requer-
determinados grupos sociais (mulheres, se também a implantação de políticas

81
públicas afirmativas, que abordem desde acadêmicas. No contexto atual, mais de 50
o currículo escolar, à formação dos universidades públicas e privadas
professores/as e à aquisição de materiais universidades públicas e privadas (VI, 352),
didático-pedagógicos, visando recuperar a Instituições de educação superior IES (VI,
autoestima, a dignidade e a respeitar as 353) implementaram alguma forma de ação
diferenças sociais (VI, 338), permanência afirmativa. São políticas que estão em curso
com sucesso de aprendizagem e e têm como base a justiça social e o
certificação (VI, 339) na instituição escolar reconhecimento e o reconhecimento (VI,
e inserção social (VI, 340) aos grupos dela 354) das desigualdades (VI, 355) e da
excluídos em todos os níveis e modalidades equidade justiça (VI, 356) social. A
de educação. discussão sobre a urgência de
implementação dessas políticas não veio
267- As políticas públicas em suas ações do Estado, não (VI, 357) veio do Estado,
afirmativas (VI, 341) podem devem (VI, mas, sim (VI, 358), dos movimentos sociais
342) ser garantidas (VI, 343) na forma de e devem ser acompanhadas de políticas
leis, de programas, de metas, de reserva que revertam as situações das
de vagas, de preferência e de cotas. No desigualdades que geraram tais ações,
Brasil, que deve ter ampliado seu sistema com a ressalva de (que elas são) um
nas universidades (VI, 344), a modalidade instrumento de aumento de todas as formas
cotas nos âmbitos da educação pública e de discriminação, em especial étnico-racial
privada (VI, 345) é a mais conhecida, e social (VI, 359). E é preciso ampliar ações
sobretudo na educação superior. afirmativas para pessoas com baixa renda,
Geralmente se voltam para alunos/as que devem abraçá-las como meio de
alunos/as estudantes (VI, 346) negros e equalização da sociedade (VI, 360). Essas
negras, (VI, 347) indígenas, pessoas com ações afirmativas devem ser
deficiência, e transtornos globais do paralelamente substituídas por políticas
desenvolvimento e altas habilidades/ públicas que definitivamente equiparem as
superdotação (VI, 348), de baixa renda (VI, oportunidades de acesso, permanência e
349) e com desigualdades econômicas (VI, promoção (VI, 361). É preciso dar ênfase e
350) oriundas de escolas públicas ou publicidade às ações afirmativas dos
agraciadas com bolsas integrais de estudo programas em foco, especialmente quanto às
em escolas particulares (VI, 351). Recaem cotas, para evitar injustiças sociais (VI, 362).
sobre setores sociais marcados por
situação de desigualdade já comprovada 269 A- O princípio do respeito à diversidade
pelos órgãos oficiais, tais como as cultural, nos termos da Declaração
pesquisas do Instituto de Pesquisa Universal sobre a diversidade cultural,
Econômica Aplicada (Ipea) e pesquisas amplamente reproduzida no direito

82
brasileiro, é aplicável ao campo e à desses discursos, prevalece a concepção
educação do campo para reconhecer as de humanidade que nega a diversidade e
diferenças e valorizar suas reforça um determinado padrão de
especificidades. Segundo a Declaração normalidade (VI, 370) do humano branco,
Universal sobre a diversidade cultural, é um masculino, patriarcal, machista de classe
imperativo ético inseparável do respeito à média (VI, 371), heterossexual, cristão (VI,
dignidade humana. Ela implica o 372), ocidental (VI, 373) e sem dificuldades
compromisso de respeitar os direitos de aprendizagem (VI, 374), pessoas sem
humanos e as liberdades fundamentais, em deficiência e outros (VI, 375), com uma
particular os direitos das pessoas que tendência a serem católicos ou
pertencem às minorias e os dos povos evangélicos, esquecendo-se dos demais
autóctones. Ninguém pode invocar a segmentos religiosos (VI, 376).
diversidade cultural para violar os direitos
272- Nessa concepção homogeneizante de
humanos garantidos pelo direito
direitos humanos universais, a diversidade
internacional, nem para limitar seu alcance
é colocada como um problema e não como
(VI, 363).
um dos principais eixos da experiência
humana. Por isso, é preciso compreender
271- Mas não é qualquer concepção de
a diversidade como a construção histórica,
direitos humanos. Trata-se do O (VI, 364)
cultural, social e política das diferenças. Ela
entendimento dos direitos humanos que se
é construída no processo sócio-(VI, 377)
apresenta aqui (VI, 365) é aquele que
histórico-cultural, na inclusão (VI, 378)
amplie o direito a todas as formas de vida
interação (VI, 379) do homem e da mulher
(VI, 366), problematize (VI, 367) a
da mulher e do homem (VI, 380) ao meio
compreensão abstrata de humanidade social e no contexto das relações de poder,
ainda reinante em muitos discursos, não devendo as políticas públicas
políticas e práticas. Ao introduzir essa reproduzirem preconceito e discriminação
reflexão, os movimentos sociais explicitam em torno das diversidades (VI, 381).
para o Estado, a sociedade, as escolas de
educação básica e a universidade, as 272 A- Ela é construída no processo
instituições de ensino superior a histórico-cultural, na adaptação do homem
universidade (VI, 368) o jogo de forças e e da mulher ao meio social e no contexto
de relações de poder nos quais se apoiam, das relações de poder (VI, 382). Para que
historicamente, algumas discussões a sociedade tenha clareza da forma como
hegemônicas dominantes hegemônicas a história foi construída, é preciso
(VI, 369) sobre os direitos humanos. possibilitar, no ambiente escolar, espaços
Denunciam que, por detrás de muitos de ações coletivas de estudo e reflexão que

83
favoreçam o conhecimento e o debate (VI, 387), independentemente da sua
sobre a construção histórica de cada grupo natureza e do seu caráter.
fomentando assim o respeito e a
consciência da igualdade entre os povos 277- Assim, ao pensar em políticas
(VI, 383). É necessário que o material públicas que concorram para a justiça
didático que circula nas instituições de social, educação e trabalho, considerando
ensino tenha como princípio o respeito às a inclusão, a diversidade e a igualdade de
diferenças (VI, 384). forma concreta e radical, no contexto
descrito, há que garantir que tais políticas:
274- Para avançar na discussão, é b) Garantam a educação inclusiva cidadã,
importante compreender que a luta pelo desde a educação infantil até os demais
reconhecimento e o direito à diversidade níveis e modalidades de ensino (VI, 388)
não se opõe à luta pela superação das em toda a educação básica e superior,
desigualdades sociais. Pelo contrário, ela observadas suas respectivas modalidades
coloca em questão a forma desigual pela de ensino (VI, 389).
qual as diferenças vêm sendo c) Garantam a oferta de formação inicial e
historicamente tratadas na sociedade, na continuada dos/das profissionais da
escola e nas políticas públicas em geral educação básica, voltada para a educação
que, via de regra, faz com que as diferenças das relações étnico-raciais, educação
sejam fatores de inferiorização e de quilombola (VI, 390), a educação indígena,
desigualdades (VI, 385). Essa luta alerta, a educação ambiental, a educação do
ainda, para o fato de que, ao desconhecer campo , da floresta (VI, 391), das pessoas
desconsiderar (VI, 386) a diversidade, vivendo com HIV e Aids, das pessoas com
pode-se incorrer no erro de tratar as deficiências, transtornos globais do
diferenças de forma discriminatória, desenvolvimento, altas habilidades/
aumentando ainda mais a desigualdade, superdotação, transtornos funcionais
que se propaga via conjugação de relações específicos (VI, 392), de gênero e
assimétricas de classe, étnico-raciais, orientação sexual e geracional, com
gênero, diversidade religiosa, idade. recursos públicos.
i) Garantir a formação inicial e continuada
275- As questões da diversidade, do trato dos profissionais da educação básica
ético e democrático das diferenças, da voltada para a educação das relações
superação de práticas pedagógicas étnico-raciais, educação quilombola, a
discriminatórias e excludentes e da justiça educação indígena, a educação ambiental,
social, se colocam para todas as a educação do campo, as pessoas com
instituições de educação básica e superior, deficiência, o gênero e a orientação sexual,
tanto na rede pública quanto na rede privada com recursos públicos (VI, 393).

84
279 I- Quanto às relações étnico-raciais: atuação na questão da diversidade
a) Garantir e acompanhar, através dos étnico-cultural na escola (VI, 399).
conselhos municipais e estaduais de b) Garantir que as instituições de ensino
educação e conselhos escolares, com a superior cumpram o Art. 1º, § 1º e o Art. 6º
participação de representantes dos da Resolução 01/2004 do CNE/CP,
movimentos étnico-raciais, comunidades referente à Lei nº10.639/2003 (VI, 400), que
tradicionais (terreiros, quilombolas, seja acrescentada a temática indígena,
capoeira) povos indígenas e ciganos (VI, com divulgação ampla das resoluções e
394), ampliar e efetivar (VI, 395) a criação pareceres para as escolas no âmbito
de condições políticas, pedagógicas, em municipal e estadual (VI, 401).
especial financeiras, que visem à b.a) Garantir a implementação da Lei
elaboração e implementação de uma 10.639-2003 no âmbito dos diversos
sistemas de ensino, instituindo assessoria
legislação específica para a educação
(núcleo de trabalho), que pensem e
quilombola e a educação das comunidades
estruturem ações sobre as questões
negras tradicionais, assegurando
étnico-raciais na formação do professor,
alimentação e infraestrutura escolar,
produção e divulgação de materiais (VI,
material didático, recursos pedagógicos e
402).
política de formação docente (inicial e
d) Instituir o Plano Nacional de Educação
continuada) específica para esse fim, bem
quilombola visando à valorização plena das
como (VI, 396) para a efetivação do Plano
culturas das comunidades quilombolas, à
Nacional de Implementação das Diretrizes
afirmação e manutenção de suas
Curriculares Nacionais para a Educação
diversidades étnicas, construindo um lugar
das Relações Étnico-raciais e
efetivo para o referido Plano (VI, 403),
modalidades em sintonia com o juntamente com entidades do movimento
patrimônio cultural de matriz africana negro, que tenham embasamento,
presente nas comunidades quilombolas preparação e trabalho na educação
e comunidades negras tradicionais (VI, reconhecidos (VI, 404), e com novo Plano
397) e para o Ensino de História e Nacional de Educação e Planos políticos-
Cultura Afro-brasileira e Africana e pedagógicos escolares (VI, 405), para a
Indígena (VI, 398) (Lei nº 10.639/03), educação das relações étnico-raciais, com
dispondo de recursos provenientes de o ensino de história e cultura afro-brasileira
vinculação ou subvinculações definidas e africana (VI, 406) e encaminhando junto
em lei, inclusive com disponibilização à ao poder público para que orientem os
rede educacional, de referencial teórico regimentos e os projetos político-
e obras relativas ao tema, garantindo a pedagógicos das escolas em consonância
qualificação do professor para melhor com a lei (VI, 407).

85
e) Implementar, sistematizar e assegurar, suas diretrizes curriculares incluindo nos
dentro da política de formação e cursos de licenciatura disciplinas que
valorização dos profissionais da educação, contemplem a temática étnico-racial.
a formação anual, no mínimo, para gestores e.b) Desenvolver políticas e ações
e demais profissionais de educação, de comprometendo União, Estados, Municípios
acordo com a Lei nº 10.639/03, Lei 11.645/ e Distrito Federal, considerando o regime
2008 e suas diretrizes curriculares, como de colaboração, criando mecanismos que
também melhorar a qualidade de trabalho eliminem o déficit educacional entre brancos
dando condições necessárias para o e negros, em todos os níveis e modalidade
desenvolvimento do seu trabalho à frente de ensino (VI, 411)
da escola (VI, 408). e.c) Criação de grupos de supervisão
e.a) Implementar, sistematizar e assegurar, especializada dentro dos Municípios,
dentro da política de formação e Estados na temática das relações étnico-
valorização dos profissionais da educação raciais para elaborar políticas públicas de
(VI, 409), que os mesmos profissionais efetivação da Lei nº. 10.639/2003 (VI, 429).
tenham, nessa formação específica, um g) Criar, assegurar (VI, 412) e fortalecer (VI,
momento de articulação dos saberes 413) mecanismos, inclusive financeiros (VI,
adquiridos para com os demais docentes. 414), projetos de ação afirmativa (VI, 415)
Partindo de uma formação feita, de que garantam acesso por meio de
preferência, no local de trabalho, articulada financiamento a prevestibulares
com o perfil étnico-racial da população comunitários, bem como de programas (VI,
atendida pelas comunidades escolares 416), de permanência com qualidade social
específicas de cada instituição de ensino. (VI, 417) e sucesso escolar a estudantes
Essa adequação dos conhecimentos oriundos (VI, 418), de populações
culturais patrimoniais, em consonância com vulnerabilizadas (VI, 419), de diferentes
os conhecimentos socialmente construídos, origens étnicas e raciais (VI, 420), e de
sobre os quais nos fala a Lei nº 10.639/03, classes sociais (VI, 421) , em todos os
comporia os conteúdos para os quais se níveis e modalidades da educação (VI,
dirige a referida lei e poderia ter uma 422), considerando a baixa diversidade
dinâmica de funcionamento semelhante à (VI, 423) na composição étnico-racial e
base nacional comum (para os econômica (VI, 424) da população
conhecimentos legitimados dentro das estudantil (VI, 425), em todas as áreas e
diretrizes curriculares para a educação das cursos da educação básica e superior (VI,
relações étnico-raciais) e a parte 426), favorecendo (VI, 427) a inserção e a
diversificada (para os conhecimentos equidade de participação dessa população
capturados da cultura patrimonial dos (VI, 428).
atores de cada unidade de ensino) (VI, h) Garantir a médio prazo (VI, 430) as
410), de acordo com a Lei n. 10.639/03 e condições institucionais, tanto de

86
instituições privadas quanto públicas (VI, pedagógica, a fim de que não permaneçam
431); que entidades civis do Movimento as formas de inserção dessa temática,
Negro Organizado, devidamente como até então vêm sendo feitas na maioria
representado, e que possuam seu trabalho das instituições de ensino. Ou seja, as
voltado para educação, tenham condições temáticas são vivenciadas em períodos
(VI, 432) de financiamento, para ensino, sazonais e têm uma passagem “turística”
pesquisa, extensão e intercâmbio cultural
pelo currículo escolar sem um devido
(VI, 433).
aprofundamento das questões por elas
i) Implementar ações afirmativas como
suscitadas. Tal circunstância, assim o
medidas de democratização do acesso e
entendemos, folclorizam-na, tirando sua
da permanência de negros/as e indígenas
sustentabilidade argumentativa,
nas universidades e demais instituições de
ensino superior públicas e verificar (VI, 434) inviabilizando quaisquer movimentos em
garantir (VI, 435) que existam condições conformidade com os esforços
para a continuidade de estudos em pós- direcionados no sentido de fazer valer o que
graduação aos/às formandos/as que determina, em seu texto, a Lei 10639/03
desejam avanço acadêmico. (VI, 442).
i.a) Implantar e (VI, 436) implementar a k) Desenvolver a médio prazo (VI, 443),
médio prazo (VI, 437) políticas públicas (VI, implantar e implementar (VI, 444), garantir
438) e garantir (VI, 439) ações afirmativas, (VI, 445) políticas e ações que contribuam
o aumento de vagas de forma planejada e para o enfrentamento do preconceito,
progressiva nas universidades públicas (VI, discriminação, racismo ideológico e (VI,
440), bem como a articulação dos alunos 446) racismo institucional, e outras formas
que têm acesso a essas instituições com de racismo existentes nas escolas (VI,
os movimentos sociais, através de
447), indústrias, empresas e no mercado
momentos de formação de consciência das
de trabalho (VI, 448) e da intolerância
relações étnico-raciais do Brasil, de maneira
regional (VI, 449) e do racismo ideológico
reflexiva por meio de encontros, fóruns,
(VI, 450), possíveis de existir, nas
congressos, etc., especificamente para os
instituições públicas e privadas (VI, 451),
alunos cotistas ou contemplados com ações
afirmativas de modo geral (VI, 441). sendo que as providências de punição
j) A introdução das relações étnico-raciais estejam no regulamento das instituições
e a história e cultura africana e afro- (VI, 452).
brasileira, como uma subárea do
conhecimento, não deve se restringir como 279 A- Promover sistematicamente
prioridade à Capes e ao CNPQ, mas campanhas educativas através dos
também se estudar para o currículo escolar diferentes tipos de mídia, abordando a
da educação básica via proposta político- diversidade étnico-racial brasileira (VI, 453).

87
279 B- Inserir no censo escolar, novas 279 H- Estabelecer critérios de raça, etnia
formas de identificação para os grupos e gênero na composição dos conselhos de
étnicos, que valorizem a origem e não a cor educação nas esferas municipal, estadual
da pele, tais como: descendente de europeu, e nacional (VI, 460).
descendente de indígena, afrodescendente
e não declarados (VI, 454). 279 I- Elaborar bibliografias que orientem
os educadores quanto à forma adequada
279 C- Apoiar projetos culturais de danças de abordar, nas salas de aula, as questões
Afro-brasileira e indígena, promovendo a étnico-raciais (VI, 461).
diversidade e a inclusão social na rede
Estadual e Municipal de ensino, valorizando 279 J- Executar e fiscalizar, pelo Ministério
a cultura negra e indígena (VI, 455). da Educação, juntamente com os
Conselhos de Educação e outros
279 D- Garantir a adequação da linguagem segmentos da sociedade, do Plano
nos livros didáticos de acordo com a Lei Nacional de Educação no que se refere ao
N. 10.639/2003 (VI, 456). gênero e cultura, bem como à religião e
raça e à implementação da Lei 10.639/
279 E- Garantir a oferta de materiais 2003, com aplicações de sanções aos
didáticos que abordem os temas étnico- Municípios e Estados que descumpram ou
raciais (VI, 457). que sejam omissos em seu cumprimento
(VI, 462).
279 F- Garantir a criação, ampliação e as
condições de acesso a espaços histórico- 279 K- Garantir a participação de
culturais que se referem à conservação de sacerdotes e sacerdotisas de
memória e da historia dos diversos grupos comunidades tradicionais de terreiro,
étnico-raciais, para que o aluno entre líderes religiosos e comunidades
realmente em contato com a cultura afro- tradicionais nos eventos públicos em todas
brasileira (VI, 458). as instâncias governamentais e
institucionais e também em outras áreas
279 G- Desenvolver políticas e ações que (VI, 463).
comprometam a União, os Estados, os
Municípios e o Distrito Federal, 279 L- Implementar campanhas contra
considerado o regime de colaboração, intolerância religiosa nas escolas das
criando-se mecanismos que eliminem os redes municipais e estaduais (VI, 464).
deficits educacionais entre brancos e
negros, em todos os níveis, etapas e 279 M- Assegurar a formação continuada
modalidades de ensino (VI, 459). dos profissionais da educação básica para

88
elaboração de competências voltadas para para atendimento em educação especial
a práxis pedagógica (VI, 465). nas escolas públicas regulares (VI, 481) e
a afirmação da escola como espaço
280 II- Quanto à educação especial: fundamental (VI, 482), na valorização da
a) Garantir e efetivar (VI, 466) as condições diversidade e garantia de cidadania,
políticas, humanas (VI, 467), pedagógicas, respeitando os seis tipos de acessibilidade
multidisciplinares (VI, 468), de (VI, 483) arquitetônica, atitudinal,
acessibilidade (VI, 469), legais (VI, 470) e programática, comunicacional, instrumental
financeiras, para uma Política Nacional de e metodológica (VI, 484), dando formação
Educação Especial com qualidade social específica e continuada para os
(VI, 471) e sucesso na escola (VI, 472) aos/ profissionais de educação (VI, 485).
às alunos/as (VI, 473) com deficiência (VI, b.a) Garantir condições pedagógicas e
474), independente da faixa etária (VI, 475), financeiras, oferecendo cursos de Braille,
com transtornos globais do desenvolvimento Libras e Soroban, capacitando
e altas habilidades – superdotação – em professores, funcionários e pais de alunos
todos os níveis da educação (VI, 476) e com diretamente na escola, para uma política
suporte educacional especializado (VI, 477). nacional de educação especial inclusiva,
a.a) Garantir as condições políticas, assegurando o acesso à escola, às
pedagógicas, legais e financeiras para a pessoas com deficiência, transtorno
efetivação de uma (VI, 478) política nacional globais do desenvolvimento e altas
de educação, que contemple a educação habilidades, superdotação na educação
especial na perspectiva da inclusão como básica e na educação superior (VI, 486).
modalidade de ensino, desde a c ) Incluir Garantir a inclusão, estimular e
educação infantil até o ensino superior, acompanhar (VI, 487) a permanência e o
assegurando acesso, permanência e sucesso escolar das (VI, 488) crianças,
aprendizagem aos/às alunos com adolescentes e jovens com deficiência com
deficiência, transtornos globais do necessidades educacionais especiais (VI,
desenvolvimento e altas habilidades/ 489), transtornos globais do
superdotação, sem mecanismos de desenvolvimento, assegurando-lhes
seleção ou discriminação (VI, 479). condições de acesso, de permanência, de
b) Garantir a médio prazo (VI, 480) a participação, de terminalidade e de
transformação dos sistemas educacionais aprendizagem satisfatória, nas salas
em inclusivos num trabalho articulado da comuns do ensino regular (VI, 490) em
escola comum com a escola especial e a todos os níveis e modalidades (VI, 491) no
escola bilíngue para surdos como espaço ensino regular, das escolas públicas e
de inclusão, fundamental, assegurando privadas, garantindo condições
uma equipe multiprofissional permanente necessárias para a permanência, tendo

89
em vista o sucesso do aluno, por meio de acesso e da infraestrutura para essa
políticas de formação adequada aos inclusão e permanência na escola, com as
profissionais de educação (VI, 492), e devidas verbas asseguradas (VI, 498).
garantindo atendimentos educacionais d) Garantir, viabilizar (VI, 499), incentivar
especializados, no contraturno dos (VI, 500) e tornar obrigatórias (VI, 501)
programas e ações educacionais, quando políticas que estimulem (VI, 502) a
necessário (VI, 493). participação efetiva (VI, 503) da família/
c.a) Constituir um sistema educacional escola (VI, 504) e da comunidade nas
inclusivo que considere a escola como um instituições educativas por meio de órgãos
espaço fundamental na valorização da representativos e projetos de educação
diversidade e garantia de cidadania, formal e não formal (VI, 505), de forma a
possibilitando a inclusão de crianças, haver uma corresponsabilidade no
adolescentes e jovens com necessidades processo ensino e aprendizagem do aluno
educacionais especiais, no ensino regular, com necessidades educacionais, incluído
em todas as redes de ensino (VI, 494). (VI, 506), criando atividades que promovam
Incluir crianças, adolescentes e jovens com momentos à inserção da família com os
necessidades educacionais especiais e ambientes escolares, com base no que
deficiência, na escola comum sempre que regulamenta o ECA (VI, 507), por meio de
possível, na escola especial quando projetos atrativos para os pais (VI, 508),
necessário, oportunizando a cada aluno a incluindo os pais na avaliação dos alunos,
escola que é adequada a sua condição, por meio da criação de um espaço onde
preferencialmente (VI, 495), no ensino pais e professores possam discutir os
regular, tanto na rede pública quanto na rede resultados dessas avaliações e nortear os
privada (VI, 496). Garantir o atendimento próximos passos da escola, em especial,
especializado através de uma rede de tratando-se de educação inclusiva (VI, 509),
apoio com a saúde, respeitando as e em parcerias com as áreas da saúde e
diversidades e tendo garantidas todas as assistência social, por meio de projetos e/
políticas públicas que concorram para a ou ações conscientizadoras, em que as mães/
justiça social, a educação e o trabalho, os pais sejam sujeitos ativos, produtores e
considerando a inclusão, a diversidade e construtores nesse processo. Apresentar de
a igualdade de forma concreta e radical, forma esclarecida qual o papel de cada
respeitando as suas especificidades e instituição na formação dos educandos (VI,
garantindo as políticas públicas para a 510), assegurando infraestrutura das escolas
justiça social, educação e trabalho (VI, 497). públicas, acervo bibliográfico, e didático-
c.b) Viabilizar a capacitação dos/as pedagógico e tecnológico, padrões de
educadores/as para tornar possível a acessibilidade e formação continuada aos
inclusão desses/dessas educandos/as, profissionais na área de educação especial
assegurando a qualidade de ensino, do inclusiva (VI, 511).

90
e) Concretizar, dentro da política de contraturno, atendendo as especificidades
valorização e formação dos/das (VI, 520), em sala de recursos e /ou
profissionais da educação em nível multifuncionais com profissionais
nacional, a formação de docentes para o qualificados (VI, 521), disponibilizando
atendimento educacional especializado e acesso ao currículo e proporcionando
dos/das demais profissionais da educação independência para a realização de tarefas
para a inclusão. Garantir, nas e a construção da autonomia. Esse serviço
Universidades públicas e particulares, diferencia-se da atividade de sala de aula
cursos de graduação e cursos de formação comum, não sendo substitutivo à
continuada, extensão e pós-graduação, escolarização de acordo com a legislação
visando à qualificação dos trabalhadores vigente (VI, 522) e ofertando dessa forma,
da educação que atendem alunos com condições básicas, tanto para alunos como
para o corpo docente (VI, 523).
deficiência, transtornos globais do
g.a) Garantir e fortalecer, de acordo com o
desenvolvimento, multideficiências e altas
Decreto nº 6571/08 (VI, 524), o atendimento
habilidades / superdotação, por meio da
educacional especializado, como um
inserção obrigatória de disciplinas sobre
serviço de educação especial que
educação inclusiva em todos os cursos de
identifique, elabore e organize recursos
licenciatura (VI, 512).
pedagógicos e de acessibilidade visando
f) Garantir e ampliar (expandir) efetivar
à eliminação de barreiras para plena
obrigatoriamente em todas as instituições
participação dos alunos com deficiência,
(VI, 513) o atendimento educacional
transtornos globais de desenvolvimento e
especializado, do nascimento aos três
altas habilidades/superdotação, com o
anos, por meio de serviços de intervenção objetivo de facilitar o acesso ao currículo e
e estimulação (VI, 514) precoce, que possibilitar independência para a
otimizem o processo de desenvolvimento realização de tarefas e a construção da
e aprendizagem, em interface com os autonomia. Esse serviço diferencia-se da
serviços de saúde e assistência social, atividade da sala de aula comum, não
especializado nas redes regulares de sendo substitutivo à escolarização,
ensino e centros de atendimento devendo ser realizado no contraturno (VI,
especializados (VI, 515), oferecendo 525).
estrutura física e material psicopedagógico h) Implantar (VI, 526), implementar, garantir
adequado ao atendimento (VI, 516) e em (VI, 527) e monitorar (VI, 528) serviços de
instituições especializadas (VI, 517). atendimento educacional especializado,
g) Assegurar (VI, 518) e garantir recursos através por meio (VI, 529) da organização
financeiros para (VI, 519) expandir e e implementação de sala de recursos
fortalecer o atendimento educacional multifuncionais, em contraturno (VI, 530),
especializado, que deve ser realizado no direcionados ao atendimento educacional

91
(VI, 531) especializado dos/das alunos/as educação infantil (VI, 547), nas escolas
com deficiência, transtornos globais do públicas regulares e conveniadas (VI, 548).
desenvolvimento e altas habilidades - k) Garantir, quando necessário, a presença
superdotação - nas escolas públicas e do/a professor/a auxiliar, do/a intérprete/
privadas (VI, 532) e instituições tradutor/a, do/a guia para as salas do
especializadas (VI, 533), garantindo o ensino regular com alunos/as inclusos/as,
acesso às escolas do campo (VI, 534) com de modo a viabilizar sua permanência no
a atuação de profissionais qualificados/as. processo de escolarização na organização
É necessário que tal atendimento seja dos sistemas de ensino, a educação
assegurado aos educandos privados de especial na perspectiva da educação
liberdade, e em medidas socioeducativas inclusiva (VI, 549), disponibilizando as
de internação restrita e provisória (VI, 535). funções de instrutor, tradutor/intérprete de
i) Efetivar as redes de apoio aos sistemas Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e
educacionais públicos e privados (VI, 536), guia/intérprete, bem como de monitor) ou
por meio de políticas públicas (VI, 537) cuidador (VI, 550) para alunos com
parcerias programas institucionais e necessidade de apoio nas atividades de
políticas públicas (VI, 538), e articulação higiene, alimentação, locomoção, entre
com todas as secretarias e órgãos dos outras que exijam auxílio constante no
entes federados – prioritariamente das cotidiano escolar, de modo a viabilizar sua
áreas (VI, 539), da saúde, com instituições permanência com sucesso no processo de
especializadas (VI, 540), ação social e escolarização, respeitando a proporção
cidadania, para atender as pessoas com dos/as alunos/as especiais e o total de
deficiências, transtornos globais do alunos/as da turma (VI, 551).
desenvolvimento e altas habilidades – l) Garantir Assegurar (VI, 552) com
superdotação e surdos (VI, 541), e com obrigatoriedade (VI, 553) na formação
dificuldades acentuadas de aprendizagem inicial (VI, 554) continuada dos/das
(VI, 542). trabalhadores/as da educação básica e
j) Criar e/ou (VI, 543) ampliar a equipe superior (VI, 555), em todas as etapas e
multiprofissional composta de psicólogos/ modalidades (VI, 556), conteúdos
as, fonoaudiólogos/as, assistentes sociais referentes à inclusão de pessoas com
para assessoria na o atendimento em (VI, deficiência, com necessidades educativas
544) educação especial em centros de especiais e/ou multideficiências,
atendimento educacional especializado (VI, transtornos globais do desenvolvimento,
545), dos/das alunos/as com deficiência, altas habilidades/ superdotação, surdos/as
com transtornos globais de (VI, 557).
desenvolvimento e com altas habilidades/ o) Distribuir (VI, 558) Assegurar a
superdotação (VI, 546), principalmente na aquisição, distribuição (VI, 559) e utilização

92
(VI, 560) de livros, materiais didáticos e formação de todos motoristas e monitores
paradidáticos (VI, 561) e esportivos (VI, que trabalhem com transporte adaptado a
562), tecnologia assistiva (VI, 563) fim de atender aos alunos/as (VI, 577).
equipamentos e mobiliários adaptados para q) Incluir a Libras e o Soroban (VI, 578), no
alunos com deficiência deficiências, currículo da educação básica e garantir
transtornos globais do desenvolvimento e políticas para o ensino de LIBRAS e Braille
altas habilidades/superdotação (VI, 564), (VI, 579) aos/às profissionais da rede pública
bem como óculos, cadeiras de rodas, (VI, 580) servidores/as (VI, 581) de educação
aparelhos auditivos, órteses, próteses e (VI, 582), e aos familiares/responsáveis (VI,
outras tecnologias assistivas, garantindo 583), garantindo a curto prazo, a contratação,
acessibilidade universal (VI, 565) no início do por meio de concurso público, de profissionais
ano letivo (VI, 566) em todos os níveis e capacitados/as e/ou licenciados/as em letras
modalidades de ensino (VI, 567) e para os
Libras para professor/a surdo/ouvinte e
professores que trabalham com esses alunos
intérprete (VI, 584).
(VI, 568), nas instituições de ensino de acordo
q.a) Qualificar o/a profissional de apoio e
com a legislação vigente (VI, 569).
serviço escolar para o trabalho com alunos
p) Garantir financiamento para a aquisição
inclusos (VI, 585) e garantir aos alunos
de transporte escolar para escolas rurais e
surdos incluídos, a presença do intérprete
urbanas (VI, 570) adequado, adaptado (VI,
de Libras e a oferta de uma educação
571), apropriado (VI, 572) e acessível (VI,
bilíngue, tendo a Libras como primeira
573), a fim de atender os/as alunos/as com
língua e a língua portuguesa, na modalidade
necessidades educacionais especiais que
escrita, como segunda língua (VI, 586).
apresentem limitações físicas e mobilidade
s) Ofertar, garantir, ampliar (VI, 587) e
reduzida ao projeto da escola de acordo
com a sua necessidade (VI, 574) e efetivar uma política de (VI, 588) EJA diurno
deslocamento para atendimento específico e noturno com profissionais capacitados/
de suas necessidades (VI, 575) e as, atendendo a demanda local (VI, 589)
acompanhados/as de profissionais para alunos/as com necessidades
capacitados/as para auxiliá-los no trajeto especiais educativas especiais e/ou
(VI, 576). deficiência, multideficiências, transtornos
p.a) Garantir financiamento para adquirir e globais do desenvolvimento, altas
disponibilizar transporte escolar para os habilidades/ superdotação, surdos/as,
alunos que apresentem limitações físicas, independente do número de alunos, em
mobilidade reduzida ou outras instituições públicas e privadas. E, com
características que justifiquem esse oficinas de preparação para o trabalho, e
serviço. Garantir financiamento, além da outros, promovendo a formação para sua
suplementação orçamentária, para inserção ao mundo do trabalho (VI, 590).

93
t) Garantir e fiscalizar (VI, 591), da 280 C- Assegurar a regularidade das
educação infantil à educação superior (VI, escolas que ofertem educação para o surdo
592) e técnica (VI, 593), a transversalidade no sistema de ensino, garantindo seriação
da educação especial, na perspectiva da e que tenham projeto pedagógico
educação inclusiva (VI, 594), por meio de estabelecido com base em um currículo
ações que promovam o acesso, a bilíngue (VI, 601).
permanência e a participação dos/das
alunos/as estudantes (VI, 595). 280 D- Garantir e ampliar o atendimento
u) Garantir, na educação básica, técnica de serviços de intervenção precoce, do
(VI, 596) e superior, recursos tecnológicos nascimento aos três anos, onze meses e
(VI, 597) e serviços financeiros e humanos vinte e nove dias, que otimize o processo
(VI, 598), para a promoção da de desenvolvimento e aprendizagem, em
acessibilidade arquitetônica, nas interface com os serviços de saúde e
comunicações, nos sistemas de assistência social (VI, 602).
informação, nos materiais didáticos e
pedagógicos, que devem ser 280 E- Garantir o contato dos/das alunos/
disponibilizados nos processos seletivos e as surdos/as com professores/as surdos/
no desenvolvimento de todas as atividades as, oportunizando sua identificação
que envolvem o ensino, a pesquisa e a linguística e cultural, o que colaborará para
extensão. a construção de uma autoimagem positiva
de surdo/a e de sua constituição como
280 A- Garantir às famílias e aos surdos o cidadão/ã (VI, 603).
direito de optar pela modalidade de ensino
mais adequado para o pleno 280 F- Consolidar o ensino de LIBRAS nos
desenvolvimento linguístico, cognitivo, cursos de formação de professores/as,
emocional, psíquico, social e cultural de ampliando os programas em uma
crianças, jovens e adultos surdos, perspectiva cultural relacionada às
garantindo o acesso à educação bilíngue comunidades surdas, com destaque nas
– LIBRAS e à Língua Portuguesa (VI, 599). artes, literatura, gramática da língua e sinais,
história dos movimentos surdos, entre
280 B- Garantir a oferta de atendimento outros. Que essas temáticas sejam
educacional à criança surda, do nascimento incluídas nos currículos das escolas de
aos três anos, propiciando a imersão em surdos/as e nas escolas com alunos/as
língua de sinais, como primeira língua para surdos/as incluídos/as (VI, 604).
promover a aquisição de linguagem e de
conhecimento de mundo, desde o 280 G- Garantir que a interface entre
nascimento (VI, 600). educação especial e a educação indígena,

94
do campo e quilombola deva assegurar que 280 K- Garantir que a formulação e a
os recursos, serviços e o atendimento execução da política linguística sejam
educacional especializado estejam realizadas com a participação dos
presentes nos projetos pedagógicos educadores surdos/as e demais
construídos com base nas diferenças lideranças, professores/as, tradutores/as-
socioculturais desses grupos (VI, 605). intérpretes de LIBRAS e comunidades
surdas para que junto com o/a gestor/a
280 H- Incentivar e apoiar financeiramente público/a possam elaborar propostas que
a criação do curso de graduação respondam às necessidades, interesses e
Pedagogia Bilíngue em IES, de modo a projetos dessa comunidade (VI, 609).
garantir a formação de professores
bilíngües, surdos e ouvintes, para atuarem 280 L- Garantir EJA em horários
na educação infantil e no ensino
alternativos ao noturno, para que todos
fundamental. O professor de surdos deve
possam retomar e seguir os seus estudos
ter conhecimentos básicos e formação em
(VI, 610).
educação de surdos e esta formação
deverá ser contínua e atualizada (VI, 606).
280 M- Assegurar políticas de
acessibilidade de forma integral que
280 I- Inserir prova de proficiência em
incluam atendimento às pessoas com
LIBRAS nos concursos e outros processos
deficiências, do campo, diferentes grupos
seletivos para professores/as que atuarão
étnico-raciais, credo, orientação sexual,
com alunos surdos na educação básica e
adolescentes e jovens em área de risco,
na educação de jovens e adultos surdos.
Contemplar alternativas para os/as surdos/ através de aquisição de material didático,
as quanto à participação em cursos de apoio pedagógico, e, adequação da
formação e em concursos públicos para estrutura escolar com dispositivos que
ingresso funcional (VI, 607). assegurem a mobilidade e o
desenvolvimento pleno dos alunos com
280 J- Oficializar a profissão de tradutor- deficiência (VI, 611).
intérprete de LIBRAS para surdos/as e do
guia intérprete para surdos/as e cegos/as 280 N- Garantir nas políticas de formação
e garantir a presença desses profissionais de gestores conteúdos específicos que
nas escolas e IES que atendam os/as contemplem a organização da gestão da
referidos/as alunos/as. A presença de escola para a inclusão (VI, 612).
aluno/a surdo/a em sala do ensino inclusivo
ou em outros espaços educacionais é fator 280 O- Garantir a discussão, análise e
que determina a autação desses proposição de avaliações que respeitem
profissionais (VI, 608). as diferentes línguas, linguagens, culturas

95
e capacidade de pessoas com cinco alunos/as para cada aluno/a com
necessidades educacionais especiais, deficiência, altas habilidades, matriculados
inclusive em relação aos diferentes na classe, sendo admitido um número
mecanismos de acesso ao ensino superior máximo de três alunos/as com deficiência,
(VI, 613. altas habilidades por turma, como forma de
assegurar condições objetivas para o
280 P- Assegurar investimentos para desenvolvimento efetivo da aprendizagem
atividades de desporto e lazer, assim como (VI, 618).
para práticas artísticas e culturais a alunos
com deficiência e NEE (VI, 614). 280 U- Definir diretrizes para as instituições
de ensino superior, garantindo o processo
280 Q- Garantir que em concursos, de inclusão na formação de professores/
vestibulares e outros processos seletivos, as, gestores/as e funcionários/as de
os/as surdos/as sejam avaliados, em sua carreira (VI, 619).
primeira língua, Libras, possibilitando uma
verdadeira inclusão social, posto que dessa 280 V- Garantir formas de avaliação que
forma os/as surdos/as possam se inserir no respeitem as necessidades educacionais
mercado de trabalho, nos mais variados especiais das pessoas com deficiência
níveis de cargo e carreiras (VI, 615). (VI, 620).

280 R- Implantar programas de 280 W- Regulamentar a função dos


identificação e criar centros articulados a profissionais cuidadores para questão de
institutos de pesquisa e empresas que locomoção, alimentação para as crianças
trabalhem com tecnologias (alta, baixa e de com graves comprometimentos físicos
ponta); considerando as especificidades (VI, 621).
de cada município, em função dos alunos
com superdotação e altas habilidades, 280 X- Garantir a obrigatoriedade de apoio
desde as escolas (VI, 616). financeiro às políticas de diversidade,
trabalho e inclusão social (VI, 622).
280 S- Criar e garantir programas de
profissionalização como política nacional 280 Y- Garantir formação continuada para
de formação para o trabalho dos/das o uso das tecnologias das salas de
alunos/as com deficiências, a partir dos 16 recursos para os/as profissionais da
anos de idade (VI, 617). educação (623).

280 T- Assegurar a organização das salas 280 Z- Criar de cotas para as pessoas com
de aula comuns, garantindo a redução de necessidades especiais para o ensino

96
superior e pós-graduação como um dos denúncias, sugestões ou reclamações, com
mecanismos que garantam o acesso, a prazos definidos para respostas (VI, 629).
permanência dos mesmos no sistema
educacional, e ainda, a garantia de acesso 280 FF- Aprimorar o censo escolar de
ao campo de trabalho (VI, 624). modo a registrar e considerar a
especificidade das pessoas com
280 AA- Quanto à educação inclusiva, é deficiência, transtornos globais do
necessário garantir o espaço físico de acordo desenvolvimento e altas habilidades/
com normas do desenho universal e propiciar superdotação (VI, 630).
capacitação profissional para atender a
todos os alunos com necessidades 280 GG- Criar um banco de dados
educacionais especiais (VI, 625). unificado, utilizando os cadastros já
existentes nas secretarias de saúde,
280 BB- Propor que os Sistemas de educação, transporte, assistência social,
Avaliações Institucionais elaborem padrões trabalho e justiça, de forma a obter
específicos para alunos/as com informações mais precisas sobre onde
deficiências, inclusive desconsiderando o estão as crianças, adolescentes e adultos
critério idade-série (VI, 626). com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/
280 CC- Implantar a inclusão digital para superdotação, bem como as políticas
os/as alunos/as com deficiências (VI, 627). públicas às quais elas têm acesso (631).

280 DD- Oportunizar atividades que 280 HH- Identificar as crianças com
favoreçam aos/às alunos/as que deficiência, transtornos globais do
apresentam altas habilidades/ desenvolvimento e altas habilidades/
superdotação, o aprofundamento e superdotação que estão fora da escola
enriquecimento de aspectos curriculares para garantir sua matrícula na educação
mediante desafios suplementares nas básica até que se atinja a universalização
classes comuns, em sala de recurso ou em nesse nível de ensino, garantindo também
outros espaços definidos pelo sistema de a oferta de atendimento educacional
ensino, inclusive para conclusão em menor especializado (VI, 632).
tempo da série ou etapa escolar nos termos
do Art. 24 “V”, da Lei 9394/96 (VI, 628). 280 II- Garantir financiamento específico
para as pessoas com deficiência, com
280 EE- Criar canais de comunicação – transtornos globais de desenvolvimento e
ouvidorias específicas – para o com altas habilidades/superdotação na
atendimento daqueles/as que tenham educação superior (VI, 633).

97
280 JJ- Ofertar EJAI diurno para alunos/as passarelas com atendimento à comunidade
com necessidades especiais, escolar de forma respeitosa e humanitária
contemplando o currículo com ações de (VI, 639).
qualificações para o mercado de trabalho
(VI, 634). 280 PP- Estabelecer, nos projetos
pedagógicos da escola, a criação de
280 KK- Assegurar a criação de Câmaras grupos de estudos, com temas voltados à
de Educação Especial nos Conselhos diversidade/educação inclusiva, a fim de
Municipais de Educação (VI, 635). favorecer a formação continuada in loco dos/
das profissionais da educação (VI, 640).
280 LL- Garantir às instituições de ensino,
esgotadas as possibilidades pontuadas 280 QQ- Estabelecer, em nível nacional, em
nos artigos 24 e 26 da LDBEN, a
parceria com as universidades, IFS e todo
viabilização da terminalidade específica
o sistema S, diretrizes curriculares que
para o/a aluno/a da educação especial, que
asseguram a necessária flexibilidade nos
não apresentar resultados de
programas oferecidos pelas diferentes
escolarização previstos no inciso I, do Artigo
instituições de educação profissional, com
32 da mesma Lei, por meio da certificação
vistas a desenvolver programas de
de conclusão de escolaridade, com o
qualificação profissional, para ampliação
histórico que apresente de forma descritiva,
da oferta de vagas para a crescente
as competências desenvolvidas pelo/a
demanda de alunos/as, público -alvo da
educando/a (VI, 636).
educação especial (VI, 641).
280 MM- Implantar oficinas profissionalizantes
complementares ao currículo para alunos/ 280 RR- Garantir linhas de financiamento
as acima de 14 anos, com deficiência para a pesquisa e a produção de materiais
intelectual ou múltiplas que não apresentam e equipamentos de tecnologia assistiva
resultados de escolarização (VI, 637). (VI, 642).

280 NN- Implantar e ampliar os centros de 280 SS- Garantir equipe multiprofissional
atendimento educacional especializado (psicóloga, fisioterapeuta, fonoaudiólogo/a,
para os/as alunos/as com necessidades neurologista, interprete (de libras) para o
educacionais especiais de acordo com atendimento em educação especial nas
decreto 6.571/2008, nos municípios até escolas públicas regulares e apaes (VI, 643).
2012 (VI, 638).
280 TT- Garantir a formação de equipes
280 OO- Garantir financiamento para a de profissionais por parte do Estado e em
acessibilidade nos prédios públicos e benefício tanto das redes municipais e

98
estaduais, para diagnosticar e auxiliar os 280 ZZ- Garantir, dentro da política de
educadores/as envolvidos/as com alunos/ valorização e formação dos profissionais
as que apresentem especificidades como de educação, em nível nacional, que todos
o/a superdotado/a, o déficit em os professores que trabalham com
aprendizagem, distúrbio de comportamento estudantes com NEE tenham o direito ao
e todos os transtornos como dislexia e incentivo financeiro de 20% sobre o valor
outros tantos (VI, 644). do seu vencimento (VI, 650).

280 UU- Firmar convênio com os centros 281- Quanto à Educação do Campo
especializado para o Atendimento a)Superar (VI, 651) Erradicar e superar as
Educacional Especializado - AEE dos (VI, 652) discrepâncias e desigualdades
alunos/as com deficiência específica educacionais entre o urbano, o campo e a
(VI, 645). floresta (VI, 653), (cablocos, indígenas,
extrativistas, ribierinhos, pescadores,
280 VV- Garantir um departamento da quilombolas, migrantes de outras regiões
educação especial nas secretarias brasileiras e estrangeiras, agricultores
municipais a fim de contribuir no familiares, assentados, sem-terra, sem-
atendimento para os professores/as, teto, acampados, segmentos populares
famílias escolas e comunidade (VI, 646). dos mais diversos matizes) (VI, 654), entre
brancos, negros e indígenas (VI, 655),
280 WW- Melhorar a política de incentivo mediante políticas educacionais políticas
para os/as profissionais da educação que educacionais (VI, 656) implementação de
trabalham com portadores/as de políticas públicas educacionais (VI, 657) e
necessidades especiais no ensino regular a formação profissional (VI, 658) de caráter
(VI, 647). afirmativo, garantindo o funcionamento de
laboratórios de informática ligados à rede
280 XX- Adotar como critério para a mundial de computadores (VI, 659) a fim
seleção de professores/as para a sala de de corrigir desigualdades históricas
recursos, graduação em licenciaturas em impostas a esse segmento segmento
letras português, pedagogia, normal sujeito social (VI, 660).
superior ou especialização em educação a.a) Superar as discrepâncias e
especial e psicopedagogia (VI, 648). desigualdades educacionais entre o
urbano e o campo, mediante políticas
280 YY- Conscientizar a população por educacionais de caráter afirmativo, a fim
meio de campanhas feitas pelas escolas, de corrigir desigualdades históricas
para garantir a inclusão (VI, 649). impostas a esse segmento (VI, 661).

99
b) Consolidar uma Política Pública (VI, 662) impostas a esse segmento (VI, 675) e as
Nacional para a Educação do Campo (de particularidades regionais, mantendo as
cablocos/as, indígenas, extrativistas, escolas que ainda funcionam na Zona
ribierinhos, pescadores, quilombolas, Rural; garantindo que o currículo escolar
migrantes de outras regiões brasileiras e contemple matérias referentes às
estrangeiras, agricultores familiares, atividades do campo quando a Escola
assentados, sem-terra, sem-teto, possuir Tempo Integral (VI, 676).
acampados, segmentos populares dos b.a) Consolidar uma Política Nacional para
mais diversos matizes) (VI, 663) e da a Educação do Campo, a partir do
floresta (VI, 664) articulada com o Documento-Referência para uma Política
fortalecimento do projeto alternativo de Nacional da Educação do Campo (Mec/
desenvolvimento sustentável que assegura Secad) e em diálogo com os movimentos
a formação humana, política, social e sociais do campo, cabendo à União e aos
cultural dos sujeitos (VI, 665), a partir do Estados estimular e colaborar com os
documento-referência para uma Política Municípios no sentido da inserção da
Nacional da Educação do Campo (Mec/ educação no campo com capítulos
Secad), das Diretrizes Operacionais para específicos nos planos nacional, estadual
a Educação do Campo (VI, 666), das e municipal de educação, garantindo a
propostas da Comissão Nacional de inserção da educação do campo como
Educação no Campo (VI, 667) em diálogo política pública em conformidade com as
e parceria (VI, 668) com os movimentos diretrizes operacionais da educação do
sociais e sindicais, ONGs, Redes, Fóruns campo (VI, 677).
e Comitês (VI, 669) do campo e da floresta c) Promover e (VI, 678) garantir
(VI, 670), comprometidos com a efetivação obrigatoriamente (VI, 679) a oferta e
da Reforma Agrária e com a melhoria da financiamento (VI, 680), da educação (VI,
qualidade de vida no campo (VI, 671) (MST, 681), o acesso e a permanência com
CPT, ONGs, e Sindicato dos Trabalhadores qualidade aos educandos (VI, 682) do
Rurais, entre outros) (VI, 672), por meio das campo no País, com escolas próprias e
esferas federais, estaduais e municipais apropriadas (VI, 683), priorizando a oferta
(VI, 673), assegurando a definição de nos locais onde os alunos residem (VI, 684),
políticas educacionais que reconheçam a reabrindo as escolas do campo e
diversidade existente no campo brasileiro reestruturando-as (VI, 685), levando em
e contribuam na correção das consideração a diversidade social, cultural,
desigualdades históricas impostas a esse étnica-racial, de gênero, de orientação
segmento (VI, 674), mediante políticas sexual e do mundo do trabalho (VI, 686) em
educacionais de caráter afirmativo, a fim todos os níveis e modalidades da
de corrigir desigualdades históricas educação (VI, 687), inclusive aquelas

100
integradas à educação profissional, da pedagogia da alternância (VI, 712) e as
educação do campo no País (VI, 688). EFAs (Escolas Famílias Agrícolas) (VI, 713)
d) Ampliar o acesso à escola e ao sucesso de acordo com os padrões básicos (VI,
(VI, 689) escola (VI, 690) na educação (VI, 714) adequados (VI, 715) de infraestrutura,
691) do campo e rural (VI, 692) e floresta que contemplem: transporte escolar
(VI, 693) de crianças, adolescentes, jovens, intercampo (VI, 716) intracampo (VI, 717)
adultos e idosos/as, pessoas com com segurança e conforto (VI, 718) para
deficiências, transtornos globais do os docentes e discentes (VI, 719),
desenvolvimento (VI, 694), residentes nas equipamentos tecnológicos de informação
zonas (VI, 695) no campo (VI, 696) em todos com garantia de internet e outros
os níveis (VI, 697) e etapas (VI, 698) da mecanismos de (VI, 720) comunicação
educação básica, educação profissional (radiofonia, jornais locais, etc) (VI, 721) e
(VI, 699) e modalidades da educação agrícolas (pesqueira, artesão e extravismo)
nacional (VI, 700), e na educação superior, (VI, 722), material didático de acordo com
primando por educação no e do campo, de as especificidades das escolas do campo
qualidade, incentivando o repovoamento (VI, 723), acervo bibliográfico, biblioteca
das comunidades camponesas em idade (garantindo o estudo regional e cultural) (VI,
escolar, para que, gradualmente, em médio 724), quadra esportiva coberta (VI, 725)
prazo, as classes multisseriadas não sejam com custeio federal/União (VI, 726),
necessárias nas escolas campesinas, materiais esportivos adequados (VI, 727)
adequando num calendário diferenciado e espaços artísticos (VI, 728) e culturais (VI,
diversificado, os cursos profissionalizantes 729), com facilitação por parte do Instituto
ofertados, respeitando as diversidades de Patrimônio Histórico Artístico Nacional
culturais, étnicas e regionais (VI, 701), (IPHAN) e do Instituto Estadual de
considerando que o atendimento infantil Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) (VI,
deve ser oportunizado na própria 730), laboratórios científicos e de
comunidade, e nos demais citados, que o informática com acesso à internet com
transporte escolar seja intracampo (VI, 702), qualidade, a qualificação e formação
garantindo, em lei, recurso para transporte continuada para o uso das tecnologias
escolar de qualidade (VI, 703), nos casos pelos educadores, custeada pelo poder
em que houver necessidade (VI, 704), público (VI, 731), horta escolar, (VI, 732)
garantir a formação de professores/as que salas de aula, refeitórios (VI, 733) e
atuam no campo, bem como a espaços adequados e equipados para
remuneração diferenciada (VI, 705). aulas teóricas e práticas (VI, 734), e
e) Garantir (VI, 706) criar (VI, 707), construir garantir a alimentação escolar em maior
(VI, 708), ampliar, fiscalizar (VI, 709) e quantidade/qualidade para as crianças
manter as escolas do campo e rural (VI, (VI, 735) e contratação de pessoal de
710) e floresta (VI, 711), incluindo a apoio (VI, 736).

101
f) Implantar e efetivar políticas públicas de todos os níveis, (VI, 754) para o homem e
educação do campo, rural (VI, 737), urbana a mulher do campo ou rural (VI, 755), nas
(VI, 738) e da floresta (VI, 739) que localidades onde vivem e trabalham,
respeitem e valorizem o meio ambiente, o respeitando suas especificidades locais
contexto sociocultural (VI, 740), a (VI, 756), como adequação do currículo (VI,
diversidade cultural (VI, 741) e promovam 757), quanto aos horários e calendário
o desenvolvimento sustentável através de agrícola (VI, 758), incluindo projetos com
cadeias produtivas (VI, 742), contemplando políticas de incentivo não só para os
currículos (em regime de alternância e estudantes, mas também para os
outras formas de organização curricular (VI, educadores, garantindo sua aplicabilidade
743) e calendários (VI, 744) específicos profissional (VI, 759). Criar bolsas de estudo
para os diversos níveis e modalidades, como incentivo aos discentes (VI, 760).
priorizando escolas de tempo integral h) Avaliar, monitorar socializar (VI, 761),
(desde que as escolas sejam adaptadas ampliar a oferta do Projovem Campo:
atendendo às necessidades que possam Saberes da Terra (VI, 762) - consolidando
surgir (VI, 745) e que promovam a como políticas de educação do campo, na
igualdade de gênero, raça e etnia, modalidade EJA, integrada à Educação
orientação sexual e geracional (VI, 746), Profissional, ampliando a faixa etária, na
visando à realidade do/a aluno/a como perspectiva curricular na educação de
forma de construção de vida sustentável (VI, jovens e adultos, e do PPP das escolas do
747); que trabalhem projetos de incentivo campo (VI, 763), estendendo às
à permanência do jovem no campo, organizações da sociedade civil (VI, 764);
apontando saídas e buscando formas criar o Projovem da Floresta (VI, 765), e do
alternativas para solucionar os problemas Procampo - licenciatura em educação do
que levam o jovem a buscar grandes campo como política de estado (VI, 766),
centros, viabilizando espaços para práticas as EFAs –Escola - Família Agrícola e
que envolvam a comunidade escolar, CEFAS – Centro de Formação por
alunos e cidade (VI, 748), como espaços Alternância e o PRONERA (VI, 767),
que viabilizem a comunidade a criar garantindo, de forma articulada, a presença
cooperativas onde possam introduzir e do governo nas três esferas (municipal,
distribuir sua produção, assegurada pelo estadual e federal), bem como os
município (VI, 749) de acordo com a movimentos sociais (VI, 768), consolidando-
realidade de cada região, com profissionais os como políticas públicas (VI, 769).
da educação qualificados (VI, 750). h.a) Avaliar, monitorar e ampliar a oferta do
g) Garantir (VI, 751) Viabilizar (VI, 752) as Projovem Campo (VI, 770) Combater
modalidades, como educação de jovens, políticas compensatórias como o projovem
adultos (EJA) e idosos/as (VI, 753), em do campo e garantir acesso e permanência

102
à escola regular de tempo integral (VI, 790), que sejam prioridade em municípios
profissionalizante, ou à educação de jovens onde existam unidades específicas de
e adultos, de acordo com as características educação no campo (VI, 791).
da educação do campo (VI, 771). k) Criar, garantir (VI, 792) e assegurar uma
i) Garantir o cumprimento da legislação (VI, 793) política de formação, em nível médio
para a educação no campo (Art 28, da LDB: e superior específico, e política (VI, 794) de
calendário, metodologia, conteúdo, incentivo, valorização (VI, 795) e formação
avaliação), das Diretrizes Operacionais da continuada (VI, 796) para os/as professores/
Educação Básica para o Campo as (VI, 797) profissionais da educação (VI,
Resolução (CNE/CEB nº 1, 03/04/2002) (VI, 798) que atuam no campo (escolas públicas,
772) voltada às práticas agroecológicas comunitárias e dos CEEFA’s) (VI, 799),
sustentáveis (VI, 773), à iniciação à garantindo dedicação exclusiva em tempo
integral (VI, 800), para evitar a rotatividade e,
pesquisa científica e atividades
com isso, garantir um processo educativo sem
desportivas, artística (VI, 774) e
interrupções e de qualidade, bem como
socioculturais, com adequação do
incentivos, capacitação e qualificação ao/à
calendário, currículo, espaço físico,
educador/a do campo com dedicação
formação do profissional à realidade local
exclusiva (VI, 801), promovendo a formação
das escolas do campo (VI, 775).
continuada e a habilitação em áreas
j) Criar (VI, 776), garantir (VI, 777) estimular
específicas dos professores que atuam no
(VI, 778) e manter (VI, 779) a criação de
campo (VI, 802), em universidades públicas,
estruturas formais específicas para a
(com apoio do poder público) e em parceira
educação do campo ou rural (VI, 780) e
com os movimentos sociais (VI, 803),
floresta (VI, 781) nos órgãos setoriais das instituindo e regulamentando, nos sistemas
secretarias estaduais e municipais e estaduais e municipais de ensino, concurso
conselhos de educação (municipais e público, e adotando, quando necessário, os
estaduais) e conselhos territoriais (VI, 782), auxílios transportes e alimentação, por meio
a fim de debater, acompanhar e de adicional, baseado no salário que
implementar as diretrizes de educação do recebem (VI, 804).
campo (Resolução CNE-SEB nº 01, de 03 l) Estimular (VI, 805) Garantir (VI, 806) a
de abril de 2002) (VI, 783) e da floresta (VI, oferta (VI, 807) a interface (VI, 808) da
784), com a participação efetiva do MEC educação especial na educação do campo
(VI, 785), das organizações sociais das ou rural (VI, 809) e a floresta (VI, 810), a fim
populações no/ (VI, 786) /do campo ou rural de assegurar que os recursos, serviços e
(VI, 787) e a floresta (VI, 788), Fóruns, atendimento educacional especializado
Comitês e Redes (VI, 789), e incluir nos estejam presentes nos projetos
currículos de pós-graduação disciplinas pedagógicos construídos com base nas
que tratem das especificidades do campo diferenças socioculturais desse segmento.

103
m) Incluir (VI, 811) Garantir (VI, 812) a as orientações nacionais que vêm sendo
inclusão (VI, 813), nos processos de gestão apontadas pelo Conselho de
e na composição dos conselhos de Desenvolvimento Rural Sustentável e suas
educação, no âmbito Municipal, Estadual diretrizes e, no caso específico dos povos
e Federal, a participação de representantes do campo, pela Política Nacional de
indicados/as por movimentos sociais e Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
sindicais (VI, 814) do campo ou rural (VI, Comunidades Tradicionais – Decreto
815) e da floresta (VI, 816), Redes, ONGS, 6.040/2000 (VI, 823).
comitês e fóruns (VI, 817), que comprovem
acúmulo de experiências relativas à 281 E- Criar e incentivar espaços de gestão
educação do campo ou rural (VI, 818) e da da educação do campo nos sistemas
floresta (VI, 819). estaduais e municipais de educação, tendo
como referência a Coordenação de
281A- A diversidade de coletivos humanos Educação do Campo da SECAD,
apresenta formas específicas de produção mantendo interlocução com a sociedade
de saberes, conhecimentos, ciência, civil organizada (entidades com
tecnologias, valores e culturas. A educação experiência em educação do campo,
desses diferentes grupos tem fóruns, redes e outros) (VI, 824).
especificidades que devem ser
respeitadas e incorporadas nas políticas 281 F- Desburocratizar o acesso a recursos
públicas e no projeto político e pedagógico públicos para organizações comunitárias
da educação do campo (VI, 820). (EFAS) (VI, 825).

281 B- Criar fórum permanente para 281 G- Desenvolver uma política pública de
discussão da implementação e financiamento da educação do campo,
consolidação das metas da educação do adequada ao atendimento de todas as
campo nos planos nacional, estaduais e necessidades da educação nacional com
municipais de educação (VI, 821). definição de padrão de qualidade, tomando-
se por base o custo aluno. Em termos
281 C- Garantir, nos planos municipais, relativos à localização do estabelecimento,
estaduais e nacional, capítulo específico a educação escolar do campo demanda
sobre educação no campo, conforme pacto mais recursos que a urbana. Faz-se
MEC/UNDIME/CONSED/2008 (VI, 822). necessário uma per capita superior para as
escolas do campo (VI, 826).
281 D- Criar espaços de discussão da
concepção de desenvolvimento 281 H- Que a formação profissional da
sustentável, articulado com as políticas e escola da pedagogia da alternância, que

104
tem o trabalho como princípio educativo e 281 M- Garantir que a política de incentivo
exercido na comunidade receba incentivos para professores que atuam no campo,
financeiros com ampliação da bolsa contemple o transporte escolar em horários
Primeiro Emprego, para o campo e floresta apropriados, de acordo com as
(VI, 827). necessidades do/a professor e da
comunidade escolar, inclusive no noturno,
281 I- Criar mecanismos junto às possibilitando a educação de jovens e
instituições de ensino superior no sentido adultos (VI, 832).
de garantir a inclusão da educação do
campo na matriz curricular dos cursos de 281 N- Ampliar o acesso à escola do
licenciatura (VI, 828). campo de crianças, adolescentes, jovens,
adultos, pessoas com deficiências e
281 J- Que sejam reconhecidas e validadas idosos, residentes nas zonas rurais, em
as práticas de ensino e a cultura, de todos os níveis da educação básica e na
comunidades tradicionais e movimentos educação superior (VI, 833).
sociais, respeitando as diretrizes
curriculares nacionais (VI, 829). 281 O- Universalizar o acesso à educação
básica do campo, no próprio campo, e
281 K- Promover a formação inicial, expadir o acesso à educação profissional
continuada e por área e habilitação, de e superior (VI, 834).
professores/as para a educação do campo
em nível de licenciatura e cursos técnicos, 281 P- Ampliar a oferta de educação básica
lato sensu e strictu sensu (e demais no campo com vistas à universalização,
profissionais das escolas do campo, articulando o regime de colaboração, no
propiciando a elaboração e qual a união ampliará a oferta de ensino
desenvolvimento de propostas médio técnico-profissional no campo, bem
pedagógicas e materiais didáticos como criará e/ou ampliará programas de
coerentes com as realidades locais e apoio aos Estados e Municípios, no sentido
regionais (VI, 830). da universalização do ensino fundamental
completo, do ensino médio e da educação
281 L- Garantir que a contratação de de jovens e adultos (VI, 835).
docentes de educação básica, para atuarem
em unidades escolares do campo, se efetive 281 Q- Garantir a efetiva universalização
mediante a realização de concurso público do ensino fundamental completo aos povos
específico, a partir de bibliografia que do campo, com oferta de vagas em locais
contemple as distintas dimensões dessa próximos a suas residências, assim como
realidade educacional (VI, 831). a criação e/ou ampliação de programas de
expansão da oferta da Educação Infantil,

105
conforme preceitua a resolução nº 02/ 281 V- Garantir a oferta de educação
2008/CEB/CNE, com vistas à sua profissional articulada à educação básica
universalização. E ainda a ampliação da e à formação inicial e continuada de
oferta do ensino médio e técnico- trabalhadores, que vise à formação cidadã
profissional, contemplando as demandas profissional, principalmente nos eixos
do campo (VI, 836). saúde, segurança, meio ambiente e
agricultura (VI, 841).
281 R- Garantir a oferta da educação do
campo no País, levando em consideração 281 W- Garantir a oferta do ensino médio,
a diversidade e as desigualdades regionais articulando ou integrando à formação
e raciais (VI, 837). técnica profissional nas áreas agroflorestal,
ecológicas, de sociedade sustentável, para
281 S- Assegurar que as secretarias de a elaboração e gestão de projetos de
estado da educação atuem junto aos fortalecimento comunitário nas reservas
conselhos estaduais de educação, para extrativistas (VI, 842).
procederem à regulamentação do conjunto
das diretrizes educativas do campo 281 X- Garantir formação de gestão em
publicadas pelo Conselho Nacional de nível técnico e superior para melhorar a
Educação (CNE), bem como apoiem os gerência da produção agropecuária, da
municípios a assim procederem, onde houver industrialização e da comercialização dos
conselho municipal de educação (VI, 838). insumos produzidos pela agricultura familiar
e cooperativa (VI, 843).
281 T- Implantar políticas e ações
educativas que fomentem uma cultura do 281 Y- Garantir a elaboração de material
associativismo, cooperativismo, agricultura didático específico e contextualizado para
familiar e empreendimentos produtivos cada região, tendo como coautores os
rurais com base nos princípios da trabalhadores em educação envolvidos na
sustentabilidade (VI, 839). educação do campo (VI, 844).

281 U- Implementar, em três anos, o Ensino 281 Z- Promover, nos estabelecimentos de


Médio e Profissionalizante no campo para ensino de educação do campo, uma
comunidades tradicionais e quilombolas, educação ambiental de caráter crítico e
em parceria com os municípios e em emancipatório, que tenha por função
consonância com os processos produtivos esclarecer a comunidade sobre os
e ambientais locais, garantindo aos jovens impactos provocados pelo uso de
e adultos sua permanência no campo (VI, agrotóxicos, resíduos poluentes dos
840). veículos automotores, organismos,

106
geneticamente, modificados e a presença 281 FF- Implementar, na zona rural a
do latifúndio no campo brasileiro (VI, 845). educação no campo, a concepção
libertadora, com base na pedagogia da
281 AA- Implantar programas de educação alternância, garantindo sua expansão e
ambiental através do poder público com fortalecimento de acordo com as
elaboração de Lei Municipal, para que as necessidades de cada local e dos
escolas possam elaborar e desenvolver educandos (VI, 851).
projetos com relação ao tema (VI, 846).
281 GG- Garantir oferta de vagas em cursos
281 BB- Criar pontos de cultura nas escolas de Educação de Jovens e Adultos,
do campo como espaços de incentivo e próximos ao local de trabalho, por meio de
estímulo à música, ao teatro, ao cinema e programas especiais em colaboração
à cultura local (VI, 847). entre os sistemas públicos de ensino com
interveniência de organizações da
281 CC- Criar políticas públicas que sociedade civil, de modo que integre
articulem o território do campo como um escolarização de ensino fundamental ou
todo, integrando ações de produção, médio e qualificação social e profissional
comercialização, educação formal e não (VI, 852).
formal, saúde, melhoramento da
comunidade para o desenvolvimento 281 HH- Garantir a formação de jovens e
sustentável e solidário da economia e da adultos que vivem nas florestas e campo
agricultura familiar camponesa (VI, 848). através de currículos diferenciados,
integrados à educação básica, com foco
281 DD- Implantar o ensino fundamental, no extrativismo, agroextrativismo, sistema
médio, profissional e graduação: no de SAFs e na recuperação de áreas
campo, nas Casas Familiares Rurais degradadas (VI, 853).
(CFR), Escolas Familiares Agrícolas
(EFAs), nas áreas indígenas e quilombolas 281 II- Reconhecer e institucionalizar
(VI, 849). legalmente as escolas itinerantes e outras
políticas de ensino que garantam o acesso
281 EE- Garantir a ampliação do acesso à e a permanência de jovens e adultos dos
escola do campo, Casa Familiar Rural - movimentos sociais do campo (VI, 854).
CFR, Escola Familiar Agrícola, às
populações das comunidades rurais, 281 JJ- Articular e potencializar a formação
ribeirinhas e extrativistas em todos os níveis contínua de jovens e adultos, privilegiando
da educação básica e na educação a integração das mulheres na vida
superior (VI, 850). econômica e produtiva local, as

107
experiências de cooperativismo, de 281 OO- Incentivar a participação das
microcrédito, o amor e o cuidado pela terra famílias na educação, com projetos de
(VI, 855). criação de cooperativas agrícolas,
proporcionando a formação para o trabalho
281 KK- Criar e/ou ampliar e consolidar no campo, valorizando as propostas
parcerias com universidades e órgãos de sociais e coletivas na busca em
fomento nos estados para o financiamento desenvolver a agricultura ambientalmente
de pesquisa nas diversas temáticas sustentável das pequenas propriedades
relacionadas à educação do campo, tais rurais (VI, 860).
como currículo e práticas pedagógicas,
desenvolvimento sustentável, entre outras 281 PP- Extinguir a modalidade de ensino
(VI, 856). multisseriado na zona rural, garantindo a
qualidade da educação e o respeito às
diferenças (VI, 861).
281 LL- Reafirmar a participação das
organizações e movimentos sociais do
281 QQ- Garantir que as salas multisseriadas
campo com suas próprias experiências
tenham número de alunos menor que as
pedagógicas e de mobilização, tanto para
turmas de série única (VI, 862).
definição quanto para a gestão das políticas
de educação do campo (VI, 857).
281 RR- Garantir infraestrutura, recursos
humanos e materiais didáticos em
281 MM- Formalizar parcerias e convênios,
consonância com as necessidades
entre as escolas do campo e as diversas
pedagógicas das classes multisseriadas
instituições de pesquisa e extensão rural
(VI, 863).
ou de ações afins, e espaço físico, que
garantam a realização das práticas 281 SS- Que o Estado garanta a
agroecológicas (VI, 858). implantação de creches no campo, levando
em consideração suas especificidades
281 NN- Que a União, por meio do FNDE (VI, 864).
apoie e mais intensamente a construção de
escolas no campo, como estratégia para 281 TT- Consolidar a educação
diminuir paulatinamente os altos custos com contextualizada para a convivência com
o transporte escolar, garantindo a existência o semiárido, tornando-a política pública
da escola próxima à residência do aluno e (VI, 865).
do transporte escolar apenas nos casos em
que os alunos precisem se deslocar por mais 281 UU- Implementar, com a colaboração
de 1 km (VI, 859). dos setores das áreas de saúde e

108
promoção social, programas de 877) a utilização da(s) língua(s) indígena(s),
suplementação alimentar, assistência como língua(s) de construção e
médica e psicológica dos/das estudantes transmissão de conhecimentos desde a
do campo (VI, 866). educação infantil até o ensino médio (VI,
878) e não somente como mecanismo de
282 IV- Quanto à educação indígena tradução, nas escolas indígenas que assim
b) Superar as discrepâncias e erradicar as o desejarem, sem a exclusão do ensino da
(VI, 867) desigualdades educacionais para língua portuguesa, assim como,
garantir a ampliação da oferta de educação fortalecimento da tradição oral, quando
básica diferenciada e específica (VI, 868), necessário, e ampliação do uso da língua
intercultural e bilíngue com/para os povos materna da comunidade atendida (VI, 879)
indígenas (VI, 869) nas escolas indígenas, possibilitando garantindo (VI, 880)
desde o início de sua formação estratégias de manutenção, fortalecimento
educacional (VI, 870), em todos os níveis e
e ampliação do uso social (VI, 881) dessas
modalidades (VI, 871), principalmente nos
línguas.
anos finais do ensino fundamental e no
e) Promover e garantir (VI, 882), formação
ensino médio, mediante políticas
(inicial e continuada) e habilitação de
educacionais de caráter afirmativo, a fim
professores indígenas e não indígenas (VI,
de corrigir desigualdades históricas e
883) em licenciatura para a educação
agressão à cultura (VI, 872) impostas a esse
básica diferenciada, específica (VI, 884),
segmento.
intercultural e bilíngue, para os povos
c) É obrigação da Federação, Estado e
indígenas (VI, 885) e demais profissionais
Município (VI, 873) garantir a
das escolas indígenas, propiciando a
implementação da Lei nº 11.645/08, no que
concerne ao estudo dos diferentes povos elaboração e desenvolvimento de
indígenas nas escolas de educação básica propostas pedagógicas e materiais
públicas e privadas, com a possibilidade didático-pedagógicos coerentes com as
de intercâmbio de pessoas que vivem nas realidades e projetos socioculturais
cidades, nas comunidades indígenas, em ambientais e (VI, 886) de
comunidades urbanas, com dotação autossustentabilidade dos povos
orçamentária (VI, 874), com apoio técnico- indígenas, em regime de colaboração com
pedagógico, estrutural e bibliográfico, para instituições governamentais e não
sua implantação, realizando campanhas governamentais (VI, 887).
educativas sobre a diversidade étnico- f) Instituir, e (VI, 888) regulamentar e garantir
racial brasileira nos diferentes tipos de (VI, 889) nos sistemas federal (VI, 890),
mídia (VI, 875). estaduais estaduais (VI, 891) e municipais
d) É obrigação da Federação, Estado e (VI, 892) de ensino a profissionalização e
Municipio (VI, 876), garantir e fortalecer (VI, o reconhecimento público do magistério

109
indígena, com carreira específica, com anciãos como conhecedores da tradição e
concurso de provas e títulos mediante das técnicas de produção e contribuindo na
concurso (VI, 893) específico (VI, 894), implementação dos projetos pedagógicos
público de caráter efetivo (VI, 895), das escolas indígenas (VI, 906).
adequados às particularidades linguísticas i) É obrigação da Federação, Estado e
e culturais, para professores/as indígenas Município (VI, 907) garantir que a
e demais profissionais das escolas formulação e a execução da política
indígenas da rede pública e privada de educacional e (VI, 908) linguística de
ensino, e destinado ao sistema de educação indígena seja verdadeiramente
educação escolar indígena (VI, 896). fundamentada no patrimônio cultural das
Assegurar os mesmos direitos dos nações indígenas (VI, 909), sejam
professores/as não indígena aos/às realizadas com a participação de caciques,
professores/as indígenas (VI, 897). lideranças, professores/as profissionais da
g) É obrigação da Federação, Estado e educação (VI, 910) e comunidades
Município (VI, 898) garantir a participação indígenas, para que, junto com o gestor/a
com representatividade (VI, 899) dos povos público/a, possam elaborar proposta que
indígenas em todos os momentos de responda às necessidades, interesses e
decisão, acompanhamento e avaliação projetos de cada terra dos povos (VI, 911)
relacionados à educação, com indígenas com acompanhamento do
representação na composição dos Ministério Público Federal e o órgão
conselhos de educação, em nível federal, indígena competente (VI, 912).
estadual e municipal e demais espaços de j) Ampliar, É obrigação da Federação,
controle social (VI, 900), além de serem Estado e Município (VI, 913) garantir (VI,
criadas instâncias específicas para o 914) a implementação e ampliação (VI,
diálogo entre as diversas escolas indígenas 915) de programa específico e dos recursos
(VI, 901) e para a autonomia da educação do MEC (VI, 916), para elaboração de
indígena, em consonância com as leis material didático e paradidático em língua
educacionais (VI, 902). materna indígena, bem como a construção
h) Proporcionar e garantir (VI, 903) a de escolas com características indígenas
autonomia pedagógica da escola em (VI, 917) que respeitem também a
relação à aquisição de alimentação realidade sociocultural (VI, 918), sob
escolar e outros recursos, bem como da responsabilidade das secretarias
(VI, 904) elaboração e desenvolvimento do estaduais e municipais (VI, 919) de
projeto pedagógico e do calendário educação, em parceria com outros órgãos
específico de cada povo indígena, desde governamentais, pesquisadores da área
que siga as normas estabelecidas pelo (VI, 920), (IES) (VI, 921) e da sociedade
MEC (VI, 905), valorizando o papel dos civil e as próprias (VI, 922) que

110
desempenhem atividades junto às (VI, 923) aldeia, compartilhando sistema de ensino
comunidades indígenas, sob fiscalização que emerjam da ambiência social indígena
do MEC/FNDE e conselhos municipais e tendo como referência a territorialidade dos
estaduais (VI, 924), objetivando a povos indígenas (VI, 936); garantindo a
realização de troca de experiências quanto constituição dos mesmos a partir dos
às práticas para o sucesso escolar (VI, troncos linguísticos nas nações indígenas
925), garantindo a qualidade desse (VI, 937) como modelo de gestão
material para que atenda às necessidades democrática, compartilhada e pactuada
pedagógicas e de produção literária, para entre os sistemas de ensino e demais
afirmação dos saberes e valores culturais instituições formadoras, tendo como
(VI, 926), em consonância com os referência a territorialidade dos povos
interesses das comunidades (VI, 927). indígenas e diagnósticos sobre seus
k) Estimular, implementar e garantir (VI, interesses e necessidades educacionais e
928) a interface, a oferta (VI, 929) da ambientais (VI, 938), ouvindo a comunidade
educação especial, ambiental e tecnológica educativa e suas organizações (VI, 939).
(VI, 930) na educação indígena,
assegurando que os recursos, serviços e 282 A- Garantir a participação das
atendimento educacional especializado comunidades educativas indígenas na
estejam presentes nos projetos políticos formulação do currículo a ser aplicado nas
(VI, 931) pedagógicos, construídos com escolas indígenas, considerando as
base nas diferenças socioculturais desses especificidades e necessidades dos povos
grupo, com garantia de atuação de indígenas (VI, 940).
profissionais habilitados (VI, 932), incluindo
também nas políticas de educação 282 B- Criar programas de formação para
indígena, aqueles indígenas que estão gestores e técnicos que trabalhem a
vivendo fora das aldeias (VI, 933) pluralidade cultural das políticas de
independente da situação fundiária (em) educação indígena (VI, 941)
que esses grupos se encontrem (VI, 934).
l)Implementar os Territórios Etnoeducacionais 282 C- As normas administrativas vigentes
como modelo de gestão democrática, no sistema de ensino devem ser avaliativas,
compartilhada e pactuada entre os levando em consideração as
sistemas de ensino e demais instituições especificidades da educação indígena, no
formadoras, tendo como referência a sentido de implantarem novas práticas de
territorialidade dos povos indígenas (VI, gestão (VI, 942).
935) modelos de governabilidade e
autogestão nativas que estejam presentes 282 D- Criar mecanismo que assegurem a
na própria estrutura organizacional da eficácia, transparência e controle social na

111
aplicação dos recursos para educação indígenas no domínio de técnicas de
indígena (VI, 943). pesquisa que lhes oportunizem a produção
e sistematização do conhecimento (VI, 951).
282 E- Implantar a Educação de Jovens e
Adultos (EJA) nas escolas indígenas 282 M- Investir em bibliotecas nas escolas
considerando a realidade sociolinguística indígenas com valorização da pluralidade
no planejamento pedagógico (VI, 944). sociocultural do país (VI, 952).

282 F- Garantir que os sistemas de ensino 282 N- Criar mecanismos que possibilitem
trabalhem com princípios de educação a intercuturalidade, onde todos possam
laica e que este promova a reflexão e aprender as línguas das outras etnias
valorização das expressões religiosas de voltadas à educação indígena (VI, 953).
cada povo (VI, 945).
282 O- Implementar as propostas
282 G- Propiciar que os indígenas
aprovadas na I Conferência Nacional de
participem das políticas afirmativas, como
Educação Escolar Indígena, realizada em
cotistas em IES, como modo de diminuir
Brasília (VI, 954).
as discrepâncias educacionais (VI, 946).

282 P- Garantir a presença do/a Professor/


282 H- Escolarizar a merenda escolar
a intérprete/tradutor/a para as salas do
respeitando os hábitos alimentares de
ensino regular que atendam alunos/as
cada povo indígena (VI, 947).
indígenas surdos, de modo a viabilizar a
sua permanência no processo educacional
282 I- Garantir merenda de qualidade para
estudantes indígenas (VI, 948). (VI, 955).

282J- Incentivar a compreensão e a 282 Q- Garantir a categoria de escola


valorização da importância da presença indígena (Ensino Fundamental) específica,
indígena, tanto física quanto cultural no meio a fim de atender as diretrizes da educação
considerado civilizado (VI, 949). escolar indígena (VI, 956).

282 K- Garantir que os professores/as 282 R- Construir escolas nas aldeias


indígenas já existentes no quadro, atuem atendendo a cultura de cada etnia indígena
como formadores/as dentro dos cursos de (VI, 957).
formação de docentes indígenas (VI, 950).
282 S- Garantir a realização de concurso
282 L- Promover nos cursos de formação público a profissionais da educação
superior a capacitação de professores/as indígenas para atuarem em comunidades

112
e povos de sua mesma etnia, visando 282 Z- Promover a formação (inicial e
reafirmar sua identidade e valorizar sua continuada) e a habilitação de professores
língua, conforme prescreve o Art. 78 da LDB indígenas em licenciatura intercultural e
9394/96 (VI, 958). demais profissionais das escolas
indígenas para elaboração e
282 T- Incluir as crianças na educação desenvolvimento de propostas na área
infantil e a imediata capacitação dos/das (VI, 965).
profissionais para essa etapa, levando em
consideração e de acordo com a realidade 282 AA- Implementar e incluir disciplina
de cada povo (VI, 959). obrigatória de formação da história
indígena (na formação docente), nos cursos
282 U- Construir brinquedoteca nas escolas de licenciatura (VI, 966).
municipais e indígenas para o atendimento
na educação infantil e de acordo com a 282 BB- Inserir no PNLD a orientação para
realidade de cada povo (VI, 960). análise de estereótipos dos indígenas de
acordo com a legislação vigente (VI, 967).
282 V- Reformular todo o material didático
da educação básica, no que diz respeito à 282 CC- Garantir, na educação indígena
diversidade intercultural das nações e educação de pessoas surdas, o direito
indígenas (VI, 961). de estudo da língua materna
prioritariamente; garantir a inclusão das
282 W- Promover e garantir a formação línguas indígenas na matriz curricular,
ampla dos jovens indígenas, assegurar o ensino-aprendizagem e o
proporcionando a oferta de cursos das fortalecimento das práticas socioculturais
diversas áreas do conhecimento (VI, 962). de cada povo (VI, 968).

282 X- Implementar cursos de formação 282 DD- Assegurar a autorização e


continuada para professores/as que forem regulamentação das escolas indígenas;
atuar na educação indígena, do Campo de ampliar o programa específico para
Quilombolas e Comunidades Tradicionais, elaboração de material didático e para-
assegurando o ensino da língua materna e didático em língua materna indígena, sob
uma educação intelectual e bilíngue (VI, 963). responsabilidade das secretarias
estaduais e municipais de educação, em
282 Y- Produzir e distribuir gratuitamente parceria com outros órgãos
de material didático e paradidático, livros, governamentais e da sociedade civil, que
revistas e outras publicações voltadas para desempenhem atividades junto às
a história indígena (VI, 964). comunidades indígenas (VI, 969).

113
282 EE- Fortalecer a luta de 282 LL- Garantir, no projeto de estatuto dos
reconhecimento da cultura indígena, povos indígenas, que sejam criados os
quilombola e de outras etnias minoritárias distritos educacionais indígenas (VI, 977).
(VI, 970).
282 MM- É obrigação da Federação,
282 FF- Inserir no currículo escolar a história Estado e Município incluir nos cursos de
indígena do seu Estado, nos ensinos Pedagogia, História, Geografia, Letras e
fundamental e médio (VI, 971). Artes (Música, Cênicas, Plásticas, Dança)
a cultura indígena – carga horária teórica e
282 GG- Resgatar e reconstruir a prática (VI, 978).
verdadeira história dos moradores originais
do Brasil e formular ações de 282 NN- A educação escolar indígena será
oferecida em todos os níveis e
reconhecimento dos poucos índios
modalidades, conforme a Lei, Decreto
remanescentes, proporcionando com os
Federal nº 6861/2009, inclusive com a
indígenas a recuperação de suas memórias
criação da Universidade Indígena (VI, 979).
históricas e a reafirmação de suas
identidades étnicas (VI, 972).
282 OO- Com relação à educação
indígena, apontou-se a necessidade de
282 HH- Garantir, no ensino básico e
respeito às diferenças de conceitos, no
superior, noções do ensino na língua
caso das aulas de História e Geografia.
indígena, conforme as necessidades locais
Habilitar professores indígenas e demais
(VI, 973).
profissionais para que junto com os
gestores públicos possam elaborar
282 II- Preservar a cultura e articula-la com interesses e projetos de cada grupo
os temas – justiça social, educação e indígena (VI, 980).
trabalho considerando a inclusão,
diversidade e igualdade (VI, 974). 282 PP- Garantir que o Estado e/ou
Município assegure a permanência do
282 JJ- Implantar políticas educacionais aluno indígena na escola, com a estada em
estruturantes visando a autossustentabilidade período noturno (VI, 981).
dos povos indígenas nos seus respectivos
territórios (VI, 975). 282 QQ- Criar escolas técnicas agrícolas
nas comunidades indígenas (VI, 982).
282 KK- Garantir o acesso e permanência
do indígena ao ensino superior e inserindo- 282 RR- Garantir financiamento para que
os assim às novas tecnologias (VI, 976). as comunidades indígenas possam

114
desenvolver projetos que visem preservar curricular obrigatória (VI, 997), mediante
sua própria história, cultura, memória e avaliações contínuas (VI, 998) e com
identidade (VI, 983). profissinais preparados (VI, 999).
d) Garantir (VI, 1.000) e desenvolver (VI,
282 SS- Implementar política pública 1.001) a participação da comunidade
específica de avaliação externa, escolar e sociedade civil na construção (VI,
diferenciada, para a educação indígena 1.002) do projeto político-pedagógico de
(Provinha Brasil, Prova Brasil e SAEB) educação (VI, 1.003) e demais projetos,
(VI, 984). assim como (VI, 1.004) nos planos de
desenvolvimento institucionais,
282 TT- Implementar, dentro da política de contemplando as diretrizes da educação
formação e valorização dos profissionais ambiental, a partir das especificidades
da educação a discussão sobre a locais (VI, 1.005), através da gestão
educação em contextos multiculturais e a democrática (VI, 1.0106) e com a
formação para gestores e profissionais da participação de saberes não formais no
educação, de acordo com a Lei 11.645/08 processo (VI, 1.007).
e suas diretrizes curriculares (VI, 985). d.a) Estimular a participação da
comunidade escolar nos projetos
283.V- Quanto à educação ambiental: pedagógicos e nos planos de
c) Garantir programas de educação desenvolvimento institucionais,
ambiental e educação para o trânsito (VI, contemplando as diretrizes da educação
986) nas instituições de educação básica ambiental e da educação para o trânsito,
e superior estimulando a criação e transporte e mobilidade (VI, 1.008), de
fortalecimento do Com-Vida, (Comissões acordo como as especificidades locais
de Meio Ambiente e Qualidade de Vida) (VI, 1.009).
(VI, 987). e) Garantir, a curto prazo (VI, 1.010), a
c.a) Garantir, fortalecer (VI, 988) e efetivar oferta, em caráter obrigatório (VI, 1.011)
(VI, 989), a implantação (VI, 990) de do ensino médio, articulado ou integrado
políticas públicas (VI, 991) e de programas, à formação técnica profissional nas
de educação ambiental nas instituições de áreas agroflorestal, ecológica,
educação básica, profissional (VI, 992), agroecológicas (VI, 1.012), sociedade
técnico-profissional (VI, 993), sustentável autossustentável (VI, 1.013),
profissionalizante (VI, 994) e em todo para elaboração, gestão e execução (VI,
os cursos de licenciatura e de bacharelado 1.014) de projetos de sustentabilidade
das instituições de ensino (VI, 995) superior, ambiental e (VI, 1.015) socioambiental (VI,
numa perspectiva dos projetos político- 1.016), de fortalecimento comunitário,
pedagógicos (VI, 996), como atividade relacionados às (VI, 1.017) reservas

115
extrativistas, agricultores familiares, sobretudo com oficinas de trabalho
indígenas (VI, 1.018), territórios (VI, 1.035).
quilombolas (VI, 1.019), povos da floresta g) Garantir (VI, 1.036), promover (VI, 1.037),
(VI, 1.020), pescadores, comunidades de nos estabelecimentos públicos e privados
religião de matriz africana e brasileira, de educação básica (VI, 1.038) ensino em
ciganos/as (VI, 1.021), nas unidades de todos os níveis e modalidades (VI, 1.039),
conservação, bacias hidrográficas (VI, técnica e superior (VI, 1.040), uma
1.022) e nos Municípios e regiões educação ambiental de caráter crítico e
circunvizinhas (VI, 1.023). emancipatório (VI, 1.041) crítica e
e.a) Garantir a oferta do ensino médio, emancipatória (VI, 1.042), com vistas à
articulado ou integrado à formação técnica formação de sociedades com
profissional nas áreas agroflorestal, sustentabilidade ambiental, social, política
ecológica, de sociedade sustentável, para e econômica (VI, 1.043), com a finalidade
elaboração e gestão de projetos de de repensar o modo de vida, o sistema de
fortalecimento comunitário nas reservas produção, a matriz energética, as relações
extrativistas visando principalmente à do ser humano, sociedade e natureza e os
capacitação para atender ao artigo 2º da seus impactos, de forma a internalizar, no
Lei 11.947/2009, que dispõe sobre o âmbito individual e coletivo, intra e
fornecimento da alimentação escolar nas intergeracional, os princípios da
escolas públicas, e ao artigo 20 da sustentabilidade (VI, 1.044), que tenha por
Resolução /CD/FNDE, nº 38/2009, que função esclarecer (VI, 1.045) esclarecer (VI,
prioriza, sempre que possível, a oferta de 1.046) a comunidade sobre os impactos
alimentos orgânicos ou agroagrícolas na socioambientais (VI, 1.047) provocados
merenda escolar (VI, 1.024). pela falta de saneamento (VI, 1.048), por
f) Garantir (VI, 1.025) a inserção da queimadas e desmatamento (VI, 1.049),
educação ambiental, na educação básica pela monocultura da cana-de-açúcar,
(VI, 1.026), em todos os níveis de educação construção de hidrelétricas (VI, 1.050)
(VI, 1.027) nos cursos de licenciatura, pelos hábitos de consumismo (VI, 1.051) ,
bacharelado e pós-graduação (VI, 1.028) produção dee resíduos (VI, 1.052),
das instituições de educação (VI, 1.029) desrespeito a natureza, uso inadequado de
superior, como componente (VI, 1.030) recursos naturais(VI, 1.053) de agrotóxicos,
obrigatório inter/transcurricular (VI, 1.031), poluentes dos veículos automotores (VI,
transdisciplinar e transversal de todo o 1.054), extrativismo mineral (VI, 1.055),
conhecimento trabalhado (VI, 1.032), pelas mudanças climáticas, pelos hábitos
havendo uma contrapartida do Estado por de consumo, pelo uso (VI, 1.056) de
meio de dotação orçamentária (VI, 1.033), organismos geneticamente modificados,
que garanta a sua práxis (VI, 1.034), pela destruição de cobertura (arborização),

116
de biomas naturais (VI, 1.057), no mar, nos campo brasileiro (VI, 1.066), em prol do
rios e estuários (VI, 1.058), pela pecuária desenvolvimento sustentável e da
extensiva (VI, 1.059), a biodiversidade e as monocultura, conforme regionalização da
mudanças climáticas (VI, 1.060) e a agricultura e produção de alimentos, e as
presença do latifúndio no campo brasileiro, tentativas de anular/modificar as leis
como também garantindo o respeito às ambientais, garantia de defesa do meio
épocas de defeso, preservação dos ambiente (VI, 1.067).
manguezais e técnicas de manejo, os h) ArticularGarantir (VI, 1.068), promover (VI,
impactos ambientais relacionados às 1.069), cumprir e fiscalizar (VI, 1.070) a
construções de hidroelétricas, lixões, transparência da verba para articular (VI,
esgotos, desmatamentos, assoreamentos 1.071) as ações, projetos e programas de
e transposições de rios (VI, 1.061); do uso educação ambiental e educação para o
de armas nucleares, dos perigos advindos trânsito (VI, 1.072), sendo assegurada a
do nosso desenvolvimento técnico contratação de mediadores/as pelos
industrial que ameaçam envenenar o meio poderes públicos no processo de formação
ambiente, da volta de bactérias mais e acompanhamento destas políticas (VI,
resistentes aos antibióticos, e do uso de 1.073), nas esferas federal, estadual e
drogas e seu efeito mortal (VI, 1.062). municipal, sociedade civil organizada e
Dessa forma, também promover o empresas privadas (VI, 1.074), em sintonia
intercâmbio técnico-científico entre conformidade (VI, 1.075) com as diretrizes
universidades, centros de pesquisas e de do programa nacional de educação
ensino, entidades de defesa e promoção ambiental; criar mecanismos de
em direitos humanos, públicas e privadas, cumprimento à lei (VI, 1.076) (Pronea), à
em nível nacional e internacional, política nacional de educação ambiental
sociedade civil e terceiro setor (VI, 1.063). (Pnea), à Agenda 21 local, regional e
g.a) Promover nos estabelecimentos nacional (VI, 1.077), de acordo com a Lei
públicos e privados de educação básica e Nacional de Educação Ambiental (PNEA)
superior (VI, 1.064), em cooperativas de (VI, 1.0078) e diretrizes da educação
trabalhadores de atividades alternativas nacional para o trânsito, conforme
(MTD, MST, Associações Comunitárias), legislação vigente (VI, 1.079), promovendo
especialmente nas periferias das cidades parcerias com entidades ambientais no
(VI, 1.065), uma educação ambiental de âmbito de palestras, oficinas e trabalhos
caráter crítico e emancipatório, que tenha de campo (VI, 1.080).
por função esclarecer a comunidade sobre h.a) Articular as ações, projetos e
os impactos provocados pelo uso de programas de educação ambiental nas
agrotóxicos, de organismos geneticamente esferas federal, estadual e municipal, em
modificados e a presença do latifúndio no sintonia com as diretrizes do programa

117
nacional de educação ambiental (Pronea) (VI, 1.092) e suas diversidades (VI, 1.093),
e a política nacional de educação ambiental pela Política Nacional de Desenvolvimento
(Pnea), de acordo com a Lei Nacional de Sustentável dos Povos e Comunidades
Educação Ambiental. Ampliar editais de Tradicionais (Decreto 6.040/07).
apoio às ações extensionistas e de j) Assegurar, Garantir (VI, 1.094), por lei (VI,
pesquisa das IES, com vistas à 1.095), obrigatoriedade da (VI, 1.096)
intensificação da formação dos execução da Lei nº 11.947/09, sancionada
profissionais da educação básica no em 16/06/09, e fiscalizar (VI, 1.097) a
campo da educação, em direitos humanos, compra direta de alimentação de qualidade
potencializando a formação de redes entre (VI, 1.098) da merenda das escolas
os atores sociais que atuam no campo da
públicas, de no mínimo 30% (VI, 1.099),
prevenção dos diversos tipos de violências
com o/a agricultor/a familiar, o pescador/a
(VI, 1.081).
artesanal (VI, 1.100) e as organizações
h.b) Estimular a criação e fortalecimento de
familiares, preferencialmente de
COM-VIDA - Comissões de Meio Ambiente
economias solidarias (VI, 1.101),
e qualidade de vida nas escolas, garantindo
produtoras de alimentos orgânicos e
a participação da juventude e da
agroecológicos, utilizando recursos
comunidade escolar nos projetos políticos-
federais, estaduais e municipais, como uma
pedagógicos que contemplem a educação
ação de implementação da educação
ambiental e a sustentabilidade (VI, 1.082).
i) Implementarinserir (VI, 1.083) uma ambiental, evitando a burocratização que
concepção de desenvolvimento sustentável inviabilize essa relação de compra e venda
articulado (VI, 1.084), sociedades (VI, 1.102), identificando e garantindo
sustentáveis (VI, 1.085), sustentabilidade incentivo financeiro e/ou fiscal para
em suas diferentes dimensões (VI, 1.086), agricultores/as que trabalham a educação
ampliando ações de forma articulada (VI, ambiental na forma de agroecologia,
1.087), com a orientação as orientações fortalecendo o projeto PAA, investindo na
municipais, estaduais (VI, 1.088 e com merenda escolar (VI, 1.103), instituindo-se
ações pautadas (VI, 1.089) do Sistema mecanismos de fiscalização na aplicação
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), desses recursos (VI, 1.104).
programas (VI, 1.090) que vêm sendo
apontados nas deliberações da Rio + 10 e 283 A- Disseminar tecnologias sociais e
Conferência de Copenhague (VI, 1.091), projetos que possam auxiliar a agricultura
pelo Conselho Nacional de familiar e o desenvolvimento sustentável,
Desenvolvimento Rural Sustentável e suas além da divulgação e facilitar o acesso a
diretrizes e, no caso específico dos povos esses projetos, de forma a contribuir para
do campo, das comunidades quilombolas a qualidade de vida (VI, 1.105).

118
283 B- Assim que a universalidade dos a.b) Introduzir a discussão de gênero e
direitos humanos não é um ponto de diversidade sexual na política de valorização
partida, e sim, uma busca permanente que e formação dos/das profissionais da
tem na diversidade e na pluralidade das educação (VI, 1.114). Inserir e implementar,
relações entre os sujeitos seu conteúdo na política de valorização e formação dos/
substantivo, e que se insere na perspectiva das profissionais da educação, a discussão
da efetivação de relações socioculturais e de gênero e diversidade sexual, quebrando
ambientais, que tomem o cuidado com o os paradigmas hoje instituídos, e adotando
meio ambiente e como conteúdo central. para o currículo de todos os cursos de
Ou seja, trata-se de repensar o humano formação de professores/as um discurso de
inserido num contexto cultural e natural, superação da dominação do masculino
que há de ser problematizado, sobre o feminino e introduzindo a discussão
da diversidade sexual na perspectiva dos
modificado e recriado, mas também
direitos humanos, reorganiza(ndo) a
preservado (VI, 1.106).
proposta curricular nacional, tratando as
questões de gênero e diversidade sexual,
284- Quanto a gênero e diversidade sexual
para afirmar a constituição de uma
a) Introduzir e garantir (VI, 1.107) a discussão
educação não sexista (VI, 1.115).
de gênero e diversidade sexual na política
b) Inserir imediatamente (VI, 1.116), no
de valorização e formação inicial e
PNLD, no PNLEM e no PNBE (VI, 1.117),
continuada (VI, 1.108) dos/das profissionais
e nos currículos (VI, 1.118), de maneira
da educação nas esferas Federal, Estadual
explícita, nos princípios e critérios para a
e Municipal (VI, 1.109), visando o combate
avaliação de livros, critérios eliminatórios
ao preconceito e a discriminação de
para obras que veiculem preconceitos
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, referentes à condição social, regional,
transexuais, mulheres (VI, 1.110), o estudo étnico-racial, de gênero, identidade de
de gênero, diversidade sexual e orientação gênero, orientação sexual, linguagem ou
sexual, no currículo do ensino superior (VI, qualquer outra forma de discriminação ou
1.111), levando-se em conta o Plano de violação de direitos humanos, bem
Nacional de políticas Públicas para a como o aprimoramento da avaliação do
Cidadania LGBTT e o Programa Brasil sem livro didático (VI, 1.119), a orientação para
Homofobia (VI, 1.112). análise de estereótipos de gênero e
a.a) Introduzir a discussão de gênero e orientação sexual e a temática das famílias
diversidade sexual na política de compostas por lésbicas, gays, bissexuais,
valorização e formação continuada dos/das travestis e transexuais, considerando
gestores/as e (VI, 1.113) dos/das recortes de raça/etnia, orientação sexual,
profissionais da educação. identidade de gênero e socioeconômica,

119
os novos modelos de famílias assegurar que a escola seja um espaço
homoafetivas, ênfase nos recortes de raça/ pedagógico, livre e seguro para todos e
etnia, orientação sexual, identidade de todas, garantindo a inclusão e a qualidade
gênero, de acordo com a faixa etária do/a de vida, e igualdade de oportunidades, para
aluno/a (VI, 1.120), sem resquícios de atuarem nas diferentes entidades públicas
discriminação e contemplando aspectos educacionais com possibilidade de
relacionados às diversas formas de intercâmbio entre grupos, garantindo a
violência sexual contra crianças e articulação em redes de trabalho, previstas
adolescentes (VI, 1.121). em orçamento anual (VI, 1.127).
c) Desenvolver, ampliar e garantir (VI, d) Inserir os estudos de gênero e
1.122) programas de formação inicial e diversidade sexual no currículo das
continuada em sexualidade, diversidade e licenciaturas (VI, 1.128) Promover a
relações de gênero (VI, 1.123), visando inserção dos direitos humanos de forma
superar preconceitos, discriminação, inter e transdisciplinar e transversal ao
violência sexista e homofóbica no ambiente currículo, no processo de formação inicial
escolar, e assegurar que a escola seja um e continuada, na extensão universitária, na
espaço pedagógico livre e seguro para pesquisa na pós-graduação, meta do plano
todos, garantindo a inclusão e a qualidade nacional de educação em direitos humanos
de vida, e a liberdade de expressão (VI, (VI, 1.126).
1.124) e a promoção dos direitos humanos d.a) Inserir (VI, 1.130) Ampliar (VI, 1.131)
(VI, 1.125). os estudos (VI, 1.132) editais voltados para
c.a) Desenvolver e ampliar programas de pesquisa (VI, 1.133) de gênero, reservas
formação inicial e continuada em extrativistas, quilombolas, pescadores/as,
sexualidade e diversidade, visando superar religiosos/as de matrizes africana e
preconceitos, discriminação, violência brasileira, ciganos/as, indígenas, (VI, 1.134)
sexista e homofóbica no ambiente escolar, e diversidade sexual e demais
e assegurar que a escola seja um espaço comunidades tradicionais, garantindo-lhe o
pedagógico livre e seguro para todos, financiamento (VI, 1.135) no currículo das
garantindo a inclusão e a qualidade de vida licenciaturas (VI, 1.136).
(VI, 1.126). Desenvolver e ampliar d.b) Inserir os estudos de gênero e
programas de formação inicial além de diversidade sexual no currículo da
promover educação continuada para toda educação básica e (VI, 1.137) das
a comunidade escolar, na questão de licenciaturas tendo a educação sexual
gênero, em sexualidade e diversidade, como disciplina obrigatória (VI, 1.138).
visando superar preconceitos, e) Ampliar os editais voltados para a
discriminação, violência sexista e pesquisa de gênero, incluindo neles a
homofóbica no ambiente escolar. E discussão da diversidade sexual e

120
dotando-os de mais financiamento (VI, continuada, de pós-graduação acerca de
1.139). Estimular, no contexto das ações gênero, diversidade sexual e orientação
didático-metodológicas das instituições sexual para todos/as os/as profissionais da
escolares, o uso dos instrumentos de direito área da saúde, educação, serviço social,
que tenham como foco a questão de gênero esporte e lazer (VI, 1.144).
e da diversidade sexual (VI, 1.140).
284 E- Inserir, nos currículos dos cursos de
284 A- Desenvolver material didático e formação inicial e continuada de professores/
ampliar programas de formação inicial e as da educação básica, a discussão dos
continuada para a promoção da saúde e direitos das crianças e adolescentes, a
dos direitos sexuais e direitos reprodutivos formação para a educação das relações
de jovens e adolescentes e prevenção das étnico-raciais, questões de gênero e
diversidade sexual, valores éticos e morais, e
DSTs/AIDS, alcoolismo e drogas, em sua
educação bilíngue para surdos/as (VI, 1.145).
interface com a diversidade sexual, as
questões de gênero, raça/etnia e geração
284 F- Construir uma Proposta
(VI, 1.141).
Pedagógica sobre Gênero e Diversidade
Sexual, eliminando conteúdos sexistas e
284 B- Estimular e ampliar a produção
discriminatórios para nortear o trabalho na
nacional de materiais (filmes, vídeos e
rede escolar de ensino, com a
publicações) sobre educação sexual,
participação de entidades educacionais
diversidade sexual e assuntos relacionados
e afins (VI, 1.146).
a gênero em parceria com os movimentos
sociais e IES, no intuito de garantir a 284 G- Incluir os temas de direitos sexuais,
superação do preconceito que leva a saúde sexual e reprodutiva, prevenção de
homofobia e ao sexismo (VI, 1.142). doenças de transmissão sexual e HIV/
AIDS, nos currículos de educação formal/
284 C- Incluir nos programas de regular e especial (VI, 1.147).
implementação e ampliação de acervos
das bibliotecas escolares obras científicas, 284 H- Inserir na Proposta Pedagógica a
literárias, filmes e outros materiais que abordagem da interface da violência
contribuam para a promoção do respeito e doméstica contra as mulheres e a violência
do reconhecimento à diversidade de contra crianças, jovens e adolescentes,
orientação sexual e de identidade de bem como o encaminhamento para a rede
gênero (VI, 1.143). de proteção, garantir o monitoramento e o
acompanhamento da proposta pedagógica,
284 D- Elaborar, implantar e implementar junto às unidades de ensino, fundamental
políticas e programas de formação e médio (VI, 1.148).

121
284 I- Garantir a criação de condições 284 N- Desenvolver programas voltados
políticas, pedagógicas, em especial para ampliar o acesso e a permanência na
financeiras, para a efetivação do Plano educação de grupos específicos de
Nacional de Implementação das Diretrizes mulheres não alfabetizadas ou com baixa
Curriculares Nacionais para a educação escolaridade, as profissionais do sexo,
das relações gênero e diversidade sexual aquelas em situação de prisão e os
e relações étnico-raciais, no âmbito dos travestis e transexuais (VI, 1.154).
diversos sistemas de ensino, orientado
para garantir a implementação das 284 O- Garantir que o MEC assegure, por
diretrizes curriculares nacionais, desde a meio de criação de rubrica financeira, os
educação infantil até a educação superior recursos necessários para implementação
(VI, 1.149). das políticas públicas de educação
presentes no plano nacional de promoção
284 J- Ampliar a oferta, por parte das da cidadania e direitos humanos, LGBT,
instituições de ensino superior públicas, de lançado em maio de 2009 (VI, 1.155).
cursos de extensão, especialização,
mestrado e doutorado sobre identidade de 284 P- Incluir no currículo nacional o estudo
gênero, orientação sexual e/ou diversidade da Lei N° 11.340 – Lei Maria da Penha,
sexual (VI, 1.150). bem como inserir uma política de educação
sexual sob a perspectiva de
284 K- Estimular a criação de Linha de reconhecimento e defesa da diversidade
Pesquisa, junto a CAPES e CNPq, nos de orientações sexuais e equidade de
cursos de pós-graduação do Brasil, gênero no currículo escolar (VI, 1.156).
voltando para as temáticas de gênero e
diversidade sexual (VI, 1.151). 284 Q- Na educação integral, fomentar a
implementação de atividades que discutam
284 L- Criar núcleos de pesquisas voltadas as interfaces entre a violência doméstica
para a temática do enfrentamento à contra mulheres, a violência contra crianças
violência contra mulheres (urbanas, do e adolescentes e a violência decorrente da
campo e da floresta), para que assim orientação sexual (VI, 1.157).
possamos propor políticas públicas mais
efetivas por meio da pesquisa e extensão 284 R- Criar grupos de trabalhos
(VI, 1.152). permanentes nos órgãos gestores da
educação dos diversos sistemas, para
284 M- Implementar em toda a rede pública discutir, propor e avaliar políticas
de ensino o Projeto Escola sem Homofobia educacionais para a diversidade sexual e
(VI, 1.153). relações de gênero, compostos por

122
representantes do poder público e da 284 W- Apoiar a produção de conhecimento
sociedade civil (VI, 1.158). sobre gênero e orientação sexual,
considerando as dimensões étnico-raciais,
284 S- Criar e implementar fóruns de geracionais e a situação das pessoas com
debates envolvendo a comunidade em geral deficiência, na educação profissional e
e os profissionais de educação, sobretudo tecnológica (VI, 1.163).
com o objetivo de combater a homofobia,
em parcerias com as universidades e o 284 X- Promover a formação das mulheres
movimento LGBT (VI, 1.159). jovens e adultas para o trabalho, inclusive
nas áreas científicas e tecnológicas,
284 T- Garantir que tais políticas visando reduzir a desigualdade de gênero
assegurem que o direito à diversidade, nas carreiras e profissões (VI, 1.164).
pautado em uma concepção de justiça
284 Y- Promover a inclusão de temas de
social, respeito às diferenças e
direitos humanos, de valorização do
compreensão do mundo do trabalho, tenha,
trabalhador/a e estratégias de
como eixo orientador das práticas
enfrentamento do trabalho análogo à
pedagógicas, o combate a todo e qualquer
escravidão ou outras formas degradantes
tipo de preconceito, discriminação e
de trabalho (VI, 1.165).
intolerância, por meio de projetos político-
pedagógicos e planos de desenvolvimento
284 Z- Incluir as propostas do II Plano
institucional da educação pública e
Nacional de Políticas para as mulheres
privada, articulados aos movimentos
(PNPM) do capítulo 2 que diz: “Educação
sociais (VI, 1.160).
inclusiva, não sexista, não racista, não
homofóbica e com linguagem inclusiva
284 U- Assegurar e implementar políticas (VI, 1.166).
públicas, programas e projetos escolares
para contribuir no enfrentamento de 284 AA- Incluir a Educação em Direitos
questões como fome, drogas, violência, Humanos, que inclui os direitos das
pedofilia, homofobia, racismo, sexismo, mulheres e o desafio da superação da
entre outros (VI, 1.161). violência contra mulheres (Pacto Nacional
do Enfrentamento da Violência contra as
284 V- Aprimorar o tratamento de gênero, Mulheres) (VI, 1.167).
raça/etnia, orientação sexual e direitos
humanos nas orientações curriculares 284 BB- Esta emenda visa estabelecer que
nacionais da educação infantil, do ensino todo o Documento-Referência da CONAE
fundamental e do ensino médio (VI, 1.762). seja revisto com a finalidade de reconhecer

123
o feminino na linguagem e superar a b) Inserir, garantir (VI, 1.172) e implementar
linguagem sexista, conforme previsto em (VI, 1.1737), nos currículos dos cursos de
documentos internacionais dos quais o formação inicial e continuada de
Brasil é signatário, entre eles, o resultante professores/as em todos os níveis e
da Conferência de Beijing (VI, 1.168). modalidades (VI, 1.174) da educação
básica e superior (VI, 1.175), a discussão
284 CC- Demandar que os sistemas sobre as práticas pedagógicas que
educacionais, em todas as modalidades e garantam os direitos (VI, 1.176) e deveres
níveis, atuem preventivamente para evitar (VI, 1.177) das crianças e adolescentes, de
a evasão motivada por homofobia, isto é, acordo com o ECA (VI, 1.178), e
por preconceito e discriminação por normativas legais afins ao tema (ECA,
orientação sexual e identidade de gênero, SINASE, Declaração Universal dos Direitos
Humanos, Resoluções do CONANDA e
criando rede de proteção associada a
SEDH (VI, 1.179), a Doutrina de Proteção
outras formas de exclusão (racismo,
Integral e o Sistema de Garantia de Direitos
sexismo, deficiência) além da econômica
a crianças e adolescentes previstos no
(VI, 1.169).
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
(VI, 1.180).
284 DD- Incluir nos levantamentos de dados
b.a) Inserir (...) a discussão dos direitos das
e censos escolares informações sobre
crianças e adolescentes e assegurar a
evasão escolar causada por homofobia,
garantia de técnicas de detecção e delação,
racismo, sexismo e outras formas de
em casos de violência (VI, 1.181), das
discriminação individual e social (VI, 1.170).
pessoas privadas de liberdade (VI, 1.182),
e das pessoas com deficiência, transtornos
285 VII- Em relação a crianças, globais do desenvolvimento, altas
adolescentes e jovens em situação de risco: habilidades/superdotação, entre outras
a) Garantir políticas públicas de saúde, com (VI, 1.183).
a equipe multidisciplinar de apoio para o b.b) Inserir nos currículos (...) e na formação
atendimento imediato da criança, para a Educação das Relações Étnico-
adolescente e família; educacionais, com raciais, Orientação Sexual e de Gênero (VI,
apoio pedagógico ao professor que lidar 1.184), o combate às drogas, ao trabalho
com crianças e adolescentes em situação infantil, à prostituição (VI, 1.185).
de risco (vulnerabilidade); judiciais, c) Estimular Instituir (VI, 1.186), implantar e
realizando o fluxo contínuo para o garantir (VI, 1.187) nos cursos de
atendimento imediato da criança, graduação, (VI, 1.188) pós-graduação
adolescente, família e seu retorno para a ( strictu sensu ) (VI, 1.189), a
escola (VI, 1.171). implementarem (VI, 1.190) linhas de

124
pesquisa que estudem a temática a fim de do Estatuto da Criança e do Adolescente
dar condições aos professores de lidar (ECA) (VI, 1.201).
com situações adversas em sala de aula
(VI, 1.191). 285 B- Garantir e ampliar a educação
c.a) Instituir (VI, 1.192), implantar e garantir integral e integrada, básica e profissional,
(VI, 1.193) a inserção de temas que gratuita, em nível de capacitação e
envolvam (VI, 1.194) crianças, técnica aos adolescentes que cumprem
adolescentes, jovens e idosos em situação medidas socioeducativas em regime
de risco social (VI, 1.195), vulnerabilidade fechado (VI, 1.202).
social e em cumprimento de medidas
socioeducativas nas grades curriculares 286 VIII- Quanto à formação cidadã e
(VI, 1.196), sobre as situação da infância, profissional
da adolescência e da juventude, sobretudo a) Consolidar e (VI, 1.203) garantir a
a fim de evidenciar fatores de violação e articulação entre formação cidadã e
de irrealização de seus direitos, assim profissional, para uma nova sociedade,
como para formular propostas que mais justa, diversa e igualitária (VI, 1.204),
garantam a efetiva realização de seus com enfoque no direito de acesso,
direitos (VI, 1.197); as situações de risco, permanência (VI, 1.205) e sucesso (VI,
nas quais estão inseridas as crianças, 1.206) da adolescência e juventude e
adolescentes e jovens para facilitar a adultos (VI, 1.207) ao ensino médio,
identificação de tais situações (VI, 1.198), técnico, tecnológicos e cursos
articulada à análise dos indicadores profissionalizantes (VI, 1.208), tendo em
socioeconômicos desagregados por raça, vista a ampliação da etapa de
cor e etnia (VI, 1.199). escolarização obrigatória no Brasil,
d) Garantir, dentro do projeto político- entendida como uma demanda da
pedagógico, as diversidades juvenis (da sociedade brasileira em um contexto social
juventude) presentes no interior da escola de transformações significativas e, ao
com suas formas de participação, mesmo tempo, de construção de direitos
comportamento, organização em grupo, sociais e humanos.
linguagens e expressões (VI, 1.200). a.a) Garantir a articulação entre formação
cidadã e profissional, para uma nova
285 A- Garantir políticas públicas de sociedade, mais justa, diversa e igualitária
inclusão e permanência, em escolas, de (VI, 1.209), com enfoque no direito de
adolescentes que se encontram em regime acesso da adolescência e juventude ao
de liberdade assistida e/ou em ensino médio, tendo em vista a ampliação
cumprimento de medida socioeducativa, da etapa de escolarização obrigatória no
assegurando o cumprimento dos princípios Brasil, entendida como uma demanda da

125
sociedade brasileira em um contexto social (VI, 1.226) e com o financiamento do poder
de transformações significativas e, ao público (VI, 1.227).
mesmo tempo, de construção de direitos f) Inserir, na educação profissional, ações
sociais e humano (VI, 1.210). da educação especial, possibilitando a
c) Garantir (VI, 1.211), construir e assegurar ampliação de oportunidades de
(VI, 1.212) uma educação profissional que escolarização, formação para a inserção
atenda, de modo qualificado, as demandas no mundo do trabalho e efetiva participação
crescentes por qualificação (VI, 1.213), social. Inserir, na educação profissional,
formação de recursos humanos humana ações da educação especial, capacitando
(VI, 1.214) e difusão de conhecimentos para o mundo do trabalho, possibilitando a
científicos e dê suporte aos arranjos ampliação de oportunidades de
produtivos locais e regionais, contribuindo escolarização, formação das relações
para o desenvolvimento econômico-social étnico-raciais, formação para a inserção no
e sustentável (VI, 1.215). mundo do trabalho e efetiva participação
d) Garantir que os diferentes formatos social (VI, 1.228).
institucionais e os diferentes cursos e
programas na área (VI, 1.216) tenham forte 287 IX- Quanto à educação de jovens e
inserção na pesquisa e na extensão, adultos:
estimulando o desenvolvimento de a) Consolidar uma política de educação de
soluções técnicas e tecnológicas e jovens, adultos (EJA) e idosos/as (VI,
estendendo seus benefícios à comunidade, 1.229) concretizada da garantia de
fomentando a intersetorialidade entre as formação integral, da alfabetização, das
políticas públicas, na garantia dos direitos demais etapas de escolarização, e em
da criança e do adolescente (VI, 1.217). Libras como primeira lingua para surdos/
e) Garantir (VI, 1.218), ampliar (VI, 1.219), as (VI, 1.230), ao longo da vida, inclusive
fortalecer (VI, 1.220) e consolidar nas àqueles em situação de privação de
instituições de educação profissional e liberdade, vulnerabilidade social e
tecnológica (VI, 1.221) a oferta do nível carcerários/as (VI, 1.231), com garantias
médio integrado ao profissional inclusive de condições de segurança para todos e
na EJA (VI, 1.222), bem como a oferta de suporte necessários à reeducação (- e
cursos técnicos e profissionalizantes e (VI, outros), assegurando a formação do
1.223) superiores de tecnologia, profissional para que as especificidades
bacharelado e licenciatura, no ensino do público referido sejam garantidas
público (VI, 1.224) sem, no entanto, incorrer (horários, calendário, local de estudo
no caráter tecnicista que marcou a cotidiano) (VI, 1.232), assegurando
educação brasileira (VI, 1.225), engajados elaboração de material didático e
com a vocação local de empreendedorismo metodologias específicas (VI, 1.233).

126
c) Adotar e garantir (VI, 1.234) a idade o ensino médio tanto para exames
mínima de 18 anos para exames de EJA, quanto para ingresso em curso de
garantindo que o atendimento de EJAIC, escola regular e Centro Estadual
adolescentes de 15 a 17 anos seja de de Educação Continuada (CESEC),
responsabilidade e obrigatoriedade de com adoção de práticas concernentes a
oferta da rede regular de ensino, com essa faixa etária, com a possibilidade
adoção de práticas concernentes a essa de criação de turmas de aceleração de
faixa etária, bem como a possibilidade de aprendizagem, no período diurno e
aceleração e progressão (VI, 1.235) de noturno, e a inclusão de
aprendizagem e estudos (VI, 1.236) com profissionalização para esse grupo
qualidade (VI, 1.237), e a inclusão de social (VI, 1.241).
profissionalização, mantendo o currículo e c.d) Ingresso na EJA de alunos com 15 anos
a carga horária, em tempo regular (VI, completos, porém oferta da modalidade
1.238), para esse grupo social. EJA em turno diurno ou vespertino, em
c.a) Adotar a idade mínima de 18 anos para turma composta somente por alunos com
exames de EJA, garantindo que o idade entre 15 e 17 anos (VI, 1.242).
atendimento de adolescentes de 15 a 17 d) A educação a distância (EAD), na EJA,
anos seja de responsabilidade e só deve ser utilizada de forma
obrigatoriedade de oferta na rede regular complementar ao ensino presencial (VI,
de ensino, com adoção de práticas 1.243). Estabelecer mecanismos para
concernentes a essa faixa etária, bem ampliação da (VI, 1.244) oferta, divulgação
como a possibilidade de aceleração de (VI, 1.245), acompanhamento e avaliação
aprendizagem e a inclusão de da EJA, sob a forma de educação a
profissionalização para esse grupo social distância e presencial (VI, 1.246) na cidade
(VI, 1.239) . e no campo (VI, 1.247), garantindo
c.b) Manter a idade de 18 anos para a padrões de qualidade para
realização do exame do EJA e preservar a esse atendimento da comunidade, criando
responsabilidade da oferta de ensino regular um núcleo de extensão (VI, 1.248) com
aos jovens desta faixa etária, qualificando o infocentros descentralizados e mantidos
processo de aprendizagem e a inclusão da pelo poder público (VI, 1.249).
profissionalização dos estudantes do EJA. d.a) Estabelecer mecanismos para a oferta,
Sugestão – 18 anos para fazer exames e acompanhamento e avaliação da EJA sob
ingresso no ensino médio e 15 anos para a forma de educação a distância,
ingresso na modalidade EJA – ensino garantindo padrões de qualidade para esse
fundamental (VI, 1.240). atendimento (VI, 1.250).
c.c) Adotar a idade mínima de 15 anos f) Inserir, na EJA, ações da educação
para ensino fundamental e 18 anos para especial, que possibilitem a ampliação de

127
oportunidades de escolarização, a formação nos diversos campos do conhecimento —
para a inserção no mundo do trabalho e a direitos humanos e sociais, gênero,
efetiva participação social (VI, 1.251). educação ambiental, educação de
trabalhadores/as, saúde etc.) acessem
287 A- Inclusão da modalidade EJA no uma página formalmente construída para a
Programa Nacional do Livro Didático para, coleta de dados, construída segundo opção
assim, ofertar material didático de boa metodológica que possibilite o cruzamento
qualidade e suficiente para atender a e o diálogo entre esses dados, para que
demanda que expresse a diversidade se mapeie, em definitivo, a EJAIC,
cultural e regional (VI, 1.252). mantendo o cadastro de dados
permanentemente atualizado,
287 B- Garantir políticas de elaboração de acompanhado e avaliado pelo poder
material didático e paradidático específico público. Levantar dados relativos à
para EJA e inclusão no PNLD (VI, 1.253) . demanda de EJAIC no campo, área
urbana, nos quilombolas e indígenas,
287 C- Assegurar políticas públicas ampliando a oferta existente (VI, 1.256).
articuladas e de qualidade reconhecendo
a intersetorialidade como necessária para 287 F- Implementar uma bolsa de incentivo
o avanço da EJA, priorizando questões ao estudante da EJA, garantindo assim
como a relação entre a EJA e o trabalho, a sua permanência e sucesso (VI, 1.257).
saúde, meio ambiente, a cultura e a
comunicação (VI, 1.254). 287 G- Democratizar os espaços da escola
para os alunos da EJA, para que tenha
287 D- Realizar estudos socioeconômicos acesso à biblioteca, laboratório de
sobre os educandos a fim de implementar informática e espaços de lazer em todos
currículos com metodologia adequada os turnos (VI, 1.258).
respeitando as diversidades locais
(VI, 1.255). 287 H- Os filhos de mães e pais que
frequentam a modalidade EJA (VI, 1.259).
287 E- Realizar pesquisa nacional sobre
todas as ações de EJAIC no Brasil — tendo 287 I- Garantir assistência médica coletiva
o INEP como responsável —, com para a modalidade da EJA, especialmente,
chamamento em cadeia nacional de na área de oftalmologia com oferta de
televisão e rádio, para que todas as óculos (VI, 1.260).
entidades públicas e privadas que
desenvolvem ações de EJA (de 287 J- Instituir proposta curricular que
escolarização e de educação continuada, contemple as discussões sobre as

128
mudanças no mundo do trabalho Estado, empresas, indústrias,
explicitando suas contradições, as organizações governamentais e não
relações e a precarização do trabalho governamentais e sistema S. Garantir na
(VI, 1.261). grade curricular, cursos de licenciatura na
modalidade EJAIC. Discutir nas instâncias
287 K- Promover políticas publicas que nacional, estadual e municipal a revisão da
garantam que os/as alunos/as da EJA deem grade curricular da EJAIC e atividades
continuidade aos estudos (VI, 1.262). complementares, proporcionando
autonomia e liberdade para a flexibilização
287 L- Diversificar o calendário escolar de curricular (VI, 1.265).
acordo com a necessidade regional, na
organização da oferta de EJA, garantindo 287 O- Implementar a EJAIC em horários
no projeto politico-pedagógico e no regime, e locais que atendam a demanda local,
horários diversificados e flexível – turnos para área urbana, do campo, quilombola e
matutino, vespertino e noturno, o ano letivo indígena, garantindo recursos financeiros
do ano civil, atendendo a diversidade de para merenda e transporte escolar gratuitos
demandas existente na sociedade e para esses alunos, incluindo os da área
possibilitando o acesso de todos/todas à urbana, do campo, quilombola e indígena.
educação, a permanência e o sucesso nas Implantar a EJAIC, criando parcerias com
trajetórias escolares, pelo respeito aos as redes municipal, particular, estadual e
tempos dos educandos de EJA (VI, 1.263). universidades, para o atendimento de
recuperandos, dentro das APAC’S e demais
287 M- Estabelecer mecanismos para oferta, instituições, e dos presídios (VI, 1.266).
acompanhamento e avaliação da EJA,
garantindo padrões de qualidade para esse 287 P- Formular políticas públicas que
atendimento. Viabilizar programas na área de garantam a democratização do acesso a
esportes e artes, como serviços bens culturais, privilegiando aqueles
complementares no processo de inclusão. produzidos pela comunidade local e
Reduzir número de alunos/as em sala de aula fomentar assistência a educandos com
observando-se máximo de vinte alunos. dificuldades de aprendizagem, detectadas
Oferecer material didático para o professor, por equipe multidisciplinar, assim como a
incluir no PNLD, a distribuição de materiais continuidade de estudos para aqueles com
didáticos para os alunos da EJA (VI, 1.264). necessidades educacionais especiais,
após avaliação de rendimento em período
287 N- Flexibilizar oferta da EJAIC, visando de escolarização, bem como a garantia de
atendimento às especificidades desse participação em programas de formação
público e buscando parcerias efetivas entre para o trabalho (VI, 1.267).

129
287 Q- Construir para EJAIC, 287 V- Aprovar e implementar as Diretrizes
intersetorialmente, matriz de referência Nacionais para a Educação nas Prisões,
curricular de formação integral (saúde, assim como as recomendações do
ambiente, cultura, comunicação, trabalho e relatório nacional sobre a educação das
segurança) com ampliação do conceito de prisões (Plataforma DHSCA/ 2009),
sujeito de direito. Reafirmar a concepção apresentado ao Congresso Nacional,
de economia popular e solidária na visando à garantia do direito humano à
organização de currículos de EJAIC, na educação, às pessoas encarceradas como
perspectiva da formação solidária, mais meta da política educacional (VI, 1.273).
cooperativa e coletiva (VI, 1.268).
287 W- Implantar mecanismos que
287 R- Rever a isonomia de direitos dos/ responsabilizem as empresas a colaborar
as alunos/as de EJA, na Lei do FUNDEB, com o funcionário aluno de EJA na
revisando a restrição do valor-aluno/a 0,7% obtenção da permanência e sucesso
e a restrição de matrícula a 15% do total escolar, considerando o seu turno de
da matrícula do Fundo. Assim como uma trabalho (VI, 1.274).
maior alocação do percentual de recursos
para Estados e Municípios; garantir 287 X- Criação de Fórum da Educação
recursos financeiros e humanos para trienal para avaliação das políticas
oferecer a merenda escolar da Educação implementadas no Plano Nacional da
de Jovens e Adultos (EJA) (VI, 1.269). Educação (VI, 1.275).

287 S- Garantir a continuidade dos 287 Y- Garantir nas unidades educacionais


estudos da comunidade carcerária e que atuem com a educação de jovens e
dos adolescentes em conflito com a lei adultos, a implementação de cursos dentro
(VI, 1.270). da perspectiva da economia solidária,
como forma de geração de trabalho,
287 T- Criar e fortalecer as ofertas de emprego e renda (VI, 1.276).
aprendizagens de qualidade ao longo da vida,
assegurando que a EJA desenvolva políticas 287 Z- Implantação de programas que
orientadas para reconhecimento dos direitos favoreçam a inclusão digital em cursos do
à diversidade cultural, linguística, racial, étnica EJA (VI, 1.277).
e de gênero (VI, 1.271).
287 AA- Equiparação salarial dos
287 U- Reformular o currículo da EJA, profissionais que atuam no EJA (VI, 1.278).
considerando os saberes do estudante, a
criticidade e a interpretação nos conteúdos 287 BB- Inserir a Alfabetização de Jovens
programáticos (VI, 1.272). e Adultos (AJA) como parte integrante da

130
modalidade de EJA, superando a condição 287 LL- Garantir que as escolas tenham
de programa a fim de garantir recursos para espaços para adolescentes e jovens em
financiamento de suas ações por meio do regime de privação de liberdade, de
FUNDEB (VI, 1.279). acordo com os princípios do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), em
287 CC- Redimensionar a oferta de respeito aos seus direitos (VI, 1.289).
exames supletivos regionalizados e
especiais a partir do uso de novas 287 MM- Garantia de estrutura
tecnologias vislumbrando tempo mais administrativa e pedagógica de EJA,
flexível e novo modelo de apoio pedagógico assegurando recursos que atendam as
(VI, 1.280). necessidades de ofertas de qualidades:
espaço adequado, biblioteca e acesso
287 DD- Garantir a municipalização da EJA
aos bens culturais, material didático
– Ensino fundamental (VI, 1.281).
pedagógico adequado, qualificação de
todos os/as profissionais da educação
287 EE- Quanto à Educação Prisional
para trabalharem com a EJA (VI, 1.290).
(VI, 1.282):

287 NN- Consolidar, nas instituições de


287 FF- Considerar a educação prisional
ensino uma política de formação específica
como direito humano (VI, 1.283).
para educando/a que curse essa
modalidade (EJA) nas séries finais,
287 GG- Construir uma política voltada para
a educação prisional em articulação com possibilitando a permanência dessa
o Ministério da Justiça (VI, 1.284). clientela até a conclusão do ensino médio
(VI, 1.291).
287 HH- Garantir frequência às aulas,
das pessoas privadas de liberdade, 287 OO- Ofertar, a partir de 2010, as
sem considerar essa frequência modalidades alfabetização e EJA na
privilégio (VI, 1.285). zona rural e urbana, nos turnos diurnos,
inclusive para pessoas com
287 II- Realizar a educação nas suas necessidades especiais, assegurando,
modalidades regular, modalidade EJA e neste caso, a presença do professor
educação prisional (VI, 1.286). intérprete (VI, 1.292).

287JJ- Garantir a formação profissional 287 PP- Garantir aos/às alunos/as da EJA
com vistas à ressocialização (VI, 1.287). acesso às novas tecnologias e
qualificação - formação inicial e
287 KK- Garantir recursos financeiros para continuada, para os professores da EJA
a implementação da política (VI, 1.288). (VI, 1.293).

131
287 QQ- Caso não haja professores 287 XX- Criar, implantar e implementar
efetivos, realizar concurso público para políticas e programas de incentivo e
profissionais atuarem na EJA (VI, 1.294). aproveitamento dos/das recuperandos já
formados, como monitores, dentro das
287 RR- Garantir a oferta da EJA no campo unidades (VI, 1.301).
e na cidade, em todas as etapas, nos
turnos diurno e noturno (VI, 1.295). 287 YY- Implantar uma política de
distribuição de materiais político-
287 SS- Estimular, no âmbito da oferta de pedagógicos e matrizes curriculares
EJA, a comunidade carcerária feminina, através do DEPEN (Departamento
uma educação com foco na questão do Penitenciário Nacional) (VI, 1.302).
gênero e da diversidade sexual (VI, 1.296).
287 ZZ- Implementar um projeto político-
pedagógico que promova a articulação
287 TT- Criar, garantir e implementar a
com os familiares dos internos e com a
educação das unidades prisionais e
comunidade (VI, 1.303).
socioeducacionais, para que de fato todos/
as os/as brasileiros/as tenham seu direito
287 AAA- Garantir formação especifica
à educação respeitado e assim
para os/as profissionais da educação
desenvolver seu potencial transformador
que atuam no sistema carcerário, bem
por meio de aquisição do saber formal;
como pagamento de benefícios como
garantir a formação específica dos
periculosidade e insalubridade aos que
profissionais da educação carcerária e
atuam nesta modalidade de educação
socioeducativa (VI, 1.297). (VI, 1.304).

287 UU- Contribuir para a inserção e 287 BBB- Fomentar, em parceria com
permanência dos egressos do sistema Ministério da Justiça, levantamento de
prisional no mundo do trabalho (VI, 1.298). demanda de escolarização na modalidade
EJA entre internos/as penitenciários/as e
287 VV- Estimular, nos cursos de pós- demais trabalhadores e gestores
graduação, a construção de linhas de penitenciários, reconhecendo-os como
pesquisa que estudem tal temática da EJA sujeitos da EJA em todas as unidades
e educação prisional (VI, 1.299). penitenciárias, garantindo compatível oferta
pública de ensino durante a privação de
287 WW- Criar mecanismos que garantam liberdade, e adequada formação
a segurança e autonomia do/a educador/a continuada para educadores/as e
nas unidades, garantindo também a professores/as envolvidos na
infraestrutura adequada (VI, 1.300). especificidade (VI, 1.305).

132
287 CCC- Recomenda-se que o trabalho e da Justiça e/ou pelas Secretarias de
prisional seja tomado como elemento de Estado de Educação e de administração
formação e não de exploração de mão-de- penitenciária, que possam interessar aos
obra, garantida a sua oferta em horário e educadores e educandos do sistema,
condições compatíveis com as da oferta de sejam disponibilizados e socializados,
estudo (VI, 1.306). visando ao estreitamento da relação entre
os níveis de execução e de gestão da
287 DDD- Além de compatível, o trabalho educação nas prisões (VI, 1.311).
prisional (e todas as demais atividades
orientadas à de reintegração social nas 287 III- Sejam promovidos encontros
prisões) deve ser efetivamente integrado regionais e nacionais sobre a educação nas
à educação (VI, 1.307). prisões envolvendo todos os atores
relevantes, em especial diretores de
287 EEE- A certificação não estigmatizante unidades prisionais e do setor de ensino,
para as atividades cursadas pelos tendo como um dos itens de pauta a troca
educandos (sejam eles cursos regulares de de experiências. “Formação e valorização
ensino fundamental e médio, atividades não dos/as profissionais envolvidos/as na oferta:
formais, cursos profissionalizantes etc.), de as propostas enquadradas neste eixo
maneira a conciliar e garantir a legislação e destinam-se a contribuir para a qualidade
o interesse dos/das envolvidos/as (VI, 1.308). da formação e para as boas condições de
trabalho de gestores, educadores, agentes
287 FFF- A existência de uma política de penitenciários/as e operadores da execução
incentivo ao livro e à leitura nas penal. Nesse sentido, para que se garanta
unidades, com implantação de uma educação de qualidade para todos/
bibliotecas e com programas que todas no sistema penitenciário, é importante
atendam não somente aos alunos que ao ingressar no cotidiano do sistema
matriculados, mas a todos os integrantes prisional, o/a professor/a passe por um
da comunidade prisional (VI, 1.309). processo de formação, promovido pela
pasta responsável da administração
287 GGG - A elaboração de uma cartilha penitenciária em parceria com a da
incentivando os apenados à participação educação, no qual a educação nas prisões
nos programas educacionais, bem como seja tematizada segundo os marcos da
informações relativas à remissão pelo política penitenciária nacional (VI, 1.312).
estudo (VI, 1.310).
287 JJJ- A formação continuada dos/das
287 HHH- Os documentos e materiais profissionais que atuam no sistema
produzidos pelos Ministérios da Educação penitenciário ocorra de maneira integrada,

133
envolvendo diferentes áreas, como trabalho, que reflitam sobre o papel da educação nas
saúde, educação, esportes, cultura, prisões (VI, 1.317).
segurança, assistência psicossocial e demais
áreas de interesse, de modo a contribuir para 287 OOO- Os cursos superiores de
a melhor compreensão do tratamento penal e graduação em pedagogia e as demais
aprimoramento das diferentes funções de licenciaturas incluam nos seus currículos a
cada segmento (VI, 1.313). formação para a EJA e, nela, a educação
prisional (VI, 1.318).
287 KKK- No âmbito de seus projetos
político-pedagógicos, que as escolas de 287 PPP- Os educandos e educadores
formação de profissionais penitenciários/ recebam apoio de profissionais técnicos/
as atuem de forma integrada e coordenada as (psicólogos/as, terapeutas,
para formação continuada de todos os fonoaudiólogos etc.) para o constante
profissionais envolvidos e aprimoramento aprimoramento da relação de ensino-
nas condições de oferta da educação no aprendizagem (VI, 1.319).
sistema penitenciário, nos estados em que
elas não existem, sejam implementadas, 287 QQQ- A pessoa presa, com perfil e
conforme resolução nº 04, do Conselho formação adequados, possa atuar como
Nacional de Política Criminal e monitor no processo educativo, recebendo
Penitenciária (VI, 1.314). formação continuada condizente com suas
práticas pedagógicas, com direito à
287 LLL- As instituições de ensino superior remissão e remuneração (VI, 1.320).
e os centros de pesquisa sejam
considerados parceiros potenciais no 287 RRR- Venha a ser criado um regimento
processo de formação e na organização e escolar próprio para o atendimento nos
disponibilização de acervos bibliográficos estabelecimentos de ensino do sistema
(VI, 1.315). prisional, no intuito de preservar a unidade
filosófica, político-pedagógica estrutural e
287 MMM- A formação dos/as servidores/ funcional das práticas de educação nas
as penitenciários/as contemple na sua prisões (VI, 1.321).
proposta pedagógica a dimensão
educativa do trabalho desses profissionais 287 SSS- Seja elaborado, em cada Estado,
na relação com o preso (VI, 1.316). os seus projetos pedagógicos próprios
para a educação nas prisões,
287 NNN- Os atores estaduais estimulem contemplando as diferentes dimensões da
a criação de espaços de debate, formação, educação (escolarização, cultura, esporte
reflexão e discussão como fóruns e redes e formação profissional), considerando a

134
realidade do sistema prisional para a contribuam para o processo de
proposição das metodologias (VI, 1.322). reintegração social (VI, 1.327).

287 TTT- Seja estimulada a produção de 287 ZZZ- Sejam ampliadas as


material didático específico para a educação possibilidades de uso de tecnologias nas
no sistema penitenciário, para complementar salas de aula de unidades prisionais,
os recursos de EJA disponibilizados pela visando ao enriquecimento da relação de
gestão local (VI, 1.323). ensino-aprendizagem (VI, 1.328).

287 UUU- Seja elaborado um currículo 287 AAAA- Estabelecer políticas públicas
próprio para a educação nas prisões que que atendam à necessidade educacional
considere o tempo e o espaço dos sujeitos da diversidade dos sujeitos privados de
liberdade e em conflito com a lei,
da EJA inseridos nesse contexto e que
fomentando a ampliação do atendimento
enfrente os desafios que ele propõe em
educacional na modalidade EJAI, integrada
termos da sua reintegração social (VI, 1.324).
à formação profissional, em presídios e nas
unidades socioeducativas, nessas últimas
287 VVV- Seja elaborada essa proposta
para sujeitos com idade compatível à
curricular a partir de um grupo de trabalho
modalidade, contando para isso com a
que ouça os sujeitos do processo educativo
formação específica de educadores/as e
nas prisões (educadores, educandos,
professores/as. Implementar políticas
gestores do sistema prisional, agentes
públicas que promovam a integração da
penitenciários e pesquisadores de EJA e
EJAIC com setores da saúde, do trabalho,
do sistema prisional) (VI, 1.325). meio ambiente, cultura e lazer, dentre
outros, na perspectiva da formação integral
287 WWW- Seja incluída na educação de dos cidadãos (VI, 1.329).
jovens e adultos, no sistema penitenciário,
a formação para o mundo do trabalho, 287 BBBB- Gestão, articulação e
entendido como um lócus para a construção mobilização: as propostas enquadradas,
da autonomia do sujeito e de neste eixo, destinam-se a fornecer
desenvolvimento de suas capacidades estímulos e subsídios para a atuação da
profissionais, intelectuais, físicas, culturais União, dos Estados e da sociedade civil,
e sociais (VI, 1.326). com vistas à formulação, execução e
monitoramento de políticas públicas para
287 YYY- Sejam os familiares dos presos a educação nas prisões. Nesse sentido,
e a comunidade em geral estimulados, para que se garanta uma educação de
sempre que possível, a acompanhar e a qualidade para todos no sistema
participar de atividades educacionais que penitenciário, é importante que (VI, 1.330).

135
287 CCCC- O Governo Federal, por as submetidos/as à medida de segurança
intermédio do Ministério da Educação e da independente de avaliação meritocrática
Justiça, figure como o responsável pelo seja garantido (VI, 1.335).
fomento e indução de políticas públicas de
Estado no domínio da educação nas 287 HHHH- Os responsáveis pela oferta
prisões, estabelecendo as parcerias elaborem estratégias para a garantia de
necessárias junto aos Estados e Municípios continuidade de estudos para os egressos,
(VI, 1.331). articulando-as com entidades que atuam no
apoio dos mesmos - tais como patronatos,
287 DDDD- A oferta de educação no conselhos e fundações de apoio ao egresso
sistema penitenciário seja fruto de uma e organizações da sociedade civil (VI, 1.336).
articulação entre o órgão responsável pela
administração penitenciária e a secretaria 287 IIII- A remissão pela educação seja
de educação que atue junto ao sistema garantida como um direito, de forma
local, cabendo a ambas a paritária com a remissão concedida ao
responsabilidade pela gestão e pela trabalho e cumulativa quando envolver a
coordenação desta oferta, sob a inspiração realização paralela das duas atividades
de diretrizes nacionais (VI, 1.332). (VI, 1.337).

287 EEEE- As autoridades responsáveis 287 JJJJ- Fomentar, em parceria com MJ,
pela gestão transformem a escola em levantamento de demanda de
espaço de fato integrado às rotinas da escolarização na modalidade EJAIC entre
unidade prisional e de execução penal, internos penitenciários e demais
com a inclusão de suas atividades no plano trabalhadores e gestores penitenciários,
de segurança adotado (VI, 1.333). reconhecendo-as como sujeitos da EJA em
todas as unidades penitenciárias,
287 FFFF- O diagnóstico da vida escolar garantindo compatível oferta pública de
dos/as apenados/as logo no seu ingresso ensino, durante a privação de liberdade, e
ao sistema, com vistas a obter dados para adequada formação continuada para
a elaboração de uma proposta educacional educadores e professores envolvidos na
que atenda às demandas e circunstâncias especificidade e promover parcerias
de cada um/uma, seja realizado (VI, 1.334). horizontais, intersetoriais e articuladas em
programas de escolarização de jovens e
287 GGGG- O atendimento diferenciado adultos e trabalho, nas diferentes instâncias
para presos/as do regime fechado, governamentais e da sociedade civil,
semiaberto, aberto, presos/as provisórios/ ampliando o sistema de atendimento da
as e em liberdade condicional e aqueles/ EJAIC (VI, 1.338).

136
287 LLLL- Quanto à educação de 287 RRRR- Valorizar as modalidades
pescadores/as (VI, 1.339): como Educação de Jovens e Adultos (EJA),
para o homem e a mulher da pesca, nas
287 MMMM- Garantir a elaboração de uma localidades onde vivem e trabalham,
legislação específica para a educação dos respeitando suas especificidades quanto
pescadores, assegurando o direito à ao horário e calendário escolar (VI, 1.345).
preservação de suas manifestações
culturais e à sustentabilidade de seu 287 SSSS- Quanto à Educação em
território tradicional (VI, 1.340). Direitos Humanos (VI, 1.346.

287 NNNN- Garantir a oferta da educação 287 TTTT- Reconhecer a EJA como um
dos pescadores, levando em consideração direito humano e cidadã que implica maior
a diversidade e as desigualdades regionais
compromisso e vontade política os
(VI, 1.341).
governos nacionais e locais, na criação e
fortalecimento de ofertas de aprendizagem
287 OOOO- Garantir o acesso à escola
de qualidade ao longo da vida (CE, AP,
para os pescadores crianças e
RO), assegurando que a EJA desenvolva
adolescentes, jovens, adultos e idosos, em
políticas orientadas para o
todos os níveis de educação básica e na
reconhecimento dos direitos à diversidade
educação superior (VI, 1.342).
cultural, linguística, racial, étnica, de
gênero (VI, 1.347).
287 PPPP- Criar e manter as escolas de
pescadores, de acordo com os padrões
básicos de infraestrutura, que contemplem 287 UUUU- Reconhecer a educação das
adequado transporte escolar, pessoas privadas de liberdade como
equipamentos tecnológicos de informação direito humano (VI, 1.348).
e comunicação, material didático, acervo
bibliográfico, material esportivo, 287 VVVV- Ampliar a formação continuada
laboratórios, salas de aula adequadas, e dos/das profissionais da educação de
equipadas (VI, 1.343). todos os níveis e modalidades de ensino,
de acordo com o plano nacional de
287 QQQQ- Implantar e efetivar políticas educação em direitos humanos e dos
públicas de educação dos/das pescadores/ planos estaduais de direitos humanos(onde
as que respeitem e valorizem o meio houver), visando à difusão, em toda a
ambiente, contemplando currículos comunidade escolar, de práticas
específicos para os diversos níveis e pedagógicas que reconheçam e valorizem
modalidades, priorizando escolas de a diversidade e a democracia participativa
tempo integral (VI, 1.344. (VI, 1.349).

137
287 WWWW- Estimular a criação e o 287 CCCCC- Introduzir a discussão sobre
fortalecimento de comitês estaduais e diversidade cultural-religiosa na política de
municipais, Núcleos de Estudos e valorização e formação dos profissionais
Pesquisas sobre a Educação em Direitos da educação (VI, 1.356).
Humanos por meio do financiamento de
projetos, de formação continuada e 287 DDDDD- Inserir, no PNLD, de maneira
produção de materiais didáticos e explicita a orientação para introdução da
paradidáticos na área (VI, 1.350). diversidade cultural-religiosa (VI, 1.357).

287 XXXX- Introduzir as temáticas de 287 EEEEE- Desenvolver e ampliar


direitos humanos nos currículos da programas de formação inicial e continuada
pedagogia e das licenciaturas, sobre diversidade cultural-religiosa, visando
considerando o aspecto cognitivo e o superar preconceitos, discriminação,
desenvolvimento emocional e social dos assegurando que a escola seja um espaço
futuros profissionais vinculados ao pedagógico laico para todos, garantindo a
processo ensino e aprendizagem, na compreensão da formação da identidade
perspectiva da proteção, promoção, bem brasileira (VI, 1.358).
como da reparação das violações dos
direitos humanos (VI, 1.351). 287 FFFFF- Inserir os estudos de
diversidade cultural-religiosa no currículo
287 YYYY- Aprimorar as diretrizes das licenciaturas (VI, 1.359).
curriculares nas temáticas transversais,
inserindo a educação em direitos humanos 287 GGGGG- Ampliar os editais voltados
(VI, 1.352). para pesquisa sobre a educação da
diversidade cultural-religiosa dotando-os
287 ZZZZ- Fomentar a inclusão da EDH de financiamento (VI, 1.360).
nos programas de educação integral,
buscando assegurar a formação para a 287 HHHHH- Garantir o direito ao culto
cidadania (VI, 1.353). permitindo aos/às alunos/as de confissão
religiosa que observam o sábado como dia
287 AAAAA- Inserir as temáticas da EDH santo participar dos exames ou outras
no projeto político-pedagógico da escola, atividades curriculares em dia e horário
no novo modelo de gestão e avaliação diferenciado quando estas atividades
(VI, 1.354. forem no período entre 18h de sexta feira e
as 18h de sábado, atendendo assim o que
287 BBBBB- Quanto à diversidade estabelece a Constituição Federal no art.
religiosa (VI, 1.355): 5 inciso 6 e 8 (VI, 1.361).

138
287 IIIII- Garantir o ensino religioso como típicos de dadas religiões (rezas,
parte da grade curricular do primeiro ao orações, gestos), que acabam por
nono ano, com orientação ecumênica e
dificultar a afirmação, respeito e
diálogo interreligioso (VI, 1.362).
conhecimento de que a pluralidade

287 JJJJJ- O ensino público deve pautar- religiosa é um direito assegurado na


se na laicidade, sem privilegiar rituais Carta Magna Brasileira (VI, 1.363).

139
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