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Processo de Fabricação II

USINAGEM

Professor Dr. Carlos A. L. Leyva


Histórico

A idéia de fabricar teve início a milhares de anos, quando o


homem pré-histórico percebeu que, para sobreviver, precisava de
algo mais que pernas e braços para se defender e caçar.

Sua inteligência logo o ensinou que se ele tivesse uma pedra nas
mãos, seu golpe seria mais forte, e se a pedra tivesse um cabo
esse golpe seria mais forte ainda. Se essa pedra fosse afiada
poderia cortar a caça e ajudar a raspar a peles dos animais. Foi a
partir da necessidade de se fabricar um machado que o homem
desenvolveu as operações de desbastar, cortar e furar.
Durante centenas de anos a pedra foi a matéria-prima, mas
por volta de 4.000 A.C. ele começou a trabalhar com metais,
começando com o cobre, depois com o bronze e finalmente
com o ferro para a fabricação de armas e ferramentas.

Ferramentas de pedras

Plaina Neolitica de 6000 A.C.


Furadeira de Willkinson
Torno CNC
Acionada a roda d'agua
A maior parte de todos os produtos industrializados em alguma de
suas etapas de produção, direta ou indiretamente sofre algum
processo de usinagem.
Exemplos da importância da usinagem:
➔ 80% dos furos são realizados por usinagem
➔ ~100% dos processos de melhoria da qualidade superficial sao
feitos por usinagem
➔ o comercio de maquina-ferramentas representa uma das grandes
fatias da riqueza mundial
➔ ~70% das engrenagem para transmissão de potência
➔ ~90% dos componentes da industria aeroespacial
➔ ~100% dos pinos médicos-odontológicos
➔ ~70% das lentes de contatos
Os processos de usinagem são classificados da seguinte forma:
Usinagem com Usinagem com
Ferramenta de - Usinagem por
Ferramentas de Processos Não
Geometria Definida Geometria não Convencionais
Definida
• Tornear • Remoção térmica
• Retificar
• Fresar • Remoção Química
• Brunir
• Furar • Remoção
• Lapidar Eletroquímica
• Rosquar
• Lixar • Remoção por ultra-som
• Alargar • Polir • Remoção por jato
• Brochar • Jatear d'água

• Serrar • Tamborear
• Plainar
Cinemática geral dos processos de usinagem
Os processos de usinagem com ferramentas de geometria definida e
não definida, necessitam de um movimento relativo entre peca e
ferramenta.
GRANDEZAS FÍSICAS NO PROCESSO DE CORTE

MOVIMENTOS NO PROCESSO DE USINAGEM

Movimentos que causam diretamente a saída do cavaco:

Movimento de corte: movimento entre a peça e a ferramenta, no qual


sem o movimento de avanço, origina uma única retirada do cavaco;

Movimento de avanço: movimento entre a peça e a ferramenta que


juntamente com movimento de corte origina a retirada contínua de
cavaco;

Movimento efetivo: movimento resultante dos movimentos de corte e


avanço realizado ao mesmo tempo.
Movimentos que não tomam parte direta na formação do cavaco:

· Movimento de aproximação;

· Movimento de ajuste;

· Movimento de correção;

· Movimento de recuo.
DIREÇÃO DOS MOVIMENTOS E VELOCIDADES:

-Direção de corte: direção instantânea do movimento de corte;

-Direção de avanço: direção instantânea do movimento de avanço;

-Direção efetiva do movimento de corte;

-Velocidade de corte (Vc): velocidade instantânea do ponto de


referência da aresta cortante da ferramenta, segundo a direção e
sentido de corte;

-Velocidade de avanço(Vf);

-Velocidade efetiva de corte (Ve)


VELOCIDADE DE CORTE (Vc):
Para processos com movimento de rotação (torneamento, fresagem)
a velocidade de corte é calculada pela equação:
Vc = π .d .n /1000 [m / min]
Tem-se que:
d: diâmetro da peça ou ferramenta (mm);
n: número de rotações por minuto (rpm)
Para processos com movimento retilíneo (aplainamento), a
velocidade de corte é calculada pela equação:
Vc = 2 .c .gpm /1000 [m / min]
Tem-se que:
gpm: número de golpes por minuto;
c: percurso da ferramenta.
Os valores de rpm e gpm são ajustados nas máquinas-
ferramentas antes do início da usinagem. Em máquinas de
usinagem CNC os valores da velocidade de corte são inseridos
nos programas e são convertidos em rpm automaticamente pelo
comando da máquina.
A velocidade de corte é o parâmetro de corte mais influente na
vida da ferramenta. Fatores que influenciam na velocidade de
corte:
-Tipo de material da ferramenta. Como o carbono, o metal duro,
ferramentas cerâmicas, ferramentas diamantadas;
-Tipo de material a ser usinado;
- Condições de refrigeração;
- Condições da máquina.
Velocidade maior Velocidade menor
1. Superaquecimento da 1. O corte fica sobrecarregado,
ferramenta, que perde suas gerando travamento e
características de dureza e posterior quebra da
tenacidade. ferramenta, inutilizando-a e
2. Superaquecimento da peça, também a peça usinada.
gerando modificação de 2. Problemas na máquina-
forma e dimensões da ferramenta, que perde
superfície usinada. rendimento do trabalho
3. Desgaste prematuro da porque está sendo
ferramenta de corte. subutilizada.
Os valores da velocidade de corte são encontrados em tabelas
fornecidas pelos fabricantes de ferramentas de corte. A Tabela
abaixo mostra os valores de velocidade de corte na faixa
recomendada para ferramentas de aço-rápido;
VELOCIDADE DE AVANÇO (Vf)

A velocidade de avanço pode ser obtida pela fórmula:


Vf = f . n [mm / min]
Tem-se que:
f (avanço): é o percurso de avanço em cada volta (mm/volta) ou em
cada curso da ferramenta (mm/golpe).
n: número de rotações por minuto (rpm)

É o parâmetro mais influente na qualidade do acabamento


superficial da peça;
Para ferramentas multicortantes (fresas), distingui-se o avanço por
dente fz e o valor de f = fz .z ( z: número de dentes);

Os valores de “f” ou “fz” são fornecidos pelos catálogos de


fabricantes de ferramenta de corte.

Geralmente: Vf < Velocidade de corte, somente nos processos de


roscamento Vf assume valores razoáveis.
Grandezas de corte

• avanço (f)

• profundidade de corte (ap)

• largura de corte (b)

• espessura de corte (h)

• angulo de direção do gume (c)


ap
Materiais de ferramentas

- A ferramenta deve ser mais dura nas temperaturas de trabalho


que o metal estiver sendo usinado (“Dureza a Quente”);

- A ferramenta deve ser dura, mas não a ponto de se tornar


quebradiça e de perder resistência mecânica (tenacidade);

- O material da ferramenta deve ser resistente ao encruamento


(endurecimento do metal após ter sofrido deformação plástica
resultante do processo de conformação mecânica) e a micro
soldagem (adesão de pequenas partículas de material usinado ao
gume cortante da ferramenta).
Requisitos desejados em uma ferramentas de corte
➢ Resistência a compressão
➢ Dureza
➢ Resistência a flexão e tenacidade
➢ Resistência do gume
➢ Resistência a quente
➢ Resistência a oxidação
➢ Pequena tendência a fusão e caldeamento
➢ Resistência a abrasão
➢ Condutibilidade térmica, calor especifico e expansão térmica
adequados
➢ Ser inerte quimicamente
Evolução dos materiais de ferramenta

➢ Aço ferramenta (1868)

➢ Aço rápido (1900)

➢ Stellite (1910)

➢ Metal duro (1926)

➢ Cerâmicas (1938)

➢ Nitreto de boro cúbico - CBN (década de 50)

➢ Diamante mono e policristalino (década de 70)


Exercícios 01
1) Quais seriam as principais limitações de um processo de usinagem?
2) Como podem ser classificados os processos de usinagem?
3) Quais são as principais variáveis de um processo de corte?
4) Quais as principais características devem conter os materiais para
ferramenta?
5) Ordenar os materiais de ferramenta abaixo por ordem de dureza,
tenacidade e resistência à flexão: CBN, aço rápido, cerâmica não
oxida, diamante, cerâmica oxida, metal duro.
6) Considerando uma peça de aço a ser torneada, onde sua resistência
é de 800MPa e o diâmetro inicial de 20cm. Calcule a rotação máxima
(rpm) do eixo do equipamento de usinagem para desbaste e
acabamento, utilizando os dados da tabela abaixo.

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