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Histologia Reprodutor

 Aparelho Reprodutor Masculino


-Testosterona: atua na espermatogênese, diferenciação sexual embrionária e fetal e no controle da
secreção de gonadotrofinas.
-Sêmen: espermatozoides + secreção dos ductos genitais + secreção das glândulas acessórias

1) Testículos:
Revestido por túnica albugínea (TAlb – tecido conjuntivo denso não modelado). Ela forma o
mediastino do testículo, do qual se originam os septos fibrosos que formam os lóbulos
testiculares, que estão ocupados por de 1 a 4 túbulos seminíferos contorcidos, que são as
estruturas responsáveis pela produção dos espermatozoides, e que possuem as células
intersticiais, produtoras de andrógenos. Após a TAlb, vem a túnica vaginal (serosa súpero
anterolateral, em suas camadas visceral e parietal).

a) Túbulos Contorcidos Seminíferos: tubos enovelados que produzem espermatozoides


e que se iniciam em fundo cego e terminam nos túbulos retos, que os conectam à rede
testicular (canais anastomosados revestidos com epitélio simples pavimentoso ou
cúbico) no mediastino do testículo, daí vão para os ductos eferentes e para o epidídimo.

Constituição: epitélio germinativo ou seminífero envolvido em lâmina basal e


bainha de tecido conjuntivo, com células mióides aderidas à lâmina basal. As células de
Leydig ficam entre os túbulos. Túnica própria com fibras colágenas.

Espermatogênese: espermatogônia (célula germinativa primitiva) pequena e


próxima à lâmina basal. São do tipo A, que se mantém como células tronco para mais
espermatogônias, e do Tipo B, que sofrem processos de diferenciação e se tornam
espermatócitos primários (44+XY), que viram espermatócitos secundários (22+X ou Y),
e que depois viram espermátides (próximas ao lúmen).

Espermiogênese: processo pelo qual as espermátides se tornam


espermatozoides. Sem processo de divisão celular.
Etapa do Complexo de Golgi: pequenos grânulos pró-acrossômicos
acumulam-se no C. de Golgi e fundem-se, formando um único grânulo acrossômico,
no interior da vesícula acrossômica. Os centríolos migram para a região oposta ao
acrossomo e depois para perto do núcleo; ao mesmo tempo começa a se formar o
anoxema do flagelo.
Etapa do Acrossomo: o capuz acrossômico (grânulo + vesícula) se estende
sobre o núcleo, sendo chamado finalmente de acrossomo, rico em Hialuronidase,
neuraminidase, fosfatase ácida, etc., assemelhando-se a um lisossomo, portanto.
Essas enzimas atuam na corona radiata e digerem a zona pelúcida devido à reação
acrossômica (fusão da membrana externa do acrossomo com a membrana
citoplasmática do espermatozoides). O núcleo das espermátides volta-se para a base
dos túbulos seminíferos e o axonema se projeta em seu lúmen; o núcleo se torna
mais alongado e condensado. O flagelo cresce a partir de um dos centríolos enquanto
mitocôndrias se acumulam ao seu redor.
Etapa de Maturação: desprendimento de uma parte do citoplasma das
espermátides, formando corpos residuais, que são fagocitados pelas células de
Sertoli. Espermatozoides são liberados no lúmen do túbulo.
OBS: Síndrome dos cílios imóveis: espermatozoides imóveis, infertilidade. Falta de
dineína e outras proteínas para motilidade flagelar e ciliar (leva a problemas
respiratórios devido à falta de motilidade ciliar de células do epitélio respiratório).
Células de Sertoli: células colunares altas, com base na lâmina basal e ápice voltado
para o lúmen, possuem junções gap entre elas, e junções ocludentes nas paredes baso-
laterais- Barreira Hematotesticular – essas junções separam os compartimentos basal
(espermatogônias e espermatócitos jovens) e adluminal. Elas não sofrem processo de
multiplicação na vida adulta.

Funções:
• Suporte, Proteção e Suprimento Nutricional dos Espermatozoides em
Desenvolvimento: evitam o contato do sangue, além de supri-los.
Fagocitose: fagocitam os corpos residuais
• Secreção: proteína ligante a andrógeno (ABP – controlado pelo FSH),
fluido testicular, pode converter testosterona em estradiol, produz
inibina (suprime a síntese e liberação de FSH hipofisário).
• Produção de Hormônio Antimulleriano (AHM): regressão dos ductos
paramesonéfricos
• Barreira Hematotesticular: o compartimento basal tem livre acesso às
substâncias do sangue. O compartimento adluminal não. Proteção
contra Ig e ação do sistema imune.

-LH age sobre as células intersticiais para produção de testosterona. FSH age nas células
de Sertoli para síntese e secreção de ABP. Plexo Venoso Pampiniforme abaixa a
temperatura.

-Tecido Intersticial ou Túnica Vascular: células arredondadas, poligonal, com núcleo central
e citoplasma eosinófilo, rica em gotículas de lipídios. Produção de andrógenos. Células de
Leydig.

b) Ductos Intratesticulares: túbulos contorcidos seminíferos, túbulos retos, rede testicular


e ductos eferentes.
Túbulos Retos: sem células de linhagem espermatogênica.
Ductos Eferentes: células epiteliais cuboides não ciliadas intercaladas com células
ciliadas que vibram em direção ao epidídimo.

c) Ductos Extratesticulares: ducto epididimário, ducto deferente e uretra.


Ducto Epididimário: único, altamente enrolado, forma corpo e cauda do epidídimo.
Possui epitélio colunar pseudo-estratificado com células basais arredondadas e
células colunares cobertas com estereocílios (longos e ramificados microvilos
irregulares). Condução do espermatozoide e descapacitação.
Ductos Deferente: da cauda do epidídimo à uretra prostática, lúmen estreito e
espessa camada de músculo liso, epitélio colunar pseudo-estratificado com
estereocílios, lâmina própria de tecido conjuntivo e camada muscular (longitudinal
interna e externa, e circular média). Ampola: epitélio mais espesso e muito
pregueado.
Ducto Ejaculatório: não é envolvido por músculo liso. Epitélio colunar simples.

d) Glândulas Acessórias: Vesículas Seminais, Próstata e Glândulas Bulbouretrais.


Vesículas Seminais: tubo de mucosa pregueada (lâmina própria de tecido conjuntivo
frouxo) e forrada com epitélio cuboide ou pseudo-estratificado colunar. Produção de
secreção com frutose, citrato, Inositol, prostaglandinas, e proteínas. Sua produção
representa 70% do volume do ejaculado. Músculo liso (circular interna e externa).
Próstata: três zonas distintas: central 25%, periférica 70% e zona de transição.
Formada por glândulas tubuloalveolares de epitélio cuboide ou pseudo-estratificado
colunar. Os lóbulos são separados por septos da cápsula fibroelástica (tecido
conjuntivo denso). Concreções prostáticas são corpos esféricos de glicoproteínas
calcificadas sem função explicada. Produz fosfatase ácida, fibrinolisina e ácido
cítrico. Estroma de tecido conjuntivo.
Glândulas Bulbouretrais: porção membranácea da uretra, tubuloalveolares
compostas, revestidas por epitélio simples cúbico a colunar simples secretor de
muco. Cápsula fibroelástica.

e) Pênis: uretra e três corpos cilíndricos de tecido erétil.


Corpos Cavernosos: revestidos por túnica albugínea, trabéculas de tecido
conjuntivo e fibras musculares lisas formam os espaços venosos.
Corpo Esponjoso: envolve a uretra, dilata-se anteriormente formando a glande do
pênis.
Uretra Peniana: revestida por epitélio pseudo-estratificado colunar. Na glande, é
epitélio estratificado pavimentoso.
Prepúcio: dobra retrátil de pele com tecido conjuntivo e músculo liso.
Ereção: impulsos vasodilatadores do sistema parassimpático e inibição do tônus
simpático.

 Aparelho Reprodutor Feminino


• Órgãos internos: 2 ovários, 2 ovidutos (tubas uterinas), útero e vagina.
• Órgãos externos: clitóris, grandes lábios e pequenos lábios.
• Glândulas mamárias (não são consideradas parte do sistema reprodutor feminino, mas sua
fisiologia e função estão intimamente associadas a este).
• Funções: Produzir gametas femininos (ovócitos) e manter um ovócito fertilizado durante seu
desenvolvimento completo através da fase embrionária e fetal até o nascimento.
• Produz hormônios sexuais que controlam órgãos do aparelho reprodutor e têm influência
sobre outros órgãos do corpo.
• Desenvolvimento incompleto e permanecem em estado de repouso até os hormônios
gonadotróficos (secretados pela hipófise) sinalizarem o início da puberdade.
• Menarca: Sistema reprodutor sofre modificações cíclicas em sua estrutura e atividade
funcional controladas por mecanismos neuro-humorais.
• Menopausa: Modificações cíclicas ficam irregulares e acabam cessando. Pós-menopausa:
Lenta involução do sistema reprodutor.

Ovário
• Divide-se em:
o Córtex: Estroma de tecido conjuntivo com a presença dos folículos ovarianos
(primordial, primário, secundário e de Graaf).
o Medula: Tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos, linfáticos e fibras
nervosas.
o Limite entre as 2 regiões não é muito distinto.
o Epitélio Germinativo: células cúbicas de revestimento externo
o Túnica Albugínea: tecido conjuntivo denso não-modelado, pouco vascularizado
• Superfície coberta pelo epitélio germinativo (epitélio pavimentoso ou cúbico simples,
modificação do peritônio, derivado do epitélio mesotelial).
• Debaixo do epitélio germinativo, há a túnica albugínea (cápsula de tecido conjuntivo denso
não modelado, pouco vascularizado, com fibras colágenas orientadas paralelamente à
superfície do ovário).

Córtex do Ovário
• Estroma (tecido conjuntivo): Células do estroma (semelhantes à fibroblastos) + folículos
ovarianos em vários estágios de desenvolvimento.
Folículos Ovarianos

• Consistem em um ovócito primário envolvido por uma ou mais camadas de células


foliculares (originadas do epitélio mesotelial e possivelmente do mesonefro).
• Folículos primordiais:
o Formados durante a vida fetal;
o Um ovócito primário envolvido por uma única camada de células foliculares
achatadas, prendidas umas às outras por desmossomos, separadas do estroma de
tecido conjuntivo por uma lâmina basal.
o Ovócito primário – células na etapa da prófase I da meiosa – organelas
citoplasmáticas tendem a se aglomerar próximo ao núcleo. Numerosas mitocôndrias,
complexos de Golgi e cisternas de retículo endoplasmático.
• A partir da puberdade, a cada dia um pequeno grupo de folículos primordiais inicia um
processo chamado crescimento folicular (modificações do ovócito, das células foliculares
e dos fibroblastos do estroma que envolve cada um desses folículos), estimulado por FSH
secretado pela hipófise.
• Folículo primário:
o Núcleo aumenta de volume, mitocôndrias aumentam em número e são distribuídas
uniformemente pelo citoplasma, o retículo endoplasmático cresce e os complexos de
Golgi migram próximo da superfície celular.
o As células foliculares se dividem por mitose formando uma única camada de células
cuboides – Folículo primário unilamelar. o As células foliculares continuam
proliferando e originam um epitélio estratificado (células da granulosa). Aparece
também a zona pelúcida (substância amorfa separando o ovócito das células
foliculares, constituída por 3 glicoproteínas diferentes – ZP1, ZP2 e ZP3, secretadas
pelo ovócito) – Folículo primário multilamelar.
o Células do estroma começam a organizar-se em torno do folículo primário
multilamelar formando a teca interna (camada celular ricamente vascularizada) e a
teca externa (tecido conjuntivo fibroso).
o As células da granulosa estão separadas da teca interna por uma lâmina basal
espessada.
• Folículo Secundário (Antral):
o Dentro da massa de células da granulosa, formam-se vários espaços intercelulares,
que se tornam preenchidos com o líquido folicular – contém glicosaminoglicanos,
proteoglicanos e proteínas ligantes de esteroides produzidas pelas células da
granulosa; além dos hormônios progesterona, estradiol, inibina, foliostatina e ativina
(regulam a liberação de FSH e LH). o Os pequenos espaços que contêm esse fluido
se juntam e as células da granulosa se reorganizam formando uma grande cavidade,
o antro folicular.
o As células da granulosa dispõem-se de modo a envolver o ovócito primário por um
pequeno grupo de células da granulosa, que se projetam da parede do antro cheio
de fluido – cúmulo oóforo. o As células cuboides baixas da granulosa, dispostas
frouxamente e imediatamente adjacentes à zona pelúcida, afastam-se levemente do
ovócito, mas seus prolongamentos mantém contato com o ovócito primário. Esta
camada simples de células da granulosa envolvendo o ovócito primário é chamada
corona radiata.
o As células da teca interna sintetizam a androstenediona, que é transportada para
as células da granulosa, que, sob influência do FSH, sintetizam uma enzima
aromatase, que transforma a androstenediona em estrógeno.
• Folículo de Graaf (pré-ovulatório/Maduro):
o Proliferação das células da granulosa e aumento do líquido folicular.
• Atresia Folicular:
o Os folículos que não chegam ao estágio maduro e os que não se rompem na
ovulação degeneram e são denominados de atrésicos. o Processo pelo qual as
células foliculares e os ovócitos morrem e são eliminados por células fagocíticas.
o Parada de mitoses nas células da granulosa, separação de células da granulosa da
lâmina basal e morte do ovócito. Após a morte das células, macrófagos invadem o
folículo e fagocitam seus restos.
o Em um estágio posterior, fibroblastos ocupam a área do folículo e produzem uma
cicatriz de colágeno.
• Ovulação:
o Estrógeno produzido pelo folículo de Graaf em desenvolvimento e folículos
secundários produz efeitos:
▪ Inibição por retroalimentação negativa inibe a liberação de FSH pela
Adenohipófise;
▪ Quantidade elevada de LH é liberada repentinamente pelas células basófilas
da Adenohipófise – aumento do fluxo de sangue nos ovários, e os capilares
da teca interna começam a vazar plasma causando edema, liberando
histamina, prostaglandina e colagenase na vizinhança do folículo de Graaf.
o Além disso, o LH é responsável por:
▪ Liberação da substância indutora da meiose;
▪ Sob influência da substância indutora da meiose, o ovócito primário do
folículo de Graaf retoma e completa sua primeira divisão meiótica, levando à
formação de 2 células-filhas, o ovócito secundário e o primeiro corpúsculo
polar. Por causa da distribuição desigual do citoplasma, o primeiro corpúsculo
polar é um núcleo somente envolvido por uma delgada faixa de citoplasma.
▪ O ovócito secundário entra na segunda divisão meiótica, que é interrompida
na metáfase.
▪ A presença e a continuação da formação de proteoglicanos e de ácido
hialurônico pelas células da granulosa atraem água, levando assim a um
aumento ainda maior do folículo de Graaf, e também tornando mais frouxa a
membrana granulosa.
▪ Pouco antes da ovulação, a superfície do ovário perde seu suprimento
sanguíneo, no local em que o folículo de Graaf faz pressão contra a túnica
albugínea.
▪ Esta região avascular, adelgaçada, torna-se descorada e é denominada
estigma, cujo tecido conjuntivo degenera, assim como a parede do folículo de
Graaf em contato com o estigma, formando uma abertura entre a cavidade
peritoneal e o antro do folículo de Graaf.
▪ O ovócito secundário e as células foliculares que o acompanham são
libertados do ovário através desta abertura, levando à ovulação.
▪ Os resquícios do folículo de Graaf são convertidos no corpo hemorrágico, e,
a seguir, no corpo lúteo.
• Corpo Lúteo:
o Glândula endócrina temporária, situada na camada cortical do ovário, formada, após
a ovulação, pela luteinização das células da granulosa e células da teca interna do
folículo que ovulou. o A liberação do fluido folicular resulta em um colapso da parede
do folículo, que se torna pregueada. Devido à ovulação, um pouco de sangue pode
fluir para a cavidade do antro folicular, onde coagula e é depois invadido por tecido
conjuntivo, o qual, acompanhado de restos de coágulos de sangue que são
gradualmente removidos, constitui a parte mais central do corpo lúteo.
o As células da granulosa não se dividem, mas aumentam muito de tamanho,
compondo 80% do parênquima do corpo lúteo e passam a ser chamadas células
granulosa-luteínicas, povoando a região central do corpo lúteo – produzem
progesterona e convertem andrógenos produzidos pelas células teca-luteínicas em
estrógenos. o As células da teca interna originam as células teca-luteínicas (20%),
semelhantes às granulosa-luteínicas, mas menores e se coram mais intensamente.
Tendem a se acumular nas pregas da parede do corpo lúteo – produção de
progesterona, um pouco de estrógenos e andrógenos.
o Os vasos sanguíneos e linfáticos que antes eram restritos à teca interna, agora
crescem, dirigem-se ao interior do corpo lúteo e formam uma abundante rede
vascular.
o Sob efeito do LH, as células modificam seus componentes enzimáticos e começam
a secretar progesterona e estrógenos.
o Seus restos sofrem luteólise e são fagocitados por macrófagos. Fibroblastos vizinhos
invadem a área e produzem uma cicatriz de tecido conjuntivo denso chamada corpo
albicans.
o No caso de gravidez, as células trofoblásticas sintetizam o HCG (Gonadotrofina
coriônica humana), que estimula o corpo lúteo e o resgata da degeneração, causa
crescimento adicional desta glândula e estimula a secreção de progesterona (corpo
lúteo da gravidez – persiste durante 4-5 meses e em seguida degenera e é
substituído por um corpo albicans).

Medula do Ovário
o Constituída por fibroblastos frouxamente situados dentro de uma malha rica em colágeno
contendo fibras elásticas.
o Contém grandes vasos sanguíneos, vasos linfáticos e fibras nervosas. o Pré-menstrual:
Grupos de células intersticiais epitelioides que secretam estrógenos.
o Células do hilo: outro grupo de células epitelioides da medula do ovário – secretam
andrógenos.

Oviduto / Tuba Uterina


o Estruturas tubulosas de paredes musculares, com aproximadamente 12 cm de comprimento,
com uma extremidade libre e uma extremidade presa.
o Coberto pelo peritônio visceral.
o Dividido em 4 regiões anatômicas:
▪ Infundíbulo: Localizado na extremidade aberta, com sua extremidade livre franjada
com projeções denominadas fímbrias (ajudam a capturar o ovócito secundário).
▪ Ampola: Local onde geralmente ocorre a fertilização (muitas pregas de mucosa).
▪ Istmo: Porção estreita entre a ampola e o útero (aparecimento de pregas de
mucosa).
▪ Intramural: Atravessa a parede uterina abrindo-se na luz do útero (camada muscular
mais espessa).
o Parede composta por 3 camadas (de dentro para fora):
o Mucosa:
▪ Muitas pregas longitudinais, presentes em todas as regiões do oviduto, mas
mais pronunciadas na ampola, onde se ramificam.
▪ Formada por epitélio colunar simples e lâmina própria (tec conjuntivo
frouxo, contendo fibroblastos, mastócitos, céls linfáticas, colágenos e fibras
reticulares).
▪ Epitélio com 2 tipos celulares:
• Células em cavilha não ciliadas: função secretora (nutrir, proteger e
capacitar os espermatozoides; nutrição e proteção ao ovo e nutrição
para o embrião durante as fases iniciais de seu desenvolvimento;
acopladas ao movimento do fluido em direção ao útero, inibem
microrganismos vindos do útero de se deslocarem para o Oviduto e
para a cavidade peritoneal);
• Células ciliadas: batidas dos cílios impulsiona em direção ao útero o
ovo fertilizado, espermatozoides e o líquido viscoso produzido pelas
células em cavilha.
o Muscular:
▪ Constituída pelas camadas circular interna e longitudinal externa, mal
definidas, de músculo liso.
▪ Tecido conjuntivo frouxo preenche os espaços entre os feixes musculares.
o Serosa:
▪ Epitélio pavimentoso simples.
▪ Tecido conjuntivo frouxo contém muitos vasos sanguíneos e fibras
nervosas autônomas. o As contrações rítmicas continuadas das camadas da
muscular, acopladas aos batimentos dos cílios, ajudam a impulsionar o ovócito
capturado em direção ao útero.

Útero
o Órgão muscular robusto, dividido em 3 regiões:
o Corpo: Porção larga na qual se abrem os ovidutos;
o Fundo: Base arredondada situada em posição superior às aberturas de saída dos
ovidutos no corpo.
o Cérvix: porção circular estreita que faz saliência e se abre na vagina.

A parede do corpo e do fundo é constituída por endométrio, miométrio e uma adventícia ou


serosa.

A parede do corpo e fundo é constituída por:


-Endométrio
Epitélio colunar simples: células secretoras não ciliadas e células ciliadas. Lâmina própria:
glândulas tubulosas simples ramificadas; tecido conjuntivo denso não modelado (macrófagos,
leucócitos, fibras reticulares). Possui duas camadas: Camada funcional: mais superficial,
que descama na menstruação. Camada basal: situada abaixo, cujas glândulas e o tecido
conjuntivo proliferam a cada ciclo menstrual.
-Miométrio
Músculo liso constituído pelas camadas: longitudinal interna, média circular e longitudinal
externa.
-Adventícia - Serosa
A porção anterior está coberta por tecido conjuntivo sem revestimento epitelial (adventícia).
O fundo e a porção posterior do corpo estão cobertos por uma serosa. Cérvix (extremidade
terminal do útero). Formada por: 1- Epitélio colunar simples (secretor de muco); na parte próxima
a vagina é coberta pelo epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. 2- Tecido
conjuntivo denso com muitas fibras elásticas e poucas fibras musculares.
-Ciclo Menstrual: Fase Proliferativa (glândulas uterinas com tubos retos e lúmen estreito) e
Fase Secretória (tortuosas e de lúmen dilatado).

Vagina

É um órgão fibromuscular constituído por três camadas:


-Mucosa:
Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado. Lâmina própria: tecido conjuntivo
frouxo fibroelástico.
-Muscular:
Músculo liso.
-Adventícia:
Tecido conjuntivo fibroelástico (suprimento vascular e feixes nervosos).

Genitália Externa
-Grandes Lábios
Duas pregas de pele com grande quantidade de tecido adiposo e uma delgada camada de
músculo liso. Glândulas sudoríparas e sebáceas estão presentes nas superfícies interna e
externa.
-Pequenos Lábios
Duas pregas menores de pele destituída de folículos pilosos e de tecido adiposo. No
vestíbulo estão presentes glândulas secretoras pequenas (glândulas vestibulares menores) e
grandes (glândulas de Bartholin). -Clitóris
É coberto por epitélio pavimentoso estratificado e é constituído por dois corpos eréteis
contendo vasos sanguíneos e nervos sensitivos (Corpúsculo de Meissner e de Pacini).

Glândulas Mamárias
Secretam leite que contem: proteínas, lipídios, lactose, anticorpos, sais minerais e vitaminas.
São glândulas tubo alveolares compostas constituídas por 15 a 20 lobos, separados por tecido
conjuntivo e adiposo. Cada lobo possui seu próprio ducto lactífero. Antes de chegar ao mamilo
cada ducto se dilata formando um seio lactífero (que armazena leite). Os ductos menores são
revestidos por epitélio colunar simples; o ducto e o seio lactífero são revestido por epitélio cúbico
estratificado e os ductos antes de se abrirem no mamilo são revestido por epitélio pavimentoso
queratinizado. A aréola é a parte circular pigmentada da mama, cuja borda contem glândulas
sudoríparas e sebáceas. O mamilo é coberto por epitélio pavimentoso estratificado, e é
constituído por tecido conjuntivo denso (rico em fibras elásticas) e fibras musculares lisas.

Anatomia Reprodutor
 Aparelho Reprodutor Feminino
1) Mamas: formadas de tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz
adiposa, junto com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. As glândulas mamárias estão no
tecido subcutâneo sobre os músculos peitorais maior e menor. Papila mamária e aréola.
Localização: transversalmente da margem lateral do esterno até a linha axilar média e
verticalmente da 2ª à 6ª costela.
Fáscia Peitoral (músculo peitoral maior/serrátio anterior).
Espaço Retromamário (tecido conjuntivo frouxo, permite o movimento sobre a fáscia)
Processo Axilar ou Cauda de Spence
Ligamentos Suspensores da Mama (liga à derme da pele, e divide em lobos e lóbulos).
1 ducto lactífero para 1 lóbulo no parênquima. Seio lactífero. Alvéolos Mamários.
O reflexo de ejeção do leite é mediado por hormônios.
Glândulas sebáceas da aréola permitem a lubrificação.
Vascularização:
Ramos Mamários Mediais dos Ramos Perfurantes da Artéria Torácica Interna
Ramos Mamários Laterais da Artéria Torácica Lateral da Artéria Axilar
Ramos Mamários Laterais dos Ramos Cutâneos Laterais das Artérias Intercostais
Posteriores
Artéria Subclávia Drenagem
Venosa:
Veia Axilar e Veia Torácica Interna Drenagem
Linfática:
Ordem
PapilaAréolaLóbulosPlexo Linfático SubaoreolarLinfonodos Axilares e
Linfonodos Paraesternais; Linfonodos AxilaresLinfonodos ClavicularesTronco Linfático
Subclávio
Nervos da Mama:
Ramos Cutâneos Anteriores e Laterais dos 4° e 6° Nervos Intercostais
2) Ovários: mesovário do ligamento largo do útero, epitélio germinativo, ligamento suspensor
do ovário, ligamento útero-ovárico. Está localizado lateralmente entre o útero e parede lateral
da pelve.
3) Tubas Uterinas: cornos uterinos, mesossalpinge do ligamento largo do útero, infundíbulo,
óstio abdominal (abertura na cavidade peritoneal), fímbrias, fímbria ovárica fixada no pólo
superior do ovário, ampola (fertilização), istmo (entra no corno uterino) e intramural (parte
uterina), óstio uterino.
Vascularização:
Artérias Ováricas – da parte abdominal da aorta
Ramos Ascendentes das Artérias Uterinas da Artéria Ilíaca Interna Ramos
Ováricos e Tubáricos da Artéria Ovárica e Artéria Uterina
Drenagem:
Plexo Venoso Pampiniforme – no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina
Veia Ovárica Direita – VCI
Veia Ovárica Esquerda – Veia Renal Esquerda – VCI
Veias Tubáricas – Veias Ováricas- EVeia Renal Esquerda  VCI. e D VCI Veias
Tubáricas – Plexo Venoso Uterino
4) Útero: órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas. Corpo repousa sobre a bexiga
urinária, e colo entre a bexiga urinária e o reto. Anterovertido em relação ao eixo da vagina
e Anterofletido em relação ao eixo do colo. Corpo do útero (fundo do útero – superiormente
aos óstios uterinos das tubas- e face anterior e posterior do útero), Istmo do útero, Colo do
útero (colágeno, músculo liso e elastina) – porção supravaginal, porção vaginal (óstio do
útero, fórnices da vagina – anterior, posterior, laterais direito e esquerdo), tecido conjuntivo
frouxo com a bexiga e escavação retouterina. Cavidade do útero, cornos do útero, canal do
colo do útero – óstio anatômico interno -, óstio uterino. Parede Uterina: perimétrio – serosa,
miométrio – muscular e endométrio – mucosa.
Ligamentos do útero
Ligamento útero-ovárico
Ligamento redondo do útero – anterior
Ligamento largo do útero
Ligamento cardinal
Sustentação dinâmica: diafragma da pelve.
Sustentação passiva: posição anterovertida e anterofletida.
Ligamentos Transversos ou Cardinais do Colo – da porção supravaginal do colo e das
paredes laterais do fórnice da vagina.
Ligamentos Retouterinos ou Uterossacrais – superiormente até o sacro
O colo do útero não é coberto por peritônio. Escavações vesicouterina e retouterina. A artéria
uterina cruza o ureter superiormente, próximo ao colo do útero.
5) Vagina: O óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os ductos das glândulas vestibulares
maiores e menores se abrem no vestíbulo da vagina, fenda entre os lábios menores do
pudendo. Fica posterior à bexiga urinária e à uretra, anterior ao reto e na margem medial do
músculo levantador do ânus. Fórnice anterior, lateral e posterior (profundo e com íntima
relação com a escavação retouterina).
Esfíncteres:
Músculo pubovaginal
Músculo esfíncter externo da uretra
Músculo esfíncter uretrovaginal
Músculo Bulboesponjoso Vascularização:
Parte Superior – ramos descendentes das artérias uterinas
Parte média e inferior – artéria vaginal e artéria pudenda interna
Drenagem
Plexos venosos vaginaisPlexo venoso uterinoPlexo venoso uterovaginalveia
uterinaveia ilíaca interna Inervação:
¼ parte final da vagina com inervação somática
Nervo perineal profundo do nervo pudendo
Fibras simpáticas e viscerais. Não tem parassimpáticas.
Drenagem Linfática:
Os vaso linfáticos do ovário, unidos aos vasos da tuba uterinas e à maioria dos vasos] do
fundo do útero, seguem as veias ováricas para os linfonodos lombares (cavais/aórticos)
direitos e esquerdos.
6) Irrigação da Anatomia Externa
Artéria Labial Posterior
Artéria Dorsal do Clitóris
Artéria Profunda do Clitóris
Artéria Perineal
Artéria Pudenda Interna Clitoriana
 Aparelho Reprodutor Masculino
Pênis: Órgão que conduz a saída da urina e do sêmen, pele fina e com pigmentação escura em
relação à pele adjacente, raiz, corpo e glande, três corpos cilíndricos de tecido cavernoso erétil:
dois corpos cavernosos (dorsalmente) e um corpo esponjoso (ventralmente), lembrando que
quando o pênis está flácido, sua parte dorsal está virada anteriormente. Corpos Cavernosos:
Fundidos no plano mediano, exceto posteriormente → Ramos do Pênis;
Internamente, o tecido dos corpos cavernosos é separado pelo septo do pênis, túnica
albugínea.
Revestimento fibroso que envolve externamente cada corpo cavernoso; Tecido
conjuntivo frouxo une a túnica albugínea à pele.
Fáscia Superficial do Pênis (Dartos): Abaixo da pele.
Fáscia Profunda do Pênis (De Buck): Superficialmente a túnica albugínea, continuação da
fáscia profunda do períneo, revestimento membranáceo forte que une corpos cavernosos e
corpo esponjoso.
Corpo Esponjoso:
Contém a parte esponjosa da uretra (intramural, prostática, membranácea e esponjosa),
bulbo: expansão posterior do corpo esponjoso.
Raiz do Pênis:
Parte fixa, formada pelos: ramos, bulbo (ramos e bulbo são massas de tecido erétil),
músculos isquiocavernoso e bulboesponjoso, localizada no espaço superficial do períneo, entre
a membrana do períneo (superiormente) e a fáscia do períneo (inferiormente).
Corpo do Pênis:
Parte pendular livre, suspensa na sínfise púbica, não tem músculos (exceto algumas fibras
do músculo bulboesponjoso perto da raiz e músculo isquiocavernoso que circunda os ramos).
Glande do Pênis:
Coroa da glande; colo da glande (constrição que separa a glande do corpo do pênis).
Óstio ou Meato Externo da Uretra:
Abertura em fenda da parte esponjosa da uretra, próximo à extremidade da glande do pênis.
Prepúcio do Pênis:
Dupla camada de pele formada pela pele e fáscia superficial do pênis no colo da glande; cobre
a glande em homens não circuncidados.
Frênulo do Prepúcio:
Prega mediana que vai da camada profunda do prepúcio até a face uretral da glande do pênis.
Glândulas do Prepúcio (de Tyson):
Localizadas em volta da superfície interna da coroa e do prepúcio, secreção é um dos
componentes do esmegma (sebo, células epiteliais esfoliadas, etc.) Ligamento Fundiforme
do Pênis:
Circunda o pênis; se une a túnica Dartos para formar o septo do escroto.
Ligamento Suspensor:
Fixa os corpos eréteis do pênis à sínfise púbica.
Suprimento arterial:
Ramos das artérias pudendas internas:
Artérias dorsais do pênis: seguem no sulco dorsal entre os corpos cavernosos. Irrigam tecido
fibroso ao redor dos corpos cavernosos, corpo esponjoso, parte esponjosa da uretra e pele do
pênis;
Artérias profundas do pênis: perfuram os ramos e seguem perto do centro dos corpos
cavernosos. Irrigam o tecido erétil dessas estruturas (principais vasos que participam da ereção
do pênis, elas emitem ramos que se abrem diretamente nos espaços cavernosos. E quando o
pênis está flácido encontram-se espiraladas, uma maneira de restringir o fluxo sanguíneo –
artérias helicinas);
Artérias do bulbo do pênis: irrigam a parte posterior do corpo esponjoso (bulbo), uretra e
glândula bulbouretral;
Ramos superficiais e profundas das artérias pudendas externas irrigam a pele do pênis,
fazendo anastomose com os ramos das artérias pudendas internas.
Drenagem venosa:
O sangue dos espaços cavernosos é drenado por um plexo venoso que se une à veia dorsal
profunda do pênis → plexo venoso prostático;
O sangue da pele e tela subcutânea drena para as veias dorsais superficiais → veia pudenda
externa superficial (parte do sangue também segue pela veia pudenda interna).
Drenagem linfática:
Pele: linfonodos inguinais superficiais;
Corpo esponjoso e glande: linfonodos inguinais profundos; Corpos
cavernosos e uretra: linfonodos ilíacos internos.
Inervação (s2-s4)
Inervação sensitiva e simpática: nervo pudendo → nervo dorsal do pênis (inerva a pele e
glande do pênis – local rico em terminações nervosas sensitivas);
Ramos do nervo ilioinguinal (pele e raiz do pênis);
Fibras parassimpáticas: nervos cavernosos (inervam as artérias helicinas do tecido erétil).
Escroto
- saco fibromuscular cutâneo;
- abriga testículos e estruturas associadas;
- situa-se posterointerior ao pênis e abaixo da sínfise púbica;
- pele fina e com mais pigmentação que a pele adjacente;
- glândulas sebáceas e sudoríparas; - poucos pelos;
Pregas transversais.
Rafe do escroto Crista
mediana;
Indica formação embrionária bilateral;
Contínuo com: rafe do pênis (anteriormente) e rafe do períneo (posteriormente).
Septo do escroto
Parte interna do escroto;
Profundo à rafe do escroto;
Divide o escroto em dois compartimentos, um para cada testículo;
Prolongamento da túnica Dartos. Suprimento arterial:
- artéria femoral → artérias pudendas externas → artérias escrotais anteriores (irrigam a face
anterior do escroto);
- ramos perineais superficiais das artérias pudendas internas → artérias escrotais posteriores
(irrigam a face posterior do escroto);
- artérias epigástricas inferiores → ramos das artérias cremastéricas. Drenagem venosa:
- veias escrotais acompanham as artérias (mesmos nomes); - drenam principalmente para as
veias pudendas externas.
Drenagem linfática:
Vasos linfáticos do escroto conduzem a linfa para os linfonodos inguinais superficiais.
Inervação:
Face anterior: plexo lombar
Nervo ilioinguinal → nervos escrotais anteriores
Nervo genitofemoral → ramo genital
- face posterior: plexo sacral
Ramos perineais superficiais do nervo pudendo e ramo perineal do nervo cutâneo femoral
posterior → nervos escrotais posteriores
- fibras simpáticas conduzidas por esses nervos auxiliam na termorregulação dos testículos:
No frio → estimula contração do músculo liso Dartos;
No calor → inibe a contração do músculo Dartos e estimula as glândulas sudoríparas.
Fisiologia Reprodutor
 Aparelho Reprodutor Feminino
Um eixo hipotalâmico-hipofisário–gonadal comum regula a síntese dos hormônios sexuais.
O hormônio de liberação das gonadotropinas (GnRH) encontra-se no topo dessa hierarquia de três
níveis. O hipotálamo secreta o GnRH em pulsos, pulsos mais frequentes  LH, pulsos menos
frequentes FSH. O GnRH segue o seu percurso pelo sistema porta hipotalâmico-hipofisário para
estimular as células gonadotrópicas da Adenohipófise. A estimulação das células gonadotrópicas
através de um receptor de superfície celular acoplado à proteína G aumenta a síntese e a secreção
de LH e de FSH que, em seu conjunto, são designados como gonadotropinas. A secreção pulsátil
do GnRH é crítica para o funcionamento apropriado do eixo hipotalâmico-hipofisário–reprodução.
Quando o GnRH é administrado de modo contínuo, a liberação de LH e de FSH pelos gonadótrofos
é suprimida, mais do que estimulada. O LH e o FSH exercem efeitos análogos, porém um tanto
diferentes, nos indivíduos do sexo masculino e feminino. Na mulher, o LH estimula as células da
teca a sintetizar o andrógeno androstenediona, que a seguir é aromatizado a estrona e estradiol
nas células da granulosa, sob a influência do FSH.
Tanto as células de Sertoli quanto as células da granulosa sintetizam e secretam as
proteínas reguladoras inibina A, inibina B e activina. As inibinas, que são secretadas pela gônada,
atuam sobre a adeno-hipófise, inibindo a liberação de FSH, enquanto a activina estimula a sua
liberação. Nem as inibinas nem a activina exercem qualquer efeito sobre a liberação de LH pela
Adenohipófise. No indivíduo do sexo feminino, a combinação de estradiol e de progesterona
suprime de modo sinérgico a secreção do GnRH, do LH e do FSH através de ações sobre o
hipotálamo e a hipófise.
INTEGRAÇÃO DO CONTROLE ENDÓCRINO: O CICLO MENSTRUAL
O ciclo menstrual feminino é governado pela atuação cíclica de hormônios, com uma
periodicidade aproximada de 28 dias (faixa normal de 24 a 35 dias). Esse ciclo começa no início da
puberdade e prossegue de modo ininterrupto (exceto durante a gravidez) até a menopausa. O início
do ciclo, o dia 1 do ciclo, é arbitrariamente definido como o primeiro dia da menstruação. A ovulação
ocorre na metade (aproximadamente no dia 14) de cada ciclo. A parte do ciclo menstrual antes da
ovulação é frequentemente denominada fase folicular ou proliferativa; durante essa fase, o
folículo ovariano em desenvolvimento produz a maioria dos hormônios gonadais, que estimulam a
proliferação celular do endométrio. Após a ovulação, o corpo lúteo produz progesterona, enquanto
o endométrio torna-se mais secretor do que proliferativo. Por conseguinte, a segunda metade do
ciclo menstrual é frequentemente denominada fase lútea ou secretora, dependendo do ponto de
referência ser o ovário ou o endométrio.
No início do ciclo menstrual, a produção de estrogênio e de inibina A é baixa. Em
consequência, a Adenohipófise secreta quantidades crescentes de FSH e de LH. Esses hormônios
estimulam a maturação de quatro a seis folículos, contendo, cada um deles, um óvulo cuja meiose
está interrompida no primeiro estágio. Os folículos em maturação secretam concentrações
crescentes de estrógeno, de inibina A e de inibina B. O estrógeno induz os folículos a aumentar a
expressão dos receptores de LH e de FSH sobre as células da teca e da granulosa,
respectivamente. A supra regulação dos receptores aumenta a resposta folicular às gonadotropinas
hipofisárias e propicia a secreção de quantidades crescentes de estrógeno por um folículo. O
aumento dos níveis plasmáticos de estrógeno e de inibina suprime a liberação de LH e de FSH pela
hipófise. Por sua vez, os níveis diminuídos de gonadotropinas induzem outros folículos a sofrer
atresia, de modo que, em geral, apenas um dos folículos amadurece. Ao mesmo tempo, os níveis
elevados de estrógeno estimulam o endométrio uterino a proliferar rapidamente na preparação para
a possível implantação de um ovo fertilizado.
À medida que o folículo dominante continua crescendo, ele passa a secretar níveis elevados
e persistentes de estrógeno. O consequente surto de LH e de FSH na metade do ciclo estimula o
folículo dominante a crescer e a aumentar a atividade de suas enzimas proteolíticas.
Os remanescentes celulares do folículo ovariano roto transformam-se no corpo lúteo. As
células do corpo lúteo secretam estrógeno e progesterona, e não apenas estrógeno. A presença de
progesterona na segunda metade do ciclo menstrual induz o endométrio a passar de seu estado
proliferativo para um estado secretor. Assim, o endométrio começa a sintetizar proteínas
necessárias para a implantação do óvulo fertilizado. O suprimento sangüíneo para o endométrio
também aumenta para fornecer quantidades aumentadas de nutrientes se houver gravidez. O corpo
lúteo tem um tempo de sobrevida de cerca de 14 dias. Caso não haja fertilização nem implantação
de um blastocisto viável dentro de 14 dias após a ovulação, o corpo lúteo sofre atresia, e a sua
produção de estrógeno e de progesterona cessa. Sem os efeitos tróficos do estrógeno e da
progesterona, o revestimento endometrial desprende-se, dando início à menstruação. Na ausência
de estrógeno e de progesterona, a inibição dos gonadótrofos é removida, e ocorre aumento na
produção de FSH e de LH. Isso estimula o desenvolvimento de novos folículos ovarianos e o início
de outro ciclo menstrual. Entretanto, se houver fertilização, a implantação no revestimento uterino
induz o blastocisto a secretar gonadotropina coriônica humana (hCG). A presença da hCG
estimula o corpo lúteo a permanecer viável e a continuar secretando progesterona.

Fisiologia Reprodutor
 Aparelho Reprodutor Masculino
1) Testículos: função endócrina e produção de gametas. A migração testicular acontece no
1/3 final da gestação, devido a ação hormonal da testosterona. Criptoquirdismo. Ectopia
Testicularatividade genética comprometida, com predisposição a Sertolioma. O tratamento
hormonal com LH e FSH pode gerar o processo de descida. Hérnia Inguinal. O testículo é
formado por parênquima (túbulos contorcidos seminíferos e pelo tecido intersticial -células
de Leydig-), por uma estrutura conjuntivo fibrosa (túnica albugínea -septos interlobulares e
mediastino testicular-, túnica vaginal –parietal e visceral.).
2) Fases do Desenvolvimento Reprodutivo: células de sustentação + gonócito. Impúbere
Pré-púberePúberePós-púbereAdulto. Em um gráfico de relação com o número de
células de sustentação e células produtoras de espermatozoides, a puberdade começa com
a inversão das curvas, na qual o número de células de Sertoli torna-se menor em relação às
espermatogônias. Células de Sertoli só se multiplicam até a puberdade, daí elas se
distribuem pelo túbulo seminífero em alongamento.
3) Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Gonadal: GHRHAdenohipófiseFSHCélula de
SertoliInibina e ABP. AdenohipófiseLHCélulas de LeydigTestosterona (picos
diários). ABP + Testosterona vão para os túbulos seminíferos.
4) Espermatogênese: fases proliferativa (mitose da espermatogônia), fase meiótica
(espermatócito primário virando espermatócito secundário) e fase da diferenciação
(espermatócito secundário virando espermátides).
5) Epidídimo: atua sobre ação da di-hidrotestosterona, maturação espermática, seleção
espermática anormal, transporte, armazenamento e plasma epididimário.
6) Glândulas Sexuais Acessórias: Vesícula Seminal (produção de prostaglandinas, estimula
a contratilidade do miométrio de forma ascendente), Próstata (PSA – liquefaz o sêmen,
enzima proteolítica), Bulbouretrais (lubrifica o canal uretral) e Glândula Ampolar.
7) Mecanismo de Ereção: produção de NO ativa Guanilato Ciclase e produz GMPc, o que
provoca o aumento do fluxo sanguíneo e gera a ereção. Uma enzima chamada
fosfodiesterase (PDE) é a responsável pela degradação do GMPc em GTP, diminuindo o
fluxo sanguíneo e a ereção peniana. O Viagra atua degradando a PDE.
8) Bolsa Escrotal: termorregulação.

 Placenta e Envoltórios Fetais


É muito frequente que as pessoas confundam envoltórios fetais com placenta, entretanto, sabemos
que envoltórios fetais, como o próprio nome sugere, são as membranas que envolvem o feto, cuja
membranas são: a membrana (saco) amniótica, a membrana alantoideana, o saco vitelina e a
membrana coriônica. Enquanto que placenta é estrutura, originada da membrana coriônica, que
realiza a troca metabólica entre o sangue fetal e o materno.
Esses envoltórios fetais desaparecem, em alguns animais, com o desenvolvimento da gestação,
como por exemplo a membrana vitelínica (nos mamíferos em geral), sendo que no humano temos
também a regressão da membrana alantoideana. Portanto no humano só é encontrada a membrana
amniótica e a coriônica e nos animais domésticos, além dessas duas membranas, encontramos
também a membrana alantoideana.
Portanto, a membrana que envolve o feto é a membrana amniótica, em cujo interior encontramos
o líquido amniótico. No humano, a membrana coriônica esta justaposta a membrana amniótica,
enquanto que nos animais domésticos, logo após o âmnio encontramos a membrana alantoideana,
em cujo interior encontramos o líquido alantoideano que é formado a basicamente partir da secreção
renal do feto (urina).
Funções dos envoltórios fetais:
1 - proteger o feto contra traumatismo, desidratação e variação de temperatura.
2 - permitir o crescimento do feto e seus movimentos
3 - promover a dilatação da via fetal mole (cérvice, vagina e vulva) durante o parto.
4 - aumentar a lubrificação vaginal facilitando a passagem do feto
PLACENTA
Placenta é um órgão temporário de origem fetal, formado durante a gestação e que tem por função
realizar as trocas metabólicas entre o sangue materno e o fetal, bem como, promover um ambiente
físico e metabólico adequado para o desenvolvimento fetal.
Dependendo da espécie animal, podemos observar diferentes tipos de placenta, e que podemos
classificá-las de dois modos diferentes:
1 - Classificação da placenta quanto a distribuição das vilosidades do córion:
- placenta difusa: égua, porca - placenta zonária: carnívoros
- placenta cotiledonária: ruminantes
- placenta discoidal: mulher
2 - Classificação da placenta quanto as barreiras entre o sangue fetal e materno:
- placenta epitélio-corial: égua, porca
- placenta sindesmo-corial: vaca
- placenta endotélio-corial: cadela e gata
- placenta hemo-corial: mulher
No processo de preparação para a formação da placenta ocorre o fenômeno da implantação e logo
após a placentação, sendo que Implantação é o momento de contato entre o trofoblasto e o
endométrio quando o blastocisto implanta-se no endométrio, enquanto que, Placentação: é a
formação da placenta pelo córion viloso através da invasão do trofoblasto no endométrio, podendo
haver, dependendo do tipo de placenta, a formação do sinciciotrofoblasto e do citotrofoblasto.
Animais deciduados, considerados também como os animais que apresentam placenta verdadeira,
são aqueles que durante a expulsão da placenta, denominado também de decídua, parte do
endométrio é eliminado juntamente com a placenta (Ex.- mulher, cadela) e animais adeciduados
(semi-placenta) são os animais que eliminam somente a placenta, sem grande perda do endométrio.
Funções da placenta:
- Respiração do feto
- Nutrição do feto
- Endócrina
- Imunoproteção
 Diferenciação Sexual
Alterações no desenvolvimento do sistema genital que dificulta o diagnóstico do sexo.
1) Fases da Diferenciação Sexual:
a. Fecundação: definição do sexo genético ou cromossômico, definido pelo
espermatozoide (X ou Y) nos mamíferos.
b. Diferenciação do Sexo Gonadal: depende do sexo cromossômico, ou seja, da
expressão/indução gênica. O cromossomo Y leva ao desenvolvimento dos testículos
a partir das estruturas genitais indiferenciadas. O gene SRY estimula a expressão do
SOX9, que gera o processo de diferenciação da gônada indiferenciada.
No homem,
Célula de Leydig produção de testosterona
Célula de Sertoli AHM (manutenção da reserva folicular, controle da população
folicular, inibe o desenvolvimento dos tubos de Muller).
As células da Teca interna são homólogas às células de Leydig, pois produzem
androstenediona sobre estímulo de LH. O FSH estimula as células da granulosa a
produzir a enzima aromatase, responsável por converter a androstenediona em
estrógenos. As células da granulosa produzem hormônio Mulleriano.
DHT atua na diferenciação da genitália externa.
Seio urogenital  uretra, glândulas bulbouretrais e próstata
Tubérculo Genital  pênis
Invaginação Uretral  rafe do pênis e do escroto
Elevação Lábio-Escrotal  bolsa escrotal

Na mulher,
O gene FoxL2, em conjunto com o ESR1 e 2, bloqueia a atividade do SOX9, levando
ao desenvolvimento do ovário.

c. Diferenciação da Genitália Tubular Interna: depende da produção hormonal a


partir das gônadas já diferenciadas. A partir desse ponto, todas as fases de
diferenciação dependem do processo de indução endócrina, ou da testosterona ou
do estrógeno.
d. Diferenciação da Genitália Externa: são as características fenotípicas em
decorrência da função hormonal.
e. Diferenciação dos Caracteres Sexuais Secundários: no homem, há aumento dos
pelos, aumento da musculatura (efeito anabolizante por excelência da testosterona),
aumento da ossatura, a voz torna-se mais grave. Na mulher, há deposição e
distribuição de tecido adiposo por ação dos estrógenos. Em ambos, surgem os
feromônios, por cheiros característicos da testosterona e estrógeno.
f. Diferenciação do Sexo Cerebral: caracterizado pela diferença comportamental
(como agressividade, demarcação de território, detecção de fêmea em cio, libido).
Essa fase é definida pelo pico de testosterona que ocorre logo após o nascimento
(em ratos, após 3 horas, e em humanos, após 6 horas), mesmo no parto cesária.
O ponto chave biológico que difere todas as fases é a presença do cromossomo Y.
2) Intersexo:
a) Morfológico:
Hermafroditismo: pseudo-hermafrodismo masculino (44+XY, testículo, mas genitália
externa semelhante à feminina, causas: ausência da enzima 5 alfa redutase, deficiência
do hormônio antimulleriano, ausência dos rerceptores da di-hidrotestosterona).
Pseudohermafrodismo feminino (ovários, com genitália externa masculinizada, 46 XX,
causas: produção excessiva de andrógenos pela adrenal – síndrome adeno-genital,
excessiva produção de andrógenos pela placenta, ingestão materna de compostos
androgênicos durante a gestação). Hermafroditismo verdadeiro (presença de ovário e
testículo no mesmo indivíduo).
b) Comportamental:
Homossexualismo
Transexualismo
Transvestismo

Farmacologia
 Anticoncepcionais Orais
HORMÔNIOS E ANÁLOGOS HORMONAIS:
CONTRACEPÇÃO
O desenvolvimento de contraceptivos seguros e eficazes para mulheres revolucionou as
práticas sexuais. As duas classes de contraceptivos orais amplamente utilizados são as
associações de estrógeno/progestina e a contracepção com progestina apenas. O
desenvolvimento da contracepção masculina constitui uma área ativa de pesquisa, e as
abordagens atuais para essa terapia são discutidas de modo sucinto no final da seção.
Contracepção com Associações de Estrógeno-Progestina
A contracepção com associações de estrógeno-progestina suprime a secreção de GnRH, de
LH e de FSH e o desenvolvimento folicular, inibindo consequentemente a ovulação. A
associação de um estrógeno e de uma progestina constitui a maneira mais potente conhecida
de suprimir a secreção de GnRH, de LH e de FSH. A co-administração de estrógeno e de
progestina também pode inibir a gravidez através de vários mecanismos secundários, incluindo
alterações no peristaltismo das tubas, na receptividade endometrial e na secreção de muco
cervical. Essas últimas ações poderiam, em seu conjunto, inibir o transporte apropriado do óvulo
e dos espermatozóides, mesmo se tivesse ocorrido a ovulação. Esses mecanismos, em
combinação, explicam a eficácia de >99% da contracepção oral de combinação.
O estrógeno utilizado nos contraceptivos com associações de estrógeno-progestina consiste
em etinil estradiol ou mestranol. O uso de estrógenos “sem oposição” promove o crescimento
endometrial, e os estudos preliminares dos anticoncepcionais com predomínio de estrógeno
estabeleceram que esses agentes aumentam o risco de câncer endometrial. Devido a esse
achado, o estrógeno é sempre administrado concomitantemente com uma progestina para
limitar a extensão do crescimento endometrial.
São utilizadas numerosas progestinas nos contraceptivos de estrógeno-progestina, e todas
são potentes agonistas dos receptores de progesterona. A progestina ideal deveria possuir
apenas atividade nos receptores de progesterona; entretanto, quase todas as progestinas
atualmente disponíveis também exibem alguma reatividade cruzada androgênica. As
progestinas variam quanto à sua atividade androgênica. Numa base molar, o norgestrel e o
levonorgestrel são os que apresentam maior atividade androgênica, enquanto a noretindrona
e o acetato de noretindrona possuem atividade androgênica mais baixa. As denominadas
progestinas de terceira geração — etinodiol, norgestimato, gestodeno e desogestrel —
exibem reatividade cruzada ainda menor com os receptores de andrógeno. A drospirenona é
uma progestina sintética que também possui atividade antiandrogênica. Os contraceptivos com
associações de estrógeno-progestina estão disponíveis em três sistemas de liberação: anel
vaginal, adesivos transdérmicos e comprimidos orais. O anel vaginal consiste em um cilindro de
silicone contendo etinil estradiol e uma progestina, o etonogestrel. Os esteróides são liberados
com cinética de ordem zero. O anel é aplicado na vagina, onde permanece por 21 dias. A seguir,
é removido, e, 7 dias depois, coloca-se um novo anel. Durante os 7 dias após a remoção do
anel vaginal, pode ocorrer menstruação. O anticoncepcional transdérmico consiste em uma
matriz que libera continuamente etinil estradiol e uma progestina sintética, a norelgestromina.
O adesivo transdérmico é trocado semanalmente, durante 3 semanas. Na quarta semana, o
adesivo não é utilizado, e pode ocorrer menstruação. Os esquemas clássicos de
anticoncepcionais orais combinados consistem em sua administração durante 21 dias, seguidos
de 7 dias de pílula placebo. O período de 7 dias com placebo remove a estimulação hormonal
exógena, simulando a involução fisiológica do corpo lúteo que ocorre no final de um ciclo
menstrual normal. A ausência de estrógeno e de progestina induz a descamação do endométrio,
resultando em menstruação. Como a administração de progestina durante todo o ciclo inibe o
crescimento proliferativo do endométrio, a maioria das mulheres tem períodos menstruais menos
intensos quando fazem uso de anticoncepcionais orais combinados, e, com frequência, o ciclo
menstrual torna-se mais regular. A formulação do ciclo 21-7 teve por objetivo simular um ciclo
de 28 dias; todavia, é relativamente arbitrário. Dispõe-se de uma formulação com ciclo mais
longo de etinil estradiol e levonorgestrel, em que a associação é administrada durante 84 dias,
seguidos de 7 dias de placebo. Essa formulação, que possui eficácia contraceptiva igual, reduz
para quatro o número total de ciclos menstruais por ano. Dispõe-se também de formulações que
contêm 24 pílulas de hormônios diárias, com 4 dias de placebo. Uma vantagem dessa
formulação é que a ovulação não tende a ocorrer se a mulher esquecer de iniciar o novo ciclo
durante 3 ou 4 dias. As formulações de anticoncepcionais orais combinados consistem em
esquemas hormonais monofásico, bifásico ou trifásico. A formulação padrão, que é utilizada pela
maioria das mulheres, consiste numa dose constante (monofásica) de estrógeno e de progestina
durante 21 dias. As preparações bifásicas mantêm uma dose constante de estrógeno durante
todo o ciclo, enquanto a quantidade de progestina é inicialmente baixa, porém aumenta durante
a segunda metade do ciclo. As formulações trifásicas incorporam um aumento da progestina na
segunda metade do ciclo e um aumento da dose de estrógeno na metade do ciclo, com a
finalidade de evitar a ocorrência de sangramento inesperado. A principal vantagem da
administração bifásica ou trifásica é a de que a quantidade total de progestina administrada a
cada mês é reduzida. Com efeito, a tendência geral nesses últimos anos tem sido diminuir as
quantidades de estrógeno e progestina ao menor nível necessário para inibir a ovulação.
Entretanto, não existe nenhuma diferença claramente estabelecida nos efeitos adversos ou na
eficácia clínica da terapia monofásica, em comparação com a bifásica ou a trifásica. Em geral,
prefere-se a menor dose efetiva de etinil estradiol, visto que se acredita que o estrógeno em
baixa dose tem a capacidade de reduzir o risco de trombose venosa profunda (ver adiante).
Vários estudos foram conduzidos para avaliar os efeitos adversos do uso prolongado de
contraceptivos. Esses estudos mostraram que a incidência de trombose venosa profunda e
de embolia pulmonar aumentam com a contracepção oral combinada; todavia, essas
complicações ocorrem tão raramente que o número absoluto de eventos adversos é baixo. Os
estudos conduzidos não conseguiram demonstrar nenhum aumento (ou redução) na incidência
de câncer de mama. O uso dos anticoncepcionais orais está associado a um aumento na
incidência de doença da vesícula biliar, visto que os estrógenos aumentam a concentração
biliar de colesterol em relação com a dos sais biliares, e a conseqüente redução na solubilidade
do colesterol promove a formação de cálculos vesiculares. Os anticoncepcionais orais não
devem ser administrados a mulheres com mais de 35 anos de idade que fumam, visto que a
administração de contraceptivos a essa população está associada a um aumento na incidência
de eventos cardiovasculares trombóticos.
Estudos recentes enfocaram mais os benefícios do que os efeitos adversos dos
anticoncepcionais orais. Os modernos anticoncepcionais orais combinados reduzem a
incidência de câncer endometrial, provavelmente pelo fato de a administração concomitante de
progestina inibir o crescimento endometrial. Além disso, a administração exógena de uma
associação de estrógeno/progestina diminui a incidência de câncer ovariano, provavelmente ao
diminuir os níveis circulantes de gonadotropinas. De modo global, o consenso é o de que os
anticoncepcionais possuem efeitos clínicos mais benéficos de queprejudiciais.
Contracepção só com Progestinas
Em situações nas quais o estrógeno pode estar contra-indicado, pode-se justificar o uso
contínuo de progestinas orais em baixas doses. Nos Estados Unidos, os dois anticoncepcionais
orais só com progestina disponíveis, comumente designados como “minipílula”, são o
norgestrel e a noretindrona. A contracepção oral só com progestinas impede a ocorrência de
ovulação 70 a 80% das vezes, provavelmente porque as progestinas alteram a freqüência dos
pulsos de GnRH e diminuem a responsividade da adeno-hipófise ao GnRH. A despeito da
freqüência relativamente alta de ovulação, essa forma de contracepção tem uma eficácia de 96
a 98%, sugerindo que certos mecanismos secundários também atuam, como alterações no
muco cervical, na receptividade do endométrio e no peristaltismo das tubas. Como a
progesterona inibe a proliferação do endométrio e promove a sua secreção, é também possível
que um ovo seja incapaz de se implantar em um endométrio continuamente exposto à
progestina. As mulheres que tomam esses fármacos tipicamente não menstruam, porém é
comum a ocorrência de sangramento inesperado e de períodos menstruais irregulares e de
pouca intensidade durante o primeiro ano de administração. Os contraceptivos só com
progestinas também estão disponíveis em formas injetáveis e implantes. O acetato de
medroxiprogesterona pode ser administrado por via parenteral a cada 3 meses. Essa forma
de dosagem mostra-se particularmente efetiva para mulheres que têm dificuldade em se lembrar
de tomar um medicamento diariamente (pílula) ou semanalmente (adesivo transdérmico).
Dispõe-se também de um implante de silicone que libera etonogestrel; essa forma mostra-se
efetiva por um período de 3 anos. O implante é tipicamente inserido na face dorsal do antebraço.
Contracepção de Emergência (da Manhã Seguinte)
A contracepção de emergência refere-se à administração de medicações para impedir a
gravidez após falha de um contraceptivo de barreira (ruptura de preservativo) ou uma relação
sexual desprotegida recente (incluindo estupro). Historicamente, os comprimidos de
estrógenoprogestina eram administrados para contracepção de emergência. Estudos clínicos
recentes demonstraram que o contraceptivo de emergência mais eficaz com menos efeitos
adversos é o levonorgestrel oral de 0,75 mg, administrado o mais rápido possível após a
exposição e repetido dentro de 12 horas. O esquema é mais efetivo se for administrado dentro
de 120 horas após a exposição. O levonorgestrel é uma potente progestina capaz de bloquear
o surto de LH, interrompendo a ovulação normal, e de produzir alterações endometriais que
impedem a implantação.

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