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Petrópolis, RJ - Brasil
Abril de 2017
Aline Cristina da Rocha
Petrópolis, RJ - Brasil
Abril de 2017
Rocha, Aline Cristina da
Modelagem Multiescala de Reservatórios Não Convencionais de Gás Contendo
Redes de Fraturas Naturais e Hidráulicas / Aline Cristina da Rocha. – Petrópolis, RJ
R672m - Brasil: Laboratório Nacional de Computação Científica, Abril de 2017.
123 p. : il. ; 29cm.
CDD: 627.86
Aline Cristina da Rocha
Aprovada por:
Petrópolis, RJ - Brasil
Abril de 2017
Dedicatória
Para meu querido tio,
Marcos Rogério da Silva.
Agradecimentos
Keywords: shale gas, multiscale modeling, homogenization, double porosity, natural and
hydraulic fractures, discrete fracture modeling, thermodynamics of inhomogeneous fluids,
operator decomposition, finite element method.
Lista de figuras
ΩM Domínio macroscópico
ΓM Contorno do domínio ΩM
ΩF Domínio ocupado pelo sistema de fraturas hidráulicas (ΩF ⊂ ΩM )
ΩS Domínio macroscópico ocupado pelo meio matriz/rede de fraturas natu-
rais homogeneizado (ΩS ⊂ ΩM )
γ Interseção das fronteiras ∂ΩS e ∂ΩF
Ωs Domínio ocupado pela matriz na escala mesoscópica
Ωf Domínio ocupado pela rede de fraturas naturais (escala mesoscópica)
Γsf Interface fratura natural/matriz
Γw Interface fratura hidráulica/poço de produção
nsf Vetor normal unitário exterior à Ωf
nF Vetor normal unitário exterior à ΩF
Yε Domínio ocupado pela célula mesoscópica
Ysε Subdomínio ocupado pela matriz em Y ε
Yfε Subdomínio ocupado pela rede de fraturas naturais em Y ε
Y Célula mesoscópica de referência
Ys Subdomínio ocupado pela matriz em Y
Yf Subdomínio ocupado pela rede de fraturas naturais em Y
∂Ysf Interface fratura natural/matriz na célula de referência
dF Abertura da fratura hidráulica
λ Caminho médio percorrido por uma molécula de gás entre colisões
Dl (Sw ) Coeficiente de difusão médio do gás dissolvido na água
D ef f Coeficiente de difusão efetivo da matriz
D Coeficiente de difusão da mistura água e metano
γ(Pb ) Coeficiente de fugacidade
G Coeficiente de partição
α Coeficiente de rarefação
R(Pb ) Coeficiente de retardamento
J F,n Componente normal do fluxo mássico
J F,τ Componente tangencial do fluxo mássico
kF,τ Componente tangencial da permeabilidade da fratura hidráulica
l Comprimento característico da escala mesoscópica
L Comprimento característico da escala macroscópica
Λ Comprimento de onda de De Broglie
Lf Comprimento da fratura natural
wb Comprimento do bloco ocupado pela matriz do folhelho
Rg Constante universal dos gases
m Conteúdo de massa do gás na escala mesoscópica
Cd Concentração de gás dissolvido na água
Kf Condutividade hidráulica das fraturas naturais
bef f (K b )
K ef Condutividade hidráulica efetiva da matriz
f
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2 Modelo Multiescala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 Hidrodinânmica na Matriz do Folhelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.2 Acoplamento Hidrodinâmico Matriz/Fraturas Naturais . . . . . . . . . . . 38
2.2.1 Homogeneização para a Escala Macroscópica . . . . . . . . . . . . . 39
2.3 Acoplamento Entre o Modelo Homogeneizado e a Hidrodinâmica na Rede
de Fraturas Hidráulicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.3.1 Hidrodinâmica nas Fraturas Hidráulicas . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.4 Resumo do Modelo Multiescala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.5 Modelo Reduzido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3 Reconstrução Numérica dos Coeficientes Efetivos . . . . . . . . . . . . . . 51
3.1 Parâmetros Efetivos da Rocha Intacta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.1.1 Termodinâmica dos Gases Confinados . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.1.2 Coeficiente de Retardamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.1.3 Condutividade Efetiva da Matriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.2 Parâmetros Efetivos da Rede de Fraturas Naturais . . . . . . . . . . . . . . 61
4 Algoritmo de Evolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5 Discretização do Modelo Multiescala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.1 Cômputo das Funções Características na Matriz do Folhelho . . . . . . . . 69
5.2 Hidrodinâmica na Rede de Fraturas Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3 Hidrodinâmica na Rede de Fraturas Hidráulicas . . . . . . . . . . . . . . . 71
6 Simulações Numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
6.1 Sensibilidade do Modelo Multiescala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6.2 Influência da Rede de Fraturas Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
6.3 Poço Horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
7 Testes de Pressão em Poços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
7.1 Simulações Numéricas do Modelo Reduzido . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
7.2 Caracterização dos Regimes de Fluxo Derivados a Partir do Modelo Proposto 95
7.3 Sensibilidade da Pseudo-Pressão com Parâmetros do Modelo . . . . . . . . 95
8 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Apêndices 107
APÊNDICE A Density Fuctional Theory . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
A.1 Isoterma de Langmuir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
APÊNDICE B Reescrevendo R(Pb ) em Função do TOC . . . . . . . . . . . . 112
APÊNDICE C Solução Analítica Para o Modelo Reduzido . . . . . . . . . . . 114
C.1 Equação na Matriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
C.2 Equação na Fratura Hidráulica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
APÊNDICE D Algoritmo Paralelizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
D.1 Algoritmo Sequencial Discreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
D.2 Paralelização do Algoritmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
D.3 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
21
1 Introdução
seção geológica é ilustrada na Figura 1 bem como outras formações geológicas também
ditas não convencionais tais como os reservatórios de gases confinados (tight gas) e os
reservatórios de metano em camadas de carvão (coalbed methane). A Figura 2 apresenta as
faixas de permeabilidade características dos reservatórios convencionais, de gás confinado e
não convencionais. A exploração de gás natural a partir de reservatórios não convencionais,
tais como reservatórios de gases em folhelhos, tight gas e coalbed methane representa um
grande desafio científico e tecnológico para obtenção de fontes alternativas de energia e
por isso tem despertado interesse significativo.
Figura 1 – Ilustração de uma seção geológica dos reservatórios ditos convencionais e não
convencionais. Adaptado de U.S Energy Information Administration.
permeabilidade
fratura agregados
natural de
fraturas querogênio
hidráulicas
2 Modelo Multiescala
Macroescala
fraturas
hidráulicas
(dimensão reduzida)
Poço
rede de fraturas naturais
e matrix mesoscópica
homogeneizados
Mesoescala
fraturas
naturais
microescala
homogenizada
Microescala
matéria
inorgânica rede de microporos:
gás livre + gás dissolvido
na água
agregados
de
querogênio
Nanoescala
nanoporos
contendo
gás adsorvido
matriz
fraturas
naturais
escala escala
microscópica mesoscópica
Figura 6 – Células representativas dos domínios micro (à esquerda) e mesoscópico.
pela razão entre a massa de gás e o volume total da célula representativa na escala
microscópica. A lei constitutiva para m é dada por m = R(Pb )Pb onde Pb denota a pressão
do gás livre e R(Pb ) o coeficiente de retardamento que quantifica a capacidade total de
armazenamento de gás incluindo as componentes de gás livre, dissolvido e adsorvido (LE
et al., 2016). Assim, temos
∂
(R(Pb ) Pb ) + ∇ · J b = 0 em Ωs (2.1)
∂t
A seguir desenvolvemos a lei constitutiva para o coeficiente de retardamento R(Pb ). Para
este fim adotamos a decomposição (LE et al., 2016):
Z(P 0 ) − 1 0
Z Pb !
fb = γ(Pb ) Pb , γ(Pb ) = exp dP (2.4)
0 P0
onde Z(P ) denota o fator de compressibilidade do gás (Z(P ) = 1 para um gás ideal).
Note que para um gás ideal γ(Pb ) = 1 e fb = Pb . Para o gás dissolvido na fase aquosa
consideramos a lei modificada de Henry (KING, 1969) que postula a proporcionalidade
entre a fugacidade e a fração mássica do metano na água, denotada por χ. Desta forma,
temos
fd = χ H(Pb ) (2.5)
onde H é o fator de proporcionalidade de Henry dado por:
Pb − P S
" !#
H(Pb ) = H exp v
∗ ∞
(2.6)
Rg T
A fração mássica de metano na fase aquosa pode ser representada em função da concentração
de gás dissolvido Cd da forma
Md Md VL Cd
χ= = = (2.7)
MT MT VL ρL
onde MT denota a massa molar da mistura de água e metano e ρL a densidade da água
(assumida constante devido a incompressibilidade da água). Inserindo (2.7) em (2.5) e
fazendo uso da condição de equilíbrio (2.3) vem que
γ(Pb )ρL
Cd = Pb (2.8)
H(Pb )
Capítulo 2. Modelo Multiescala 33
md ϕP Sw Cd γ(Pb ) ρL
Rd = = = ϕP Sw (2.9)
Pb Pb H(Pb )
com Z(P
e
b ) = Rg T Z(Pb )/Mm . Finalmente, a quantidade de gás adsorvido no querogênio é
dada por
Ma VK Ma V p VK Ma
ma = = = K = φN ϕK ρa
VT VT VK VK VT VKp
onde ϕK = VK /VT , φN = VKp /VK e ρa denotam a fração de volume dos agregados de
querogênio, a porosidade dos nanoporos e a densidade microscópica de gás adsorvido no
querogênio em que VK e VKp denotam os volumes ocupados pelos agregados de querogênio
e pelos nanoporos nos agregados de querogênio. Deste modo, o coeficiente de retardamento
associado ao gás adsorvido é dado por:
ma φN ϕK ρa
Ra = =
Pb Pb
Sob hipótese de equilíbrio local entre o gás adsorvido e o gás bulk nos microporos, ρa é
definida fazendo uso da sua relação com a densidade do gás livre através do coeficiente de
partição G definido da forma (LEO; HANSCH; ELKINS, 1971):
G := ρa /ρb (2.12)
o que fornece
φN ϕK Gρb φN ϕK G
Ra = = e (2.13)
Pb Z(Pb )
O coeficiente de partição G mede a quantidade de gás adsorvido relativa a densidade do
gás livre. Os fatores principais que regulam a magnitude da adsorção são as características
físicas e químicas do fluido e da superfície sólida, a geometria do poro, além da temperatura
e pressão. Uma forma de descrever a adsorção instantânea comumente adotada na literatura
Capítulo 2. Modelo Multiescala 34
querogênio querogênio
gás gás
adsorvido adsorvido
gás gás
livre livre
(a) (b)
1 Γ∗max Z(P b) H − 2d
!
e
G= +
H Pb + PL H
A hipótese de que a adsorção se dá em monocamadas deixa de ser válida a medida
que o tamanho característico dos nanoporos diminui consideravelmente. Para poros com
tamanho menor que 2nm, da ordem do diâmetro da molécula de metano, tal aproximação
é imprecisa (LE et al., 2015). No presente trabalho o coeficiente de partição é computado
através de um procedimento de downscaling para a nanoescala baseado na DFT. Tal
abordagem termodinâmica permite calcular precisamente o perfil da densidade local
do gás nos nanoporos e descrever de forma adequada as isotermas de adsorção do gás.
O desenvolvimento da lei constitutiva para G fazendo uso da DFT será apresentado
posteriormente na seção 3.1.1.
Nosso último passo para construir o coeficiente de retardamento consiste em
reescrever Ra em (2.13) em termos do TOC (Total Organic Carbon), um parâmetro de
extrema importância que quantifica a fração de matéria orgânica na fase sólida, definido
da forma TOC = MK /(MK + MI ) (AKKUTLU; FATHI, 2012) onde MK e MI denotam
as massas de querogênio e matéria inorgânica, respectivamente. Denotando por ϕI =
Capítulo 2. Modelo Multiescala 35
γ(Pb ) ρL (1 − Sw ) (1 − ϕP )
" #
GφN
R(Pb ) = ϕP Sw + e +
H(Pb ) Z(Pb ) ρk (1 − T OC)(1 − φN ) Z(Pb ) (2.15)
1+
e
ρI T OC
O resultado acima fornece precisamente a lei constitutiva para o coeficiente de retardamento
incorporando as peculiaridades citadas anteriormente.
Nosso último passo para fechar a construção da equação da pressão na matriz é
postular uma forma para o fluxo mássico de gás nos microporos, J b . Negligenciando efeitos
gravitacionais, postulamos a lei de Darcy da forma:
J b = −K ef f
b ∇Pb (2.16)
com K efb
f
a condutividade hidráulica efetiva. Tal tensor exibe duas contribuições: uma
advinda do gás livre, denotada por kefb
f
e outra do gás dissolvido D ef f . Fazendo uso da
forma estendida da lei de Darcy para meios não saturados a componente advinda do gás
livre é dada por:
kb kr (Sw )
kef
b
f
= ρb ϕP T (ϕP )
µg
onde kb denota a permeabilidade aparente que inclui efeitos de Knudsen (CIVAN; RAI;
SONDERGELD, 2011; ZIARANI; AGUILERA, 2012; FREEMAN; MORIDIS; BLASIN-
GAME, 2011), kr (Sw ) a permeabilidade relativa da fase gás, µg a viscosidade do gás e
T (ϕP ) a função de tortuosidade dos microporos.
A lei de Darcy, empregada aqui para modelar o escoamento do gás em poros com
tamanho característico O(10−6 m), assume que a velocidade das moléculas de gás na parede
da fase sólida é nula, ou seja, postula o não deslizamento das moléculas junto à parede.
Entretanto, a medida que o tamanho característico dos poros se aproxima do percurso
médio percorrido entre colisões de duas moléculas de gás, as mesmas colidem mais umas
com as outras com intensidade similar a das colisões com a parede sólida de forma que
Capítulo 2. Modelo Multiescala 36
kb = k∞ fc (Kn )
Capítulo 2. Modelo Multiescala 37
Figura 8 – Ilustração de diferentes tipos de escoamento por difusão em poros: (a) molecular;
(b) Knudsen e (c) superfície (ZIARANI; AGUILERA, 2012).
4Kn
[1 + α(Kn )Kn ] 1 + , se Sw ≤ Sw∗
fc (Kn (P ), Sw ) = 1 + Kn
1, se Sw > Sw∗
Rg T Z(Pf ) Z(P
e
f)
Pf = ρf = ρf (2.21)
Mm Mm
Capítulo 2. Modelo Multiescala 39
Substituindo (2.21) em (2.20), a equação da pressão nas fraturas naturais é dada por:
!
φf Pf
∂
+ ∇ · Jf = 0
Z(Pf )
∂t
em Ωf (2.22)
e
Pf kf
Jf = − e ∇Pf
Z(Pf ) µg
∇f ε = ∇x f + ε−1 ∇y f
∇ · f ε = ∇x · f + ε−1 ∇y · f
i=0
Pf kf
Kf = e (2.26)
Z(Pf ) µg
e condições na interface:
J εf · nsf = J εb · nsf
Pε = Pε
sobre Γεsf (2.29)
f b
1 dF
F (P ) = F (P + εP + ...) ≈ F (P ) + εP
ε 0 1 0
+ ...
dP
P =P 0
Fraturas Naturais
As equações nas sucessivas ordens advindas da conservação da massa nas fraturas
naturais em (2.27)(a) postas no domínio Yf são dadas por:
kf Pf0
O(ε−2 ) : ∇y · e 0) y f
∇ P 0 = 0
µg Z(P f
0 1
k f P f
kf P f
O(ε−1 ) : ∇y · − e 0)
∇x Pf0 + ∇y Pf1 − ∇ P 0 +
e 0) y f
µg Z(P f
µ g Z(P f
0
kf Pf
∇x · − e 0) y f
∇ P 0 = 0
µg Z(P f
∂ φf Pf0 kf Pf0 kf Pf1
O(ε0 ) : e 0)
+ ∇x · −
e 0)
∇x Pf + ∇y Pf −
0 1
e 0) y f
∇ P 0 +
∂t Z(P f
µ g Z(P f
µ g Z(P f
0 1
kf P f
k f P f
∇y · − e 0)
∇x Pf + ∇y Pf −
1 2
e 0)
∇x Pf + ∇y Pf = 0
0 1
µg Z(P f
µ g Z(P f
(2.30)
Capítulo 2. Modelo Multiescala 42
Matriz
Usando a equação da pressão (2.27)(b) na ordem ordem ε0 obtemos:
∂
(2.32)
O(ε0 ) : R(Pb0 )Pb + ∇y · (∇y Pb0 ) = 0 em Ys
∂t
Os fluxos em (2.28)(b) por sua vez são dados por:
O(ε0 ) : J 0b = 0
(2.33)
O(ε1 ) : J 1b = −K 0b ∇y Pb0
Observamos aqui que o fluxo J 0b é nulo devido ao escalonamento por ε2 em (2.25) adotado
em consequência da baixa permeabilidade da matriz comparada com a das fraturas
naturais.
Condições na Interface
Finalmente, as condições postas sobre a interface Γεsf advindas de (2.29) são dadas
por:
kf Pf0
O(ε−1 ) : − ∇ P 0 · nsf = 0
e 0) y f
µg Z(P f
0 1
kf P f
kf P f
O(ε0 ) : − ∇x Pf0 + ∇y Pf1 − ∇y Pf0 · nsf = 0
e 0)
µg Z(P f
µ g Z(Pf )
e 0 (2.34)
0 1
kf Pf kf Pf
O(ε1 ) : − e 0)
∇ x P 0
f + ∇ y P 1
f − ∇x Pf0 + ∇y Pf1 · nsf =
g Z(Pf )
µg Z(P µ e 0
f h i
−K 0b ∇y Pb0 · nsf
Variáveis Lentas
Nosso próximo passo consiste em derivar os problemas para as variáveis não
oscilatórias, ou seja, independentes da coordenada rápida y. Fazendo uso de (2.30)a em
O(ε−2 ) juntamente com a condição de contorno (2.34)a em ordem O(ε−1 ) obtemos o
problema de Neumann homogêneo para Pf0 :
kf Pf0
∇ P 0 = 0 em Yf
∇y ·
e 0) y f
µg Z(P f
∇ P0 · n = 0 sobre ∂Ysf
y f sf
Capítulo 2. Modelo Multiescala 43
onde P
f (x, t) é uma função arbitrária e h(y) é y-periódica solução do problema de célula:
f
∆yy h = 0 em Yf
(2.39)
(∇y h + I) · nsf = 0 sobre ∂Ysf
Problema Local
De (2.32) em O(ε0 ), (2.33) em O(ε1 ) e (2.34)b em O(ε0 ), o problema local para
Pb0 na matriz mesoscópica é dado por:
∂
R(Pb0 ) Pb0 + ∇y · J 1b = 0 em Ys
∂t
J 1b = −K 0b ∇y Pb0 (2.40)
Pb0 = Pf0 sobre ∂Ysf
A fim de obtermos a equação efetiva para Pf0 aplicamos o processo de média. Para tanto,
sejam h·i e h·iY os operadores média e média intrínseca sobre a célula periódica definidos
por
1 Z 1 Z
h·i = · dY , h·iα = · dY, α = {s, f } (2.42)
|YT | Yα |Yα | Yα
onde |Yα |, |YT | representam os volumes da fase α e da célula, respectivamente. Introduzimos
também a fração volumétrica das fraturas naturais ϕf = |Yf |/|YT |. De posse destas
definições, tomando a média em (2.41) e usando a independência de Pf0 em relação a y,
temos
∂ ϕf φf Pf0 1 Z
e 0)
+ ∇x · hJ f i = −
0
∇y · J 1f dY (2.43)
∂ t Z(P f
|Y T | Y f
J ef
f
f
:= hJ 0f i = −K ef
f
f
∇x Pf0
com K ef
f
f
a condutividade hidráulica efetiva dada por:
kf ϕf Pf0
K ef
f
f
:= e 0)
h∇y hi f
+ I
µg Z(P f
onde
∂
Q := −(hR(Pb ) Pb i)
∂t
denota o termo de fonte distribuída computado a partir da hidrodinâmica mesoscópica na
matriz, governada pela equação da pressão local:
∂
R(Pb0 ) Pb0 + ∇y · J 1b = 0 em Ys
∂t
J 1b = −K 0b ∇y Pb0 (2.46)
Pb0 = Pf0 sobre ∂Ysf
célula
(a) (b)
γ = ∂ΩF ∩ ∂ΩS
com nF o vetor normal unitário exterior à ΩF . A fim de obtermos a equação que governa
o escoamento no domínio das fraturas induzidas com dimensão reduzida (n − 1), n = 2, 3,
seguindo (MARTIN; JAFFRÉ; ROBERTS, 2005; JAFFRÉ; MNEJJA; ROBERTS, 2011)
decompomos o fluxo mássico em suas componentes na direção normal e plano tangencial:
J F = J F,n + J F,τ
Denotando por (∇n ) e (∇τ ) os operadores divergente nas direções normal e do plano
tangencial da fratura hidráulica e considerando a decomposição
∇ · J F = ∇n · J F,n + ∇τ · J F,τ
Seja agora o operador média na direção normal à fratura hidráulica definido por:
1 Z dF /2
h·in := · dn
dF −dF /2
1 Z dF /2
* !+
∂ φF PF
+ ∇τ · hJ F,τ in = − h∇n · J F,n in = − ∇n · J F,n dn (2.51)
∂t Z(P F) dF −dF /2
e
n
1 Z dF /2 1 h i
− ∇n · J F,n dnF = − J F,n · nF |dF /2 − J F,n · nF |−dF /2
dF −dF /2 dF
1 h i
=− J f · nF |dF /2 − J f · nF |−dF /2
dF
a qual quando combinada com (2.51) fornece:
1 h
* !+
∂ φF PF i
φF + ∇τ · hJ F,τ in = − J f · nF |dF /2 − J f · nF |−dF /2
∂t Z(P F) dF
e
n
condição
de
fonte contorno
condição
de
contorno fonte
matriz
n o
Hidrodinâmica nas Fraturas Hidráulicas - Dados dF , φF , Z(P
e
F ), kF,τ , µg , encon-
n o
trar o par PF , J M
F,τ satisfazendo:
!
∂ PF JJ f K
+ M
=
hφF in ∇ · J −
τ
F,τ
F)
∂t Z(P
e dF
J F,τ = −K F ∇τ PF
M em γ (2.53)
kF,τ PF
KF =
µg Z(P F)
e
função característica h(y) solução do problema de célula (2.39), encontrar o par {Pf , J f }
satisfazendo:
φ∗f Pf
!
∂
+ ∇ · Jf = Q
f)
∂t Z(P e
J = −K ∇P em ΩS
f f f
(2.54)
ϕ P
f f kf
= h∇ f
+
K f y hi I
f ) µg
Z(P
e
P =P sobre γ
f F
Pb (t = 0) = Pb0 , Pf (t = 0) = Pf 0 , PF (t = 0) = PF 0 (2.58)
Pb (t = 0) = Pb0 , PF (t = 0) = PF 0 (2.61)
onde V denota o volume molar e a e b as constantes de Van der Waals cujos valores
dependem do gás em questão. Para o metano a = 2.2725 dm6 atm mol2 e b = 0.043067
dm3 mol−1 (MCQUARRIE; SIMON, 1999). A Figura 13 ilustra a dependência de Z com a
pressão parametrizada pela temperatura para o gás metano. Observamos que para pressões
baixas Z < 1, uma vez que neste regime as forças atrativas de Van der Waals predominam
em relação às repulsivas de esferas duras. A partir de um certo valor da pressão, Z > 1 e
a componente repulsiva de esferas duras prevalece sobre a atrativa, aumentando o fator de
compressibilidade.
1.3
T = 323
1.2 T = 363
1.1
Z ( P)
1.0
0.9
0.8
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
P (Pa) 1e7
1.00
0.95 T = 323
T = 363
0.90
γ( P)
0.85
0.80
0.75
0.70
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
P (Pa) 1e7
onde a notação F [ρ] denota uma relação funcional com perfil de ρ e sua derivada. A
derivada funcional é dada por (HANSEN; MCDONALD, 2006):
Z
δF
δF = F (ρ + δρ) − F (ρ) = δρ(r)dr
δρ(r)
A Figura 15 compara os cenários descritos pela Termodinâmica Clássica de um fluido bulk
e um gás confinado em nanoporos. No contexto da DFT procedemos com a construção
do potencial termodinâmico para fluidos não homogêneos caracterizados por relações
funcionais para obtemos o perfil da densidade do gás na vizinhança da partícula de
querogênio através de um processo de minimização de um funcional.
gás gás
bulk confinado
onde ρ(r) denota o perfil da densidade do gás nos nanoporos, F [ρ] a energia livre de
Helmholtz, V (r) o potencial exterior originado pela presença da partícula sólida e µ o
potencial químico. Sob a hipótese de equilíbrio termodinâmico local o potencial químico é
uniforme e admite a representação (HANSEN; MCDONALD, 2006):
µ = µb = µid
b + µb = kB T ln(ρb Λ ) + µb
ex 3 ex
(3.3)
A componente ideal exibe representação analítica com derivada dada por (HANSEN;
querogênio
gás
bulk
gás adsorvido
MCDONALD, 2006):
δF id [ρ]
= kB T ln(Λ3 ρ(r)) (3.6)
δρ(r)
A componente de excesso, a qual incorpora os efeitos das interações intermoleculares entre
as partículas, é calculada via uma lei constitutiva. Assim, substituindo (3.6) e (3.3) em
(3.4) obtemos a equação que governa a densidade do gás nos nanoporos ρ(r):
δF ex [ρ]
" !#
ρ(r) = ρb exp β µex
b − − V (r) (3.7)
δρ(r)
com β = 1/kB T . A equação acima fornece a distribuição do gás nos nanoporos para
uma dada geometria dos mesmos. O fechamento para o resultado acima está atrelado a
uma representação apropriada tanto para a energia livre de excesso F ex [ρ] quanto para o
Capítulo 3. Reconstrução Numérica dos Coeficientes Efetivos 55
potencial exterior induzido pela parede sólida V (r). Para a representação aproximada da
energia livre de excesso procedemos no contexto da teoria de perturbação, onde o funcional
é decomposto em uma componente de referência puramente repulsiva, de esferas duras,
ex
FHS , e outra atrativa de interações intermoleculares de longo alcance de Van der Waals
(HANSEN; MCDONALD, 2006; KIERLIK; ROSINBERG, 1991):
1Z Z
F [ρ] =
ex ex
FHS + ρ(r)ρ(r 0 )φ(r, r 0 ) dr dr 0 (3.8)
2
onde φ(r) denota o potencial de interação atrativo fluido-fluido com φ = 0 para |r − r 0 | < d
onde d é o diâmetro de uma molécula de gás. No presente trabalho φ(r) é tomado como o
potencial de Lennard-Jones 12-6:
" 12 6 #
σf f σf f
φ(r) = 4 εf f − (3.9)
r r
2 σsf 4
" 10 4 #
σsf
σsf
V (z) = 2π 2
ρs εsf σsf ∆ − − (3.10)
5 z z 3∆(0.61∆ + z)3
400
300 φ(r)/kB
Potencial [K]
200
100
0
εff
100
200 σff
3 4 5 6 7
r/Å
(a)
400
200
0
Potencial [K]
200
400
600
800
1000 φ(r)/kB
1200 V(r)/kB
1400
3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0
r/Å
(b)
A para detalhes):
δF ex [ρ]
" !#
ρ(r) = ρb exp β µex − − V (r)
b
δρ(r)
1
Z Z
F ex [ρ(r)] = FHS
ex
[ρ(r)] + ρ(r)ρ(r 0 )φ(r, r 0 ) dr dr 0
2
Z Z
ex
[ρ(r)] = Φ[{nα (r)}] dr, nα (r) = ρ(r 0 ) wα (r − r 0 ) dr 0
β FHS
δF ex
X Z ∂Φ
β HS = (r 00 )wα (r 00 − r) dr 00
δρ(r) α ∂nα
Φ = φ0 (n3")n0 + φ2 (n3 ) n1 n2 +#φ3 (n3 )n1 · n2 + φ4 (n3 )n32 + φ5 (n3 )n2 n2 · n2
σf f 12 σf f 6
φ(r) = 4 εf f
−
r " r
2 σsf 10 4
#
σsf 4 σsf
V (z) = 2π ρs εsf σsf ∆
2
− −
5 z 3∆(0.61∆ + z)3
z
Parâmetro - Unidade
Rg 8.314 Pa m3 /(mol K)
T 320 K
d 0.38 × 10−9 m
σf f 0.3400 × 10−9 m
εf f /kB 120 K
ρs 97.0260 × 1027 m−3
∆ 0.3393 × 10−9 m
σsf 0.3809 × 10−9 m
εsf /kB 64 K
4.50 3.50
4.00 3.00
3.50
2.50
3.00
2.00
ρ ∗ d3
ρ ∗ d3
2.50
2.00 1.50
1.50
1.00
1.00
0.50 0.50
0.00 0.00
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 -5 -3.75 -2.5 -1.25 0 1.25 2.5 3.75 5
z/d z/d
(a) H = 3d (b) H = 10d
Figura 18 – Perfis da densidade do gás entre duas placas planas paralelas de querogênio,
ρb ∗ d3 = 0.5.
14 14
12 12
Adsorção Média
Adsorção Média
10 10
8 8
6 H = 3d 6 H = 3d
H = 5d H = 5d
4 H = 7d 4 H = 7d
2 H = 9d 2 H = 9d
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
ρb ( M ) ρb ( M )
(a) T = 320K (b) T = 400K
12
10 H = 5d
H = 7d
8
6
G
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12
ρb (M)
Figura 20 – Coeficiente de partição parametrizado pela distância entre as partículas de
querogênio H para temperatura T = 323.
aumento no valor da porosidade, uma vez que a quantidade de gás adsorvido cresce com φN
(Figura. 21b). Por outro lado, na Figura 21c observamos que o coeficiente de retardamento
diminui com a saturação da água devido à menor capacidade de armazenamento do gás
dissolvido comparada com a do gás livre.
1.4e-06 TOC = 5 %
R(Pb ) (kg/(Pa m 3 ))
1.2e-06
TOC = 10 %
TOC = 15 %
1.0e-06
8.0e-07
6.0e-07
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pb (MPa) 1e7
(a)
3.0e-06
R(Pb ) (kg/(Pa m 3 ))
φN = 0. 05
2.5e-06 φN = 0. 15
2.0e-06 φN = 0. 25
1.5e-06
1.0e-06
5.0e-07
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pb (MPa) 1e7
(b)
1.0e-06
R(Pb ) (kg/(Pa m 3 ))
9.0e-07 Sw = 0. 3
8.0e-07 Sw = 0. 5
7.0e-07 Sw = 0. 7
6.0e-07
5.0e-07
4.0e-07
3.0e-07
2.0e-07
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pb (MPa) 1e7
(c)
microporos
fases orgânica
e inorgânica
onde a saturação efetiva é dada por Se = (Sw − Swr )/(1 − Swr − Sgr ) com Swr e Sgr as
saturações residuais da água e do gás. O parâmetro microscópico Dl (Sw ) em (3.12) é
dado pela média do coeficiente de difusão da mistura água e metano D multiplicado pela
tortuosidade dos poros na água Tw (LE et al., 2015):
Dl = D Sw Tw (3.14)
Tw = Sw 2y+1
Sw 2y + (1 − Sw )y = 1
10 -10
Sem correção
10 -12
lp = 1 × 10 −6 m
lp = 1 × 10 −8 m
10 -13 5
10 10 6 10 7 10 8
Pb (Pa)
(a)
10 -10
Kbeff (kg/(Pa m s))
10 -11
10 -12
Sw = 0. 1
10 -13 Sw = 0. 3
Sw = 0. 5
10 -14 5
10 10 6 10 7 10 8
Pb (Pa)
(b)
fraturas
naturais
abertura denotada por wf e separadas por blocos retangulares ocupados pela matriz com
largura wb , tal como ilustrado na Figura 24.
Neste caso particular de geometria estratificada a função vetorial h(y) é represen-
tada da forma:
h(y1 , y2 ) = [0, h2 (y2 ), 0]T
Capítulo 3. Reconstrução Numérica dos Coeficientes Efetivos 63
∂ 2 h2
=0 em 0 ≤ y2 ≤ wf
∂y22
∂h2
+1=0 sobre y2 = 0 e y2 = wf (3.15)
∂y
h2 (y2 = 0) = h2 (y2 = wf + wb )
De (3.15)a segue que h2 (y2 ) é linear e para satisfazer periodicidade devemos ter h2 (y2 ) ≡ cte.
Usando este resultado em (2.54), temos K f dada por:
K f = Kf e ⊗ e (3.16)
ϕf Pf kf wf
Kf = e , ϕf =
Z(Pf ) µg wf + wb
1.0 1e 16
0.8 wb = 0. 01
wb = 0. 1
0.6 wb = 1. 0
kfeff (m 2 )
0.4
0.2
0.0
0.2 -5
10 10 -4 10 -3
wf (m)
Figura 25 – Dependência da permeabilidade hidráulica efetiva da rede de fraturas naturais
com a abertura wf parametrizada pela largura do bloco e kf = 1 × 10−15 m2 .
64
4 Algoritmo de Evolução
n o
Resolva o sistema para Pbn+1,s+1,k+1
Convergiu
em
k := k+1
Picard Não
(k)?
Sim Pbn+1,s+1
Para cada k = 1, ...
n o
Resolva o sistema para Pfn+1,s+1,k+1
Convergiu
em
k := k+1
Picard Não
Pb0 , Pf 0 , PF 0 Para cada n = 1, ... (k)?
Sim Pfn+1,s+1
Para cada s = 1, ... Pbn+1,s , Pfn+1,s , PFn+1,s
Para cada k = 1, ...
n o
Resolva o sistema para PFn+1,s+1,k+1
Resolva o sistema para:
n o
Pbn+1,s+1
n o
n+1,s+1
Pf
Convergiu
n
n+1,s+1
o em
PF k := k+1
Picard Não
(k)?
Sim
Convergiu
s := s + 1 em n := n+1 Convergiu
Não Sim
Picard? n := n+1 em Picard s := s + 1
Sim (s)? Não
(a) (b)
zendo:
P n+1 P n ∆t
!
hφF in eF − eF − ∆t∇τ · K n+1 ∇ n+1
= − JJ f (K n+1 , Pfn+1 )K em γ
F P
τ F f
d
Z n+1 Z n F
n+1 n
!
P P
D E
φ∗f ef − ef − ∆t∇x · K n+1 n+1
= n+1 n+1 n n
em ΩS
∇ P − R P − R P
f x f b b
Z n+1 Z n
Pfn+1 = PFn+1 sobre γ
Rn+1 Pbn+1 − ∆t∇y · K n+1 ∇y Pbn+1 = Rn Pbn em Ys
b
Pbn+1 = Pfn+1 sobre ∂Ysf
(4.1)
Capítulo 4. Algoritmo de Evolução 66
PFn+1,s+1 PFn
!
hφF in − e − ∆t∇τ · K n+1,s ∇τ PFn+1,s+1
F
Ze n+1,s Zn
∆t
= − JJ f (K fn+1,s , Pfn+1,s+1 )K em γ
dF
n+1,s+1
P Pn
φ∗f f − ef − ∆t∇x · K n+1,s ∇x Pfn+1,s+1
f
Ze n+1,s Zn
D E
= − Rn+1,s Pbn+1,s+1 − Rn Pbn em ΩS
Pfn+1,s+1 = PFn+1,s+1 sobre ΓF
Rn+1,s Pbn+1,s+1 − ∆t∇y · K bn+1,s ∇y Pbn+1,s+1 =R n
Pbn em Ys
Pbn+1,s+1 = Pfn+1,s+1 sobre ∂Ysf
(4.2)
Para cada par {n, s} podemos explorar a linearidade nos problemas elípticos acima
para tratar as não linearidades advindas do acoplamento entre os subsistemas e evitar
iterações de ponto fixo adicionais. É importante ressaltar que o papel de Pfn+1,s+1 no
subsistema da matriz mesoscópica (4.2)d-e é somente o de um parâmetro, uma vez que tal
variável não depende da coordenada espacial rápida y, sendo constante em cada célula
mesoscópica. Assim, para {n, s} fixo, o subsistema (4.2)d-e é linear em Pfn+1,s+1 de modo
que podemos escrever Pbn+1,s+1 em termos de um operador afim de Pfn+1,s+1 . Para tanto,
definimos a função característica χn+1,s+1
b como solução do problema de célula induzido
apenas por uma condição de Dirichlet unitária:
Rn+1,s χn+1,s+1 − ∆t∇y · K n+1,s ∇y χn+1,s+1 =0 em Ys
b b b
(4.3)
χn+1,s+1
b =1 sobre ∂Ysf
n+1,s+1
introduzimos ainda a função transiente P b satisfazendo o problema de célula com
condição de Dirichlet homogênea sobre ∂Ysf :
n+1,s+1 n+1,s+1
Rn+1,s P b − ∆t∇y · K n+1,s ∇y P b = Rn Pbn em Ys
n+1,s+1
b
(4.4)
Pb =0 sobre ∂Ysf
Explorando a linearidade na condição de contorno (4.2)e e as duas definições acima, para
cada par {n, s} a pressão Pbn+1,s+1 admite a decomposição:
n+1,s+1
Pbn+1,s+1 = Pfn+1,s+1 χn+1,s+1
b + Pb (4.5)
JJ f K J−K n+1,s
f ∇x P n+1,s+1 K
Qf (P n+1,s+1 ) := =
dF dF
Assim, após a decomposição a nova formulação para a hidrodinâmica nas fraturas hidráu-
licas consiste em: Para cada par {n, s}, encontrar PFn+1,s+1 tal que
" #
hφF in
+ ∆t Qf χn+1,s+1 PFn+1,s+1 − ∆t∇τ · K n+1,s ∇τ PFn+1,s+1
f F
e n+1,s
Z
hφF in PFn n+1,s+1
= ∆t em γ
− Q Pf
f
Ze n
(4.9)
Uma vez computados os coeficientes e na iteração anterior e
Ze n+1,s K n+1,s
F Qf (χn+1,s+1
f ),
n+1,s+1
Qf (P f ) o problema acima pode ser resolvido para PFn+1,s+1 .
Tal como mencionado anteriormente a estratégia apresentada permite desacoplar
o sistema (2.53)-(2.54)-(2.56) que agora pode ser resolvido sequencialmente explorando
os problemas auxiliares, evitando iterações adicionais entre os subsistemas. A Figura 27
apresenta o algoritmo final proposto.
Capítulo 4. Algoritmo de Evolução 68
n o n n+1,s+1 o
Resolva os sistemas para χn+1,s+1
b , Pb
eqs. (4.3)-(4.4)
n o n n+1,s+1 o
Resolva os sistemas para χn+1,s+1
f , Pf
eqs. (4.7)-(4.8)
n o
Resolva o sistema para PFn+1,s+1
eq. (4.9)
Convergiu
s := s + 1 em n := n+1
Não Sim
Picard?
Pbn+1 , Pfn+1 , PFn+1
e H 1 (Ξ) o subespaço de Sobolev de L2 (Ξ) gerado por funções com derivada no sentido
das distribuições satisfazendo ∂f ∈ L2 (Ξ). Definimos por ThΞ uma partição do domínio
Ξ= K em elementos de diâmetros limitado por h e Pk (K) o conjunto de polinômios
[
K∈ThΞ
de grau menor ou igual a k em cada coordenada definidos no elemento K. Introduzimos
ainda Qkh o conjunto gerado por polinômios em Pk (Ξ):
n o
Qkh = ϕh ∈ C 0 (Ξ)| ϕh |K ∈ Pk (Ξ) ∀K ∈ ThΞ (5.1)
n+1,s+1
Para cada tn = n ∆t, n = 1, 2, ..., e s = 1, 2, ..., encontrar P b,h ∈ Uh0 tal que:
n+1,s+1 n+1,s+1
Rhn+1,s P b,h , vh + ∆t K n+1,s
b,h ∇y P b,h , ∇y vh = Rhn−1 Pb,h
n−1
, vh ∀vh ∈ Uh0
Y Y Y
(5.5)
A atualização para a aproximação Pb,h
n+1,s+1
é dada por:
n+1,s+1
n+1,s+1
Pb,h = Pf,h
n+1,s+1 n+1,s+1
χb,h + P b,h
n+1,s+1
(5.7)
+∆t K n+1,s
f ∇x P f , ∇x v =
ΩS
φ∗f Pfn
!
n+1,s+1
D E
,v − Rn+1,s P b − Rn Pbn , v ∀v ∈ V 0
Ze n ΩS
ΩS
n+1,s+1
Para cada tn = n ∆t, n = 1, 2, ... e s = 1, 2, ..., encontrar P f,h ∈ Vh0 tal que:
n+1,s+1
φ∗f P f,h D E n+1,s+1
, vh + Rn+1,s χn+1,s+1
b,h P f,h , vh +
Ze n+1,s+1 ΩS
ΩS
n+1,s+1
(5.10)
∆t K n+1,s
f ∇x P f,h , ∇x vh =
ΩS
φ∗f Pf,h
n
!
n+1,s+1
D E
, vh − Rn+1,s P b,h − Rn Pbn , vh ∀vh ∈ Vh0
Ze n ΩS
ΩS
interface
fratura/poço
matriz
Finalmente, definindo Wh1 e Wh0 como subespaços de dimensão finita de W 1 e W 0 tais que
6 Simulações Numéricas
fratura
natural
fratura
hidráulica
matriz
interface
fratura/poço
interface h
fratura/poço
Figura 30 – Ilustração da área de contato entre a fratura hidráulica e o poço para o cálculo
da produção de gás no reservatório.
efetiva da matriz usamos a aproximação obtida com o método auto coerente apresentado
no Capítulo 3 que resulta em (3.12). A permeabilidade da fratura hidráulica é representada
por um escalar kF,τ = kF,τ e2 ⊗ e2 com e2 o vetor unitário na direção y. Quando não
mencionados explicitamente no texto os parâmetros usados nas simulações são apresentados
na Tabela 4.
Nosso principal objetivo aqui é ilustrar o papel da rede de fraturas naturais na
produção de gás. As análises são feitas para uma quantidade fixa de gás no reservatório
(gas-in-place). Denotando por ∆m a diferença entre a quantidade de gás inicial e final
advinda da rocha intacta temos a seguinte representação para a quantidade total de gás
recuperável ∆M :
Z
∆M := ∆mdΩ
"ΩS ! #
Pf 0 Pw Lf
= − e φf ϕf + (R(Pb0 )Pb0 − R(Pw )Pw ) (1 − ϕf ) xF
Z(Pf 0 ) Z(Pw )
e 2
Para efeitos de comparações entre os diferentes cenários as simulações são efetuadas com o
mesmo ∆M . Adotamos como referência para ∆M o valor computado com os parâmetros
descritos na Tabela 4. Quando um conjunto de simulações for realizado com variação em
algum dos dados de entrada que alterem ∆M , tais com ϕf , TOC, etc, fixamos a metade
da altura da fratura hidráulica (xF ) e calculamos o comprimento Lf de forma a manter
o mesmo ∆M . A Tabela 5 exibe na primeira coluna o parâmetro alterado em relação
aos valores da Tabela 4 em cada conjunto de simulações apresentadas no decorrer deste
capítulo, juntamente com o respectivo valor de Lf /2 e o número de elementos usado na
discretização do domínio [0, Lf /2]. É importante ressaltar que um único parâmetro é
alterado por vez.
Para não deteriorar a precisão no cálculo dos fluxos numéricos, que dependendo
dos parâmetros adotados apresentam comportamento não suave perto das interfaces,
optamos por malhas mais refinadas perto das interfaces fratura hidráulica/poço e fraturas
naturais/fratura hidráulica. Adotamos 400 elementos lineares na partição do domínio
[0, xF ] e 20 elementos lineares na partição de [0, wb ]. Os valores de Lf /2 para os parâmetros
de referência da Tabela 4 e para diferentes cenários de dados de entrada são apresentados
na Tabela 5 bem como o número de elementos lineares para discretizar o domínio [0, Lf /2].
O tamanho do passo de tempo adotado foi ∆t = 1 mês.
Lf /2 nº de elementos em [0, Lf ]
Parâmetros da Tabela 4 20.0000m 500
ϕf = 0.1000 9.5852m 240
TOC= 0.20 17.1509m 428
TOC= 0.50 14.5255m 363
wb = 0.01 13.4440m 336
modelo reduzido 21.2065m 530
a produção de gás é mais acentuada para tempos menores, uma vez que o fluxo nas fraturas
naturais é intensificado.
1.6e+07
1 mês 1.6e+07
1 mês
1 ano 1 ano
1.4e+07 3 anos 1.4e+07 3 anos
5 anos 5 anos
1.2e+07 10 anos 1.2e+07 10 anos
Pressão (Pa)
Pressão (Pa)
1.0e+07 1.0e+07
8.0e+06 8.0e+06
6.0e+06 6.0e+06
4.0e+06 4.0e+06
2.0e+06 2.0e+06
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
y (m) y (m)
(a) ϕf = 4.97 × 10−3 (b) ϕf = 0.10
1.6 1e7
1.4 1.6
Pressão (Pa)
1.4
1.2 1.2
1.0 1.0
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0.020 0.0
Fratu 15
ras N 10 5 30 35 40
atura 5 10 15 20 25
is (m 0 0 Fratura Hidráulica
(m)
)
(a) ϕf = 4.97 × 10−3
1e7
1.6 1e7
1.4 1.6
Pressão (Pa)
1.4
1.2 1.2
1.0 1.0
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0.010 0.0
Fratu 8
ras N 6 4 2 30 35 40
atura 5 10 15 20 25
is (m 0 0 Fratura Hidráulica
(m)
)
(b) ϕf = 0.10
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4
ϕf = 4. 97 × 10 −3
0.2 ϕf = 0. 1
0.0
0 1 2 3 4 5
Tempo (anos)
Figura 33 – Evolução no tempo do fator de recuperação parametrizado pela fração de
volume das fraturas naturais.
partir de certo valor da permeabilidade das fraturas preexistentes esta passa a influenciar
a recuperação de gás de maneira menos pronunciada, particularmente para valores de kf
próximos a kF,τ , uma vez que o fluxo saindo das fraturas naturais deve escoar pela fratura
hidráulica.
1.6e+07
1 mês 1.6e+07
1 mês
1 ano 1 ano
1.4e+07 3 anos 1.4e+07 3 anos
5 anos 5 anos
1.2e+07 10 anos 1.2e+07 10 anos
Pressão (Pa)
Pressão (Pa)
1.0e+07 1.0e+07
8.0e+06 8.0e+06
6.0e+06 6.0e+06
4.0e+06 4.0e+06
2.0e+06 2.0e+06
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
y (m) y (m)
(a) kf = 1 × 10−17 m2 (b) kf = 1 × 10−14 m2
1e7
1e7
1e7 1.8 1e7
1.6 1.6 1.6 1.6
Pressão (Pa)
Pressão (Pa)
1.4 1.4 1.4 1.4
1.2 1.2 1.2 1.2
1.0 1.0 1.0 1.0
0.8 0.8 0.8 0.8
0.6 0.6 0.6 0.6
0.4 0.4 0.4 0.4
0.2 0.2 0.2 0.2
0.0 0.0 0.0 0.0
x-Fra 20 15 x-Fra 20 15
turas 10 30 35 40 turas 10 30 35 40
Natu 5 0 0 5 10 15 20 25 Natu 5 0 0 5 10 15 20 25
rais (
m) y-Fratura Hidráu
lica (m) rais (
m) y-Fratura Hidráu
lica (m)
(a) 1 mês, kf = 1 × 10−17 m2 (b) 1 ano, kf = 1 × 10−17 m2
1e7
1e7
1e7 1.8 1e7
1.6 1.6 1.6 1.6
Pressão (Pa)
Pressão (Pa)
1.4 1.4 1.4 1.4
1.2 1.2 1.2 1.2
1.0 1.0 1.0 1.0
0.8 0.8 0.8 0.8
0.6 0.6 0.6 0.6
0.4 0.4 0.4 0.4
0.2 0.2 0.2 0.2
0.0 0.0 x 0.020 15 0.0
x-Fra 20 15 -Frat
turas 10 25 30 35 40 uras 10 30 35 40
Natu 5 0 0 5 10 15 20 Natu 5 0 0 5 10 15 20 25
rais (
m) y-Fratura Hidráu
lica (m) rais (
m) y-Fratura Hidráu
lica (m)
(c) 1 mês, kf = 1 × 10−14 m2 (d) 1 ano, kf = 1 × 10−14 m2
J b · nb = 0 sobre Lf /2 (6.2)
1.8 1e7
1.6
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4 1 mês, y = 0
1 mês, y = xF /2
0.2 1 mês, y = xF
x=0 x = Lf /2
−17 2
(a) kf = 1 × 10 m
1.8 1e7
1.6
1.4
1.2
Pressão (Pa)
1.0
0.8
0.6
0.4 1 mês, y = 0
1 mês, y = xF /2
0.2 1 mês, y = xF
x=0 x = Lf /2
(b) kf = 1 × 10−14 m2
Figura 36 – Perfis das pressões Pb para alguns blocos da matriz do folhelho em três faixas
paralelas ao poço computadas no instante de tempo t = 1 mês para dois
valores de permeabilidade das fraturas naturais: (a) kf = 1 × 10−17 m2 ; (b)
kf = 1 × 10−14 m2 .
maior entre as permeabilidades da fratura hidráulica e matriz. Assim, para curtos períodos
de tempo observamos um crescimento abrupto do fluxo perto da interface (Figura 42b) que
tende a ser suavizado com a evolução temporal (Figura 43b). Tal comportamento abrupto
não é observado no modelo proposto (Figura 42a), pois a fratura hidráulica se comunica
diretamente com a rede de fraturas naturais e o contraste entre as permeabilidades destes
dois meios é menor.
Finalmente, a evolução temporal das curvas de produção acumulada parametrizadas
pelos modelos é ilustrada na Figura 44. Podemos observar um aumento na duração do
período transiente do modelo reduzido comparado com o proposto mostrando que, tal
Capítulo 6. Simulações Numéricas 82
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4 kf = 1 × 10 −17 m 2
kf = 1 × 10 −16 m 2
0.2 kf = 1 × 10 −15 m 2
kf = 1 × 10 −14 m 2
0.0
0 2 4 6 8 10
Tempo (anos)
Figura 37 – Evolução da curva do fator de recuperação parametrizado pela permeabilidade
intrínseca das fraturas naturais.
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4
TOC = 0. 05
0.2 TOC = 0. 20
TOC = 0. 50
0.0
0 2 4 6 8 10
Tempo (anos)
Figura 38 – Evolução da curva do fator de recuperação parametrizado pelo TOC.
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4
0.2 wb = 0. 01
wb = 0. 10
0.0
0 2 4 6 8 10
Tempo (anos)
Figura 39 – Evolução da curva do fator de recuperação parametrizado por wb .
matriz
interface
fratura/poço
1.6e+07
1 mês 1.6e+07
1 mês
1 ano 1 ano
1.4e+07 3 anos 1.4e+07 3 anos
5 anos 5 anos
1.2e+07 10 anos 1.2e+07 5 anos
Pressão (Pa)
Pressão (Pa)
1.0e+07 1.0e+07
8.0e+06 8.0e+06
6.0e+06 6.0e+06
4.0e+06 4.0e+06
2.0e+06 2.0e+06
0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 5 10 15 20 25 30 35 40
y (m) y (m)
(a) (b)
2.4
1.8
2 1.2
0.4
0.3
0.4 0.2
0.3 0.1
Fluxo (kg/m2 day)
0.2 0.0
0.1
0.1 0.2
0.0 0.3
0.1 0.4
0.2
0.3 40
0.4 30 (m)
30
20 10 0 10 i
20
dr áulica
y-Matriz (m)
10 20 300 -Fratura H
x
(b) Modelo reduzido.
0.20
0.15
0.20 0.10
0.15 0.05
)
-0.10
a (m
40
-0.15 30
áulic
20
-0.20 20 10
Hidr
10 0 10 200
x-Fraturas Naturais (m)
a
atur
y-Fr
(a) Modelo proposto.
0.060
0.045
0.06 0.030
0.015
Fluxo (kg/m2 day)
0.04
0.000
0.02 0.015
0.030
0.00 0.045
0.02 0.060
0.04
40
0.0630 30 (m)
20 10 0 10
20
idr áulica
y-Matriz (m)
10 20 300 -Fratura H
x
(b) Modelo reduzido.
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4
0.2 SEM fraturas naturais
COM fraturas naturais
0.0
0 2 4 6 8 10
Tempo (anos)
Figura 44 – Evolução da curva do fator de recuperação computada pelos modelos reduzido
(sem fraturas naturais) e proposto.
Capítulo 6. Simulações Numéricas 86
matriz
fratura
hidráulica
poço
matriz fratura
hidráulica
h
poço
horizontal
(a) (b)
Figura 46 – Seções transversais dos planos (a) x-y e (b) y-z para o reservatório com poço
horizontal.
Capítulo 6. Simulações Numéricas 87
1.0
Fator de Recuperação
0.8
0.6
0.4
0.2 Poço vertical
Poço horizontal
0.0
0 20 40 60 80 100
Tempo (anos)
Figura 48 – Evolução da curva do fator de recuperação computada pelos modelos com
fratura hidráulica 1D e 2D.
88
tempo
pressão
tempo
poço vertical
fratura hidráulica
matriz matriz
(a) (b)
Figura 50 – Regimes de fluxo para um poço vertical produzindo a vazão constante. (a)
Regime linear na fratura hidráulica; (b) regime bilinear: linear na fratura
hidráulica e na matriz.
Figura 51 – Gráficos comumente utilizados na interpretação dos testes de poço. (a) Usado
para identificar um determinado regime de fluxo (∆p = p(t) − p(t0 )); (b) usado
para computar a inclinação da reta ajustada que é então usada para estimar
parâmetros do reservatório.
ao caso dos líquidos sendo que funções dependentes da pressão, como a compressibilidade
do fluido, por exemplo, são avaliadas na pressão inicial ou na pressão média do reservatório.
Entretanto, tal como visto anteriormente, os reservatórios de gases em folhelhos exibem
fontes adicionais de não linearidades tais como os efeitos de Knudsen e adsorção nos
nanoporos da matéria orgânica. Neste sentido, curvas diagnósticos construídas através de
modelos numéricos, os quais não requerem a linearização das equações, tornam-se mais
adequados. Desta forma, o modelo multiescala proposto é aqui explorado para computar
numericamente a evolução temporal da pressão na interface fratura hidráulica/poço para
uma vazão constante prescrita no poço.
Iniciamos agora a apresentação dos resultados das simulações numéricas do teste
transiente de pressão. O reservatório é idealizado da mesma forma apresentada no capítulo
anterior para poço vertical (fratura hidráulica unidimensional). Neste contexto o poço
produz a uma vazão constante e, tal como mencionado anteriormente, sua interface com
a formação se dá apenas através da fratura hidráulica (Figura 30). Os parâmetros de
entrada utilizados são apresentados na Tabela 6. Pelo mesmo motivo citado no capítulo
anterior, utilizamos malhas mais refinadas perto das interfaces fratura hidráulica/poço
e fraturas naturais/fratura hidráulica. Adotamos 239 elementos lineares na partição do
domínio [0, xF ], 80 para [0, Lf /2] e 10 na partição de [0, wb ]. Como condição inicial para o
sistema adotamos (2.58) para o modelo proposto e (2.61) para o modelo reduzido. Já as
condições de interface para a pressão na fratura hidráulica PF (eq. (4.9)a) consistem do
fluxo prescrito na interface fratura hidráulica/poço juntamente com a condição de fluxo
nulo na extremidade superior da fratura:
JMF,τ · n = J dado · n sobre y=0
(7.2)
F,τ · n = 0 sobre y = xF
J
onde J dado denota o fluxo prescrito no poço. Devido à simetria do problema impomos
também a condição fluxo nulo sobre x = Lf /2 (equação (7.2)c para o modelo proposto e
(6.2) para o modelo reduzido). A Figura 52 ilustra o reservatório idealizado bem como as
condições de contorno.
Por conveniência, os resultados são apresentados em termos de parâmetros adi-
mensionais. As definições da pseudo-pressão e tempo adimensionais utilizados são (GUO;
ZHANG; ZHU, 2015):
πkD Tsc
miD = (mi (Pi,inicial ) − m(Pi )), i = {b, f, F }
Psc qsc T
kD
tD = (7.3)
(φc)t µg x2F
(φc)t := φF ctF + ϕP ctb + ϕK ϕN ctG G
onde Psc , Tsc e qsc denotam a pressão, temperatura e vazão em condições padrão e ctF , ctb
e ctG as compressibilidades definidas em (C.10) e (C.23). Já kD designa a componente de
Capítulo 7. Testes de Pressão em Poços 92
fratura
natural
fratura
hidráulica
matriz
interface
fratura/poço
2π q
mwD (s) = q coth s g (s) (7.5)
sCF D s g (s)
distância entre mwD e sua derivada é preservada, no entanto estas curvas tendem para
o mesmo valor no regime pseudo-permanente. Tal como podemos observar, o modelo
numérico é capaz de reproduzir a solução analítica e representar acuradamente os regimes
de fluxo esperados.
10 1
mwD Sol. Numérica
dmwD /dlntD
10 0 mwD Sol. Analítica
dmwD /dlntD
mwD , dmwD /dlntD
10 -1
10 -2
10 -3
10 2
mwD
10 1 dmwD /dlntD
1/2
1/4
10 0 1
mwD , dmwD /dlntD
10 -1
10 -2
10 -3
10 -4
Figura 53 – Evolução dos perfis de mwD e dmwD /dlntD ao longo do tempo. (a) Comparação
soluções analítica e numérica; (b) inclinações da curva da derivada referentes
aos regimes linear (1/2), bilinear (1/4) e pseudo-permanente (1).
Capítulo 7. Testes de Pressão em Poços 95
2. Regime II - o gás armazenado nas fraturas naturais escoa rumo à fratura hidráulica.
A curva da derivada da pseudo-pressão é caracterizada por um perfil côncavo devido
a resposta da transferência de gás entre as fraturas naturais e hidráulica;
3. Regime III - escoamento bilinear caracterizado pelo regime linear simultâneo na rede
de fratura naturais e hidráulica. A curva de dmwD /dlntD é paralela à curva de mwD
com inclinação 1/4;
10 1
mwD Matriz Homogênea
dmwD /dlntD
10 0 mwD Matriz com Fraturas Naturais
dmwD /dlntD
10 -1
mwD , dmwD /dlntD
10 -2
10 -3
10 -4
10 1
mwD
dmwD /dlntD
10 0
10 -1 Regime V
mwD , dmwD /dlntD
10 -2 Regime IV
10 -3 Regime III
Regime II
10 -4
Regime I
10 -5 -13 -12 -11 -10 -9
10 10 10 10 10 10 -8 10 -7 10 -6 10 -5 10 -4 10 -3 10 -2
tD
(b)
Figura 54 – Evolução dos perfis de mwD e dmwD /dlntD ao longo do tempo. (a) Comparação
entre os perfis obtidos com o modelo proposto (com dois níveis de fratura) e
o modelo reduzido (matriz homogênea); (b) Caracterização dos regimes de
fluxo exibidos pelo modelo proposto.
fratura hidráulica para o valor maior de ϕf , uma vez que neste caso a fonte advinda da rede
de fraturas naturais para a hidráulica é intensa já nos tempos iniciais. Notamos entretanto
a predominância do regime bilinear nos instantes iniciais da simulação caracterizado pela
inclinação 1/4. Na sequência constatamos um regime de transição seguido pelo o regime
pseudo-permanente.
10 1
mwD ϕf = 4. 9751 × 10 −3
dmwD /dlntD
10 0 mwD ϕf = 0. 1666
dmwD /dlntD
10 -1
mwD , dmwD /dlntD
10 -2
10 -3
10 -4
regime bilinear
10 -5 -13 -12 -11 -10
10 10 10 10 10 -9 10 -8 10 -7 10 -6 10 -5 10 -4 10 -3 10 -2
tD
Figura 55 – Evolução dos perfis de mwD e dmwD /dlntD ao longo do tempo parametrizada
pela fração de volume das fraturas naturais ϕf .
10 1
mwD kf = 10 −15 m 2
dmwD /dlntD
10 0
mwD kf = 10 −16 m 2
dmwD /dlntD
10 -1
mwD , dmwD /dlntD
10 -2
10 -3
10 -4
8 Conclusão
Referências
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ZHANG, T.; ELLIS, G. S.; RUPPEL, S.; K., L.; R., Y. Effect of organic-matter type and
thermal maturity on methane adsorption in shale-gas systems. Organic Geochemestry,
v. 47, p. 120–131, 2012. Citado na página 53.
Referências 106
ZHANG, Z.; LI, X.; HE, J. Numerical study on the permeability of the hydraulic-stimulated
fracture network in naturally-fractured shale gas reservoirs. Water, v. 8(9), 2016. Citado
2 vezes nas páginas 11 e 24.
Φ = φ0 (n3 )n0 + φ1 (n3 ) n1 n2 + φ2 (n3 )n32 + φ3 (n3 )n1 · n2 + φ4 (n3 )n2 n2 · n2 (A.5)
Tais funções são determinadas com base na Scaled Particle Theory (SPT) a qual permite
que a equação de estado de um fluido seja escrita em termos das medidas fundamentais
da esfera. Seguindo Roth (2010), as funções φi , i = 1, ..., 4 são dadas por:
1
φ0 (n3 ) = − ln(1 − n3 ), φ1 (n3 ) =
1 − n3
n3 + (1 − n3 )2 ln(1 − n3 ) −1
φ2 (n3 ) = , φ3 (n3 ) =
" 36πn3 (1 − n3 ) 1 − n3
2 2
n3 + (1 − n3 )2 ln(1 − n3 )
#
φ4 (n3 ) = −3
36πn23 (1 − n3 )2
δnα (r 00 )
= wα (r 00 − r)
δρ(r)
δF ex X Z ∂Φ δnα (r 00 ) 00 X Z ∂Φ 00 (A.6)
β HS = (r 00 ) dr = (r )wα (r 00 − r) dr 00
δρ(r) α ∂n α δρ(r) α ∂n α
Introduzindo o resultado acima em (3.7) conduz a equação não linear para a densidade do
gás ρ(r):
" !#
XZ ∂Φ 00
ρ(r) = ρb exp β µex
b − (r )wα (r 00 − r) dr 00 − V (r) (A.7)
α ∂nα
A fim de fechar o modelo necessitamos postular uma forma para o potencial exterior V (r)
que no caso de fluidos confinados descreve as interações sólido-fluido. Seguindo (KIERLIK;
ROSINBERG, 1991), admitimos que V (r) é dado pelo potencial Lennard-Jones 10-4-3:
2 σsf 4
" 10 4 #
σsf σsf
V (z) = 2π ρs εsf σsf
2
∆ − − (A.8)
5 z z 3∆(0.61∆ + z)3
δF ex [ρ]
" !#
= ρb exp β µex− − V (r)
ρ(r) b
δρ(r)
1
Z Z
F ex [ρ] = FHS
ex
[ρ] + ρ(r)ρ(r 0 )φ(r, r 0 ) dr dr 0
2
Z
[ρ] = Φ[{nα (r)}] dr
ex
β FHS
ex
δF X Z ∂Φ
β HS = (r 00 )wα (r 00 − r) dr 00
δρ(r) ∂n
α α
Φ =φ (n
Z0 3 0
)n + φ2 (n3 ) n1 n2 + φ3 (n3 )n1 · n2 + φ4 (n3 )n32 + φ5 (n3 )n2 n2 · n2
nα (r) = ρ(r 0 ) wα (r − r 0 ) dr 0
" #
σf f 12 σf f 6
φ(r) = 4 εf f
−
r " r
2 σsf 10
4
#
σsf 4 σsf
V (z) = 2π ρs εsf σsf ∆
2
− −
5 z 3∆(0.61∆ + z)3
z
No resultado acima
ΓL Γ∗ Pb
ρL = = max (A.10)
d d Pb + PL
A densidade média dos agregados de querogênio, dada por (3.11), pode ser calculada
na forma:
1 1
Z d Z H/2 !
ρa = ρL (z)dz +
n
ρb (z)dz =
n
ρL d + ρb (H − 2d) (A.11)
H/2 d/2 d H
APÊNDICE A. Density Fuctional Theory 111
1 Γ∗max Pb
" #
ρa = + ρb (H − 2d) (A.12)
H Pb + PL
1 Γ∗max Z(P b) H − 2d
!
e
G= + (A.13)
H Pb + PL H
112
1 − ϕI − ϕP = φsK (1 − ϕP ) (B.3)
onde introduzimos φsK que representa a porosidade orgânica da fase sólida definida por:
VK 1 1 1
φsK = = = VI = (B.4)
VI + VK VI +VK
VK
1 + VK V Vs
1 + VKI VKs
K
com VKs o volume de sólido dentro da matéria orgânica. A porosidade nanoscópica é dada
por:
VKp VK − VKs
φN = =
VK VK
de onde segue que
Vs
1 − φN = K (B.5)
VK
APÊNDICE B. Reescrevendo R(Pb ) em Função do TOC 113
Além disso, a razão entre as massas MI e Mk pode ser escrita em função do TOC:
MI
MI
1− Mk
1 − TOC
= Mk +MI
= Mk +MI
=
Mk Mk
Mk +MI
Mk
Mk +MI
TOC
(1 − ϕP )
ϕK = 1 − ϕI − ϕP = φsK (1 − ϕP ) = (B.7)
1 + ρk (1−ρTOC )(1−φN )
I TOC
que quando introduzida em (2.15) fornece a expressão resultante para R = R(Pb ) parame-
trizado pelos coeficientes {ϕP , φN , TOC, Sw }:
γ(Pb ) ρL (1 − Sw ) (1 − ϕP )
" #
GφN
R(Pb ) = ϕP Sw + e +
H(Pb ) Z(Pb ) ρk (1 − T OC)(1 − φN ) Z(P b)
1+
e
ρI T OC
114
∂ (ϕK φN G)
∂ρb ∂ϕP ∂ρb ∂ ρb ∂Pb
ϕP + ρb + ϕK φN G + ρb − ef f
kb =0 (C.2)
∂t ∂t ∂t ∂t ∂x µg ∂x
Levando em conta o fato de que tanto ϕP quanto ρb dependem da pressão, a equação (C.2)
pode ser reescrita na forma:
∂ (ϕK φN G) ∂Pb
∂ ρb ∂Pb
ϕP ρb cgb + ϕP ρb crP + ϕK φN Gρb cgb + ρb − ef f
kb = 0 (C.3)
∂Pb ∂t ∂x µg ∂x
1 ∂ρb 1 ∂ϕP
cgb := , crP := (C.4)
ρb ∂Pb ϕP ∂Pb
Introduzindo ainda as compressibilidades dos nanoporos e da matéria orgânica dadas por:
1 ∂φN 1 ∂ϕK
crN := , crK := (C.5)
φN ∂Pb ϕK ∂Pb
APÊNDICE C. Solução Analítica Para o Modelo Reduzido 115
a derivada com respeito à pressão do produto ϕK φN G na equação (C.3) pode ser escrita
da forma:
∂ (ϕK φN G) 1 ∂G
1 ∂G 1 ∂ρa 1 ∂ρb
= − = cga − cgb
G ∂Pb ρa ∂Pb ρb ∂Pb
Note que aqui, diferentemente de em (6.2), postulamos fluxo nulo em x = 0. Tal escolha é
arbitrária e foi adotada aqui por simplicidade na obtenção da solução analítica. O problema
(C.11)-(C.12) pode ser parcialmente linearizado adotando a mudança de variáveis com
a pseudo-pressão para mb , definida pela equação (7.1). Em termos de mb o problema
(C.11)-(C.12) é dado por:
ϕP µg ctb ϕK φN µg GctG ∂mb ∂ 2 mb
+ =0
ef f
−
kbef f ∂x2
kb ∂t
(C.13)
∂mb (x, t)
mb (x, t)|t=0 = mb0 , mb (x, t)|x=Lf /2 = mF , =0
∂x
x=0
APÊNDICE C. Solução Analítica Para o Modelo Reduzido 116
∂ (φF ρF ) M
∂JF,τ Jb
+ = (C.19)
∂t ∂y dF x=Lf /2
APÊNDICE C. Solução Analítica Para o Modelo Reduzido 117
Substituindo JF,τ
M
e Jb em (C.19) e fazendo a derivada do produto φF ρF com respeito ao
tempo, temos
kbef f
∂ρF ∂PF ∂φF ∂PF ∂ ρF ∂PF ρb ∂Pb
φF + ρF − kF,τ =− (C.20)
∂PF ∂t ∂PF ∂t ∂y µg ∂y dF µg ∂x
x=Lf /2
1 ∂ρF 1 ∂φF
cgF := , crF := (C.21)
ρF ∂PF φF ∂PF
e fazendo uso da equação de estado em (2.21), a equação (C.20) pode ser reescrita como:
kbef f
PF ∂PF ∂ PF ∂PF Pb ∂Pb
φF µg ctF − kF,τ =− (C.22)
µg Z(PF ) ∂t µg Z(PF ) ∂y
∂y dF µg Z ∂x
x=Lf /2
onde ρsc denota a densidade e qsc a vazão em condição standard e AwF a área de contato
entre a fratura hidráulica e o poço que no presente trabalho admite duas expressões:
h dF poço vertical
AwF =
2πrw /4 poço horizontal
com Psc e Tsc a pressão e a temperatura em condição standard e Zsc = (Psc ). Assim, temos
∂ 2 mF D
− sg(s)mF D = 0 (C.33)
∂x2D
com √
χsσb √
g (s) = ηF D + tanh ( sσb ) (C.34)
sCF D
Finalmente, a solução do problema (C.33)-(C.31)b é dada por:
q q
mF D (yD , s) = A2 cosh sg(s)yD + B2 sinh sg(s)yD (C.35)
2π q
mwD = q coth sg(s) (C.37)
sCF D sg(s)
120
D.3 Resultados
Nesta seção apresentamos os ganhos em termos de tempo computacional computa-
dos com a estratégia descrita acima. Os resultados foram obtidos no cluster Altix-XE 340.
Os parâmetros de entrada do modelo proposto utilizados nas simulações são descritos na
APÊNDICE D. Algoritmo Paralelizado 122
início 0
processo 0
fim 0
...
início numProc
processo numProc
fim numProc
processo p threads
1200
1 processo
2 processos
1000 4 processos
Tempo de execução (segundos)
8 processos
16 processos
800
600
400
200
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Número de Threads
Figura 59 – Gráficos dos tempos de execução variando com o número de threads do
algoritmo paralelizado parametrizado pelo número de processos.
Tabela 6.
A Figura 59 mostra o gráfico do (tempo de execução) x (número de threads)
parametrizado pelo número de processos. Notamos um ganho significativo a medida que o
número de processos aumenta, tal como esperado. Entretanto, fixado o número de processos
o aumento no número de threads é atrativo apenas até 4. Observamos ainda uma exceção
a tal comportamento para 16 processos, no qual 4 threads resultou na pior performance.
Em vista disso, escolhemos realizar as simulações com 16 processos e 2 threads.