You are on page 1of 8

INSTITUTO FEDERAL DS PARAÍBA

CAMPUS CAMPINA GRANDE

HÉLIDA BENTO DE OLIVEIRA


WALLYTON CAIO FERREIRA SANTOS

O TEATRO DO SÉCULO XX

CAMPINA GRANDE, PB
2018
INTRODUÇÃO

Ariano Suassuna é um dos grandes nomes da cultura nordestina. Exaltado


principalmente pela atuação no teatro brasileiro, o escritor, dramaturgo e poeta fundou o
Movimento Armorial nos anos 70, que tinha como objetivo utilizar a cultura popular
para formar uma arte erudita. Além de teatrólogo, Suassuna é professor, romancista e
advogado.
A primeira peça foi “Um Mulher Vestida de Sol”, que recebeu o prêmio Nicolau
Carlos Magno em 1948. Entre as mais conhecidas da carreira do escritor estão “Auto da
compadecida”, de 1957, e “O Santo e a Porca”, de 1964, a primeira, inclusive, ganhou
uma adaptação na televisão em 1999 com direção de Guel Arraes.
Na Academia Brasileira de Letras, Ariano Suassuna ocupa a cadeira número 32, que
tem como patrono Araújo Porto Alegre. O escritor é o sexto a ocupar a cadeira fundada
por Carlos Laet e foi eleito em 3 de agosto de 1989.
Nelson Rodrigues revolucionou o teatro colocando o subúrbio do Rio de Janeiros
nos palcos. Polêmico, o autor não tinha pudores para escrever sobre adultério, crime,
suicídio, morte e preconceito. Com isso, apesar de ter apoiado o Golpe de 64, teve suas
peças censuradas durante o período militar. Além do trabalho como dramaturgo,
Rodrigues atuou como jornalista nos principais jornais da capital carioca. Começou com
apenas 13 anos no jornal do pai, sendo responsável pelas matérias policiais do
periódico. Ficou conhecido também pelas crônicas de futebol. Apaixonado pelo
Fluminense, o autor deu mais charme ao clássico Fla x Flu, já que, segundo ele, “O Fla-
Flu começou quarenta minutos antes do nada”.
BIOGRAFIA DE ARIANO SUASSUNA

Filho do político João Urbano Pessoa de Vasconcellos Suassuna com Rita de Cássia
Dantas Villar, Ariano nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da
Paraíba. O escritor passou a infância na Fazenda Acauhan em Taperoá, interior da
Paraíba, e no Rio de Janeiro, onde seu pai foi assassinado em razão da atuação política –
atuou como governador na Paraíba e estava como deputado federal no Rio.
Em 1942, foi morar em Recife e começou a fazer Faculdade de Direito um ano depois.
Com o amigo de faculdade, Hermilio Borba Filho, deu início ao Teatro do Estudante de
Pernambuco. A primeira peça, “Uma Mulher Vestida de Sol”, é dessa fase de Suassuna
e data de 1947. Depois vieram “Cantam as Harpas de Sião” e “Os Homens de Barro”. A
primeira publicação é de 1945, foi o poema “Noturno” no “Jornal do Commercio”.
Quando se forma em direito, recebe mais um prêmio, o Martins Pena pelo "Auto de
João da Cruz".
Trabalhou como advogado enquanto escrevia suas peças. A de maior sucesso, “Auto da
Compadecida”, foi escrita em 1955. Com o texto, Suassuna ficou conhecido
nacionalmente e a obra ganhou uma famosa adaptação exibida pela Rede Globo em
1999. Com direção de Guel Arraes, a versão contou com a atuação de Selton Mello,
Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Marco Nanini, entre outros. Ao
classificar o texto de Ariano, Sábato Magaldi exalta: "o texto mais popular do moderno
teatro brasileiro".
O escritor abandona a advocacia de vez em 1959, quando passa a atuar como professor
na Universidade Federal de Pernambuco. No mesmo ano, funda o Teatro Popular do
Nordeste com o amigo Hermilio. Antes disso, em 1957, casou-se com Zélia de Andrade
Lima, teve seis filhos com a esposa.
Para se dedicar à carreira acadêmica, Suassuna se aposenta por um tempo da
dramaturgia nos anos 60. Na década seguinte, dá início ao Movimento Armorial, que
buscava conhecer a cultura popular para formar uma arte erudita partindo dos elementos
dessa cultura. O Movimento foi lançado em 18 de outubro de 1970 com exposições e o
concerto "Três Séculos de Música Nordestina - do Barroco ao Armorial". Nesse
período, o escritor publica livros que classifica como “romance armorial-popular
brasileiro”. O movimento surgiu no ambiente universitário e passou a ter apoio da
Prefeitura de Recife e da Secretária de Educação do Estado de Pernambuco.
A forte ligação com a cultura fez com que Ariano Suassuna fosse membro fundador do
Conselho Federal de Cultura e diretor do Departamento de Extensão Cultural da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Na Academia Pernambucana de Letras, ocupa a cadeira nº 18. Na Academia Brasileira
de Letras, foi eleito para ocupar a cadeira nº 32, cujo patrono é Araújo Porto Alegre, em
1989 e na Academia Paraibana de Letras, ficou com a cadeira 35.
MOVIMENTO LITERÁRIO DE ARIANO SUASSUNA

O dramaturgo pode ser considerado um dos escritores do movimento modernista, mais


especificamente da 3ª fase, geração de 45. Mas a obra de Suassuna reúne elementos de
diferentes movimentos, como o simbolismo, o barroco e a literatura de cordel, tão
presente no nordeste.
O nome do escritor costuma ser atrelado ao teatro, principalmente pelo papel que
desempenhou na modernização do teatro brasileiro. A produção de Ariano Suassuna
tem como característica a improvisação e o texto popular. O escritor coloca muitos
elementos da cultura nordestina em suas peças.
Suassura foi um dos fundadores do Movimento Armorial, que buscava criar a arte
erudita através da cultura popular nordestina. O movimento inclui os diferentes tipos de
arte, como dança,literatura, teatro, música e arquitetura. Ariano recebeu o apoio da
Universidade Federal de Pernambuco e de vários escritores nordestinos, o Movimento
Armorial foi lançado em 1970.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

Ariano escreveu diversas peças, entre elas Uma mulher vestida de sol, Cantam as harpas
de Sião, Os homens de barro, Auto de João da Cruz e Auto da Compadecida,
certamente a obra mais famosa de Ariano, considerada, pelo teórico e crítico teatral
Sábato Magaldi, como o texto mais popular do moderno teatro brasileiro. Entre as obras
de ficção estão Fernando e Isaura, Romance d' A pedra do reino e o príncipe do sangue
vai-e-volta, As infâncias de Quaderna e História d' O rei degolado nas caatingas do
sertão. Cronologicamente, Ariano Suassuna foi considerado como integrante
do movimento modernista de 1945, embora em sua obra sejam encontradas referências
ao Simbolismo e até mesmo ao Barroco.
BIOGRAFIA NELSON RODRIGUES

Escritor, dramaturgo e jornalista, Nelson Falcão Rodrigues foi reconhecido pelas três
funções. Filho do também jornalista Mário Rodrigues e de Maria Esther Falcão, o
escritor nasceu em Recife, Pernambuco. Foi morar no Rio de Janeiro com a família
quando ainda era bem novinho, em 1916, o pai fugia de perseguições políticas na
época.
O escritor morou na Zona Norte da cidade, região que inspirou diferentes histórias. Foi
para Copacabana quando a família ganhou mais dinheiro. Começou a carreira no jornal
do pai, “A manhã”. Era um repórter policial com 13 anos apenas. Os irmãos também
trabalhavam no jornal do pai, Mário Filho era responsável pelo esporte e Roberto era o
ilustrador. A profissão rendeu boas histórias.
O pai perdeu o jornal para o sócio e deu início ao “Crítica” com a ajuda de Fernando de
Melo Viana, que bancou o novo empreendimento. Além de trabalhar no novo negócio
do pai, Nelsou foi funcionário do jornal “O Globo”. Inclusive, foi Roberto Marinho que
pagou o tratamento contra tuberculose que Nelson teve que fazer na década de 30.
Casou-se com Elza Bretanha em 1940. Cinco anos depois, passa a trabalhar no “O
Jornal”, do grupo de Assis Chateaubriand. E em 1950, segue para o “Última hora”, de
Samuel Wainer. Na vida amorosa, relacionou-se também com Lúcia Cruz Lima e com
Helena Matia. Em 1977, voltou com a primeira mulher.
Nelson era um apaixonado por futebol, em especial pelo time do coração, o Fluminense.
Escreve, a partir de 1962, crônicas com temática esportiva. Seus textos sobre o tricolor
das laranjeiras eram publicados no “Jornal dos Sports”. O escritor adorava o clássico
Fla x Flu e chegou a escrever sobre o assunto.
No teatro, “A Mulher Sem Pecado” foi a primeira peça, mas foi com “Vestido de
Noiva” que Nelson obteve sucesso na dramaturgia. Outras peças importantes do autor
foram “Anjo Negro” e “Álbum de Família”, que chegaram a ser censuradas. Por seus
temas polêmicos, Nelson era muito criticado pelos religiosos, em especial o arcebispo
Dom Hélder Câmara.
O autor apoiava a ditadura militar, regime que chegou a torturar um de seus filhos.
Conservador nos ideais políticos, deixou marcas revolucionárias em suas obras,
modificando assim a dramaturgia nacional. Não chegou a se candidatar a uma cadeira
na Academia Brasileira de Letras, apesar do desejo.
MOVIMENTO LITERARIO NELSON RODRIGUES

Nelson pode ser classificado como um autor do modernismo, geração de 45. Também
fizeram parte do movimento literário: Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, Clarice
Lispector e João Cabral de Melo Neto.
Quanto ao estilo, o escritor apostava na linguagem coloquial para escrever suas peças e
crônicas. Retratava assim, a realidade de forma clara e sem eufemismos. O erotismo
também era muito presente em seus textos, o que causou muita polêmica e censura.
Entre as principais obras, estão “Anjo Negro”, “Vestido de Noiva”, “Álbum de Família”
e “O Beijo no Asfalto”.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA
O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em
dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em
que estava. Assim, escreveu "A mulher sem pecado…", sua primeira peça. Segundo
algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário favorito e suas peças
seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral.
Nelson é um originalíssimo realista. Não é à toa que foi considerado inovador. De fato,
a prosa de Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, ele criticou a
sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento.
Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal
como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para a sociedade carioca
do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as
mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito
presente na obra de Nelson Rodrigues, o que lhe garante o título de realista. Nelson não
hesitou em denunciar a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas
obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como
"O Primo Basílio", e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano. Em
síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na
literatura brasileira.
CONCLUSÃO
Em 1855 surge o teatro realista no Brasil, o teatro deixa de lado os dramalhões e visa o
debate de temas atuais, problemas sociais e conflitos psicológicos tentando mostras e
revelar o cotidiano da sociedade, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humanos.
Um dos mais importantes autores dessa época é Joaquim Manoel de Macedo, autor da
obra-prima A Moreninha, de Arthur Azevedo.
A Semana de Arte Moderna de 1922, que foi um marco para as artes não abrangeu o
teatro que ficou esquecido, adormecido por longos anos. A renovação do teatro
brasileiro veio em 1943, com a estreia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sob a
direção de Ziembinski, que escandalizou o público e modernizou o palco brasileiro.
Vestido de Noiva fez um grande sucesso assim como o Auto da Compadecida, de
Ariano Suassuna.
Vale destacar Teatro Brasileiro de Comédia formado por grandes artistas como Cacilda
Becker, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, entre
outros e o Teatro de Arena que encenou a peça Eles Não Usam Black-tie, de
Gianfrancesco Guarnieri, em 1958, um grande sucesso.
Com o golpe militar em 1964 veio a censura e um número enorme de peças foram
proibidas e somente a partir dos anos 70 o teatro novamente ressurge mostrando
produções constantes.
REFERÊNCIAS

GLOBO EDUCAÇÃO. Literatura. Disponível em: <


http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/nelson-rodrigues.html>. Acesso
em 18 de janeiro de 2018.

GLOBO EDUCAÇÃO. Literatura. Disponível em:


<http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/ariano-suassuna.html>. Acesso
em 18 de janeiro de 2018.

You might also like