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Post Mortem
por Pôncio Arrupe
(Ficção muito curta)
Mensagem Post Mortem
Post Scriptum
Que o teor em alguns momentos irreverente – talvez, até,
desrespeitoso - deste meu pequeno obituário não seja um
óbice ao que vos peço no penúltimo parágrafo do mesmo.
Sei que posso ter sido desconcertante - e muito
inconveniente!, dada a ocasião… –, mas, no entanto, espero
continuar a contar convosco para os meus. (É que ele não
existe. Se existisse, bem mereceria o que acabei de
escrever. E muitas outras coisas teria vontade de lhe dizer!
Mas quem merece ouvir isto não pode ser ele. Logo, ele não
existe. Ou se ele existe, se algo existe, não é certamente
aquilo - e sublinho a expressão “aquilo” - em que as pessoas
acreditam, ou querem acreditar, ou querem fazer-vos
acreditar. Será outra coisa qualquer! Espero que com esta
minha variante sobre o assunto – sobre ele - possa ter-me
acomodado um pouco melhor às vossas mentes e anseios.
Sim assim foi, ficarei mais contente por vós. Mas não sei se
terei forma de ficar a saber…)