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Altamira/PA
2018
ANA FLÁVIA DE SOUZA SANTOS
Altamira/PA
2018
Ana Flavia de Souza Santos
BANCA EXAMINADORA
Ao criador divino pelo dom da existência que me permitiu trilhar essa jornada de
caminhos diversos com muito aprendizado e troca de saberes e sabores.
Ao meu amado e querido filho Felipe de Souza Damasceno, por ter suportado minha
ausência, ainda tão criança sem compreender o porquê de estar longe de mim nos
períodos de alternância que me manteve por aqui, gratidão pela compreensão.
Antônio da Silva Damasceno, meu esposo, companheiro de longa data, muito obrigada
pela cumplicidade, dedicação que caminhamos juntos ao longo dessa trajetória.
Agradeço pelo Pai sem limites que és, indo além da sua capacidade superando os
desafios do dia a dia pelo bem estar de nosso filho e família.
Aos meus familiares e amigos pelo apoio ao longo desse tempo, expresso meu muito
obrigado.
Ao Movimento dos Atingidos por Barragens por acreditar no meu potencial me
concedendo a declaração de pertença para a representação do nosso coletivo dentro da
Universidade Federal do Pará. A Associação de Moradores de Campo Verde KM 30 e a
CPT, Fundo Dema, estaremos sempre na luta.
Aos professores e colaboradores do curso de Etnodesenvolvimento: Francilene Aguiar,
Eliane Faria, Assis Oliveira, Willian Domingues, Rosane de Fatima Fernandes, Cristina
Oshay, Rosa Acevedo, Flávio Barros, Nora Almeida, Monica Lizzardo, Raquel Lopes,
Débora Lopes, Gustavo Goulart Moura, Ana Lúcia Maia, muito obrigada a todas e
todos pelo compartilhamento teórico e pratico para comigo e minha comunidade de
pertença. A minha orientadora Carla Giovana Sousa Rocha, pela sua ajuda e
contribuição, compartilhar seus conhecimentos teóricos e práticos neste trabalho de
Conclusão da Graduação em Etnodesenvolvimento, meu muito obrigado.
Grata aos meus amigos e colegas de curso pelo apoio nos momentos dificuldades, que
chorei e sorrir, pelas alegrias, aprendizado que serão levados na memoria nos registros
fotográficos que fazem parte de nossa convivência durante 4 anos, levarei cada um e
cada no coração com ternura, em especial Ana Cléia Teixeira de Azevedo, Marksuel
Sandro de Medeiros, Leane Santos, Rusevel Pereira de Araújo, Maria do Livramento e
Rejânia Dias Macedo, firmes companheiros na luta.
Muito obrigado a todos e todas!
DEDICÁTORIA
Sumário
1. INTRODUÇÃO 9
1.2 JUSTIFICATIVA 20
1.3 OBJETIVOS 20
2. METODOLOGIA 21
3. O PLANO DE AÇÃO 26
3.2 Metas 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
REFERÊNCIAS 34
1. INTRODUÇÃO
agricultores da região, que juntos produzem cerca de 20 toneladas de polpas de frutas por
ano.
Foi solicitado neste edital do Fundo Dema o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e
tendo como contrapartida o valor de R$12.300,00 obtido por doações (doze mil e trezentos
reais) da associação de moradores, totalizando R$ 42.300,00 (quarento e dois mil e trezentos
reais) para a implantação da fábrica na comunidade.
Atualmente a fábrica atende as necessidades das famílias envolvidas, que era um
espaço adequado para a manipulação e armazenamento das polpas de frutas dos agricultores
familiares. A gestão da fábrica de polpas de frutas dar-se-á a partir da diretoria da associação
contando com o presidente, tesoureiros, fiscais e sócios.
A fábrica funciona de segunda a sexta feira, no período comercial, tendo como
funcionários os próprios associados, que foram capacitados com curso de Boas práticas de
manipulação de polpas de frutas, ofertado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR).
Quando a fábrica começou a funcionar veio a preocupação dos sócios como seria
realizada a coleta do lixo produzido, sendo que a prefeitura não reconhece o lixo (resíduos)
como doméstico, e sim como industrial.
Os sócios ficaram preocupados com a situação e questionava-se sobre a solução para
o problema. O ex-presidente mencionou que havia feito o curso de composto orgânico, mas
não tinha tempo disponível naquela época, pois estava como agente da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) e quase sempre estava viajando a trabalho. A associação já conhecia o curso de
Etnodesenvolvimento, pois eu havia realizado a divulgação na comunidade. E assim surgiu,
juntamente com a comunidade, a proposta de reaproveitar os resíduos orgânicos da fabrica de
polpas de frutas de Campo Verde.
No primeiro momento quando pensei em meu trabalho de conclusão de curso, de
imediato almejava pesquisar sobre os direitos das crianças e adolescentes da minha
comunidade, mas foi aceito este outro grande desafio, e espero ter correspondido à altura do
que foi solicitado pela comunidade Campo Verde Km 30.
Esta proposta faz parte de uma visão mais ampla de melhoria das condições de vida
das populações e busca contribui com a visão de sustentabilidade social, econômica e
ecológica. Muito tem se falado recentemente em desenvolvimento sustentável e agroecologia
em seminários e conferências em nível nacional e mundial. Nesse sentido, com o objetivo de
demonstrar práticas agroecológicas voltadas aos agricultores familiares na comunidade de
Campo Verde Km 30, e juntamente com a Associação dos Moradores da Comunidade do Km
30, tem buscado políticas públicas voltadas à produção familiar diversificada, no contraponto
aos grandes projetos instalados e propostos para a região.
A comunidade Campo Verde está localizada há 32 quilômetros da sede município de
Itaituba, entre duas grandes rodovias federais, a BR 163-Santarém Cuiabá e a BR 230-
Transamazônica, cujo processo de colonização ocorreu por volta das décadas de 1970 e 1980,
com os primeiros pioneiros vindos de várias regiões, principalmente do Centro Oeste e do
Nordeste do país, para se integrarem na construção da Transamazônica (Figura 1).
Figura 1: Mapa do Distrito de Campo Verde, Itaituba.
A comunidade Campo Verde Km 30, hoje é considerada como polo, pois existem em
seu entorno 43 comunidades rurais que usufruem de alguns serviços existentes como: posto de
saúde, escola infantil e fundamental, policiamento, feira de agricultores familiares, igrejas,
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A feira local funciona aos domingos numa pequena rua onde foram montadas as
barracas ao ar livre. Toda a produção que é vendida na feira vem da agricultura familiar de
Campo Verde e comunidades vizinhas que possuem uma grande variedade de legumes,
verduras e hortaliças (Figura 2).
Figura 2. Hortaliças na Feira de Campo Verde.
Essa produção vem de lotes, chácaras e quintais dos agricultores familiares que moram
na comunidade de Campo Verde. Nota-se que o escoamento da produção local é realizado
pelos próprios agricultores, pois faltam incentivos de políticas públicas voltadas para a
produção familiar.
Fonte: https://goo.gl/images/CR9Nzx
Constata-se que o êxodo rural tem sido crescente na comunidade, chegando à mudança
de comportamento dos agricultores que estão vendendo seus lotes por preços exorbitantes
para grandes produtores de soja, vindos principalmente do Centro Oeste do país em
consequência dos empreendimentos que estão se fixando na região do Tapajós. Pode-se
também afirmar que os agricultores familiares estão deixando seus lotes por faltas de políticas
públicas que visem o fortalecimento da agricultura camponesa.
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Houve outros cursos ministrados para os associados por meio do Programa Amazônia
sem Fogo, desenvolvido em parceria com a embaixada Italiana e MMA (Ministério do Meio
Ambiente), abordando formações nas seguintes temáticas: cerca elétrica, recuperação de áreas
degradadas, adubo orgânico e defensivo natural.
na comunidade e tem lotes nas vicinais próximas, ficam em Campo Verde nos finais de
semana.
Outros agricultores familiares moram nas vicinais e deslocam para Campo Verde
apenas nos fins de semanas para venderem na feira existente na comunidade aos domingos,
porém seus filhos estudam na comunidade de Campo Verde e se deslocam diariamente por
meio do transporte escolar municipal.
Determinados agricultores familiares estão utilizando os recursos florestais não
madeireiros, juntamente com a produção familiar de diversas frutas como: cupuaçu, buriti,
açaí, murici, cajá e maracujá. Porém, vários elementos tem dificultado o bom andamento do
trabalho, e em destaque temos: a falta de local propício para armazenamento e conservação da
matéria prima, como freezers e câmaras frias, além da falta de subsídios de fortalecimento
para escoamento da produção, linhas de financiamentos com incentivo a produção de
frutíferas, estradas vicinais de difícil acesso.
Estas dificuldades têm, gerado um desânimo e até mesmo a desistência dos seus lotes.
Com toda esta problemática, é perceptível a grande perda de produção nos respectivos lotes e
chácaras, o abandono de propriedades, a concentração de terra pela espoliação e especulação
imobiliária.
A fábrica está bem localizada no bairro Centro da comunidade de Campo Verde km
30 no município de Itaituba, estado do Pará, e foi idealizada e iniciada na gestão do ex-
presidente da Associação, Jurandir Alves da Silva.
A ideia se transformou em projeto no ano de 2011, quando saiu um edital do Fundo
Dema. Este é um fundo fiduciário criado em 2003, que apoia projetos coletivos dos “Povos da
floresta-povos indígenas, quilombolas, comunidades extrativistas, ribeirinhas e da agricultura
familiar” que visem a valorização socioambiental dessas populações, assim como a
preservação do Bioma Amazônico, prezando pelo respeito à sociobiodiversidade, pela
garantia plena de Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais Ambientais DHESCA´s,
a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, pela equidade de gênero, pela valorização e
respeito à auto- identidade e a diversidade e a pluralidade cultural e religiosa (FUNDO
DEMA, 2018).
A Associação de Moradores nos últimos anos vem buscando inserir todos os
associados no projeto “Bem viver com a natureza”, no sentido de fortalecimento da produção
de polpas de frutas na comunidade, através de politicas públicas de melhoria da agricultura
familiar, contribuindo na geração de renda local.
Atualmente a associação possui 89 sócios ativos, sendo que houve desistências de
aproximadamente 15 nos últimos anos. Estas possíveis desistências surgiram a partir das
instalações dos grandes empreendimentos, a expansão da pecuária advinda da compra de
terras e se tornando fazendas.
Outra peculiaridade bem visível é a nova gestão da própria associação, que tem
dificuldades de desenvolver suas atividades.
Com a desistência dos sócios, a fábrica está enfraquecida, principalmente na
produção, afetando a vida financeira da mesma, e com isso ocasionou o atraso do processo de
certificação do selo de qualidade da produção, e a comercialização esta sendo apenas local.
Outro fator agravante é a água potável, pois no momento não há possibilidade de abertura de
um poço artesiano pela associação.
Assim, os agricultores não conseguem acessar a política do PNAE (Programa
Nacional de Alimentação Escolar). Compreende-se que os associados necessitam de renda e
fomento e para modificar esta realidade de êxodo rural, é essencial incentivar e fortalecer
também os jovens agricultores que ainda residem em seus lotes juntamente com seus pais,
considerando que a fábrica de polpas de frutas visa emprego e renda, e proporcionará também
a valorização da agrobiodiversidade e da produção orgânica.
A entidade compreende que há necessidade de fortalecer a produção dessas famílias
para não desperdiçarem seu trabalho e as frutas da estação.
Nesse sentido, foi priorizado implantar uma fábrica de manipulação artesanal de
polpas de frutas que atendam as condições dispostas no Manual de Boas Práticas de
Fabricação para a indústria de alimentos como informa a Sociedade Brasileira de Ciências e
Tecnologia de Alimentos (SBCTA).
A proposta da fábrica de polpas de frutas já atende a necessidade de algumas famílias
e tem elevado a viabilização econômica dessa comunidade, pois mesmo que ainda não esteja
totalmente legalizada, já está em funcionamento.
O fruto mais processado é o açaí, que tem tido mais aceitação no mercado local.
Alguns sócios buscaram a produção do açaí e tem disponibilizado por meio de doação e
compra pela associação para manter as despesas de energia e água da fábrica. Falta realizar
reajustes na estrutura da fábrica para nova inspeção e aprovação da ADEPARA.
A Associação tem buscado o selo de qualidade com os órgãos competentes para que
assim a produção possa ser comercializada não só na comunidade, mas também no município
e região e que seja inserido como complemento no Programa de Aquisição Alimentos (PAA)
e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para a merenda escolar local.
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1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
Entrevistas
Diálogos com a com as
Visitas a fábrica
diretória e sócios famílias
envolvidas
Na maioria das vezes os resíduos ficam misturados no local. Por exemplo, cascas,
sementes e bagaços no mesmo recipiente para serem descartados ou local, devido não haver
uma forma ainda de reaproveitamento desses materiais residuais que poderiam ser
transformados em composto orgânicos.
Como a compostagem é processo anaeróbico, na prática, a umidade ideal deve ser
manejada com base na capacidade de aeração da massa de compostagem, ou seja, deve-se
observar para características físicas como: porosidade e estrutura do material, sempre
objetivando satisfazer a demanda microbiológica por oxigênio (PEREIRA NETO, 1998).
Na compostagem é necessário que estejam em sintonia a umidade, a água e a
temperatura para que a atividade microbiológica seja eficaz, sem perda da função de cada
elemento.
Foram testados pelos sócios dois técnicas de compostagem orgânica para a produção
de adubo: produção de composto com fermentação rápida e a com micro-organismo eficiente.
como hormônios e enzimas produzidas pelas leveduras, provocam atividade celular até nas
raízes.
Actinomicetos: controlam fungos e bactérias patogênicas e também aumentam a resistência
das plantas.
Bactérias produtoras de ácido lático (Lactobacillus e Pediococcus): produzem ácido lático que
controla alguns micro-organismos nocivos como o Fusarium. Pela fermentação da matéria
orgânica não curtida liberam nutrientes às plantas.
Bactérias fotossintéticas: utilizam a energia solar em forma de luz e calor. Também utilizam
substâncias excretadas pelas raízes das plantas na síntese de vitaminas e nutrientes,
aminoácidos, ácidos nucleicos, substâncias bioativas e açúcares, que favorecem o crescimento
das plantas. Aumentam as populações de outros micro-organismos eficazes, como os
fixadores de nitrogênio, os actinomicetos e os fungos micorrízicos.
Para captura dos Micro-organismos Eficientes, precisa- se cozinha aproximadamente
700 gramas de arroz sem sal; colocar o arroz cozido em bandeja de plástico ou de madeira ou
ainda em calhas de bambu. Cobrir com tela fina visando proteger; coloque a bandeja com
arroz e a tela em mata virgem (na borda da mata) para capturar os micro-organismos.
Deve-se ter o cuidado no local onde vai deixar a bandeja, afastar a matéria orgânica
(serrapilheira). Após colocar a bandeja, a matéria orgânica que foi afastada deve cobrir a
bandeja sobre a tela. Assim, após 10 a 15 dias os micro-organismos já estarão capturados e
criados. Nas partes do arroz que ficarem com as colorações rosada, azulada, amarelada e
alaranjada estarão os micro-organismos eficientes (regeneradores). As partes com coloração
cinza, marrom e preto devem ser descartadas (deixe na própria mata).
Para ativar os Microrganismos Eficientes deve-se distribuir arroz colorido em mais ou
menos 5 garrafas de plástico de 2 litros; colocar 200 ml de melado em cada garrafa, completar
as garrafas com água limpa (sem cloro) ou água de arroz; fechar as garrafas e deixar a sombra
por 10 a 20 dias; liberar o gás (abrir a tampa) armazenado nas garrafas, de 2 em 2 dias;
colocar a tampa e apertar a garrafa pelos lados, retirando o ar que ficou dentro da garrafa (a
fermentação deve ser anaeróbica, ou seja, sem a presença de oxigênio); apertar bem a tampa e
neste momento não há mais produção de gás dentro da garrafa.( Caderno dos Micro-
organismos eficientes 2011, p.11).
O EM tem coloração alaranjada, mas pode ser mais clara ou mais escura, o que
depende da matéria-prima, não implicando, porém, na qualidade do produto. O cheiro é doce
agradável, e no caso de apresentar mau cheiro, o EM não deve ser usado.
Este produto pode ser armazenado por até 1 ano (BONFIM et al., 2011, p.15). O EM
pode ser utilizado na compostagem de resíduos de diversas origens.
3. O PLANO DE AÇÃO
Total 28.500 kg
3.2 Metas
Tabela 1. Orçamento
Itens de Despesas Unidades Quantidade Valor Unitário
Valor Total
Instalações elétricas: o local já dispõe de energia. As conexões elétricas devem ser isoladas
minimizando riscos e facilitando a limpeza.
Os cabos com fios elétricos que não estiverem contidos em tubos vedados devem ser
protegidos com placas que permitam a ventilação e limpeza. As normas estabelecidas pela
ABNT devem ser seguidas, observando-se a capacidade de carga e outros detalhes de
segurança e distribuição. As instalações devem ser as mais higiênicas possíveis e protegidas
da penetração de água e umidade.
Instalações hidráulicas: Já está instalada no local uma caixa d’água de 1000 litros, que é
abastecida por um poço artesiano da comunidade. Para viabilizar a higiene, mas ainda se
pensa de uma alternativa de reaproveitamento da água residuais das lavagens.
sobre suas próprias terras, seus recursos, sua organização social e sua cultura, e é livre para
negociar com o Estado o estabelecimento de relações segundo interesses ”(1985, p.57).
Assim, deve-se compreender que é necessário existir diálogos permanentes dos
saberes entre os povos e comunidades tradicionais para assim decidirem a
"despaternalização", e cada vez mais buscar autonomia para os coletivos das organizações
sociais existentes dentro das comunidades tradicionais.
Assim como no Etnodesenvolvimento, a economia solidaria tem seus princípios
parecidos, porém trata-se de uma alternativa inovadora na geração de trabalho e na inclusão
social, na forma de uma corrente que integra quem produz, quem vende, quem troca e quem
compra.
A economia solidária está baseada nos princípios da autogestão, democracia,
solidariedade, cooperação, respeito a natureza, comercio justo e consumo solidário. A
economia solidária possui uma finalidade multidimensional e envolve a dimensão social,
econômica, politica, ecológica e cultural.
A economia solidária reafirma, assim, a emergência de atores sociais, ou seja, a
emancipação de trabalhadores como sujeitos históricos. Existe uma relação de reciprocidade
entre as entidades parceiras, e com essa finalidade na implementação desse projeto de ação
importante para essa comunidade, faz se necessário reafirma essa relação para o
desenvolvimento do projeto haja vista que algumas entidades parceiras já realizam o
acompanhamento do projeto de ação desde as primeiras reuniões na comunidade.
O movimento do atingidos por barragens (MAB), região do Tapajós, Itaituba tem uma
relação muito reciproca com a associação de moradores no qual se disponibiliza em realizar
palestra, reunião e mobilização para contribuir como o projeto. A comissão pastoral da terra
(CPT) se propõe a contribuir na realização de convites, mobilização e acompanhamento do
projeto, como também juntamente com o comitê gestor do Fundo Dema da BR163, indicou a
associação entre as 10 associações que podem concorrer os editais de extensões de projeto já
atendidos pelo Fundo Dema.
Nesta época a diretoria não tinha técnico para auxiliar na elaboração e então surgiu a
ideia de convidar algumas pessoas como professores, presidente da associação, sócios,
secretaria e demais e começar a realizar um rascunho do que seria o projeto. Após algumas
tentativas, a comissão percebeu que deveria buscar um profissional para corrigir o projeto e
assim poder concorrer ao edital com as demais associações.
O projeto “Bem viver com a natureza” foi elaborado, enviado e para a satisfação de
todos foi aprovado. Mas veria o maior desafio que foi a reforma do espaço que foi cedido pela
Associação Radio Comunitária Campo Verde FM (Figura 7).
Novamente surge a ideia do mutirão, porque não havia recurso para ampliação e
reforma do local. Essa modalidade de trabalho na comunidade vem desde a sua fundação, na
década de 70, já foram realizados trabalhos em forma de mutirão nas igrejas, no ginásio
comunitário, na escola, nas casas de moradores (quando perdem a sua moradia por algum
desastre).
Porém, existe alternativa caso as pessoas não estejam acordadas para a realização em
mutirão, o Comité Gestor do Fundo Dema BR 163, indicou 10 associações como prioritárias
para concorrer a outros editais do Fundo Dema para extensões de projeto que já estão em
andamento, e associação de moradores está dentro desse indicativo, pois o projeto Bem Viver
com a natureza está com total legalidade de prestação de contas e também na lista de
indicação.
REFERÊNCIAS