Professional Documents
Culture Documents
“[...] tudo é graça o que desse se pode dizer, senão que pinte
quem quiser como deseje um rio, e isso tem este de Janeiro.
Parece-me que V. A. deve mandar fazer ali uma povoação
honrada e boa, porque já nesta costa não há rio em que entrem
Franceses senão neste.”1
Corso francês
Guerra Viva
Guerra Santa
“da barra, uma légua para banda do sul, fica a cidade do Rio de
Janeiro, da invocação de S. Sebastião, porque quando se
conquistou dos Franceses e hereges, e Tamoio, gentio cruel,
visivelmente se viu ao glorioso Mártir ajudar aos Nossos, o qual
milagre se prega todos os anos.”18
A “Peçonha Luterana”
Abstract: Toward the end of 1555, some French ships under the
command of Nicolas Durand de Villegagnon arrived in
Guanabara Bay. There had been many French vessels navigating
in those areas, trading with the native Indians, shipping away
heavy loads of brazilwood trees. Villegagnon’s expedition and
the creation of the French Antarctic, though having much more
complex and lasting aims, will be analysed here based on the
Portuguese-French dispute for wealth, for trade and for
domination of the high seas. In other words, this article intends
to argue, from the experience of the French Antarctic, the
recurrent threats represented by the French Corsair in the South
Atlantic. An approach toward the corsair’s dynamism permits us
to comprehend the greater movement within the European
dispute for the seas and territorial colonies. The feeling of fear it
provoked at that time, influenced the contexture of modern
colonialism, making it possible to interpret the seals and the
significant printed matter in Rio de Janeiro in the 16th, 17th and
18th centuries.
NOTAS
1
“Carta do Governador Tomé de Souza ao Rei D. João III, com notícias
das Vilas e Povoações que visitara na costa do Brasil, cidade de
Salvador, 1 de junho de 1553”, apud SERRÃO, Joaquim V. O Rio de
Janeiro no Século XVI. II - Documentos dos Arquivos Portugueses.
Lisboa: Ed. da Comissão Nacional das Comemorações do IV Centenário
do Rio de Janeiro, 1965, pp. 26-27.
2
“Carta do Governador Tomé de Souza ao rei D. João III, com notícias
várias e referência aos corsários franceses no Rio de Janeiro; cidade de
Salvador, 18 de julho de 1551”, apud SERRÃO, op. cit, p. 23.
3
“Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Infante D. Henrique de
Portugal; São Vicente, 1 de junho de 1560”, apud LEITE, Serafim (S. I.).
Cartas dos Primeiros Jesuítas do Brasil, vol. III. São Paulo: Comissão do
IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1958, p. 245.
4
THEVET, André. As Singularidades da França Antártica. Belo
Horizonte: Itatiaia / São Paulo: EdUSP 1978.
5
LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia / São
Paulo: EdUSP, 1980. A primeira edição é de1578.
6
MENDONÇA, Paulo K. de. O Rio de Janeiro da Pacificação. Rio de
Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, 1991, p.
21.
7
Cf. GUERREIRO, Luís R. O Grande Livro da Pirataria e do Corso.
Lisboa: Círculo dos Leitores, 1996.
8
SOUTHEY, Robert. História do Brasil, 2 vols. Belo Horizonte: Itatiaia /
São Paulo: Edusp, 1981; VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História
Geral do Brasil, 10ª ed, 3 vols.. Belo Horizonte: Itatiaia / São Paulo:
Edusp, 1981; GAFFAREL, Paul. Histoire du Brésil Français au XVIème
siècle. Paris: Maisonneuve, 1878; HEULHARD, Arthur. Villegagnon, roi
d1Amerique, un homme de mer au XVIème siècle (1510-1572), Paris:
Ernest Leroux, 1897.
9
MENDONÇA, op. cit., p. 44.
10
Cf., sobre a justiça distributiva e a mercê remuneratória como
elementos essenciais na cultura política do Antigo Regime ibérico, cf.
OLIVAL, Fernanda. As Ordens Militares e o Estado Moderno. Honra,
mercê e venalidade em Portugal (1641-1789). Lisboa: Estar Editora,
2001, pp. 21. Sobre a economia de favores e os atos de dar, receber e
retribuir no Antigo Regime ibérico, cf., também, XAVIER, Ângela B. e
HESPANHA, António Manuel. “As Redes Clientelares”. In: MATTOSO,
José (dir.). História de Portugal. O Antigo Regime (1620-1807), vol. 4.
Lisboa: Editorial Estampa, 1993, pp. 381-393.
11
FRAGOSO, João. “A Nobreza da República: notas sobre a formação
da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII) in
Topoi. Revista de História, n.º 1. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000, pp. 36-37; e
FRAGOSO, João. “A Formação da economia colonial no Rio de Janeiro
e de sua primeira elite senhorial (séculos XVI e XVII). In: FRAGOSO,
João; BICALHO, M. Fernanda & GOUVÊA, M. Fátima (orgs.). O Antigo