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Crimes Ambientais:

I – Fundamento Constitucional:

Art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.

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II - Lei 9.605/98

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta
Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e


penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

• Conflito de Competência 27.848-SP STJ

• CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIMES CONTRA A FAUNA. SÚMULA 91/STJ. INAPLICABILIDADE APÓS O


ADVENTO DA LEI 9.605/98. INEXISTÊNCIA DE LESÃO A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.
• 1.Conflito de competência entre as Justiças Estadual e Federal que se declaram incompetentes
relativamente a inquérito policial instaurado para a apuração do crime de comércio irregular de
animais silvestres.
• 2.Em sendo a proteção ao meio ambiente matéria de competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e inexistindo, quanto ao crimes ambientais, dispositivo
constitucional ou legal expresso sobre qual a Justiça competente para o seu julgamento, tem-se que,
em regra, o processo e o julgamento dos crimes ambientais é de competência da Justiça Comum
Estadual.
• 3.Inexistindo, em princípio, qualquer lesão a bens, serviços ou interesses da União (artigo 109 da CF)
afasta-se a competência da Justiça Federal para o processo e julgamento de crimes cometidos contra o
meio ambiente, aí compreendidos os delitos praticados contra a fauna e a flora.
• 4.Inaplicabilidade da Súmula n.º 91/STJ, editada com base na Lei 5.197/67, após o advento da Lei n.º
9.605, de fevereiro de 1998.
• 5.Conflito conhecido para que seja declarada a competência do Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal do
Foro Regional V – São Miguel Paulista – São Paulo/SP, o suscitado."

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• (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO)

• Exportar para o exterior peles e couros de mamíferos, em estado


bruto, sem a autorização da autoridade competente caracteriza
crime ambiental, devendo o autor desse crime ser processado e
julgado pela justiça federal.

RECURSO ESPECIAL Nº 610.114 - RN (2003/0210087-0)


RELATOR : MINISTRO GILSON DIPP
CRIMINAL. RESP. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURÍDICA.
RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO
CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. OPÇÃO POLÍTICA DO
LEGISLADOR. FORMA DE PREVENÇÃO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE.
CAPACIDADE DE AÇÃO. EXISTÊNCIA JURÍDICA. ATUAÇÃO DOS
ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA.
CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE.
PENAS ADAPTADAS À NATUREZA JURÍDICA DO ENTE COLETIVO. ACUSAÇÃO
ISOLADA DO ENTE COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. ATUAÇÃO DOS
ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA.
DEMONSTRAÇÃO NECESSÁRIA. DENÚNCIA INEPTA. RECURSO DESPROVIDO.

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Processo: RHC 24515 DF 2008/0207757-8


Relator(a): Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP)
PROCESSO PENAL -HABEAS CORPUS -CRIME TRIBUTÁRIO -ATRIBUIÇÃO DO DELITO AOS MEMBROS DA
DIRETORIA, POR MERA PRESUNÇÃO - AUSÊNCIA DE VÍNCULO ENTRE UM DETERMINADO ATO E O
RESULTADO CRIMINOSO. DENÚNCIA GENÉRICA E CONSAGRADORA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
-RECURSO PROVIDO PARA DECLARAR A INÉPCIA FORMAL DA DENÚNCIA E A CONSEQUENTE
NULIDADE DOS ATOS POSTERIORES. De nada adiantam os princípios constitucionais e processuais do
contraditório, da ampla defesa, em suma, do devido processo legal na face substantiva e processual,
das próprias regras do estado democrático de direito, se permitido for à acusação oferecer denúncia
genérica, vaga, se não se permitir a individualização da conduta de cada réu, em crimes
plurissubjetivos. O simples fato de uma pessoa pertencer à diretoria de uma empresa, só por só, não
significa que ela deva ser responsabilizada pelo crime ali praticado, sob pena de consagração da
responsabilidade objetiva repudiada pelo nosso direito penal. É possível atribuir aos denunciados a
prática de um mesmo ato (denúncia geral), porquanto todos dele participaram, mas não é possível
narrar vários atos sem dizer quem os praticou, atribuindo-os a todos, pois neste caso não se tem uma
denúncia geral, mas genérica. Recurso provido para declarar a inépcia da denúncia e a nulidade dos
atos que lhe sucederam.

Art. 41 do CPP - A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso,


com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e,
quando necessário, o rol das testemunhas.

Lei 9.605/98

Art. 3º

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das


pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

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Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas


jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com


o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado
instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário
Nacional.

* Teoria da Dupla Imputação*

STJ:

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO PROCESSUAL PENAL. CRIME


AMBIENTAL. RESPONSABILIZAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. TRANCAMENTO
DA AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. OCORRÊNCIA.
1. Admitida a responsabilização penal da pessoa jurídica, por força de sua previsão
constitucional, requisita a actio poenalis , para a sua possibilidade, a imputação simultânea
da pessoa moral e da pessoa física que, mediata ou imediatamente, no exercício de sua
qualidade ou atribuição conferida pela estatuto social, pratique o fato-crime, atendendo-se,
assim, ao princípio do nullum crimen sine actio humana .
2. Excluída a imputação aos dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas, o
trancamento da ação penal, relativamente à pessoa jurídica, é de rigor.
3. Recurso provido. Ordem de habeas corpus concedida de ofício.
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 16.696 - PR (2003/0113614-4)
RELATOR : MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO

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• Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica - 1


• É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas
as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela
prática criminosa. Com base nesse entendimento, a 1ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de
recurso extraordinário e, nessa parte, deu-lhe provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a
imputação aos dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido
excluída e, por isso, trancada a ação penal relativamente à pessoa jurídica. Em preliminar, a Turma,
por maioria, decidiu não apreciar a prescrição da ação penal, porquanto ausentes elementos para sua
aferição. Pontuou-se que o presente recurso originara-se de mandado de segurança impetrado para
trancar ação penal em face de responsabilização, por crime ambiental, de pessoa jurídica. Enfatizou-
se que a problemática da prescrição não estaria em debate, e apenas fora aventada em razão da
demora no julgamento. Assinalou-se que caberia ao magistrado, nos autos da ação penal, pronunciar-
se sobre essa questão. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que reconheciam a prescrição.
O Min. Marco Aurélio considerava a data do recebimento da denúncia como fator interruptivo da
prescrição. Destacava que não poderia interpretar a norma de modo a prejudicar aquele a quem
visaria beneficiar. Consignava que a lei não exigiria a publicação da denúncia, apenas o seu
recebimento e, quer considerada a data de seu recebimento ou de sua devolução ao cartório, a
prescrição já teria incidido.
RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013. (RE-548181)

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 39.173 – BA (2012/0203137-9)

PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA POR CRIME AMBIENTAL:
DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO CONCOMITANTE À PESSOA FÍSICA E À PESSOA
JURÍDICA. 1. Conforme orientação da 1ª Turma do STF, “O art. 225, § 3º, da Constituição
Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes
ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no
âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação.”
(RE 548181, Relatora Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acórdão
eletrônico DJe-213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014). 2. Tem-se, assim, que é
possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em
seu nome. Precedentes desta Corte. 3. A personalidade fictícia atribuída à pessoa
jurídica não pode servir de artifício para a prática de condutas espúrias por parte das
pessoas naturais responsáveis pela sua condução. 4. Recurso ordinário a que se nega
provimento.

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*Princípio da Insignificância*

STJ

HABEAS CORPUS Nº 93.859 - SP (2007/0259548-5)


PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS . CRIME AMBIENTAL. USO DE APETRECHO DE PESCA
PROIBIDO. CONDUTA QUE NÃO PRESSUPÔS MÍNIMA OFENSIVIDADE AO BEM JURÍDICO
TUTELADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA
1. É de se reconhecer a atipicidade material da conduta de uso de apetrecho de pesca proibido se
resta evidente a completa ausência de ofensividade, ao menos em tese, ao bem jurídico tutelado
pela norma penal, qual seja, a fauna aquática.
2. Ordem concedida para trancar a ação penal por falta de justa causa.

STF

CRIME - INSIGNIFICÂNCIA - MEIO AMBIENTE.


Surgindo a insignificância do ato em razão do bem protegido, impõe-se a absolvição do acusado.
AP 439 SP Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 12/06/2008 Órgão Julgador: Tribunal
Pleno

III – Ação Penal

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante
do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser
aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

IV – Transação Penal:

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade.

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PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME AMBIENTAL. AÇÃO PENAL. REJEIÇÃO DA


DENÚNCIA. ASSINATURA DE TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA NÃO CONFIGURADA. ILICITUDE DA CONDUTA APONTADA COMO DELITUOSA NÃO
AFASTADA.
1. A assinatura do termo de ajustamento de conduta, firmado na esfera administrativa, ente o
Ministério Público e o estadual e o suposto autor de crime ambiental, não impede a
instauração da ação penal, diante da independência das instâncias, devendo ser considerado
seu eventual cumprimento, quando muito, para fins de redução do quantum das penas a serem
impostas.
2. A assinatura do termo de ajustamento, in casu, não revela ausência de justa causa para a
ação penal e, por ausência de previsão legal nesse sentido, não constitui causa de extinção da
ilicitude da conduta potencialmente configuradora de crime ambiental. 3. O trancamento da
ação penal por falta de justa causa constitui medida de exceção, somente cabível quando, pela
mera exposição dos fatos verifique-se, de plano, a atipicidade da conduta, a inexistência de
prova da materialidade do delito ou ausência de uma das condições de procedibilidade do
feito.
4. Recurso especial provido.
REsp 1294980 - SEXTA TURMA - 11/12/2012

Lei 12.651/12 – Código Florestal

Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a
partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato
do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de
posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo.
...
§ 3o Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente integrante do Sisnama
convocará o proprietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, que constituirá
título executivo extrajudicial.

§ 4o No período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no


Distrito Federal, bem como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo
cumprido o termo de compromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuado por
infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação
em Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.

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• Art. 60. A assinatura de termo de compromisso para


regularização de imóvel ou posse rural perante o órgão
ambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderá a
punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48 da Lei no
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termo estiver
sendo cumprido.

• § 1o A prescrição ficará interrompida durante o período de


suspensão da pretensão punitiva.

• § 2o Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização


prevista nesta Lei.

• Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação


permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com
infringência das normas de proteção:
• Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.
• Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
metade.

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• Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação


permanente, sem permissão da autoridade competente:
• Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as
penas cumulativamente.

• Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de


Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº
99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua
localização:
• Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção


Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques
Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
Silvestre. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000)

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de


extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção
Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da
pena. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

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V – Suspensão Condicional da Pena:

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos
casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

Art. 77 do CP - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;


II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no Art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa,
por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de
saúde justifiquem a suspensão.

VI – Suspensão Condicional do Processo

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos
crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput,


dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;

II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o


prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo
referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;

III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do
artigo mencionado no caput;

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IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de


constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu
resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo
previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de


punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o
acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

• Delegado PC/AL 2012 – CESPE/UNB

• Nos crimes ambientais, é viável e possível a prorrogação do prazo


de suspensão condicional do processo, por mais um ano além do
máximo previsto, que é de quatro anos, dependendo a declaração
de extinção da punibilidade de laudo que comprove ter o acusado
adotado todas as providências inerentes à reparação integral do
dano.

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RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA


LEGALIDADE. INEXISTÊNCIA. CRIME PERMANENTE VERSUS CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES.
SÚMULA 711. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. INOCORRÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO.

1. A conduta imputada ao paciente é a de impedir o nascimento de nova vegetação (art. 48 da Lei


9.605/1998), e não a de meramente destruir a flora em local de preservação ambiental (art. 38 da Lei
Ambiental). A consumação não se dá instantaneamente, mas, ao contrário, se protrai no tempo, pois o bem
jurídico tutelado é violado de forma contínua e duradoura, renovando-se, a cada momento, a consumação do
delito. Trata-se, portanto, de crime permanente.
2. Não houve violação ao princípio da legalidade ou tipicidade, pois a conduta do paciente já era prevista
como crime pelo Código Florestal, anterior à Lei nº 9.605/98. Houve, apenas, uma sucessão de leis no tempo,
perfeitamente legítima, nos termos da Súmula 711 do Supremo Tribunal Federal.
3. Tratando-se de crime permanente, o lapso prescricional somente começa a fluir a partir do momento em
que cessa a permanência. Prescição não consumada.
4. Recurso desprovido.
RHC 83437 SP Relator(a): JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 09/02/2004

STF, Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

• Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
• Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• § 1º Se o crime é culposo:
• Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
• § 2º Se o crime:
• I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
• II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos
à saúde da população;
• III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do
abastecimento público de água de uma comunidade;

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• IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;


• V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos,
óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis
ou regulamentos:
• Pena - reclusão, de um a cinco anos.
• § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de
adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em
caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

• Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente
autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:

• Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.


• Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área
pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão
ou determinação do órgão competente.
• autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente.

• DIREITO AMBIENTAL, PENAL E PROCESSUAL PENAL. PROVA DO CRIME DO ART. 54 DA


LEI 9.605/1998.

• É imprescindível a realização de perícia oficial para comprovar a prática do crime
previsto no art. 54 da Lei 9.605/1998. O tipo penal do art. 54 da Lei 9.605/1998
("Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora") divide-se em duas modalidades: de perigo ("possa
resultar em dano à saúde humana") e de dano ("resulte em dano à saúde humana" ou
"provoque a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora"). Mesmo na
parte em que se tutela o crime de perigo, faz-se imprescindível a prova do risco de
dano à saúde. Isso porque, para a caracterização do delito, não basta ficar
caracterizada a ação de poluir; é necessário que a poluição seja capaz de causar danos
à saúde humana (HC 54.536, Quinta Turma, DJ 1º/8/2006; e RHC 17.429, Quinta
Turma, DJ 1º/8/2005), e não há como verificar se tal condição se encontra presente
sem prova técnica. REsp 1.417.279-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
22/9/2015, DJe 15/10/2015.

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CRIMINAL. HC. EXTRAÇÃO DE AREIA SEM AUTORIZAÇÃO DO ÓRGÃO COMPETENTE COM


FINALIDADE MERCANTIL. USURPAÇÃO X EXTRAÇÃO. CONFLITO APARENTE DE NORMAS.
INOCORRÊNCIA. CONCURSO FORMAL. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA NÃO-EVIDENCIADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO-DEMONSTRADO. ORDEM
DENEGADA. I - O art. 2º da Lei 8.176/91 descreve o crime de usurpação, como modalidade de
delito contra o patrimônio público, consistente em produzir bens ou explorar matéria-prima
pertencente à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas
pelo título autorizativo. Já o art. 55 da Lei 9.605/98 descreve delito contra o meio-ambiente,
consubstanciado na extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida. II – Noticiada a existência de crime em
tese, bem como indícios de autoria há necessidade de apuração a respeito do ocorrido, o que
só será possível no transcurso da respectiva ação penal, sendo despicienda a alegação de
isenção de apresentação de licença ambiental para exploração de areia. III - A falta de justa
causa para a ação penal só pode ser reconhecida quando, de pronto, sem a necessidade de
exame valorativo do conjunto fático ou probatório, evidenciar-se a atipicidade do fato, a
ausência de indícios a fundamentarem a acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade. IV –
Ordem denegada. (STJ, HC30852, Rel. Min. Gilson Dipp, p. 24/05/2004)

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