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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Tecnologia e Geociências


Departamento de Engenharia Mecânica

Calibração e Associação de Termopares


Instrumentação em Ciências Térmicas

Everton
Rafael Gomes Pereira
Vinícius A. S. Prata
Waldério Vasconcelos

Prof° Jorge Recarte Henríquez Gerrero

RECIFE - PE

2017
Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................. 4
3. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 8
4. DESCRIÇÃO DA BANCADA ..................................................................................................... 8
4.1. Laboratório .................................................................................................................... 8
4.2. Equipamentos ............................................................................................................... 8
4.2.1 Forno de calibração ...................................................................................................... 9
4.2.2 RTD ............................................................................................................................. 10
4.2.3 Termopares ................................................................................................................ 11
4.2.4 Datalogger .................................................................................................................. 12
5. CALIBRAÇÃO DOS TERMOPARES TIPO T ............................................................................. 13
6. CONFIGURAÇÕES EXPERIMENTAIS ..................................................................................... 16
6.1 Associação Série-oposta .................................................................................................... 16
6.1.2. Experimento .............................................................................................................. 17
6.1.3. Resultados ................................................................................................................. 17
6.2 Associação em Paralelo ..................................................................................................... 18
6.3 Circuito com Metal Intermediário ..................................................................................... 19
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................................. 21
7.1 Cálculo das incertezas ....................................................................................................... 22
7.1.1 Cálculo das Incertezas do forno de calibração: .......................................................... 22
7.1.2 Cálculo das Incertezas do Datalogger: ....................................................................... 23
8. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 24
1. INTRODUÇÃO

A instrumentação nas indústrias é responsável pela coleta e transmissão de


dados, medição, e controle das variáveis nos processos de produção, sendo essencial e
indispensável dentro das plantas industriais por obter informações sobre o
funcionamento dos equipamentos e estabilidade da produção.

Em se tratando de controle de processos industriais a temperatura é umas das


variáveis mais utilizadas, pois a maioria dos processos de controle e propriedades físicas
e químicas dos materiais e produtos dependem da temperatura, sendo esta uma
grandeza básica para medição de outras grandezas, como a densidade, vazão etc. O
controle desta variável é fundamental para a melhoria contínua de processos,
segurança, preservação de máquinas, ritmo de produção e para a qualidade final dos
produtos.

A temperatura, como qualquer grandeza física, precisa ser traduzida em um


número e sua respectiva unidade, o que remete ao problema de sua medição. Nesta
perspectiva será abordado a metrologia da temperatura e o sensor de temperatura mais
utilizado nas aplicações industriais: o termopar.

Devido a sua robustez e simplicidade de operação os termopares são os sensores


de temperatura preferidos nas indústrias e em laboratórios de pesquisa. É fundamental
conhecer os princípios básicos de operação do termopar e as condições que devem ser
proporcionadas para que esses princípios sejam válidos para que as medições de
temperatura com o termopar sejam significativas e confiáveis. Além disso, é, igualmente
importante, a calibração correta do dispositivo para medir com boa exatidão e conhecer
as incertezas inerentes à medição, garantindo rastreabilidade.

Existem diversos tipos de termopares, cada um com suas próprias características


em termos de faixa de temperatura de trabalho, durabilidade, resistência à vibração,
resistência química, etc; a depender das exigências da aplicação. Os termopares mais
comuns são do tipo J, K, T e E, conhecidos como termopares de metal base. Os do tipo
R, S e B são termopares de metal nobre, são utilizados para aplicação em temperaturas
mais elevadas.
Os termopares são normalmente escolhidos devido aos seus baixos custos,
limites de temperaturas elevados, boa medição em larga faixa de temperatura e
durabilidade.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O termopar é um dispositivo de medição de temperatura que consiste de dois


condutores metálicos de natureza distinta. Uma das extremidades dos condutores são
unidas, formando uma junção onde a temperatura será medida, à qual se dá o nome de
junta quente ou junta de medição. A outra extremidade dos condutores é levada ao
instrumento de medição de f.e.m. (força eletromotriz), chamada de junta fria ou de
referência, fechando um circuito elétrico por onde flui a corrente.

Quando a junção experimenta uma mudança de temperatura uma corrente


elétrica é criada, determinada pela natureza dos dois metais e pela diferença de
temperatura entre as duas junções, fenômeno conhecido como Efeito Termoelétrico de
Seebeck. Este efeito se manifesta devido às diferentes densidades de elétrons livres em
metais distintos, que, na presença de um gradiente de temperatura, migram do lado de
maior densidade para o de menor densidade, resultando em uma distribuição não
uniforme de carga elétrica nos condutores, originando uma diferença de potencial.
A voltagem produzida é proporcional à diferença de temperatura entre os
terminais, a constante de proporcionalidade (α) é conhecida como coeficiente de
Seebeck, o qual depende do material dos fios e da temperatura. A força eletromotriz
pode ser interpretada utilizando tabelas de referências para calcular a temperatura, e é
dada por

, onde 𝑇𝑅 é a temperatura da junção


de referência mantida em uma temperatura constante.

A razão da utilização de termopares de metal nobre para medições de elevadas


temperaturas é justificada pelo pequeno valor do coeficiente de Seebeck, isto é, mesmo
para grandes variações de temperatura a força eletromotriz gerada é pequena. O gráfico
abaixo plota o coeficiente de Seebeck em função da temperatura para diferentes tipos
de termopares.
É de extrema importância que os fios utilizados para a confecção do termopar
sejam homogêneos em toda sua extensão, ou seja, cada parte do fio deve ter uma
condição física e química idêntica, inclusive cabos de extensão ou compensação, pois o
termopar é tudo que está entre a junção de medição e a junção de referência. A
exposição do termopar à temperatura de um processo produz heterogeneidades nos
condutores, o que terminam por inutilizar o sensor.

A figura abaixo apresenta um circuito composto por dois filamentos distintos,


duas junções e um voltímetro.

Para eliminar a contribuição termoelétrica à medição, o voltímetro deve ser


mantido numa condição isotérmica.

Os termopares podem ser utilizados também para medir a diferença de


temperatura e a temperatura média entre 2 pontos. Para isso, faz-se necessário ligações
específicas entre termopares, chamadas de associação série-oposta e associação em
paralelo, para medir a diferença de temperatura e a temperatura média,
respectivamente.
Na associação série-oposta, o que mede maior temperatura é ligado ao positivo
do instrumento, conforme figura abaixo.

Na associação em paralelo são ligados dois ou mais termopares em paralelo em


um mesmo instrumento, obtendo assim a média das tensões geradas nos diversos
termopares se as resistências internas forem iguais, como pode ser visto a seguir:

A soma algébrica das forças eletromotrizes termais em um circuito composto de


um número qualquer de metais diferentes é zero, se todo o circuito estiver a mesma
temperatura, essa é a Lei dos metais intermediários, de onde se deduz que em um
circuito termoelétrico composto de dois metais diferentes não terá sua força
eletromotriz alterada ao inserir, em qualquer ponto do circuito, um metal genérico,
contanto que as novas junções sejam mantidas a temperaturas iguais.
Baseando-se na figura acima, de acordo com a Lei dos metais intermediários, a
introdução do metal C não altera a tensão do circuito se 𝑇3 for igual a 𝑇4 .

3. OBJETIVOS

FALTA!

4. DESCRIÇÃO DA BANCADA

4.1. Laboratório

Os equipamentos que foram utilizados nos experimentos estão alocados no


LABTERMO. Este laboratório é de responsabilidade do Grupo de Energia Térmica do
curso de Engenharia Mecânica da UFPE. O laboratório está localizado no Centro de
Tecnologia e Geociência –CTG na UFPE campus Recife.

4.2. Equipamentos

Para que fosse feita a calibração dos termopares eram necessários alguns
equipamentos básicos. O forno de calibração foi utilizado como fonte de calor com
variação de temperatura controlável e boa estabilidade. Para se obter as temperaturas
no forno, e posteriormente utilizar como padrão na comparação com os termopares, foi
utilizado um RTD (Resistance Temperature Detector). Uma segunda parte da bancada
experimental envolve os próprios termopares a serem calibrados e um Datalogger
manual utilizado acoplado aos termopares para que fosse feita a conversão imediata da
tensão em temperatura.

Na figura abaixo pode-se observar a disposição dos equipamentos da bancada


utilizada. Na parte posterior direita encontra-se o forno em que o RTD está acoplado.
Na parte frontal o conjunto responsável pela interpretação do sinal do RTD e
apresentação da temperatura. Na parte posterior esquerda está o Datalogger utilizado
junto aos termopares.

Figura 1 - Bancada experimental

4.2.1 Forno de calibração

O forno de calibração utilizado (Figura abaixo) foi o da fabricante ECIL modelo


BAT. Como pode-se observar no catálogo do forno [A], o modelo é um calibrador portátil
com duplo sensores de temperatura. O forno possui dois blocos, um para baixas
temperaturas com faixa de operação de -50°C abaixo da temperatura ambiente até
140°C. E um segundo bloco para altas temperaturas, com faixa de 150°C até 1200°C.

Figura 2 - Forno de calibração com dois blocos de temperatura

Nas especificações técnicas do forno [A] encontra-se a estabilidade absoluta para


as temperaturas de +/- 0,15°C e a resolução do controlador de 0,1°C.

4.2.2 RTD

O RTD foi utilizado como padrão para as temperaturas nos experimentos. O


equipamento possui dois conjuntos principais, o primeiro é a haste que entra em
contato com a superfície/fluido que se deseja saber a temperatura ( Figura abaixo –a).
O segundo conjunto é responsável pela ampliação e conversão do sinal de diferencial de
tensão para temperatura (Figura abaixo –b).
Figura 3- a) Haste de medição do RDT - b) conjunto para conversão do sinal e
apresentação da temperatura

A resolução do equipamento utilizado é de 0,001°C, entretanto durante os


experimentos não se obteve estabilidade na última casa decimal, havendo a
possibilidade da variação do equipamento ou da fonte de calor (forno).

4.2.3 Termopares

Os termopares utilizados para realizar a calibração são do tipo “T”, ou seja, ele é
formado por fios de Cobre, como termoelemento positivo, e Constantan, como
termoelemento negativo. Foram calibrados dois termopares (Figura abaixo),
denominados neste trabalho por “Termopar A” e “Termopar B”. O comprimento do
Termopar A foi de aproximadamente 640mm e o para o Termopar B aproximadamente
760mm.
Figura 4 - Termopares tipo T - A e B

4.2.4 Datalogger

Neste experimento o Datalogger (Figura abaixo) foi responsável pela conversão


dos valores de diferencial de tensão em temperatura. Foram configurados dois canais,
ambos com ajustes para os termopares do tipo T.
Figura 5 - Datalogger DaqPro 8 canais

O modelo utilizado foi o DaqPRO 5300 de 8 canais da fabricante Fourtec.


Segundo o fabricante [B] as incertezas e resoluções do modelo são apresentadas na
tabela abaixo.

Tabela 1- Especificações técnicas do Datalogger

5. CALIBRAÇÃO DOS TERMOPARES TIPO T

Experimentalmente a calibração dos termopares foi realizada através de uma


comparação. Após determinar-se a temperatura teórica no painel do forno, o sensor
RTD foi utilizado juntamente com os termopares tipo T para medição das temperaturas
em cada lado do forno. Obteve-se então, a estabilidade nos valores medidos pelo RTD,
e através de uma comparação com os que foram alcançados utilizando os termopares
do tipo T, encontrou-se os valores vistos na Tabela 1 abaixo:

TERMOPAR
TERMOPAR
LADO
PAINEL (℃) LADO RTD (℃)
ESQUERDO
DIREITO (℃)
(℃)

10,0 7,4 7,1 9,900


25,0 22,5 22,2 24,910

40,0 37,4 37,1 39,990

55,0 52,6 52,2 55,160

70,5 71,1 71,5 72,130

Tabela 1 – Dados da calibração dos termopares

Abaixo segue representação gráfica mostrando os valores obtidos durante os


testes para calibração dos termopares do tipo T, gráfico 1.

CALIBRAÇÃO DOS TERMOPARES


PAINEL TERMOPAR LADO ESQUERDO TERMOPAR LADO DIREITO RTD

80
70
TEMPERATURA

60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5
PAINEL 10 25 40 55 70.5
TERMOPAR LADO ESQUERDO 7.4 22.5 37.4 52.6 71.1
TERMOPAR LADO DIREITO 7.1 22.2 37.1 52.2 71.5
RTD 9.9 24.91 39.99 55.16 72.13
MEDIÇÕES

Gráfico 1 – Calibração dos termopares

Segue abaixo tabela 2 que mostra o erro percentual dos valores obtidos nas
medições dos termopares e RTD em relação os valores escolhidos no painel do forno.
ERRO
ERRO
TERMOPAR
TERMOPAR
LADO ERRO RTD (%)
LADO
ESQUERDO
DIREITO (%)
(%)

26,00 29,00 1,000

10,00 11,20 0,360

6,50 7,25 0,025

4,36 5,09 0,291

0,85 1,41 2,312

Tabela 2 – Erro nas medições dos termopares e RTD em relação ao determinado no


painel do forno.

Calibração Termopar A
80
70 y = 0.9505x + 3.691
60 R² = 0.998
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80

Calibração Termopar B
80
70 y = 0.9418x + 4.192
R² = 0.9971
60
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80
6. CONFIGURAÇÕES EXPERIMENTAIS

6.1 Associação Série-oposta

Ao pensar em fazer uma medição de diferença de temperatura entre dois pontos


a forma comum e até intuitiva é se realizar simultaneamente a medida de cada ponto
com o uso de um termopar. O que exige do usuário o emprego de dois canais em seu
termopar. E após a leitura no Datalogger das temperaturas se tirar manualmente a
diferença da temperatura.

∆𝑇 = 𝑇1 − 𝑇2

Para que se consiga usar apenas um canal do Datalogger e obter a diferença de


temperatura, pode ser utilizada a associação em série oposta (Figura abaixo). Nesta
ligação dois termopares são utilizados, mas apenas um canal do Datalogger é ocupado.
Dois termopares semelhantes são ligados junto com o fio de extensão de mesmo
material usado nos termopares. As conexões são feitas de tal modo, que as forças
eletromotrizes desenvolvidas, opõem-se uma contra a outra [C].

Figura 6- Esquema para associação de termopares em série oposta.


6.1.2. Experimento

Na realização do experimento, foi aplicado no bloco de baixa temperatura do


forno a temperatura T1 e no bloco de alta temperatura optou-se pela temperatura T2.
Como pode ser observado na figura abaixo após estabelecidas as temperaturas, foi
optado por utilizar o fio de constantan como a ligação comum entre os termopares e
depois os fios de cobre de ambos os termopares foram colocados no canal do
Datalogger.

Figura 7 - Montagem do experimento para realização da medição da diferença de


temperatura.

6.1.3. Resultados

As temperaturas T1 e T2 foram estabelecidas com o apoio do RTD e estão


organizadas na tabela abaixo. Também na tabela abaixo pode-se encontrar o valor
considerado padrão para a diferença de temperatura.

Tabela 2- Temperaturas e diferença de temperatura medidas com RTD


T1 [°C] T2 [°C]
Temperatura
40,100 74,365
RTD
34,265

As temperaturas medidas com os Termopares e o Datalogger foram organizadas


na tabela abaixo.

Tabela 3 - Diferença de temperatura e Temperatura ambiente

T [°C]
Temperatura Amb.
28,25
(Datalogger)
60,0

Fazendo a correção da temperatura segundo a curva de calibração previamente


apresentada nas seções anteriores. Tem-se então o valor corrigido de ∆𝑇 = 61,799 °C

Fazendo a segunda correção pela temperatura ambiente, tem-se:

∆𝑇 = 33,549°𝐶

Calculando o erro em relação ao valor padrão encontrado com o RTD

𝜀 = 2,09 %

Considerando a simplicidade e custo do termopar frente ao RTD, ou outras


soluções com menores erros inerentes, pode-se dizer que o erro é aceitável para a
maioria das aplicações em engenharia

6.2 Associação em Paralelo

A associação de termopares em paralelo é utilizada para obtenção da


temperatura média entre os pontos medidos.
Na figura 1 temos um circuito em paralelo para medição da temperatura média
entre T1, T2 e T3.

Figura 1 – Associação de termopares em paralelo.

No experimento realizado em laboratório, utilizou-se uma única entrada do Data


Logger e dois termopares: Os fios de Cobre (azul) no polo positivo (+) e os de Constantan
(vermelho) no polo negativo.

Na figura 2 abaixo, pode-se verificar como foi montado o circuito onde os dois
lados do forno possuíam temperaturas diferentes T1 e T2, assim foi obtido a
𝑇1+𝑇2
temperatura média ( ).
2

Figura 2 – Associação de termopares em paralelo na bancada.

6.3 Circuito com Metal Intermediário

Para comprovarmos a Lei do metal intermediário, discutido anteriormente neste


trabalho, foi montado em laboratório um circuito conforme apresentado a seguir:
Nota-se que as extremidades do fio intermediário, para o qual foi utilizado um
fio elétrico de cobre, estão submetidas à mesma temperatura T1. Logo, a presença deste
fio não deve influenciar no resultado da temperatura medida através do termopar.

Os resultados deste experimento podem ser verificados na tabela a seguir:

T1 [°C] T2 [°C]
Temperatura 73,605 40,03
RTD

Forno 70,4 40

Datalogger 38

Repete-se então o mesmo experimento, com a diferença de que as extremidades


do fio intermediário agora estarão sob temperaturas diferentes, T1 e T2, conforme o
circuito apresentado abaixo.
Neste caso, portanto, o fio intermediário passa a influenciar no resultado da
temperatura mensurada, gerando um erro associado à presença deste condutor.

Os resultados que confirmam este fato podem ser vistos confrontando a tabela
anterior à tabela a seguir:

T1 [°C] T2 [°C]
Temperatura 73,605 40,03
RTD
Forno 70,4 40

Datalogger 37,6

7. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos permitem verificar os devidos erros associados aos


métodos de medição e ainda a forma de correção dos mesmos. Verifica-se que é possível
7.1 Cálculo das incertezas

7.1.1 Cálculo das Incertezas do forno de calibração:

Pelos dados verificados no item 4, e ainda alguns dados do catálogo do fabricante


[A] pode-se extrair as informações necessárias para calibração do mesmo:

Bloco de Alta Temperatura Bloco de Alta Temperatura (50


(150 °C a 1200 °C) °C abaixo da temperatura
ambiente a 140 °C)
Estabilidade Absoluta (ue) ± 0.15 °C ± 0.2 °C
Uniformidade Temperatura (uT) - ± 0.05 °C
Resolução Controlador (R) 1 °C 0.1 °C
Incerteza associada a resolução (uR)
0.5 °C 0.05 °C
(Metade da resolução do controlador)

A partir dos dados acima e utilizando uma configuração retangular, chega-se a


incerteza associada a cada bloco de medição:

- Para o bloco de medição da temperatura baixa, têm-se:

𝑢𝑒2 + 𝑢2𝑇 + 𝑢𝑅2


𝑢𝑇,𝐵𝑎𝑖𝑥𝑎 = √
3

0.022 + 0.052 + 0.052


𝑢𝑇,𝐵𝑎𝑖𝑥𝑎 = √ = ±0.0424 °𝐶
3

- Para o bloco de medição da temperatura alta, têm-se:

𝑢𝑒2 + 𝑢𝑅2
𝑢𝑇,𝐴𝑙𝑡𝑎 = √
2
0.152 + 0.52
𝑢𝑇,𝐴𝑙𝑡𝑎 = √ = ±0.369 °C
2

Assim a incerteza combinada do calibrador será:

𝑢𝑇,𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 = √𝑢𝑇,𝐵𝑎𝑖𝑥𝑎 2 + 𝑢𝑇,𝐴𝑙𝑡𝑎 2 = ±0.37143 °C

7.1.2 Cálculo das Incertezas do Datalogger:

Conforme informado no item 4, o datalogger tem uma resolução de 0,1°C (uR =


0.05 °C) e para faixa de medição de temperatura utilizada tem uma incerteza uT = ±0.5%.

Assim para o cálculo da incerteza combinada do datalogger têm-se:

𝑢2𝑅 + 𝑢2𝑇
𝑢𝑇,𝑑𝑎𝑡𝑎𝑙𝑙𝑜𝑔𝑒𝑟 = √
2

Este cálculo foi realizado no item 6.1 para correção da diferença de temperatura.

8. CONCLUSÃO

A partir dos dados obtidos e com os termopares devidamente calibrados, foi


possível obter medições da diferença de temperatura e temperatura média compatíveis
com as necessidades das incertezas da engenharia atualmente.

É importante observar que sem as devidas incertezas calculadas, os erros tonam


as medidas fora dos parâmetros de uso da engenharia.

Desta maneira verificou-se o quanto uma calibração bem realizada influencia nos
parâmetros medidos pelos instrumentos que passaram por esta.
REFERÊNCIAS

[A] CERÂMICA INDUSTRIAL, “Medição de temperatura usando-se termopar” Acesso em 29 de


07 de 2017, disponível em: <http://www.ceramicaindustrial.org.br/pdf/v07n05/v7n5_6.pdf>.

[B] ECIL, “ Catálogo forno BAT – calibrador portátil para sensores de temperatura”

[C] FOURTEC, “DaqPRO Standalone data acquisition and analysis system”. Acesso em 27 de 07
de 2017, disponível em: <http://www.fouriersystems.com/products/8-
channel/data_logger.php>.

[D] TERMOPARES, “Temperatura diferencial utilizando termopares” Acesso em 27 de 07 de


2017, disponível em: http://www.termopares.com.br/termoparesmedida/index.asp.

[E] ICE, “Calibração de um Termopar” Acesso em 29 de 07 de 2017, disponível em:


http://lilith.fisica.ufmg.br/~labexp/roteirosPDF/Calibracao_termopar_V2015b.pdf.

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