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O rei Davi, da tribo de Judá, desejava construir um Temp lo para “Javé”, onde a
Arca da Aliança pudesse ficar a salvo, ao invés de permanecer no Tabernáculo
(tenda provisória), que existia desde o tempo de Moisés. A Arca da Aliança
continha as “Tábuas dos Dez Mandamentos” – media dois côvados e meio por um
côvado e meio (o côvado era a medida entre o cotovelo e as pontas dos dedos, e
correspondia a quarenta e cinco centímetros). A Arca foi venerada pelos hebreus,
até seu desaparecimento dos relatos bíblicos, o que corresponde à conquista de
Jerusalém e destruição do Templo, por Nabucodonosor II.
Davi não viu a obra terminada, e Salomão recebe a missão de concluí-la. Decide
construir no Monte Moriá, e a obra foi do quarto ao décimo primeiro ano de seu
reinado. Para isso solicitou a Hiram, rei de Tiro (na Fenícia) os operários
necessários, pois não havia mão de obra especializada em Israel. Hiram atendeu
Salomão, fornecendo artífices especializados em pedra e em madeira, e madeira do
Líbano (cedro), recebendo em troca, cevada, azeite e vinho.
Hiram, de Tiro, incumbiu o mestre de obras Hiram Abiff, para a empreitada.
Segundo alguns historiadores maçons, Hiram de Tiro era o Grão-Mestre dos
maçons na Fenícia, e Salomão o Grão-Mestre dos hebreus, em Israel.
Hiram Abiff, Mestre no trabalho em bronze, ferro, ouro, prata, madeira, púrpura e
linho (1º Rs., 5 e 2ª Cron., 2), era filho de uma viúva, da tribo de Nephtali. Reza a
lenda que, Hiram conduzia a obra sem uso de martelos – todos os blocos se
encaixavam perfeitamente. Ele dividiu os trabalhadores em três categorias, segundo
suas aptidões: Aprendizes, Companheiros e Mestres.Durante sete anos, mais de
oitenta mil operários e três mil Mestres teriam trabalhado na obra.
Durante a obra, Abiff foi assassinado por três dos seus Companheiros: Jubela,
Jubelo e Jubelum, que queriam possuir os segredos de Mestre. Hiram morreu,
porém, não revelou o que sab ia.
Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para procurá-lo,
os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três. Os três assassinos
esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram sobre este túmulo
improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. O ramo de acácia revelou aos
nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram – abriram a tumba e retiraram
seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a carne solta-se dos ossos”). Salomão
proporcionou a Hiram um enterro digno. Os três assassinos foram capturados. E
Hiram “ressuscitou”.
Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana (Rito
Escocês) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam três golpes em Hiram Abiff, os
quais, simbolicamente, representavam uma maneira de matar “espiritualmente” a
humanidade: o primeiro assassino deu um golpe na garganta, desfechado com uma
régua, que sufocaria a liberdade de expres são; o segundo golpe foi no coração, com
um esquadro, que mataria a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça,
com um maço (martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento.
Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela, Jubelo e
Jubelum, simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania.
O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de Nabucodonosor II, rei da
Babilônia, em 586 a.C. – Nabucodonosor II mandou milhares de judeus para o
exílio, na Babilônia. Em 538 a.C., o rei persa Ciro, derrotou os babilônios e uniu a
maior parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e
permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém. Foi iniciada a reconstrução do
Templo, por Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos.
Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O
Grande, Jerusalém entra em contato com a cultu ra grega.
Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para Antioquia
e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo a prática do
judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis anos. Em 141
a.C., instalaram um reino independente.
Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o Templo. A
Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por Pompeu. Jerusalém
viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano 37 a.C., Herodes
conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário, Herodes restaurou o
Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução.
Depois de muitas batalhas, revoltas, guerras civis entre facções judaicas, o Templo
foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual “Muro das
Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro Templo, o de Herodes).
Bibliografia:
- Bl anc, Cláudio - “Maçonaria sem Mistério” - Editora Nova Leitura, São Paulo,
2006;
- Horne, Alex - “O Templo de Salomão na Tradição Maçônica” - Editora
Pensamento - Cultrix, São Paulo, 2008;
- Leadbeater, C. W. – “A Vida Oculta na Maçonaria” – Editora Pensamento – São
Paulo, 1969.