You are on page 1of 3

TEMPLO DE SALOMÃO E MAÇONARIA.

Autor: Martha Follain.


A origem da Maçonaria está envolta em mistérios, contradições e divergências.
Alguns estudiosos a colocam nos Mistérios Egípcios, ou Gregos, etc.. Outros a
ligam à Ordem dos Cavaleiros Templários. Outros ainda, às guildas (corporações)
de pedreiros, na Inglaterra, na Idade Média.
E, há uma lenda que coloca essa origem na construção do Templo de Salomão,
narrada no Velho Testamento (I Reis), cujo relato aparece, pela primeira vez, no
“Manuscrito Cooke”, de 1410, das Velhas Instruções, desenvolvendo-se nas
versões posteriores, segundo Alex Horne, em “O Templo do Rei Salomão na
Tradição Maçônica”.
A Maçonaria, em sua fase documentada, Maçonaria Especulativa ou Moderna, teve
como primeira obra, a “Constituição de Anderson”, organizada, em 1723, por
James Anderson (maçom, teólogo e ministro da Igreja Presbiteriana de Londres,
nascido em Edimburgo, na Escócia, em 1675). A Ordem, em sua fase não
documentada, Maçonaria Operativa, baseou-se nas “Old Charges”, as Antigas (ou
Velhas) Instruções (ou Obrigações), entre os séculos XIV e XVII, extraídas de
antigos manuscritos usados pelas guildas de artesãos, na Idade Média. Os
documentos antigos (era cristã), deixados pelos maçons operativos, são importantes
fontes para estudo do passado da Maçonaria:
- Constituição de York, ano 926;
- Carta de Bolonha, ano 1248;
- Manuscrito Regius ou Manuscrito Halliwell, ano 1390. Esse documento encontra-
se no “British Museum”, em Londres, Inglaterra;
- Manuscrito Cooke, ano 1410;
- Estatutos de Ratisbona, ano 1459;
- Manuscrito Grand Lodge nº 1, ano 1583;
- Estatutos Schaw, ano 1598;
- Manuscrito Inigo Jones, ano 1607;
- Manuscrito de Edimburgo, ano 1696;
- Manuscrito Dumfires nº 4, ano 1710;
- Manuscrito Kewan, ano 1714-1720.

O rei Davi, da tribo de Judá, desejava construir um Temp lo para “Javé”, onde a
Arca da Aliança pudesse ficar a salvo, ao invés de permanecer no Tabernáculo
(tenda provisória), que existia desde o tempo de Moisés. A Arca da Aliança
continha as “Tábuas dos Dez Mandamentos” – media dois côvados e meio por um
côvado e meio (o côvado era a medida entre o cotovelo e as pontas dos dedos, e
correspondia a quarenta e cinco centímetros). A Arca foi venerada pelos hebreus,
até seu desaparecimento dos relatos bíblicos, o que corresponde à conquista de
Jerusalém e destruição do Templo, por Nabucodonosor II.
Davi não viu a obra terminada, e Salomão recebe a missão de concluí-la. Decide
construir no Monte Moriá, e a obra foi do quarto ao décimo primeiro ano de seu
reinado. Para isso solicitou a Hiram, rei de Tiro (na Fenícia) os operários
necessários, pois não havia mão de obra especializada em Israel. Hiram atendeu
Salomão, fornecendo artífices especializados em pedra e em madeira, e madeira do
Líbano (cedro), recebendo em troca, cevada, azeite e vinho.
Hiram, de Tiro, incumbiu o mestre de obras Hiram Abiff, para a empreitada.
Segundo alguns historiadores maçons, Hiram de Tiro era o Grão-Mestre dos
maçons na Fenícia, e Salomão o Grão-Mestre dos hebreus, em Israel.
Hiram Abiff, Mestre no trabalho em bronze, ferro, ouro, prata, madeira, púrpura e
linho (1º Rs., 5 e 2ª Cron., 2), era filho de uma viúva, da tribo de Nephtali. Reza a
lenda que, Hiram conduzia a obra sem uso de martelos – todos os blocos se
encaixavam perfeitamente. Ele dividiu os trabalhadores em três categorias, segundo
suas aptidões: Aprendizes, Companheiros e Mestres.Durante sete anos, mais de
oitenta mil operários e três mil Mestres teriam trabalhado na obra.
Durante a obra, Abiff foi assassinado por três dos seus Companheiros: Jubela,
Jubelo e Jubelum, que queriam possuir os segredos de Mestre. Hiram morreu,
porém, não revelou o que sab ia.
Salomão, não vendo regressar seu arquiteto, enviou nove Mestres para procurá-lo,
os quais saíram divididos em grupos sucessivos de três. Os três assassinos
esconderam o cadáver sob um monte de escombros e, plantaram sobre este túmulo
improvisado um ramo de acácia, fugindo depois. O ramo de acácia revelou aos
nove Mestres o local da sepultura do corpo de Hiram – abriram a tumba e retiraram
seus restos, exclamando: “Mach Benach” (“a carne solta-se dos ossos”). Salomão
proporcionou a Hiram um enterro digno. Os três assassinos foram capturados. E
Hiram “ressuscitou”.
Segundo Albert Pike (1809-1891), Grão-Mestre da Maçonaria americana (Rito
Escocês) de 1859 a 1891, os assassinos desfecharam três golpes em Hiram Abiff, os
quais, simbolicamente, representavam uma maneira de matar “espiritualmente” a
humanidade: o primeiro assassino deu um golpe na garganta, desfechado com uma
régua, que sufocaria a liberdade de expres são; o segundo golpe foi no coração, com
um esquadro, que mataria a fraternidade entre os homens; e o terceiro foi na cabeça,
com um maço (martelo grande, de madeira) para destruir o livre pensamento.
Os nomes dos três Companheiros que assassinaram Hiram Abiff, Jubela, Jubelo e
Jubelum, simbolizam a ignorância, fanatismo e a tirania.
O Templo de Salomão foi destruído pelo exército de Nabucodonosor II, rei da
Babilônia, em 586 a.C. – Nabucodonosor II mandou milhares de judeus para o
exílio, na Babilônia. Em 538 a.C., o rei persa Ciro, derrotou os babilônios e uniu a
maior parte do Oriente Médio num só estado, que ia da Índia ao Mediterrâneo, e
permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém. Foi iniciada a reconstrução do
Templo, por Zorobabel, sob autorização de Ciro, e os judeus retomaram seus cultos.

Duzentos anos depois, com a derrota dos persas pelo macedônio Alexandre, O
Grande, Jerusalém entra em contato com a cultu ra grega.
Em 200 a.C., Antíoco, rei dos selêucidas, mudou o nome da cidade para Antioquia
e desfigurou o Templo, dedicando-o ao deus grego Zeus, proibindo a prática do
judaísmo. Os macabeus lutaram contra os selêucidas por dezesseis anos. Em 141
a.C., instalaram um reino independente.
Em 63 a.C., o general romano Pompeu, tomou Jerusalém e, profanou o Templo. A
Judéia ficou reduzida à condição de província romana, por Pompeu. Jerusalém
viveu um caos, e trocava de mãos com freqüência. No ano 37 a.C., Herodes
conquistou Jerusalém. Apesar de seu governo sanguinário, Herodes restaurou o
Templo de Salomão – essa foi a terceira reconstrução.
Depois de muitas batalhas, revoltas, guerras civis entre facções judaicas, o Templo
foi novamente destruído. Da estrutura original, restou somente o atual “Muro das
Lamentações” (que, alguns autores afirmam ser do Terceiro Templo, o de Herodes).

Bibliografia:
- Bl anc, Cláudio - “Maçonaria sem Mistério” - Editora Nova Leitura, São Paulo,
2006;
- Horne, Alex - “O Templo de Salomão na Tradição Maçônica” - Editora
Pensamento - Cultrix, São Paulo, 2008;
- Leadbeater, C. W. – “A Vida Oculta na Maçonaria” – Editora Pensamento – São
Paulo, 1969.

Martha Follain – Formação em Direito, Neurolingüística, Hipnose, Regressão.


Terapia Floral de Bach, Aromaterapia, Terapia Ortomolecular, Terapia Floral de
Minas, Fitoterapia Brasileira, Terapia de Integração Craniossacral – animais
humanos e animais não humanos.
CRT 21524
TEXTO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL – Direitos Autorais
Reprodução permitida, desde que conservados intactos os créditos da autora e
citada a fonte:
www.floraisecia.com.br

You might also like