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COLÉGIO ARNALDO

Violência familiar
Contra a mulher

Nome: Giovanna Neves Santana Rocha


Turma: 9°A
Apresentação

O que a senhora fez pra ele te bater?


Por que você não denunciou da primeira vez que ele bateu?
Por que ela não se separa dele?
Ela provocou.
É mulher de malandro, eles se merecem.
Quando descobriu que ela tinha um amante, ele perdeu a cabeça.
Ficou desesperado pelo amor não correspondido e acabou fazendo uma loucura.
Sob diversas formas e intensidades, a violência doméstica e familiar contra as mulheres é recorrente e
presente no mundo todo, motivando crimes hediondos e graves violações de direitos humanos. Mesmo
assim, frases como essas ainda são amplamente repetidas, responsabilizando a mulher pela violência
sofrida e minimizando a gravidade da questão.
De acordo com estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – ) – as taxas de mulheres
que foram agredidas fisicamente pelo parceiro em algum momento de suas vidas variaram entre 10% e
52% em 10 países pesquisados.
No Brasil, estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos; o parceiro (marido, namorado
ou ex) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados, segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras
nos Espaços Público e Privado (FPA/Sesc, 2010).
Apesar dos dados alarmantes, muitas vezes, essa gravidade não é devidamente reconhecida, graças a
mecanismos históricos e culturais que geram e mantêm desigualdades entre homens e mulheres e
alimentam um pacto de silêncio e conivência com estes crimes.
Na pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres (Ipea, 2014), 63% dos entrevistados
concordam, total ou parcialmente, que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente
entre os membros da família”. E 89% concordam que “a roupa suja deve ser lavada em casa”, enquanto
que 82% consideram que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.

Um problema de toda a sociedade

Diversas leis e normas nacionais e internacionais frisam que é urgente reconhecer que a violência
doméstica e familiar contra mulheres e meninas é inaceitável e, sobretudo, que os governos, organismos
internacionais, empresas, instituições de ensino e pesquisa e a imprensa devem assumir um compromisso
de não conivência com o problema.
Esta é uma questão grave, que impede a realização do pleno potencial de trajetórias pessoais, vitima
famílias inteiras marcadas pela violência e, assim, limita o desenvolvimento global da sociedade.
Dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento apontam que uma em cada
cinco faltas ao trabalho no mundo é motivada por agressões ocorridas no espaço doméstico. Essas
instituições calculam ainda que as mulheres em idade reprodutiva perdem até 16% dos anos de vida
saudável como resultado dessa violência.
Confira a seguir uma seleção de dados e pesquisas, informações essenciais e análises de especialistas
para apoiar uma compreensão mais ampla sobre a violência contra as mulheres no Brasil.

O que é a violência doméstica?

Uma das imagens mais associadas à violência doméstica e familiar contra as mulheres é a de um homem
– namorado, marido ou ex – que agride a parceira, motivado por um sentimento de posse sobre a vida e
as escolhas daquela mulher. De fato, este roteiro é velho conhecido de quem atua atendendo mulheres
em situação de violência: a agressão física e psicológica cometida por parceiros é a mais recorrente no
Brasil e em muitos outros países, conforme apontam pesquisas recentes.
A recorrência, porém, não pode ser confundida com regra geral: a relação íntima de afeto prevista na Lei
Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) não se restringe a relações amorosas e pode haver violência
doméstica e familiar independentemente de parentesco – o agressor pode ser o padrasto/madrasta,
sogro/a, cunhado/a ou agregados – desde que a vítima seja uma mulher, em qualquer idade ou classe
social. (saiba mais em ‘responsabilização do agressor’)
O que diz a Lei Maria da Penha
Violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, conforme definido
no artigo 5oda Lei Maria da Penha, a Lei nº 11.340/2006.

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é a principal legislação brasileira para a enfrentar a violência
contra a mulher. A norma é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no
enfrentamento à violência de gênero.
Além da Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2015,
colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos e diminuiu a tolerância nesses caso.
Mas o que poucos sabem é que a violência doméstica vai muito além da agressão física ou do estupro. A
Lei Maria da Penha classifica os tipos de abuso contra a mulher nas seguintes categorias: violência
patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica.

Conheça algumas formas de agressões que são consideradas violência doméstica no Brasil:
1: Humilhar, xingar e diminuir a autoestima
Agressões como humilhação, desvalorização moral ou deboche público em relação a mulher constam
como tipos de violência emocional.
2: Tirar a liberdade de crença
Um homem não pode restringir a ação, a decisão ou a crença de uma mulher. Isso também é considerado
como uma forma de violência psicológica.
3: Fazer a mulher achar que está ficando louca
Há inclusive um nome para isso: o gaslighting. Uma forma de abuso mental que consiste em distorcer os
fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre a sua memória e sanidade.
4: Controlar e oprimir a mulher
Aqui o que conta é o comportamento obsessivo do homem sobre a mulher, como querer controlar o que
ela faz, não deixá-la sair, isolar sua família e amigos ou procurar mensagens no celular ou e-mail.
5: Expor a vida íntima
Falar sobre a vida do casal para outros é considerado uma forma de violência moral, como por exemplo
vazar fotos íntimas nas redes sociais como forma de vingança.
6: Atirar objetos, sacudir e apertar os braços
Nem toda violência física é o espancamento. São considerados também como abuso físico a tentativa de
arremessar objetos, com a intenção de machucar, sacudir e segurar com força uma mulher.
7: Forçar atos sexuais desconfortáveis
Não é só forçar o sexo que consta como violência sexual. Obrigar a mulher a fazer atos sexuais que
causam desconforto ou repulsa, como a realização de fetiches, também é violência.
8: Impedir a mulher de prevenir a gravidez ou obrigá-la a abortar
O ato de impedir uma mulher de usar métodos contraceptivos, como a pílula do dia seguinte ou o
anticoncepcional, é considerado uma prática da violência sexual. Da mesma forma, obrigar uma mulher a
abortar também é outra forma de abuso.
9: Controlar o dinheiro ou reter documentos
Se o homem tenta controlar, guardar ou tirar o dinheiro de uma mulher contra a sua vontade, assim como
guardar documentos pessoais da mulher, isso é considerado uma forma de violência patrimonial.
10: Quebrar objetos da mulher
Outra forma de violência ao patrimônio da mulher é causar danos de propósito a objetos dela, ou objetos
que ela goste.

Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o
juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente,
nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da
ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
A “Lei Maria da Penha”, trouxe inúmeras alterações no ordenamento jurídico. Dentre eles, a
possibilidade da prisão preventiva, (art 20) que estabeleceu que em qualquer fase do inquérito
policial ou da instrução criminal caberá a prisão preventiva do agressor.

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