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Índice

• INTRODUÇÃO....................................................................................................................................3
• ANATOMIA.........................................................................................................................................4
• ANAMNESE.........................................................................................................................................6
• EXAME FÍSICO..................................................................................................................................9
◦ INSPEÇÃO....................................................................................................................................9
◦ PALPAÇÃO...................................................................................................................................9
◦ ARCOS DA
MOBILIDADE..............................................................................................................................9
◦ EXPLORAÇÃO
NEUROLÓGICA ........................................................................................................................10
• EXAMES COMPLEMENTARES....................................................................................................12
• ALGORITMO DIAGNÓSTICO DE DOR CERVICAL...............................................................12
• CAUSAS MAIS FREQUENTES:
◦ TRAUMA DA COLUNA CERVICAL (FRATURAS, SUBLUXAÇÕES)..............................13
◦ DOENÇA DE DISCO CERVICAL............................................................................................13
◦ ESPONDILOSE CERVICAL....................................................................................................13
◦ CAUSAS INFLAMATÓRIAS....................................................................................................14
▪ ARTRITE REUMATÓIDE (AR)........................................................................................14
▪ ESPONDILITE ANQUILOSANTE....................................................................................14
◦ CAUSAS INFECCIOSAS...........................................................................................................14
◦ CAUSAS NEOPLÁSICAS..........................................................................................................14
◦ OSTEOPATÍAS METABÓLICAS.............................................................................................14
◦ SÍNDROME DE ANGINA CERVICAL....................................................................................14
◦ SÍNDROME DO ESTREITO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) NEURÓGENICO
VERDADERO.............................................................................................................................15
◦ SÍNDROME DEL ESTRECHO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) ARTERIAL...................15
◦ SÍNDROME DO ESTREITO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) VENOSO...........................15
• TRATAMENTO
◦ TRATAMENTO DA DOR DO PESCOÇO SEM RADICULOPATIA...................................15
◦ TRATAMENTO DA DOR DO PESCOÇO COM RADICULOPATIA.................................16
• BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................17
Dor Cervical
INTRODUÇÃO
A cervicalgia é a dor na região cervical pode estender-se para o pescoço, cabeça ou extremidade superior, o
que limita os movimentos e pode ser acompanhada de disfunção neurológica (1% de casos). A coluna
cervical protege a medula espinal e sua patologia pode comprometer o sistema nervoso central e periférico.
Algumas doenças ou patologias relacionadas com a cervicalgia, também podem afetar o braço com um
formigamento em pontada, fraqueza e dor irradiada chamada cervico-braquialgia.
A dor cervical é uma doença muito frequente, ele deve ser considerado como um sintoma e não um
diagnóstico. Normalmente se origina de doenças das vértebras e tecidos moles do pescoço.
Com um ponto de prevalência entre 10-13%, aparecendo em algum momento da vida em até 70% da
população. Responsável do 11-14% baixas laborales. A maioria dos doentes são recuperados antes de 6
semanas, mas entre 10% e 15 tornar-se crónicos.
Embora haja uma grande variedade de causas de quadros dolorosos cervicais, podemos chegar ao
diagnóstico correto da dor cervical através da realização de uma anamnese e exame físico completos,
juntamente com a escolha de exames complementares apropriadas, dependendo do quadro clínico.
Aqui vamos nos concentrar em como diferenciar várias causas de dor cervical através duma correta
anamnese, exame físico e exames complementares.
As causas mais comuns de dor cervical são descritos na tabela seguinte:

Fisterra.com. (2017). Guía clínica de Cervicalgia y dorsalgia

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Dor Cervical
ANATOMIA
O pescoço é a zona de transição entre a base do crânio superiormente e as clavículas inferiormente. Conecta
a cabeça ao tronco e membros. É relativamente fino e permite a flexibilidade para posicionar a cabeça e
maximizar a eficiência de seus órgãos sensoriais. No pescoço encontram-se muitas estruturas importantes,
como músculos, glândulas, artérias, veias, nervos, linfáticos, traquéia, esôfago e vértebras. Portanto, é uma
área de vulnerabilidade.
A região cervical da coluna vertebral é composta de 7 vértebras cervicais, a medula espinhal e as meninges.
Os corpos vertebrais sustentam a cabeça e as articulações intervertebrais fornecem a flexibilidade necessária
para a posição da cabeça.
Características das vértebras cervicais:
• Corpo: pequeno e mais largo lateralmente que no sentido ântero-posterior; a superfície superior é
côncava e convexo do lado inferior.
• Orifício vertebral: grande e triangular.
• Processos transversos: forames transversos e tubérculo anterior e posterior; as artérias vertebrais e os
plexos venosos e simpático que acompanham, passam através dos forames transversos de todas as
vértebras cervicais, exceto de C7, que transmite só pequenas veias vertebrais acessórias.
• Processo articular: faces articulares posterosuperiores; faces inferiores anteroinferiores; as faces
oblíquas são na sua maioria quase horizontais nesta região.
• Processo espinhoso: Curtas (C3-5) e bífidas (C3-6); o processo de C6 é longa; a de C7 é mais longa
“vértebra proeminente”.
• As vértebras C1 (atlas) e C2 (axis) são atípicas.
As funções principais da coluna vertebral são:
1. Transmitir e amortecer as cargas.
2. Permitir certo gru de mobilidade, a manter certo grau de rigidez.
3. Proteger as estruturas neurales contidas no canal.
As articulações atlanto-occipitais permitem os movimentos de flexão, extensão e flexão lateral da cabeça. E
as articulações atlanto-axiais permitem a rotação da cabeça.
A flexão, extensão e flexão lateral aparecem principalmente nas zonas so meio da coluna cervical.
O conduto raquídeo contém a medula e os nervos raquídeos que pasan através dos forames intervertebrais
pelas faces articulares por atrás, e pelos discos intervertebrais e as articulações neuro-centrais anteriormente.
As raízes nervosas, nomeadamente as localizadas na
zona baixa da coluna lombar, podem ficar
comprimidas ou ser irritadas por protusão discal
lateral ou por osteófitos das faces articulares ou as
articulações neuro-centrais. Uma protusão discal
central pode comprimir diretamete sobre a medula.

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Dor Cervical

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Dor Cervical
O mais importante é realizar uma boa anamnese e uma correta exploração física. Os testes de imagem não
são necessários no inicio, a sua função é sempre confirmar as suspeitas diagnósticas e ter relação com os
sintomas e sinais que o doente presenta:
ANAMNESE
• Antecedentes pessoais:
Profissão, desportos que pratica, antecedentes familiares de doenças inflamatórias, psicológicas, de
cancro, antecedentes cirúrgicos e tratamento atual do doente.
• Maneira de começar:
Se o começo é agudo sugere uma contratura muscular ou irritação radicular, mas se é progressivo
durante meses ou anos, sugere doença degenerativa.
• Fatores desencadenantes:
Saber se a dor é precedida por trauma, sobre-esforço, postura mantida ou movimentos repetitivos.
• Características da dor:
Dependendo do tipo de dor suspeitaremos uma patologia ou outra:
◦ Dor de carácter mecânico: é desencadeada pela atividade/exercício, melhora com o repouso e
permite o descanso nocturno. É uma dor intermitente, geralmente reaparece com estímulos
semelhantes e é intimamente relacionada às atividades físicas e posturais do indivíduo.
Suele acompañar una causa desencadenante como una mala postura delante del ordenador,
dormir sin un apoyo adecuado de la cabeza o cargar peso con un solo brazo (carteras, bolsas de
la compra).
Frequentemente acompanha uma causa desencadenante como uma má postura na frente do
computador, dormir sem apoio adequado da cabeça ou cargar peso com um único braço (sacos,
sacos de compras).
Pode ser atribuída a processos degenerativos, espondilose cervical, mas a dor no pescoço da
osteoartrite ocorre apenas quando a artropatia degenerativa é importante. Alterações leves ou
moderadas não costumam provocar sintomas. Além disso, a causa mais comum de dor de
carácter mecânico no pescoço é devido a contraturas musculares.
◦ Dor inflamatória ou não mecânica: A cervicalgia inflamatória ou não mecânica é muito menos
frequente e inclui um diagnóstico diferencial muito mais amplo e complexo.
A dor é pelo general contínua, pode aparecer ou piorar com o repouso e melhorar com o
movimento e pode perturbar ou interromper ou sono. Ao acordar e dor acompanhada de rigidez
matinal.
Com uma dor dessas características devemos suspeitar patologia inflamatória, infecciosa ou
tumor.
Se alem disso, tem febre, é muito característico de espondilite infecciosa, cuja etiologia pode
incluir os germes piógenos, Brucella ou tuberculose.
Outras doenças inflamatórias como a espondilite anquilosante (doença de Bechterew) podem
produzir sintomatologia cervical isolada e, em alguns casos, associar febre levemente elevada.
Dentro del grupo de las espondiloartropatías seronegativas se incluyen la artropatía psoriasica
y la artritis reactiva o síndrome de Reiter. La presencia de psoriasis en un paciente con
cervicalgia inflamatoria o una historia de cuadro diarreico o uretritis previos nos orientarán hacia
una de estas dos entidades.
Dentro do grupo das espondiloartropatias soronegativas incluem artropatia psoriásica e artrite
reativa ou síndrome de Reiter. A presença de psoríase num doente com cervicalgia inflamatória
ou um historial de diarreia ou uretrite anteriores nos guie a uma dessas duas entidades.

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Dor Cervical
O antecedente de manifestações oftalmológicas e mais especificamente a partir de um episódio
anterior de uveíte indica o diagnóstico de síndrome de Reiter ou de espondilite anquilosante.
Embora menos frequente, em caso de perda de peso e anorexia juntamente com dor cervical, são
sinais de gravidade indicativos de doença neoplásica.
Sinais de alerta nas cervicalgias não mecânicas inflamatórias: Febre/calafrios, dor em menores
de 18 anos ou maiores de 55 anos de idade, história de trauma violento, dor constante
progressiva e noturna, história de câncer, uso de corticosteroides sistêmicos, abuso de drogas,
AIDS, perda de peso, doenças sistêmicas, restrição da mobilidade, deformidade estrutural, perda
do controle dos esfíncteres, fraqueza muscular/atrofia associada, rigidez matinal, envolvimento
articular periférico, história familiar de doença reumatológica.
DOR MECÂNICA DOR INFLAMATÓRIA
• Não é constante. • Constante
• Ocorre com o movimento. • Melhora com os movimentos
• Melhora com o repouso. • Não melhorar com o repouso.
• Pode perturbar o início do sonho, • Acorda ao paciente à noite
mas não desperta ao paciente.
• Patologia degenerativa • Inflamação das articulações
• Lesões ósseas, de ligamento e • Infecções
tecidos moles • Tumores
◦ Dor localizada: é percebida na mesma zona cervical sem englobar outras áreas.
◦ Dor referida: é percebida em diferentes áreas para o lugar de origem mas é gerada em estruturas
profundas. Isto é, pode haver dor na área do peito e têm a sua origem na coluna cervical.
Geralmente não é acompanhada de parestesia. É originada nos corpos vertebrais, discos,
articulações interapofisárias, ligamentos e músculos. E não segue uma localização segmentar.
A dor de origem cervical é capaz de produzir dor no braço, região escapular e região peitoral.
Também pode ser que uma dor localizada na coluna cervical tenha uma origem distante a esta
estrutura, como pode acontecer em casos de doença da articulação acromioclavicular e
articulação glenoumeral, lobos pulmonares superiores, músculo diafragmático, vesícula,
articulação temporomandibular, coração, aorta ou pâncreas.
◦ Dor neuropática: produzida por uma irritação de um tronco ou raiz nervosa, o paciente sente
dor no território cuja sensibilidade capta esta raiz ou tronco, e não no lugar em que está sendo
comprimido. É mais superficial e geralmente acompanhada de parestesia, alteração dos reflexos
e outros sinais de radiculite.
A afectação neurológica é determinada pela existência de déficit motor, redução ou supressão
dos reflexos osteotendinosos e manobras radiculares positivas.
O grau de limitação funcional pode ser registrado de acordo com a seguinte classificação:
▪ Grau I: sem sinais de patologia grave e o mínimo de interferência nas atividades diárias.
▪ Grau II: sem sinais de patologia grave mas interferência nas atividades diárias.
▪ Grau III: cervicalgial com sintomas ou sinais neurológicos (radiculopatia).
▪ Grau IV: cervicalgia com patologia grave (fratura, mielopatia, infecção, tumores, etc).
Esta classificação pode ser útil para realizar testes de imagem desde o inicio dos sintomas e a
necessidade de tratamentos mais agressivos (graus III e IV)
As doenças inflamatórias, infecciosas e tumorais tendem a ser progressivas e respondem mal aos
analgésicos comuns. A patologia degenerativa geralmente reverte depois de uma reagudização e
responde melhor aos analgésicos.

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Dor Cervical

• Intensidade, curso e resposta ao uso de analgésicos


A intensidade da dor nos dá uma idéia do impacto desta na vida quotidiana e o trabalho do paciente.
Os processos inflamatórios, infecciosos e tumorais tendem a ser progressivos e responde mal a
analgésicos comuns.
A patologia degenerativa geralmente reverte depois duma reagudizaçao e responde melhor aos
analgésicos.
• Sintomas radiculares e de mielopatia
Quando a dor se estende pela metamérica duma raiz ou território de um nervo periférico, estamos a
falar de um radiculopatia. Os pacientes geralmente referem dor aguda e formigamento ou
queimação na área afetada. Pode ter perda sensorial ou motora, correspondente à raiz do nervo
afetado, também pode estar diminuída a atividade reflexa
As raízes que afectam-se mais frequentemente são C7, C6 e C5. A dor usualmente aumenta com a
hiperextensão da cabeça.
É mais comum após os sessenta anos bem como em pacientes com doenças metabólicas (por
exemplo, diabetes) que tenham neuropatia.

A mielopatia é uma causa rara de dor no pescoço que aparece pelo estreitamento do canal vertebral
com envolvimento da medula.
Aparecem sintomas neurológicos como fraqueza das mãos e pernas, dificuldade em manter o
equilíbrio com alterações da marcha com aumento da base de apoio, incontinência (44% dos casos),
disfunção sexual. É mais frequente no sexo masculino.
Ao contrário das radiculopatias, a irradiação pode ser ou não segmentar.
Há que fazer o diagnóstico diferencial com doenças neurológicas como a esclerose múltipla,
degeneração combinada subaguda da medula, esclerose lateral amiotrófica.
Quanto mais precoce seja o diagnóstico e a descompressão da medula espinhal, melhor é o
prognóstico e a recuperação neurológica.

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Dor Cervical
EXAME FÍSICO
O exame físico é baseadO em 4 pontos: inspeção, palpação, arcos de mobilidade e o exame neurológico.
1. INSPEÇÃO (olhamos ao paciente)
➢ Primeiro observamos tudo o ráquis com o paciente sem a roupa e em bipedestação. Convém
notar a estática da coluna vertebral, a posição dos ombros e as espáduas, a altura das cristas
ilíacas, a inclinação da pelve, as curvaturas, se existem assimetrias, posições antialgicas e atrofia
muscular.Também observamos a pele.
➢ Depois, com o paciente sentado, observamos a posição da cabeça e o pescoço. Avaliar o estado
dos músculos. Verificar se não há alterações ou deformidades como uma perda de lordose
(secundária ao espasmo muscular).
Causas da postura anormal do pescoço:
➢ Perda da lordose ou deformidade em flexão: lesões agudas, artrite reumatóide, trauma
➢ Hiperlordose: espondilite anquilosante
➢ Torcicolo: contratura do esternocleidomastóideo, trauma
➢ Flexão lateral: erosão do lateral do atlas na artrite reumatóide.
2. PALPAÇÃO (de regiões dolorosas, musculatura paravertebral, e se existem massas)
➢ Palpe os processos espinhosos na linha média, desde o occipício até T1 (o processo espinhoso de
T1 é geralmente aquele que mais sobressai).
➢ Palpe as partes moles paravertebrais.
➢ Palpe as fossas supraescapulares: para descartar costelas cervicais ou adenopatias cervicais de
tamanho grande.
➢ Palpe as estruturas da porção anterior do pescoço, a incluir a tireóide.
➢ Verificar a existência de pontos dolorosos durante a palpação na coluna , o trapézio e
musculatura interescapular e paravertebral.
3. ARCOS DA MOBILIDADE (verficar a mobilidade)
➢ Verifique primeiro os movimentos ativos:
➢ Peça ao paciente que toque o peito com o queixo
para avaliar flexão anterógrada. A faixa normal
de movimento vai de 0º (posição neutra) até 80º.
Anotar a diminuição do arco e a distância queixo-
peito.
➢ Peça ao paciente para olhar para cima em direção
ao teto, a estender a cabeça o mais trás na medida
do possível, a fim de avliar a extensão.
A faixa normal de movimento vai de 0º (posição
neutra) até 50 °. O arco de flexo-extensão normal
é de aproximadamente 130º.
➢ Peça ao paciente para colocar sua orelha sobre o
ombro para verificar a flexão lateral. O arco normal vai de 0º (posição neutra) até 45º.
➢ Peça ao paciente para olhar por cima de seus ombros para a esquerda e para a direita. O arco
normal de rotação lateral vai de 0º (posição neutra) até 80º.
Quando a mobilidade ativa é limitada ou é dolorosa sugere lesão articular e/ou extra-articular
(músculos ou tendões). Na artrose cervical é limitado principalmente os movimentos de
lateralização.

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Dor Cervical

➢ Depois verificamos os movimentos passivos:


➢ Cuidadosamente no caso de existir uma diminuição dos movimentos ativos.
➢ Verificar se o extremo do arco mostra uma resistência gradual ou súbita
➢ Ver se há dor ou rigidez que limita o movimento.
➢ Verificar a presença de dor ou parestesias no braço durante movimentos passivos do
pescoço, o que sugere o envolvimento de uma raiz nervosa.
4. EXPLORAÇÃO NEUROLÓGICA (é importante explorar a sensibilidade, força e reflexos.)
➢ Valoración neurológica de las extremidades superiores e inferiores:

Prova dos reflexos tendinosos profundos na extremidade superior. (A) Provocação do reflexo bicipital, C5 (C6). (B)
Reflexo tricipital, C6, C7. (C) Reflexo supinador (C5), C6

Prova dos reflexos tendinosos profundos na extremidade inferior. (A) Provocação do reflexo da joelho (reflexo
patelar), (note que as pernas não estejam em contacto uma com outra). (B) Reflexo aquileu.

➢ Existem uma série de manobras especiais para explorar a região cervical.


As chamadas radiculares provocam estiramento ou compressão das raízes nervosas, portanto se
são positivas, indicam lesão das mesmas:
Manobras de exploração cervical Não radiculares
Manobra de Adson Paciente em bipedestação e o medico para Se diminui o pulso radial sugere
trás e para o lado. síndrome do escaleno ou costela
Palpa-se o pulso radial, o braço para trás em cervical.
extensão e rotação externa e vira-se a cabeça
para o lado explorado.
Manobra de Bustos Paciente sentado. Deslizar o dedo pela linha Não deve palpar qualquer relevo.
mediaoccipital desde C2 até C6-C7.

Teste de Adson Manobra de Bustos

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Dor Cervical

Manobras de exploração cervical Radiculares


Sinal de Lhermitte Flexão da coluna cervical É positivo se o paciente refere dor
como descarga elétrica que
descende pelo ráquis incluindo
até extremidades inferiores.
De alongamento ou de Braço em abdução de 90 ° C e o antebraço É positivo se aumenta ou
Lassegue do braço vertical. Estende o cotovelo puxando o braço desencadeia dor.
para baixo e para trás. Com a outra mão
flexiona lateralmente a cabeça do paciente
para o lado oposto.
De compressão caudal Paciente sentado e o médico atrás. Com as É positivo se aumenta ou
da cabeça ou Spurling duas mãos, o médico pressiona a cabeça do desencadeia dor.
paciente no sentido crânio-caudal e com uma
leve inclinação sobre o lado afetado.É
positivo se aumenta ou desencadeia dor.
Tração cervical Paciente sentado e o médico atrás. Manobra É positivo se diminui o dor.
contrária a Spurling

Manobra de alongamento ou de Lassegue do braço

Sinal de Lhermitte

Prova de tração cervical

Prova de Spurling

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Dor Cervical
EXAMES COMPLEMENTARES
Quando algum sinal de alerta estiver presente ou se não houver melhora clínica após 1 mês de dor, devem ser
solicitados os exames complementares.
En términos generales, la prueba de imagen fundamental será la radiografía de columna cervical y dorsal.
Em termos gerais, o teste de imagem fundamental será a radiografia da coluna cervical e torácica. A
solicitar duas projeções ântero-posterior (AP) e o lateral.
A projeção AP é útil para avaliar a altura e o alinhamento dos corpos vertebrais, articulações unciformes,
bem como os processos espinhosos.
A projeção lateral é de maior valor, visualiza o 70% das alterações detectáveis. É considerada como uma
projeção lateral adequada quando permite a visualização desde a base occipital até T1.
Em alguns casos está indicada uma projeção oblíqua, quando há suspeita de envolvimento dos orifícios de
conjunção e da articulação interapofisaria, se existe clínica de radiculopatia.
Quando existe trauma anterior, as radiografas serão solicitados desde o inicio.
A existência de clínica neurológica implica solicitar uma ressonância magnética (RNM), porque é a técnica
que melhor visualiza a patologia intrarraquídea. Pode ser complementada com a eletromiografia para
localizar as raízes ou nervos afetados.
A RNM permite a visualização do interior da medula e o disco intervertebral. Informa sobre o tipo e o grau
de lesão medular e radicular, e é importante para a detecção de protrusão e de compressão de disco. Em geral
é indicada na presença de déficit neurológico sem sinais radiológicos de prejuízo, o que geralmente ocorre
em crianças.
A Tomografia Computadorizada (TC) É útil para o estudo de partes moles.
É especialmente indicada nas lesões do complexo atlanto-axial, especialmente nas subluxações de rotação e
fraturas do anel de C1, bem como em algumas fraturas dos processos articulares e lâminas. É o melhor
método para valorizar a invasão do canal medular e a afectação dos arcos posteriores, principalmente no caso
de uma fratura por estalo.
ALGORITMO DIAGNÓSTICO DE DOR CERVICAL

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Dor Cervical
CAUSAS MAIS FREQUENTES:
TRAUMA DA COLUNA CERVICAL (FRATURAS, SUBLUXAÇÕES)
Acidentes de trânsito, crimes violentos ou quedas são a causa de 87% das lesões da medula espinhal cervical.
Para um mínimo de prejuízo para a medula espinhal devido a movimentos dos segmentos instáveis da região
cervical, é essencial uma imobilização imediata do pescoço.
De acordo com as características da lesão optaremos por uns estudos de imagem ou outros.
Os indivíduos com estado de alerta normal sem dor à palpação na linha média, intoxicação, déficit
neurológico e lesões por distensão dolorosa tinham muito pouca probabilidade de ter uma lesão traumática
clinicamente importante da coluna cervical.
É recomendável fazer estudos de imagem após o trauma cervical se o paciente tiver mais de 65 anos de
idade, apresenta parestesias nas extremidades, ou o mecanismo de lesão foi perigoso (ex.: choque de
bicicleta contra a parede ou carro parado ou queda de mais de 90 cm de altura).
A TC é o procedimento diagnóstico de escolha para as fraturas agudas.
Se houver suspeita de lesão traumática das artérias vertebrais ou da medula cervical, é preferível a RM ou
angiografia com ressonância magnética.
Lesão em chicote é definida como aquela associada a um
mecanismo de aceleraçãodesaceleração de transferência de
energia aplicado ao pescoço geralmente decorrente de
acidente automobilístico. Produce torcimento ou distenção
da musculatura e ligamentos cerviais.
O 50% das pessoas que referem lesão aguda por chicote
tem dor cervical persistente até um ano mais tarde.
Estudos de imagem são úteis para identificar as hérnias discais se os sintomas duram mais de 6 semanas após
a lesão.
As pessoas que têm sintomas graves desde o início, têm um pior prognóstico a longo prazo.
DOENÇA DE DISCO CERVICAL
A hérnia do disco cervical mais baixo é causa frequente de dor ou disestesia no pescoço, ombro, braço ou
mão. Explica o 25% das radiculopatias nesta área.
Sus manifestaciones clínicas son: dolor, rigidez y limitación de movimientos por el dolor. La extensión y la
rotación lateral del cuello angostan el agujero intervertebral ipsolateral y pueden reproducir los síntomas
radiculares (signo de Spurling).
Suas manifestações clínicas são: dor, rigidez e movimentos limitados pela dor. A extensão e rotação lateral
do pescoço estreitam o forame intervertebral ipsilateral e podem reproduzir a sintomas radiculares (sinal de
Spurling).
Nos jovens, a compressão aguda de raízes nervosas devido à ruptura de disco cervical é muitas vezes devido
a trauma.
ESPONDILOSE CERVICAL
El disco intervertebral se disecciona, con el estrechamiento resultante, se produce un aumento de la
movilidad con protrusión del disco y se forma un osteofito en el extremo del platillo. Se ve en la mayoría de
pacientes con más de 70 años de edad, resultado del envejecimiento.
O disco intervertebral é dissecado, com o conseqüente estreitamento, há um aumento da mobilidade com a
protrusão do disco e a formação de um osteofito no extremo do disco. Isto ocorre na maioria dos pacientes
com mais de 70 anos de idade, como resultado do envelhecimento.

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Dor Cervical
A artrose da região cervical da coluna vertebral pode causar dor no pescoço que irradia para a parte de trás
do pescoço, ombros e membros superiores. Também pode causar cefalalgias na região occipital posterior
(inervada pelas raízes nervosas C2-C4).
Osteófitos, protrusões discais e hipertrofia das articulações inter-apofisarias ou unco-vertebrais podem
comprimir uma ou mais raízes nervosas nos forames intervertebrais. Esta compressão explica o 75% das
radiculopatias na região cervical. Sendo as raízes de C7 e C6 mais comumente afetados.
A medula cervical também pode ser comprimida por estenose do canal vertebral por osteófitos, ossificação
do ligamento longitudinal posterior (OPLL) ou um grande disco central. E também pode haver combinações
de radiculopatia e de mielopatia
Se a compressão da medula não é acompanhada de dor no pescoço ou é mínima, pode haver confusão com
diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, tumores da medula espinhal ou
siringomielia. Devemos pensar na possibilidade de espondilite cervical mesmo se os primeiros sinais ou
sintomas apenas são em extremidades pélvicas.
A RM é o teste mais adequado para identificar anormalidades anatômicas, mas é suficiente com o TAC para
detectar osteófitos, estreitamento de furos, estenose da fossa lateral ou OPLL.
Com a eletromiografia e estudos de condução nervosa, localiza e avalia a gravidade da lesão de uma raiz
nervosa.
CAUSAS INFLAMATÓRIAS
1. ARTRITE REUMATÓIDE (AR)
Gera dor, rigidez e limitação de movimento nas articulações inter-apofisarias cervicais.
Nos casos avançados, a sinovite da articulaicon atlantoaxoidea pode danificar o ligamento transverso
do atlas e mover o osso para frente no eixo (atlantoaxoidea subluxação). Em 30% dos pacientes com
AR são obtidos sinais radiográficos de esta subluxação. O grau de subluxação está relacionado com
a gravidade da doença e por isso quando aparece esta complicação é importante avaliar para
identificar sinais precoces de mielopatia.
Alguns pacientes acabam por mostrar a compressão da parte alta da medula que culmina na
tetraplegia, disfunção respiratória e morte.
Se percebe-se mielopatia ou instabilidade da coluna vertebral há que pensar na intervenção cirúrgica.
A RM é o método diagnóstico de escolha.
2. ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Pode causar dor no pescoço e, menos freqüentemente, subluxação atlantoaxoidea.
Às vezes precisa de intervenção cirúrgica para evitar compressão da medula.
CAUSAS INFECCIOSAS
1. Osteomielite: Infecção do extremo do prato vertebral
2. Abscessos epidurais
3. Discite: Infecção no disco
4. Herpes-zóster: herpes zoster agudo por vezes se manifesta inicialmente com dor aguda no pescoço
ou na parte de trás do pescoço antes do aparecimento das vesículas.
Mas a biópsia com aspiração guiada por tomografia computadorizada é necessária para o diagnóstico de
certeza.
CAUSAS NEOPLÁSICAS: dor no pescoço pode ser manifestação de um tumor cervical.
OSTEOPATÍAS METABÓLICAS: Pode causar dor no pescoço
SÍNDROME DE ANGINA CERVICAL: dor que irradia do coração em casos de doença isquêmica do
coração.

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Dor Cervical
SÍNDROME DO ESTREITO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) NEURÓGENICO VERDADIERO
É devido à compressão do tronco inferior do plexo braquial ou ramos ventrais das raízes nervosas C8 ou T1
por uma faixa anormal de tecido que conecta um processo transversal alongado de C7 com a 1ª costela.
A dor é leve ou ausente. Os sinais são fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão e diminuição da
sensibilidade na porção palmar do 5º dedo.
Una radiografía anteroposterior de la columna cervical muestra la apófisis transversa de C7 alargada y los
estudios de EMG y de conducción nerviosa confirman el diagnóstico.
Uma radiografia ântero-posterior da coluna cervical exibe o processo transversal alongado de C7 e os
estudos de EMG e de condução nervosa confirmam o diagnóstico.
O tratamento consiste na secção cirúrgica da banda anómala.
Normalmente, não melhoram a fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão, mas a intervenção
cirúrgica retarda a evolução variável da debilidade.
SÍNDROME DEL ESTRECHO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) ARTERIAL
É devido à compressão da artéria subclávia por uma costela cervical, isto produz dilatação pós-estenótica da
artéria e formação de trombo.
No membro afetado, diminui a pressão arterial e na mão podem ser sinais de êmbolos; não há sinais visíveis
de problemas neurológicos.
A ultra-sonografia confirma o diagnóstico sem a necessidade de penetração no corpo.
O tratamento inclui o uso de trombolíticos ou anticoagulantes (com ou sem a embolectomia) e ablação
cirúrgica da costela cervical que comprime a artéria subclávia.
SÍNDROME DO ESTREITO TORÁCICO SUPERIOR (TOS) VENOSO
É devido à trombose de veia subclávia que produze edema no membro superior e dor.
A veia pode ser comprimida por uma costela cervical ou um músculo escaleno anormal.
A flebografia é o teste diagnóstico de escolha.
TRATAMENTO DA DOR DO PESCOÇO SEM RADICULOPATIA
A melhora espontânea é o padrão para a dor cervical aguda e o objetivo do tratamento é alcançar o alívio dos
sintomas enquanto eles continuam o processo de cura natural.
O tratamento deve incluir a modificação da posição especialmente durante o sono e exercícios domiciliares
(reeducação muscular e medidas de higiene na coluna). Se apesar de estes tratamentos, a dor persistir pode
fazer reabilitação. Não é recomendado a realização da tração cervical como tratamento.
Nos pacientes com dor cervical não relacionado ao trauma, aparentemente é eficaz o exercício
supervisionado, com ou sem mobilização.
Para o alívio da dor moderada é recomendável os tratamentos curtos com paracetamol e de antiinflamatórios
não esteroidais (AINE), aos quales pode adicionar os opióides menores se a dor é grave. Se a dor interfere
com o sono pode prescrever antidepressivo tricíclico e um relaxante muscular durante a noite ou muito
baixas doses durante o dia se houver contratura muscular.
O colar cervical não deveria ser utilizado mais de 3 horas por dia, apenas se houver uma dor muito
importante e não mais de 1-2 semanas. Pode ser removido enquanto o pescoço não suporte o peso da cabeça.
Não remova durante o sono, quando o relaxamento é máximo e há mais risco de mobilidade descontrolada.
A cirurgia não é recomendada na ausência de sintomas de radiculopatia ou mielopatia

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Dor Cervical
TRATAMENTO DA DOR DO PESCOÇO COM RADICULOPATIA
A evolução natural da dor cervical mesmo com radiculopatia é favorável e muitos pacientes podem melhorar
sem tratamento específico.
Se houver radiculopatia deve ser iniciado por um tratamento conservador com analgésicos por via oral e se a
dor é importante pode adicionar uma dose baixa de prednisona. Quando a dor é controlada, poderá iniciar a
reabilitação. Se apesar do tratamento persistem os sintomas de dor, mas não há nenhuma deterioração
neurológica, podem administrar esteroides cia epidural, antes de aventar a possibilidade da cirurgia.
O tratamento cirúrgico pode obter um alívio rápido e considerável dos sintomas, embora não está claro se
melhora os resultados a longo prazo em comparação com o tratamento não cirúrgico.
As indicações certas para o tratamento cirúrgico de disco cervical compreendem um déficit motor radicular
progressivo, dor que limita as funções e quando não responde a medidas terapêuticas conservadoras ou
compressão medular.

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BIBLIOGRAFIA
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