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FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO

PLANALTO CENTRAL
Professora: Flávia de Oliveira Carvalho

Curso: ENGENHARIA Disciplina: CÁLCULO

DATA: Fevereiro
3º Período NOTURNO
2018
Introdução à teoria de Limites
LIMITES

O estudo dos limites é fundamental para o entendimento das ideias de derivadas e


integrais. Neste momento, trabalharemos apenas a ideia intuitiva e informal de limite,
sem as definições rigorosas e as demonstrações formais de suas propriedades. A ideia
intuitiva de limite é trabalhada geometricamente por meio de seqüências e pela análise
do gráfico de uma função.

A noção de limite de uma função, e o uso do deste é de fundamental importância na


compreensão e, conseqüentemente, no desenvolvimento de grande quantidade de
tópicos no campo das ciências que lidam com a Matemática. O Cálculo Diferencial e
Integral (CDI) é uma parte (um ramo) da matemática, toda ela, fundamentada no
conceito de limite.

O conceito de limite de uma função f é uma das ideias fundamentais que distinguem o
Cálculo da Álgebra e da Trigonometria. Suponha que um físico deseje obter quanto vale
determinada medida, quando a pressão do ar é zero. Na verdade é impossível obter o
vácuo perfeito. Então um procedimento a ser adotado é experimentalmente efetuar-se
essas medidas com valores cada vez menores de pressão, se os valores desta medida
tendem para um determinado número L, admite-se que no vácuo ela seria igual ao valor
L.

Se representarmos por x a pressão e à medida que quisermos for dada por f(x), então
podemos representar esse resultado por:

lim f ( x)  L
x 0

Esta é uma situação em que se aplica o conceito matemático de limites. Tal conceito é de
fundamental importância para o desenvolvimento teórico de derivadas e integrais que
possuem várias aplicações na física, eletricidade, mecânica, etc.

 Limites: Breve histórico

Uma preocupação já presente entre os gregos antigos consistia na busca de


procedimentos para encontrar áreas de figuras com diferentes formas. Por meio de
transformações geométricas, relacionando figuras com áreas equivalentes, os gregos
dedicaram-se, principalmente, ao cálculo de áreas de figuras limitadas por segmentos de
reta ou arcos de círculo, pela redução a figuras conhecidas.

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Quando tratamos do cálculo de áreas de figuras por curvas, é inevitável recorrer a
procedimentos que se utilizem, direta ou indiretamente, do conceito de limite. Os gregos
resolveram o problema de calcular a área do círculo pela aproximação sucessiva (método
de exaustão) de polígonos inscritos com número cada vez maior de lados, de acordo com
a seqüência de figuras apresentada a seguir.

...

Calculando a área de um polígono através de sua decomposição em triângulos isósceles


com vértices no centro do círculo e bases coincidentes com seus lados, a figura convergia
para o círculo circunscrito a todos os elementos da seqüência em questão.

Deve-se a Cauchy (1789-1857), matemático francês, a formalização precisa de limite.

Pré-requisitos:

O acadêmico deverá apresentar domínio sobre:


 Reta numérica (reta real);
 Funções, compreendendo definição (conceito), domínio, imagem e representação
gráfica;
 Polinômios, entendendo valor numérico e raízes (ou zeros) deste;
 Equações algébricas, fatorações;
 Conceito de velocidade e aceleração.
Objetivos instrucionais:

O acadêmico será capaz de perceber de forma intuitiva a teoria dos limites como objetivo
para estudar o comportamento de uma função quando sua variável está na proximidade
de um número real, podendo a função estar ou não definida. Inicialmente, trabalharemos
com limite de funções tendendo para um valor fixo ou para mais infinito.

Desenvolvimento do tema:

2
1. Introdução:

Usamos a palavra limite no nosso cotidiano para indicar, genericamente, um ponto que
pode ser eventualmente atingido, mas que jamais pode ser ultrapassado.

Exemplos:

1) Injetando ininterruptamente ar em um balão de borracha, haverá um momento em que


ele estoura. Isso porque existe o limite de elasticidade da borracha.

2) Um engenheiro ao construir um elevador, estabelece o limite de carga que este


suporta.

3) No lançamento de um foguete, os cientistas devem conhecer o limite mínimo de


combustível necessário para que a aeronave entre em órbita.

4) Como os avanços na tecnologia resultam na produção de calculadoras cada vez mais


potentes e compactas, o preço das calculadoras atualmente no mercado diminui.
Suponha que x meses a partir de agora, o preço de certo modelo seja de
30
P( x)  40  unidades monetárias (u. m.).
x 1
a) Qual será o preço daqui a 5 meses? Resposta:
b) De quanto cairá o preço durante o quinto mês? Resposta:
c) Quando o preço será de $ 43 u. m. Resposta:
d) O que acontecerá com o preço a longo prazo (x )? Resposta:

5) Supõe-se que a população de uma certa comunidade suburbana, daqui a t anos, será
6
de P (t )  20  milhares .
t 1

a) Daqui a 9 anos, qual será a população da comunidade?

b) De quanto a população crescerá durante o 90 ano?

c) Ao longo desse tempo, o que acontecerá ao tamanho da população?

Nota: É importante ter em mente que o limite pode ser um ponto que nunca é atingido,
mas do qual pode-se aproximar tanto quanto se desejar.

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2. Conceito de limite:

Exemplos:

1) Inicialmente, vamos tomar a função f: , definida por y = f(x) = x – 2 e determinar o


valor de f(x), quando os valores de x, encontram-se muito próximos de 2.

Atribuindo a x uma seqüência de valores que se aproximam cada vez mais de 2, sendo
todos valores menores que 2, é possível determinar os valores de f(x), conforme ilustra o
quadro a seguir:

x f(x)
1 -1
1,5 -0,5
1,8 -0,2
1,9 -0,1
1,99 -0,01
1,999 -0,001
1,9999 -0,0001
1,99999 -0,00001
1,999999 -0,000001

Percebe-se que conforme os valores de x aproximam-se de 2 (dois), os valores de f(x)


aproximam-se de 0 (zero).

Por outro lado, atribuindo-se a x uma seqüência de valores que se aproximam cada vez
mais de 2, sendo todos maiores que 2, é possível determinar os valores de f(x), conforme
observa-se no seguinte quadro:
x f(x)
3 1
2,5 0,5
2,3 0,3
2,1 0,1
2,01 0,01
2,001 0,001
2,0001 0,0001
2,00001 0,00001
2,000001 0,000001

Novamente, os valores de f(x) aproximam-se de 0 (zero), à medida que os valores de x


aproximam-se de 2 (dois).

Graficamente, temos:

4
Neste caso, escrevemos em linguagem matemática:

lim f ( x)  lim f ( x)  lim f ( x)  0


x 2  x 2 x 2

Lê-se: Limites laterais de f(x) são iguais ao limite de f(x), quando x tende para 2 e é igual
a 0.
x2  9
2) Tomemos a função f ( x)  . Suponha que estejamos interessados em saber de
x3
que valor se aproxima f(x) quando x se aproxima de 3.

Façamos uma tabela e atribuamos a x valores menores que 3.

x f(x)
2,5 5,5
2,8 5,8
2,9 5,9
2,99 5,99
2,999 5,999
2,9999 5,9999
... ...

Vemos que quanto mais x se aproxima de 3, mais o valor de f(x) se aproxima de 6. Note
que nos aproximamos de x por valores menores do que 3.

Matematicamente, representamos esta situação por:

lim - f ( x)  6
x 3

Lê-se: limite de f(x) quando x tende a três pela esquerda é igual a 6 (seis).

Tomemos agora valores próximos de três, mas maiores que 3.

x f(x)
3,4 6,4
3,2 6,2
3,1 6,1
3,01 6,01
3,001 6,001
3,0001 6,0001

5
... ...

Note que quanto mais x se aproxima de 3 por valores maiores do que 3, mais f(x) se
aproxima de 6.

Matematicamente, representamos esta situação por

lim  f ( x)  6
x 3

Lê-se: limite de f(x) quando x tende a três pela direita é igual a 6 (seis).

Estes limites, são chamados limites laterais.

O limite de uma função existe se e somente se os limites laterais existirem e forem iguais.

Simbolicamente:

lim f ( x)  L  lim f ( x)  lim f ( x)  L


x a x a x a

Como os limites anteriores são iguais, podemos dizer que:

lim f ( x)  6
x 3 pois, lim f ( x)  6 e lim f ( x)  6
x 3 x 3

Limites laterais: São obtidos quando se considera os valores menores que x (limite de
f(x), quando x tende a 2 pela esquerda) e quando considera-se os valores maiores que x
(limite de f(x), quando x tende a 2 pela direita).

Antes de formalizarmos o conceito, façamos mais um exemplo:

x2 1
Analisar a função f: , definida por y  f ( x)  , quando x tende (aproxima-se)
x 1
para 1.Atribuindo valores para x, pode-se construir um quadro e em seguida, fazer um
esboço de seu gráfico, ressaltando que Dom( f )  {x   / x  1} (Dom = domínio, ou seja,
valores que são possíveis de serem atribuídos a variável independente x).

x x 2 1
y
x 1
-1 0
0 1
0,9999 1,9999
1 Não existe
1,0001 2,0001
2 3
3 4

6
Graficamente, temos:

Observe no gráfico, o que ocorre com as imagens das seqüências cujos valores se
aproximam de 1. As imagens se aproximam de 2. Portanto, neste caso, escrevemos:

lim f ( x)  lim f ( x)  lim f ( x)  2


x 1 x 1 x 1

Perceba que o limite dessa função para x tendendo a 1 existe, embora a função não
esteja definida no ponto x = 1.

De forma genérica, escrevemos: lim f ( x)  L


x a

De acordo com os exemplos apresentados anteriormente, nota-se que a ideia de limite de


uma função f, quando x tende para a, depende somente dos valores de f em valores
próximos de a, o valor de f(a) é irrelevante.

 lim f ( x)  L
 
Nota: lim f ( x)  L   xa , L
xa
 lim f ( x)  L
 xa

7
Exemplos:

1) O gráfico a seguir representa uma função f de [6, 9] em  . Determine:


a) f (2)

b) lim f ( x)
x 2

c) lim f ( x)
x 2

d) lim f ( x )
x 2

e) f (2) =

f) f (7) =
Solução:

2) Um gás (vapor d’água) é mantido à temperatura constante. A medida que o gás é


comprimido, o volume V decresce até que atinja uma certa pressão (P) crítica. Além
dessa pressão, o gás assume forma líquida. Observando a figura a seguir, determine:
a) lim  V b) lim  V c) lim V
p 100 p 100 p 100

Solução:

Metodologia:

 Exposição do conteúdo com utilização de quadros e gráficos.

 Tomar exemplos singulares, objetivando chegar a pluralidade do assunto,


representando-o na linguagem matemática.

8
LISTA DE EXERCÍCIOS PROPOSTOS PARA A REVISÃO DOS CONCEITOS-
PARTE 1

(2 x  1)  ( x  2)
1) Seja f a função racional definida por f ( x)  . Esboce o gráfico de f e
( x  2)
calcule lim f ( x ) . Dica: Inicialmente, explicite o domínio de f.
x 2

2) O gráfico a seguir representa uma função f de [4, 2] em  . Determine:

a) f (1) =

b) lim  f ( x) 
x  1

c) lim  f ( x) 
x 1

3) Um paciente em um hospital recebe uma dose inicial de 200 miligramas de um


medicamento. A cada 4 horas recebe uma dose adicional de 100 mg. A quantidade f(t)
do medicamento presente na corrente sangüínea após t horas é exibida na figura a
seguir. Determine e interprete:
a) lim f (t ) b) lim f (t )
t 8 p 8

4) O gráfico a seguir representa uma função f de [3, 4[ em  . Determine:

9
a) f (1) =

b) lim f ( x) 
x 1

c) lim f ( x) 
x 1

5) Complete os espaços indicados, analisando cada função dada pelo gráfico:

Gráfico I
a) lim f ( x)  ...
x 2

b) lim f ( x)  ...
x 2

c) lim f ( x)  ..., pois:


x 2

lim f ( x) ... lim f ( x)


x2 x2

Gráfico II

10
a) lim f ( x)  ...
x 1

b) lim f ( x)  ...
x 1

c) lim f ( x)  ..., pois:


x 1

lim f ( x) ... lim f ( x)


x 1 x 1

Gráfico III
a) lim f ( x)  ...
x 1

b) lim f ( x)  ...
x 1

c) lim f ( x)  ..., pois:


x 1

lim f ( x) ... lim f ( x)


x 1 x 1

lim (x 2  4)
6) x 1 =

x2  4
lim 
7) x2 x2

4x  8
8) lim 
x2 x  5x  6
2

11
x9
9) lim 
x 9
x 3

6 x  18
10) lim 
x 3 ( x  2)  ( x  3)

6 x  30
11) lim 
x 5 x 2  25

PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LIMITES


A seguir introduziremos propriedades que podem ser usadas para achar muitos limites
sem utilizar a pesquisa do número  que aparece na definição de limite.

 (P0) Se lim f ( x)  L1 e lim f ( x)  L2 , então L1  L2 . (Teorema da Unicidade do limite)


x a xa

 (P1) Sejam a e c números reais quaisquer, então lim c  c isto é o limite de uma
x a

constante é a própria constante.

 (P2) Se a, b, m são números reais, então: lim (mx  b)  ma  b


x a

Exemplo: lim (3x  5)  3.4  5  7


x 4

 (P3) Se lim f ( x)  L e lim g ( x)  M , então:


x a x a

a) lim [ f ( x)  g ( x)]  L  M
x a

b) lim [ f ( x)  g ( x)]  L  M
x a

f ( x) L
c) lim = desde que M  0
xa g ( x) M

d) lim  f ( x)  Ln ( p/  inteiro positivo n)


n
x a

e) lim n f ( x)  n L , desde que L  0 p/ n par


x a

f) lim ln  f ( x)  ln .L , desde que L  0


x a

g) lim cos f(x)   cos ( L)


x a

h) lim sen f(x)   sen ( L)


x a

12
i) lim e f ( x )  e L
xa

Exemplos:
5x 2  2 x  1
1) Calcule lim
x3 6x  7
Solução:
5 x 2  2 x  1 5  3 2  2  3  1 40
lim   
x 3 6x  7 63 7 11

2) Calcular lim 3
3x 2  4 x  9
x 5

Solução:
lim 3
3x 2  4 x  9  3 lim 3x 2  4 x  9 = 3 75 - 20 + 9  3 64  4
x5 x5

LISTA DE EXERCÍCIOS PROPOSTOS – A variável tende para um valor finito –


PARTE 2

1) lim ( x 3  x 2  5x  1) =
x 1

2) lim ( x 3  2x 2  4x  3) =
x 1

3) lim (4 x 3  2 x 2  2 x  1) =
x  2

x 2  5x  4
4) lim =
x 3 x2  5

x 2  7 x  10
5) lim =
x 2 x2

x 2  2x  3
6) lim =
x  3 x3

3x 4  x 3  5 x 2  2 x
7) lim =
x 0 x2  x

x 3  4x  3
8) lim =
x 1 x 5  2 x  1

x 2  36
9) lim =
x 6 x  6

x2 1
10) lim =
x  1 x 2  3x  2

13
x 5  32
11) lim =
x  2 x  2

x 4  8x 3  18 x 2  27
12) lim =
x 3 x 4  10 x 3  36 x 2  54 x  27

x2
13) lim =
x 2
2x  4

x4
14) lim =
x 4 x 2

x
15) lim =
x 0 2 4x

x
16) lim =
x 0 2  2x

2 3 x
17) lim =
x 1 x 1

x
18) lim =
x 0
x 1 1

1  2x  3
19) lim =
x 4 x 2

2 x 2  3x  2  2
20) lim =
x 2
3x 2  5 x  1  1

Respostas:
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
8 4 -5- 6 2 5 -3 -4 -2 1 12 -2

3
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
80 2 0 4 4 2 2 1 2 4 5

4 3 14

14
Lista de Exercícios – Limites-
PARTE 3

1) Calcule os limites:
3
x 2  2x  3  3x 2  2 x  5 
a ) lim ( 4 x  7 x  5)
2
b) lim c) lim  
x 1 x  3 5  3x x 2  x 2  3 x  4 
 

2 x 2  3x  3 3x 3  5 x 2  x  3 2 x 2  3x  2
d ) lim e) lim 3 f ) lim
x  1 5x  4 x 2 4x  3 x 2 6  4x

39
Resp. : a ) 2 b) 0 c) 1 / 8 d) 2/3 e) 3 f ) 2
5

2) Calcule os limites abaixo:

x2 1 4  x2 2x 2  5x  3
a) lim b) lim c) lim
x 1 x  1 x  2 2x x 1 2x 2  5x  2
2

x3 1 8  x3 x 3  3x 2  6x  4
d) lim 2 e) lim f) lim 3
x 1 x  1 x  2 4  x 2 x  1 x  4x 2  8x  5

Resp. : a) 2

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