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Mandado de Segurança nº 499784-2

NPU 0001211-96.2018.8.17.0000

Impetrante: PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro - Diretório Nacional

Impetrados: Desembargador Adalberto de Oliveira Melo e Outro

Relator: Des. Bartolomeu Bueno

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA/OFÍCIO Nº 17/2018 - GDBBFM

Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo PMDB - Partido do Movimento


Democrático Brasileiro - Diretório Nacional, em face das decisões proferidas no bojo do Agravo
de Instrumento nº 0002481-24.2018.8.17.9000 pelo Desembargador Adalberto de Oliveira
Melo, na condição de Presidente deste Tribunal de Justiça, e também pelo Desembargador
Itabira de Brito Filho, quando na relatoria do referido recurso. O impetrante argumenta que as
decisões proferidas pelas autoridades coatoras são ilegais, abusivas e teratológicas por
violarem as regras de competência, especialmente o art. 100, §1º, do Regimento Interno do
TJPE, bem como por afrontarem o princípio do juiz natural. Requer, em caráter liminar, que
seja atribuído efeito suspensivo ao Agravo Interno nº 0002838-04.2018.8.17.9000, interposto
contra a decisão monocrática proferida pelo Des. Itabira Brito Filho nos autos do Agravo de
Instrumento nº 0002481-24.2018.8.17.9000. É o que importar relatar. Decido. Não há dúvidas
sobre a possibilidade de impetração do mandado de segurança contra ato judicial, apesar do
seu cabimento ser restrito a casos excepcionais. Dentre as hipóteses permitidas, destaca-se a
propositura da ação mandamental para atribuir efeito suspensivo a recurso não dotado de tal
efeito ope legis. A propósito: DECISÃO DA PRESIDÊNCIA DO STJ EM SUSPENSÃO DE
SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA PARA ATRIBUIR EFEITO
SUSPENSIVO. PERICULUM IN MORA. CABIMENTO. 1. Não cabe mandado de segurança contra
ato judicial quando a legislação prevê o recurso adequado. Todavia, cabível a impetração do
mandamus para atribuir efeito suspensivo a agravo regimental em face do perigo de decisão
irreversível. 2. Agravo regimental provido para determinar o regular processamento do
mandado de segurança. (STJ. AgRg no MS 11.480/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/
Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 20/03/2006, DJ
22/10/2007, p. 181)(grifos nossos) No caso sob apreciação, o impetrante pleteia, em sede de
liminar, a concessão de efeito suspensivo ao Agravo Interno nº 0002838-04.2018.8.17.9000.
Para a concessão da medida liminar no rito da ação mandamental, exige-se, nos termos do art.
7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009, a satisfação simultânea de dois requisitos, quais sejam: a
relevância da fundamentação e o risco de ineficácia da medida pleiteada, caso venha a ser
deferida apenas ao final do procedimento. Pois bem. O agravo interno, como a maioria dos
recursos, é dotado apenas de efeito devolutivo, de forma que, uma vez interposto, não tem o
condão de suspender automaticamente a decisão impugnada. Dessa forma, a única forma de
atribuir o efeito suspensivo é ope judicis, ou seja, através de manifestação judicial. No caso
concreto, a fundamentação apresentada pelo impetrante é relevante, visto que a solução
sobre a questão da competência funcional é imprescindível para a validade dos atos judiciais
praticados e, por conseguinte, para evitar o desperdicío de tempo e energia em eventual
hipótese de reconhecimento de incompetência de natureza absoluta. Também vislumbro
periculum in mora, visto que se trata de ação cujo objeto reflete no trâmite do procedimento
eleitoral, o qual se encontra em plena marcha, o que impõe uma análise mais acurada do
assunto para evitar adoção de medidas irreversíveis.

Assim, DEFIRO O PEDIDO LIMINAR no sentido de conceder efeito suspensivo ao Agravo Interno
nº 0002838-04.2018.8.17.9000.

Oficie-se às autoridades coatoras para prestarem informações na forma do art. 7º, I, da Lei nº
12.016/2009. Ademais, intime-se a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco para tomar
ciência e, em querendo, ingressar no feito, nos termos do art. 7º, II, do mesmo diploma legal.
Cópia da presente decisão também servirá como ofício para os devidos fins.

Cumpra-se. Publique-se.

Recife, 23 de março de 2018.

Desembargador Bartolomeu Bueno

Relator

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