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WHITE, M. D. Superman e a filosofia. São Paulo: Madras, 2014.

O livro Superman e a Filosofia foi publicado em 2014, escrito por Mark D. White,
presidente e professor do Departamento de Filosofia na Universidade da cidade de Nova
Iorque, onde ministra aulas em economia, filosofia e direito. É autor também de cinco livros
nas áreas de filosofia, economia e direito.

O capítulo analisado trás a discussão da existência do super-homem dentro da


humanidade, ou seja, o que ele representa em meio à humanidade como figura. É um ser que
possui poderes quase ilimitados, super força, super velocidade, visão de raio-x e várias outras
habilidades sobre humanas, porém o que entra em discussão é justamente o valor moral das
decisões desse indivíduo, que é muito superior à qualquer ser humano, e como as escolhas
desse indivíduo implicam no andamento da vida dos seres humanos.

Todos estão à mercê da bondade de Clark Kent, que se disfarça de jornalista, no


planeta diário, na cidade de Metrópolis. O mesmo homem que salva várias pessoas que estão
em perigo tem o poder de exterminar a raça humana, se caso for de sua vontade. O próprio
emprego que escolheu abre margem para discussão sobre a sua moral, o jornal onde trabalha é
de grande circulação, e as matérias veiculadas influenciam diretamente na opinião pública, o
que permite que o Clark Kent como cidadão comum tenha uma visão ética de como a
população o enxerga como super-homem.

O livro aponta a trindade da filosofia moral, que seriam três escolas primarias da
ética, ou seja, são visões que permitem concretizar e dar julgamento de valores. São elas o
utilitarismo, que seria semelhante à ideia cristã de fazer o bem sem olhar a quem, é a ideia de
fazer o bem para recebê-lo; a deontologia que nada mais é do que a tendência humana de fugir
do desprazer, é a busca pela satisfação plena, o que se assemelha ao conceito psicanalítica do
prazer-desprazer; e por último a ética da virtude, que compreende à um padrão idealizado, é
um conjunto de qualidades que o indivíduo tem permeado em sua moralidade, e o mesmo
persegue esse ideal, a própria ideia cristã da existência de um salvador, Jesus Cristo, cria essa
imagem de homem ideal, que deve ser perseguido e posto em prática.

O autor aponta que assim como a ética, os superpoderes possuem limites, isso quer
dizer que mesmo o super-homem tendo todo a sua capacidade, tem situações ou momentos
onde seus poderes tornam-se nulos, esses momentos são claramente demonstrados quando sua
grande paixão, Lois, está em perigo, onde muitas vezes os vilões a colocam em risco ao
mesmo tempo em que um grupo de pessoas, com o qual o super-homem não tem nenhum
vínculo afetivo. Uma situação como essa demonstra a moral do super-homem, ele age em prol
da humanidade, ou em benefício de si próprio e da sua amada. Outro fator importante da
própria existência dele é a ideia de que se ele não estivesse na terra os problemas que surgem
constantemente simplesmente não existiriam, à própria presença de um ser poderoso, que
consegue resolver qualquer problema, atrai outros problemas.

O autor conclui a análise filosófica sobre a existência do super-homem em um


universo hipotético dizendo que mesmo como todos os poderes que possui, Clark se
assemelha de qualquer ser humano pelo simples fato de ter que resolver dilemas morais
constantemente, o fato o aproxima da humanidade.

O livro mostra um tema complexo que são os conceitos de moral, ética e outras
escolas da filosofia de uma maneira interessante e moderna, ele envolve um personagem
conhecido no mundo todo, e relaciona com dilemas do próprio cotidiano comum, aproxima
alguém que é considerado um ser superior dos nossos próprios dilemas morais vividos ao
longo da existência. O capítulo analisado se mostra interessante e de fácil entendimento,
permitindo que mesmo quem não tenha um conhecimento aprofundado na área de Filosofia
consiga entender claramente o que se pretende passar.

Itumbiara

2016

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