You are on page 1of 3

RESUMO DO ARTIGO: Análise Crítico-Comparativa das Abordagens de Liderança:

proposta de um quadro sintético-comparativo


Autoria: Bruna Manuela Adriano, Christiane Kleinübing Godoiv

O artigo em questão propõe a discussão acerca da importância do estudo do fenômeno


da liderança organizacional .O texto possui o objetivo de revisar criticamente as principais
abordagens de liderança desenvolvidas e apresentar um quadro crítico-comparativo dessas
abordagens. Existem diversas teorias fundamentadas nos estudos sobre a liderança. Nos anos
70, Stogdill (1974) analisou inúmeros estudos sobre a eficácia da liderança, e obteve um
significativo número de conclusões sobre o assunto, porém não chegou a formar entendimento
que fosse amplamente aceito e coeso.
Embora existam diversas teorias sobre a liderança Warren Bennis um dos profetas da
liderança identificou que existe uma estrutura básica que formava a liderança, composta pelo
o líder, os liderados e o objetivo em comum entre eles. Esta estrutura que abrange variadas
teorias é desacreditada por alguns pesquisadores do tema como Drath et al (2008), que propõem
uma nova estrutura formada por direção, alinhamento e
comprometimento, ou ainda Crevani, Lindgren e Packendorff (2010), que definem como
dimensão ontológica da liderança a coorientação e a relação de ação,
os que discordam da teoria de bennis apresentam novos direcionamentos para o estudo da
liderança.
Com o passar dos anos uma nova forma de estudar a liderança tem nascido, que objetiva
analisar e definir as bases pelas quais os estudos em liderança
devem ser desenvolvidos, em oposição a antiquada forma que se preocupava em demonstrar
qual a melhor abordagem de liderança.
De acordo com Ford e Harding os estudos em liderança têm buscado
basicamente: desenvolver teorias da liderança e usar essas teorias para criar mecanismos de
melhoria da liderança o que corrobora para uma falta de definições sobre o assunto no campo.
É de fundamental importância o desenvolvimento de estudos que levem em consideração o
contexto local, de maneira a considerar os indivíduos e suas identidades e até mesmo os
aspectos de masculinidade e feminilidade, considerando que a liderança é uma característica
comumente atribuída ao sexo masculino.
Os pesquisadores Van Seters e Field formaram uma proposta de classificação das
abordagens de liderança de seu tempo, sob uma ótica da evolução do pensamento sobre a
matéria. A era da personalidade é a primeira das eras e é dividida nos períodos dos
grandes homens (great man period) e no período dos traços (trait period). O primeiro período
busca retratar grandes homens e seus papéis de destaque na sociedade. Os pesquisadores desta
era buscavam algum tipo de similaridade na personalidade dos líderes. Porém essa visão da
liderança em personalidades históricas provou-se ineficaz quando foram considerados líderes
que manifestavam traços de personalidade muito diferentes uns dos outros, citando exemplos
como Hitler, Mahatma Gandi e Martin Luther King
O segundo período também trouxe consigo ideias que foram derrubadas ,pois
considerava traços gerais , traços esses que dizem respeito a características físicas , psicológicas
e sociológicas, que poderiam ou não estar presente nos líderes, não constituindo portanto como
característica que distingue os líderes dos não-líderes.
A era da influencia é a segunda era, e demonstra que existe uma ligação entre o líder e
o liderado, liderança então pode ser considerada como uma relação interpessoal que está
pautada no atingimento do objetivo comum ao grupo. Para French e Raven o poder se divide
em cinco espécies de poder, considerando-se a relação entre dois indivíduos: o
poder da remuneração; o poder coercitivo; o poder legitimado; o poder de referência; o poder
do expert. Raven defende ainda a existência de um sexto tipo de poder, relacionado ao poder
da informação, também chamado de persuasão.
O período das abordagens comportamentais da liderança corresponde a terceira era das
pesquisas sobre liderança. Foi dado então um novo direcionamento às pesquisas, que priorizou
as ações do líder e como eram tomadas, contrapondo-se aos antigos estudos que vam nas
características gerais dos líderes ou de onde seu poder era proveniente. A quarta era das
abordagens de liderança é a era situacional. A era da situações insere no quadro da pesquisa
uma nova perspectiva que leva em consideração o contexto social do momento e vai além das
características gerais dos líderes avaliando o momento em que o líder e os liderados estão.
A quinta era da liderança é a era da contingência, que representa uma síntese de todos
os avanços propostos pelas outras eras e considera os traços do líder, seu comportamento , a
influência exercida sobre os liderados e o contexto que os envolve.
Van Seters e Field tratam ainda sobre a liderança transformacional e carismática, e
apesar de provenientes de correntes diferentes possuem visões muito próximas sobre o
fenômeno da liderança. Liderança transformacional pode ser vista como a liderança que
desencadeia uma processo de transformação nas ações e pensamentos nos membros do grupo
criando um comprometimento das pessoas ao objetivo. Essa mudança e ocasionada pela
influência que o líder exerce em seus liderados. A proposta da liderança transformacional é
opositora da ideia da liderança transacional, compreendida como uma mera troca de favores e
bens com os liderados.Já a liderança carismática, dá ênfase na percepção do liderado, de que o
seu líder possui um dom divino inspirado. Não existe apenas uma identificação com o líder,
mas o culto a ele como um ser divino.
Podemos concluir que o artigo se propôs a revisar criticamente as principais abordagens
de liderança, para então propor um quadro sintético-comparativo que possa servir de referência
para os futuros estudos na área. Nessa perspectiva, demonstrou-se ser primordial os estudos
mais críticos das abordagens de liderança, e não apenas debater qual é a abordagem mais
adequada e facilmente aplicável às organizações.

You might also like