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M A R K E TI NG

Abaixo
a intuição
Em entrevista exclusiva, o guru do marketing Kevin J. Clancy
defende o modelo de marketing “contra-intuitivo”, apoiado em
pesquisas e testes

Q ual tem sido o grande problema do marketing, em sua opinião?


O principal problema é que a maioria dos programas de marketing não
funciona muito bem. Na verdade, o índice de fracasso dos programas de
marketing cresceu na última década, em vez de cair. A maioria das marcas estabele-
cidas viu seu market share diminuir, grande parte das campanhas publicitárias não
gerou retorno sobre o investimento, os índices de satisfação e retenção de clientes
continuaram caindo.
Atribuo esses fracassos ao modo como as pessoas tomam suas decisões de marketing.

Quando uma decisão de marketing é ruim? E por que ela é tomada?


As decisões de marketing ruins são as tomadas repetidamente e as baseadas apenas
na intuição e no discernimento pessoal. Vemos muitas empresas lançar novos produtos
ou campanhas publicitárias respaldando-se apenas no “instinto” de que serão um óti-
mo programa. Mas esses programas são geralmente terríveis. Marketing deve ser uma
mistura de arte e ciência.
Junte-se a isso o fato de que no final dos anos 90 parece ter havido certo aquecimento
do marketing, de modo que há mais pressão para as pessoas lançarem quanto antes esses
novos produtos, campanhas e programas de satisfação de clientes. É assim que as empre-
sas vêm agindo –repetidamente e sem sucesso.
Quando pergunto às empresas por que não desaceleram um pouco para tentar fazer

Sinopse
Ao longo da década de 1990, os números mostraram que de HSM Management, Clancy afirma que as empresas
as grandes marcas dos Estados Unidos sofreram queda de devem praticar um marketing contra-intuitivo, que leve
participação no mercado e dos índices de satisfação e à tomada de decisões com base em um modelo
retenção de clientes, entre outros desempenhos desfavoráveis matemático que determina a relação entre vários
–inclusive, marcas lendárias como a Coca-Cola. O guru do insumos de marketing (como verba de publicidade) e
marketing científico Kevin Clancy afirma que isso se deve a seus efeitos (consciência da marca, atitudes, percepções,
decisões erradas tomadas intuitivamente pelos executivos e intenções comportamentais, vendas, lucratividade).
que o cenário tende a piorar agora que as empresas estão Clancy ainda comenta o grande potencial
investindo mais ainda em promoções de vendas em vez de do marketing brasileiro e analisa o case AmBev –que se
priorizar o valor líquido da marca e o posicionamento. destaca ao ter sucesso com três marcas concorrentes
“Os consumidores dizem que as principais marcas de cada entre si. No quadro da página 28, o especialista explica
categoria estão se tornando mais semelhantes e, com isso, por que o customer equity, ou valor líquido do cliente,
o preço baixo passa a ser o motivo primordial de escolha.” deve ser tão crucial nesta década como o foi o valor
Em entrevista exclusiva a José Salibi Neto, diretor editorial líquido da marca nos anos 90.

HSM Management 33 julho-agosto 2002


M A R K E TI NG

“O bom gerente certo as coisas, elas retrucam: “Não temos tempo para fazer do jeito certo”. E minha
resposta é: “Como vocês não têm tempo para fazer as coisas do jeito certo se têm tempo
deve, de um para ficar fazendo a mesma coisa errada repetidamente?”.

lado, ser criativo O sr. pode nos dar exemplos dessas decisões erradas?
A Coca-Cola é um bom exemplo disso. Lançou inúmeros produtos novos nos últimos
e aberto a 15 anos, nenhum bem-sucedido. Lançou muitas campanhas publicitárias nos
últimos 20 anos, nenhuma bem-sucedida. A questão é esta: por que eles não dedicam
novas idéias mais tempo e dinheiro para descobrir que novo produto terá sucesso ou que campanha
publicitária terá real impacto sobre o mercado, em vez de trabalhar apenas com base na
e, de outro, intuição?

comprometer-se É por isso que a Coca-Cola está enfrentando hoje problemas em todo o mundo?
De fato, as vendas da marca vêm caindo ano após ano. Vou repetir a explicação que me
a fundamentar foi dada por um alto executivo da própria empresa: “Há mais de uma década que não
fazemos nada para melhorar o valor líquido da marca (brand equity)”.
suas decisões
E como mudar isso?
em ferramentas Proponho o marketing contra-intuitivo. Temos de fazer as coisas de modo diferente se
quisermos lançar uma campanha vitoriosa, se quisermos melhorar a posição de nossa
de análise e marca em vez de prejudicá-la, se quisermos que nossa empresa seja mais lucrativa ama-
nhã do que hoje. Isso significa formular idéias contra-intuitivas e pô-las à prova usando
modelagem” ferramentas modernas de pesquisa e modelagem, a fim de que nossa atuação seja signi-
ficativamente diferente e melhor que a de nossos concorrentes.
Gosto de citar [o guru da estratégia] Michael Porter: “Estratégia tem a ver com fazer as
coisas de modo diferente de nossos concorrentes”. Com base nessa definição, ele afirma
que a maioria das empresas não tem estratégia, que quase todas estão brincando de “se-
guir o líder”. Com minhas palavras: quem vai atrás do líder está se guiando pela intuição,
pois todos nós temos mais ou menos as mesmas intuições.
De modo que, mesmo em 2002, ainda predominam estratégias de targeting intuitivas
tais como “buscar os grandes usuários numa categoria de produto”. Muitas empresas
recorrem a elas em todas as categorias de produtos, mesmo já havendo comprovação
empírica sugerindo que os grandes usuários geralmente são extremamente sensíveis a
preço. Estão sempre buscando a marca mais barata, o serviço mais barato e tendem a
estar contentes com o produto que já utilizam.
Bastaria que as empresas estudassem os grandes usuários com ferramentas de pesqui-
sa de mercado para verificar que eles não são, absolutamente, um alvo muito lucrativo
para buscar.

Quais são os fundamentos do marketing contra-intuitivo?


As empresas devem criar um sistema que compare o que se passa na cabeça dos consu-
midores com informações sobre vendas e lucratividade, o que permite que os executivos
gerenciem os insumos do marketing de forma melhor.
Trata-se de um modelo matemático. Para compô-lo, é preciso acompanhar o que se
passa na cabeça dos consumidores, tais como consciência de marca, atitudes, percepção,
experiência, comportamento, compras repetidas, satisfação, e assim por diante. Traba-
lha-se com ferramentas de pesquisa, análise, modelagem.
O importante é observar regularmente como estão suas vendas e a lucratividade e
quais os fatores [de marketing] que levaram àquele desempenho.

Qual seria o perfil ideal do executivo do marketing contra-intuitivo?


Como acho que o bom marketing representa uma mistura de arte
e ciência, o bom gerente de marketing deve, de um lado, ser criativo e aberto a novas
idéias e, de outro, comprometer-se a fundamentar suas decisões em ferramentas de aná-
lise e modelagem.

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E quais são, a seu ver, as empresas que estão praticando esse marketing correto?
Posso apontar, por exemplo, a ExxonMobil, que, com um excelente trabalho de ma-
rketing, fez seus negócios de gasolina e lubrificantes passar do vermelho para o azul. Nos
Estados Unidos, por exemplo, a estratégia de “serviço simpático” da Mobil, que já entrou
em seu quinto ano, está gerando US$ 1 bilhão de faturamento adicional por ano. Isso é
absolutamente fantástico.
Outras empresas que estão fazendo um ótimo trabalho são a IBM, a BMW, a General
Electric. Embora não esteja realizando um ótimo trabalho, a PepsiCo está fazendo boas
coisas com algumas de suas marcas. Já há muitas empresas tomando decisões de marke-
ting inteligentes e adotando alguns dos princípios do que chamei de “marketing contra-
intuitivo” para lançar e manter grandes programas de marketing.

Costuma-se criticar a área de marketing por não prestar contas. Quais são as ferra-
mentas para avaliar o desempenho dessa área?
O modo mais comum de as grandes empresas avaliarem a eficiência de seus progra-
mas de marketing é combinando duas coisas: estudo de rastreamentos de vendas por
telefone ou Internet e monitoramento de variáveis como as que mencionei há pouco –
consciência de marca, atitudes,
percepção, experiência, compor-
tamento, compras repetidas, satis-
O VALOR LÍQUIDO DO CLIENTE por Kevin Clancy fação do cliente, vendas, lucrati-
tópico mais quente do marketing vidade etc.
O no momento é o customer equi-
ty, ou valor líquido do cliente. Ele diz
Diversos estudos sobre customer
equity foram realizados recentemen-
te e descobriu-se que o valor líquido
Devo acrescentar, contudo, que
esses sistemas não são, nem de lon-
respeito ao valor vitalício de um clien- do cliente é determinado por três di- ge, tão comuns quanto deveriam ser.
te para uma empresa, e não apenas o recionadores: Todas as empresas deveriam adotá-
que esse cliente vale hoje. Quanto João valor líquido da marca (brand equity), los, mas pouquíssimas o fazem.
da Silva vale para a Skol? Essa é uma valor líquido do produto (product
pergunta interessante. Mais importan- equity) para as pessoas, ou seja, suas
O que o sr. pensa das empresas
te: qual é o valor de João da Silva para que, diante da queda de vendas,
atitudes em relação ao produto e
a Skol em dez ou vinte anos, ou pelo
vêm preterindo o investimento em
suas percepções sobre seu preço e
resto de sua vida?
valor líquido da marca e em posi-
qualidade,
cionamento, em favor da promo-
Algumas empresas começam a pen- valor líquido do relacionamento (re-
ção de vendas?
sar sobre isso. E, ao refletirem, come- lationship equity), ou seja, o relacio-
No ano passado, li três estudos
çam a descobrir que o valor vitalício namento que a empresa tem com seus
diferentes que tratavam do brand
do cliente é um parâmetro mais im- clientes. No caso de uma empresa
equity. Todos chegavam à mesma con-
portante para avaliar uma marca ou aérea, por exemplo, uma forma de re-
clusão: o valor líquido da marca está
um negócio do que participação no lacionamento são os programas de
diminuindo em todas as empresas
mercado. Pense bem: você preferiria milhagem.
internacionais. Por quê, uma vez que
ter uma marca com grande participa- Em outras palavras, descobrimos
a importância da marca é cada vez
ção no mercado e um baixo nível de que é possível estudar as relações que
mais ressaltada da boca para fora?
customer equity ou uma marca de cus- existem entre brand equity, product
Decidi estudar a questão, junto com
tomer equity elevado e pouca partici- equity, relationship equity e o valor lí-
nossos amigos da Market Facts, gran-
pação no mercado? Quase todas as quido do cliente, ou customer equity.
de firma de pesquisa de marketing
empresas que começaram a pensar E, uma vez conhecidas essas relações,
de Chicago.
nisso responderam preferir o valor lí- podemos gerenciar melhor o customer
O que descobrimos, ao estudar
quido do cliente maior. equity para avançar sempre.
48 categorias de produtos, é que o
O valor líquido do cliente nos per- Trata-se de um conceito novo, que valor líquido da marca estava di-
mite prever o futuro. Ele antecipa para envolve um conjunto de ferramentas minuindo em 39 delas, igual em
nós qual será a situação de nossa mar- novas que estão começando a revolu- cinco e aumentando em apenas
ca daqui a vários anos, ao passo que a cionar a prática do marketing. O cus- quatro –e de forma modesta nes-
participação no mercado é uma fun- tomer equity será, no decorrer desta ses casos. Ou seja, os consumido-
ção apenas do que está acontecendo década, o que o brand equity foi nos res diziam que as principais mar-
nos dias de hoje. anos 90. cas de cada categoria estavam se

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“Ter três marcas tornando mais semelhantes, e não mais diferentes, e que o preço baixo passava a ser o
motivo primordial de escolha.
de sucesso no Para mim, isso é lamentável. O resultado é o encolhimento das margens de lucro, o que
contribui para a recessão. Isso só será revertido se houver uma ênfase muito maior em
mesmo mercado construir marcas –porque marcas fortes criam mercados fortes.
Quer ver um dado assustador? Fizemos uma análise de 340 comerciais de televisão em
é algo espanto- meados de 2001 [nos Estados Unidos] e contratamos um renomado analista de conteúdo,
David Lloyd, para determinar se estavam transmitindo uma mensagem clara de vendas
so. Atribuo isso sobre a marca e sobre o fato de ela talvez ser superior à dos concorrentes. O resultado da
análise de Lloyd foi de que apenas 7% dos comerciais tinham uma razão de ser, uma estra-
aos gerentes de tégia de posicionamento.
O mercado brasileiro
marketing da
O sr. presta consultoria para a Brahma/AmBev, aqui no Brasil, há cerca de cinco anos.
AmBev e aos O sr. pode nos contar algo sobre esse trabalho?
No que se refere a marketing, a AmBev tornou-se uma das empresas mais sofisticadas
sistemas de do mundo –muito mais sofisticada, eu diria, do que as principais cervejarias dos Estados
Unidos, como Anheuser-Busch e Miller. Nesse período em que trabalhamos com eles,
gestão de ma- ajudamos a AmBev a levar a cerveja Skol do terceiro lugar no mercado brasileiro de
cervejas para a posição número 1 que ocupa hoje. Ajudamos a manter a Brahma na
rketing que eles segunda posição e ajudamos a manter o market share e a rentabilidade da Antarctica, num
momento em que as três marcas estão claramente competindo entre si.
usam hoje” Ter três marcas de sucesso no mesmo mercado é algo espantoso. Atribuo isso aos ge-
rentes de marketing da AmBev e aos sistemas de gestão de marketing extremamente
sofisticados que eles usam hoje.

Podemos afirmar, então, que a AmBev está adotando uma abordagem mais científica
de marketing?
Em nosso trabalho com a AmBev, desenvolvemos, sim, um modelo matemático extre-
mamente sofisticado que determina a relação entre vários insumos de marketing
–desde o dinheiro gasto em anúncios de TV em dado mês até quanto apoio é dado a
restaurantes e bares de todo o País, passando pelo empenho por trás de relações públicas.
O modelo examina todos esses insumos e estuda seus efeitos –como a consciência da
marca, atitudes, percepções, intenções comportamentais, vendas e lucratividade, no que
chamamos de “hierarquia de efeitos”.
Em resultado desse trabalho de modelagem, os executivos da AmBev podem fazer
perguntas como: “O que aconteceria se fizéssemos isso?”, “O que aconteceria se investís-
semos mais dinheiro nos bares?”, “O que aconteceria se investíssemos mais dinheiro em
unidades refrigeradas em supermercados?”.

O sr. aprendeu algo específico sobre marketing no mercado brasileiro em sua consul-
toria à AmBev?
No Brasil, as coisas são muito mais animadas do que no mercado norte-americano. É
mais fácil ver resultados rapidamente no mercado brasileiro, e nós amamos isso.
Trata-se de um mercado relativamente novo em marketing, que reage muito bem a
iniciativas nessa área: segundo nossa experiência, as pessoas reagem mais
rapidamente a programas de marketing no Brasil do que nos Estados Unidos, por exem-
plo. A situação do marketing no Brasil atual é um pouco parecida com a dos Estados
Unidos de 15 ou 20 anos atrás.

Então, há muitas oportunidades para fazer um marketing de qualidade no Brasil?


Acho que há enormes oportunidades para fazer marketing de qualidade no Brasil,
sem dúvida.
Isso tem a ver também com outra grande diferença entre os Estados Unidos e o Brasil:
os executivos brasileiros são abertos a novas idéias –estão sempre buscando o que se

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pensa e faz de melhor em novas estratégias, novas táticas, novas abordagens de manage-
ment. Nos Estados Unidos, por outro lado, a maioria dos executivos tem praticado seu
marketing há muito tempo, com métodos já incorporados na burocracia. Estão fazendo
em 2002 as mesmas coisas que faziam em 1962, sem abertura para as mudanças.
Internet e CRM
Quando o sr. realizou a maior parte de seu trabalho de abordagem científica do marke-
ting, a Internet ainda não existia. Qual é o impacto da Internet em seu pensamento e
quais são as oportunidades surgidas a partir dela?
A Internet ainda não se revelou muito eficiente para o marketing de consumo, como
pudemos ver pelo colapso total das ponto.com business-to-consumer em 1999 e 2000. Mas
ela já é uma ferramenta extremamente útil para o marketing business-to-business: tornou-
se um meio de distribuição para grandes e pequenas empresas –um meio que continua a
crescer rapidamente– e permite que um pequeno negócio se apresente
em pé de igualdade com um de grande porte.
Do lado negativo, observamos que o uso da Internet como a principal ferramenta para
as decisões de compras business-to-business está gerando uma obsessão com preços que
jamais vimos antes. Muitos compradores estão tomando decisões baseados exclusivamen-
te em preço. Isso não é bom, porque isso não é marketing; é vendas.

Para finalizar: quase todo executivo de marketing do mundo está tentando implemen-
tar em sua empresa sistemas de CRM (software de gestão de relacionamento com os
clientes). Há relação entre o marketing contra-intuitivo e o CRM?
Em minha opinião, as empresas
estão gastando quantias exorbitan-
tes em sistemas de CRM. Temos um
SAIBA MAIS SOBRE KEVIN CLANCY cliente cuja verba de marketing era
onhecido como o guru do mar- New York Times e Universal Studios. de cerca de US$ 20 milhões
C keting científico, Kevin Clancy
vem pregando contra o marketing in-
Antes da Copernicus, Clancy fundou e
presidiu a Yankelovich Clancy Shulman,
–e, por causa da recessão, esse valor
foi impiedosamente reduzido– e a
tuitivo há anos. Sua proposta sempre uma das maiores e mais respeitadas de CRM mais de US$ 100 milhões.
foi encontrar soluções trabalhando empresas de consultoria em marketing Não faz sentido.
com pesquisas, tabulação de dados por do mundo. Além de Counterintuitive Também posso afirmar que os
computador e testes mercadológicos, Marketing, escreveu outros best sellers, presidentes, de modo geral, não es-
rejeitando as “idéias geniais”. Recen- como Mitos do Marketing que Estão tão contentes com os sistemas de
temente, o especialista deu um passo Matando seus Negócios (ed. Makron CRM instalados em suas empresas.
adiante e formulou o modelo de mar- Books) e A Revolução do Marketing Três estudos diferentes foram publi-
keting contra-intuitivo, abordado (ed. LTC), ambos com Robert Shulman. cados a respeito nos últimos dois
no livro Counterintuitive Marketing Em Mitos do Marketing, Clancy anos. Um deles, preparado pela
(ed. Free Press), que escreveu com Paul aponta 170 mitos do marketing que McKinsey, revela que algo entre 80%
Krieg. Nele, Clancy afirma que o mar- considera nocivos. Em A Revolução do e 90% dos altos executivos entrevis-
keting é a única função que realmen- Marketing, dedica-se à metodologia de tados estão insatisfeitos com o siste-
te promove o crescimento de uma fixação de preços. Clancy realizou uma ma de CRM instalado. O sistema
empresa, utilizando uma espécie de pesquisa com 1.003 altos executivos de simplesmente não faz o que deveria
“senso incomum”. empresas norte-americanas para me- fazer.
Acho que um dos motivos de ha-
Clancy fundou e preside a Coperni- dir seu quociente de inteligência em
ver tamanha decepção com esses sis-
cus Marketing Consulting, firma se- marketing. Considerando que o QI de
temas é que ninguém de marketing
diada em Auburndale, Massachusetts, marketing normal seria 100 e o excep-
esteve envolvido em seu desenvol-
EUA, que foi batizada em homenagem cional 160, os executivos saíram-se mui-
vimento, apesar de a gestão do re-
ao cientista Nicolau Copérnico. Teve ou to mal, uma vez que o QI médio foi 79.
lacionamento com o cliente ser da
tem entre seus clientes empresas como Clancy será um dos palestrantes da
alçada dos profissionais de marke-
a brasileira AmBev (Brahma), American ExpoManagement São Paulo 2002, or-
ting. Os profissionais de tecnologia
Express, AT&T, McDonald’s, ExxonMo- ganizada em novembro próximo pela
da informação os desenvolveram
bil, Pepsi, Pfizer, Saks Fifth Avenue, The HSM do Brasil.
sozinhos.

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