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Textualidade
Chama-se textualidade tudo aquilo que, de forma organizada, constitua um texto. O sentido de um
texto não se obtém com a soma das frases que o organizam, mas advém do seu todo, numa
organização microtextual - a coesão - e numa outra macrotextual - a coerência.
Para se compreender um texto, há que se ter o conhecimento das palavras (lexical); o da gramática e
das relações entre as palavras (morfossintático) e o dos elos coesivos sintático-semântico).
Desse modo, deve-se ter, em um texto, uma correlação dos termos de ligação que é a coesão e uma
correlação lógica de idéias que é a coerência.
Coesão textual
O adjetivo coeso significa lógico, coerente, intimamente conexo. Duas idéias são coesas quando
há uma ligação lógica, coerente entre elas. A coesão está relacionada com o microtexto e possui
palavras que estabelecem relações de idéias. Ela é importante para a coerência, embora esta não
dependa exclusivamente daquela.
Observe-se a expressão ela no quinto período do parágrafo anterior. Foi empregada em substituição
á palavra coesão, em referência à palavra coesão. Por isso pode-se dizer que a coesão é a
substituição de uma palavra por outra para se evitar a repetição. Essa substituição pode ser de
apenas uma palavra, de uma oração e até mesmo de um trecho inteiro de um texto.
Assim a coesão divide-se em três partes: coesão referencial, coesão seqüencial e coesão
recorrencial.
Coesão referencial
Manifesta-se nas estruturas: anafórica (de anáfora, palavra grega com o sentido de levar para trás,
ou seja, a referencia a uma expressão dita anteriormente) e catafórica (do grego catáfora, com o
sentido de levar para frente, ou seja, referência a uma expressão que será dita) bem como nas
chamadas referências endofórica (expressão grega com o sentido de levar para dentro, ou seja,
referência ao que está no texto) e exofórica ( com o sentido de levar para fora ou com referência ao
que não está no texto).
Anáfora
É a forma mais usual de coesão. O elemento pressuposto está explícito no texto e prevê o item
coesivo que será usado depois dele, para evitar a sua repetição.
“A filosofia teve origem na tentativa humana de escapar para um mundo em que nada mudasse.
Platão, fundador dessa área da cultura, supunha que a diferença entre o passado e o futuro seria
mínima e que essa ciência não teria evolução.”
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Observe-se que as expressões essa área da cultura e essa ciência referem-se à palavra Filosofia,
evitando a sua repetição. São nominadas de termos coesivos anafóricos, porque se referem a uma
expressão dita anteriormente.
Catáfora
É quando o item coesivo aparece antes do termo pressuposto, como no seguinte período:
Vê-se que a expressão uma coisa só pode ser recuperada como identificação da oração apositiva
renunciar à imunidade. Logo, uma coisa é o termo coesivo catafórico, pois faz referência a uma
expressão dita depois dela.
Os termos coesivos referenciais, pelo que foi visto, só podem ser interpretados semanticamente
quando vinculados aos termos pressupostos. Nunca de forma isolada.
Referência endofórica
Ocorre quando os elementos da referência estão dentro do próprio texto, de forma explícita, como
no exemplo:
“Sentiu a tristeza inconsolável daqueles que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que
a podridão anônima os acompanha a eles mesmos.”
No exemplo dado, os pronomes que, seus, lhes e eles mesmos substituem o pronome aqueles,
explícito no texto, constituindo-se numa referência endofórica.
Pode-se, pois, dizer que tanto a anáfora quanto a catáfora são referências endofóricas, pois ambas
encontram-se explícitas no texto.
Referência exofórica
Ocorre quando os elementos da referência não estão explícitos no texto, ou melhor, encontram-se
nas entrelinhas do texto, naquilo que se infere das afirmativas do autor, como no exemplo abaixo:
“Você não se arrependerá de ter dado aquele conselho, pois tudo se resolveu conforme o que você
disse.”
As expressões aquele conselho e o que você disse são referências exofóricas, pois tratam de
especificações que não estão explícitas no texto, ao contrário da endofórica que está explícita em
um dos parágrafos.
Um outro exemplo: “Platão julgava que a Filosofia não mais tivesse modificações. Não foi o que
aconteceu.”
Nesse período, tem-se como referência exofórica a expressão “A filosofia modificou” que não está
explícita no texto, mas subentende-se nas entrelinhas.
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Coesão seqüencial
É feita por conectores também conhecidos como operadores do discurso. São palavras ou
expressões criadoras de relações semânticas de causa, conseqüência, condição, concessão,
qualidade e outras, tais como: mas, dessa forma, no entanto, portanto, por conseguinte, então, visto
que, embora, em virtude de, por isso etc.
Exemplo: “Ele falou bonito durante a conferência, no entanto recebeu poucos aplausos.”
Vê-se que a expressão “no entanto” não faz referência a nenhum outro vocábulo do texto, servindo
apenas para ligar ( conectar) uma idéia à outra transmitindo uma compensação.
Coesão recorrencial
Exemplos:
O texto coerente
Para que o texto seja coerente e possa ser compreendido, não basta que trate apenas de um assunto.
É preciso que seus parágrafos estejam relacionados e não apresentem contradições, devendo
oferecer ao leitor uma mensagem completa.
Cada parágrafo concentrará e desenvolverá uma determinada idéia acerca do tema e a seqüência
paragrafal determinará o desenvolvimento das idéias para que o leitor adquira a noção do que o
texto transmite.
No primeiro parágrafo, o leitor deve ser apresentado ao tema (o assunto do texto); nos parágrafos
intermediários, terá o desenvolvimento do assunto e, no parágrafo final, encontrará a síntese, ou
seja, a retomada da idéia inicial com a conclusão feita de acordo com o desenvolvimento.
Um bom texto usa preferencialmente frases curtas, com idéias apresentadas de forma seqüencial, de
maneira objetiva e sem fugir do tema principal.
Quanto à linguagem, deve ser adequada ao tipo de texto, pois as idéias apresentadas devem ser
pertinentes ao tema proposto, possibilitando um perfeito entendimento entre o autor e o leitor. Deve
haver associação e correlação de idéias na construção dos períodos e na passagem de um parágrafo
a outro.
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Tipos de coerência
1. Coerência global – o texto deve estar de acordo com a visão do mundo – é o princípio da
realidade.
2. Coerência local – o texto deve estar de acordo com as idéias veiculadas anteriormente pelo
próprio texto (não deve fugir do tema) – é o principio da consistência.
3. Coerência temática – o texto deve ter apenas um assunto, a fim de não prejudicar a
veiculação da idéia principal – é o princípio da parcimônia.
4. Coerência formal – o texto deve ater-se a um mesmo nível de linguagem. A mistura do
culto, do coloquial, popular e regional confunde e prejudica a comunicação.
Coerência e coesão
A coesão textual leva sempre à coerência, mas deve-se ter muito cuidado, pois acontece haver
textos com os elementos coesivos dispostos corretamente, mas sem coerência.
Exemplo:
“No lombo da jumenta branquinha estão espalhados os pertences da família: duas panelas pretas,
três pratos, três colheres, três copos, uma moringa e uma esteira. Há, ainda, um rádio com defeito
que não pega uma emissora sequer. João Honorato segue a frente da família, em seu passo largo de
sertanejo acostumado com longas viagens a pé. Ele adora músicas. E a todo o momento retorna um
pouco e liga o rádio para ouvir e cantarolar o que conhece, enquanto a família caminha pela estrada
em busca de um novo lar.”
Observe-se que há uma incoerência no texto. Se o rádio não pega uma emissora sequer, como João
Honorato o liga a todo o momento para ouvir músicas?
Um texto é coerente quando as idéias e situações que se apresentam estão encadeadas de maneira
lógica. Quando não há coerência, o texto fica sem sentido e não há como se tirar dele uma
conclusão, como neste exemplo:
“Ataque terrorista em Djibuti. Lula viaja para a Índia. Terremoto mata milhares no Paquistão. Seca
no Sul e enchentes no Nordeste.”
Ao ler estas frases, vê-se que não há ligação de sentido entre elas. Logo, não é um texto coerente.
Mas se fosse assim redigido:
“Ataque terrorista em Djibuti. Lula viaja para a Índia. Terremoto mata milhares no Paquistão. Seca
no Sul e enchentes no Nordeste. Essas são as manchetes dos jornais de hoje.”
Há coerência, pois agora a última frase dá sentido às demais, com as quais estabelece relações,
informando que aquelas são as manchetes dos jornais.
Se um texto contiver contradições, afirmando uma coisa e logo após dizendo o contrário, ele é
incoerente. Será, também, mesmo se bem elaborado, com emprego correto de conjunções, mas sem
correlação de idéias como:
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“O verão é quente e o pólo sul é gelado. O homem é mortal, mas a tartaruga vive 300 anos recebe
os cuidados do Projeto Tamar.”
Não entendi, dirá o leitor. Que relação há em o verão ser quente, o pólo gelado, o homem mortal, a
tartaruga viver 300 anos e o Projeto Tamar? Está faltando um elo de ligação. Embora esse texto
esteja bem elaborado, sintaticamente falta coerência.
Ocorrendo duplo sentido em um texto, de forma que não se entenda o que o autor quer dizer, ele é
incoerente mesmo se for bem elaborado, como este publicado no jornal A Tribuna do dia
12/01/2005 em que houve um “cochilo” do redartor:
“Mulher assassinada a tiros na Serra Marinês Amaro Çonçalves, 23, com dois tiros – nuca e
rosto - , na tarde de ontem, em Novo Porto canoa, na Serra. O corpo foi encontrado por
vozinhos, que acionaram a polícia, em cima da cama, nacasa da vítima.”
Como se vê, na ânsia de bem informar, o redator deixou o texto incoerente e com anfibologia, de
forma que os leitores não entenderam como a polícia estava em cima da cama quando foi acionada
pelos vizinhos.
Muitas vezes um texto incoerente por causa da má pontuação pode se tornar coerente se a
pontuação for corrigida, o que acarreta, em alguns casos, mudança de classe gramatical, como no
exemplo:
“Levar uma pedra do Rio a São Paulo uma andorinha só não faz verão.”
O período é incoerente, mas se for colocado uma vírgula depois de faz, há coerência:
“Levar uma pedra do Rio a São Paulo uma andorinha só não faz, verão.”
Vê-se que, agora, há sentido no texto, pois, com a aposição da vírgula, o termo verão que era
substantivo passou a ser o futuro do presente do verbo ver.
Elementos relacionais
Pelo que se viu até agora, a coerência pede coesão lexical, obtida pelas relações de sinônimos ou
quase sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos e formas elididas e coesão gramatical conseguida
a partir do emprego conveniente de adjetivos, pronomes substantivos e pronomes adjetivos,
pronomes pessoais de 3ª pessoa, elipse, numerais, advérbios e locuções adverbiais. São chamados
de termos coesivos.
De suma importância para a coesão, são as conjunções, tanto coordenativas como subordinativas,
bem como as locuções conjuntivas e prepositivas que, ao unir orações, criam relações entre elas.
São chamadas de elementos relacionais.
Assim, podem ser estabelecidas diferentes relações entre duas ou mais orações, dependendo do uso
desses elementos.
Conectivos
Conhecidas como conectivos, as conjunções, ligam as orações de um texto a fim de dar significado
a essa ligação. São, pois, eles coesivos. Podem ser coordenativas e subordinativas.
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1. Coordenativas
a) aditivas: e, nem, não só...mas também, bem como, mais ainda, mas também, como
também .
Servem para estabelecer uma relação de soma fazendo com que a segunda oração complete o
pensamento da primeira.
Se a frase for escrita: Estudou durante mais de um ano, entretanto e passou no concurso do
Tribunal.
Nesse caso não haveria coesão no período, porque o conectivo entretanto não traz idéia de adição,
mas de introdução de um fato ou significado contrário oposto ao anterior.
Há coerência, haja vista que a segunda oração seqüencia a primeira, trazendo idéias de oposição.
Estabelecem uma relação de alternância, isto é, uma opção implica a recusa da outra.
Exemplo: Ou me dá chance, ou me deixa sem ter o que fazer.
c) conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, por isso, pois (depois de verbo).
2. Subordinativas;
a) causal: porque, que (= porque), visto que, visto como, como (=porque e sempre anteposta a
oração principal), já que, uma vez que (com verbo no indicativo), desde que (com verbo no
indicativo), porquanto, pois que, por isso que.
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Indicam a causa, o motivo, a razão do pensamento expresso na oração principal, sendo que a
primeira oração (a principal) contém a conseqüência.
Exemplo:Não ficaremos, uma vez que não nos deixam fazer nada.
Por causa de não nos deixarem fazer nada, em conseqüência não ficaremos.
b) comparativas: como, (tal)... tal, do que (depois de mais, menos. Maior, melhor, menor e
pior), (tal)...qual, (tanto)... quanto, assim como, bem como, como se, que nem.
c) consecutiva: que (combinada com tal, tanto, tão e tamanho mesmo subentendidas0, de
forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.
Servem para ligar orações, sendo que a segunda diz a conseqüência de uma identidade expressa na
primeira.
d) condicional: se, caso, salvo se, desde que, a menos que, sem que (= se não), contanto que,
dado que, a não ser que, uma vez que (com o verbo no subjuntivo).
Iniciam uma oração em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja ou
não realizado o que foi dito na oração anterior.
Exemplo: Seu exame foi marcado para tarde, a não ser que você prefira pela manhã.
e) concessiva: embora, que, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem
que, por mais que, por menos que, apesar de que, nem que, suposto que.
Servem para ligar duas orações, sendo que a segunda admite um fato contrário ao da oração
principal, mas incapaz de impedi-lo.
Exemplo: Eles continuaram fazendo os exercícios, se bem que estivessem muito fatigados.
g) final: para que, porque (= para que), que (= para que), a fim de que.
Iniciam uma oração que indica o objetivo, a intenção, a finalidade da declaração expressa na oração
principal.
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h) proporcional: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... mais,
quanto mais... tanto mais, quanto mais... menos, quanto mais... tanto menos, quanto menos...
menos, quanto menos... tanto menos,, quanto menos... mais, quanto menos... tanto mais.
Servem para iniciar uma oração em que se expressa um fato a realizar-se ou para realizar-se ao
mesmo tempo com o da oração principal.
i) temporal: quanto, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde
que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (= desde que), eis que, eis senão
que, (eis) senão quando.
São utilizadas para iniciar uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo.
Assim, na utilização de um período podem ser estabelecidas diferentes relações entre duas ou mais
orações, dependendo do uso dos elementos relacionais (as conjunções).
Observe-se:
Um mesmo elemento de ligação pode ser usado para criar relações diferentes de um significado,
conforme os exemplos a seguir com a conjunção como:
Preposições
Funcionam como termos coesivos, dando sentido ao texto e formando idéias. Segundo Celso
Cunha, seu emprego “é. Normalmente, recurso de alto valor estilístico, por assumir ela na
construção sintática plenitude de seu conteúdo significativo”
(Gramática do português Contemporâneo, Rio de Janeiro: Nova fronteira, p. 562).
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a) Preposição a:
b) Preposição ante:
c) Preposição após:
d) Preposição até:
Indica a aproximação de um limite no espaço e no tempo com insistência nele:
e) Preposição com:
Pode indicar associação, companhia, adição noções de modo, meio, causa, concessão:
f) Preposição contra:
Pode indicar direção a um limite próximo, direção contrária ou, segundo o contexto, uma noção
de oposição ou de hostilidade.
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Chorando, pede perdão e aperta-se contra o noivo. (limite próximo)
g) Preposição de:
Indica procedência, origem, afastamento de um limite, de um ponto, traz noções de causa e
posse.
h) Preposição desde:
i) Preposição em:
k) Preposição para:
Da idéia de ida e permanência, finalidade, direção, perspectiva. Difere da preposição a por dar
maior destaque ao ponto de partida, predominando a idéia de direçãosobre a do término do
movimento.
Com todo aquele movimento, ele não sabia para onde ir. (direção)
l) Preposição perante:
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m) Preposição por e per:
n) Preposição sem:
Traz idéia de subtração, desacompanhamento, ausência:
Era um dia de verão, quente, céu claro e sem nuvens. (ausência)
Estava triste, cabisbaixo, sem um amigo sequer. (desacompanhamento)
o) Preposição sob:
Traz, conotativa ou denotativamente, idéia de inferioridade em relação a um limite.
Para o policial, aquele volume sob a camisa indicava a existência de uma arma.
Sob o governo de JK, 50 anos foram feitos em 5.
p) Preposição sobre:
Traz, conotativa ou denotativamente, idéia de superioridade ou tempo aproximado.
Por que a tristeza? Veja quantas nuvens bonitas sobre vossas cabeças.
As frutas traziam um colorido diferente sobre a mesa.
q) Preposição trás:
Apresenta idéia de situação posterior, mas atualmente e substituída pelas locuções atrás de e
depois de ou pela palavra após.
Expressões denotativas
São igualmente elos coesivos e estabelecem conexões de significado entre as partes das orações, do
período ou do texto. São elas:
b) de esclarecimento, retificação: isto é, digo, quer dizer, melhor, ou seja, em outras palavras.
Exemplo: Há gramáticos que exageram na proteção ao idioma, quer dizer, só aceitam a norma
culta, até mesmo no falar.
c) de acréscimo, de argumento: além, além do mais, além disso, além de tudo, aliás.
Exemplo: De vez em quando, se percebe candidatos que se esforçam por aprender além
daqueles quem conhecem toda a matéria e não têm problemas.
d) de gradação, de inclusão e de exclusão: até, mesmo, até mesmo, inclusive, também,
apenas, menos, sequer, salvo, só, ao menos, no mínimo. Exemplo: Na viagem para o
Nordeste ela queria colocar na mala botas, casacos de couro, meias grossas de algodão e, até
mesmo, um casaco de astracã forrado com veludo.
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É bom não esquecer que, às vezes, embora haja coesão, há idéias que podem ficar implícitas,
tornando o texto incoerente, por má escolha dos termos coesivos.
Exemplo: É uma jovem muito bonita e, apesar de ser morena, pode ser miss.
Observe-se a incoerência e a discriminação. Quer dizer que as morenas não podem ser misses?
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