Professional Documents
Culture Documents
ISSN 1808-9399
ano 11 #135
R$ 19,90
Chevy rural
Picape 1951 ganha mecânica 6cil
www.cteditora.COM.BR
Um atrás do outro
Águas de Lindoia, Curitiba Motor Show, Santa Catarina Custom Show, Viva Las
Vegas: os eventos que movimentam a cena Hot Rod no Brasil e no mundo
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores
C
omo prometido neste espaço na Cultura Hot Rod. E como o tempo não que chega à sua 19ª edição e tem
edição anterior, este mês publica- para, no próximo mês traremos uma mais uma vez destaque no Car Show.
mos a cobertura do 3º Encontro reportagem sobre a última edição do Este ano, o colaborador Victor Rodder
de Autos Antigos de Águas de Curitiba Motor Show realizada no Autó- foi acompanhado da fotógrafa Mel
Lindoia (SP), já considerado um dromo de Curitiba. Gabardo e do rodder brasileiro Sergio
dos mais importantes encontros do E para quem quer se preparar para Liebel, de Curitiba, que fala sobre suas
segmento. Além de um evento de lazer o próximo evento de peso, Hot Rods impressões sobre o encontro.
para os aficionados por carros antigos, lembra que, nos dias 11 e 12 de junho, Tudo isso, além das colunas sobre
originais, customizados e hot rods, o vai acontecer o Santa Catarina Custom história dos hot rods, passo-a-passo de
encontro de Águas de Lindoia é um Show, em Itajaí, que, em sua 6ª edição, serviços e um artigo sobre uma alternati-
relevante motor de negócios envolven- já é uma referência em kustom kulture. va para as pistas de sal de Bonneville e
do não apenas os carros, mas também Este mês, além da reportagem sobre El Mirage, nos EUA, aqui no Hemisfério
uma infinidade de peças, acessórios Águas de Lindoia, trazemos uma maté- Sul, na Bolívia.
e objetos relacionados ao universo da ria de peso sobre o Viva Las Vegas, Boa leitura e até a próxima.
Sumário
46 Veículo ganha mecânica 6 cil para embalar “espírito” fazendeiro; influência partiu de um
modelo norte-americano, mas há muita brasilidade no projeto
Hot Rods
Crazy Turkey Editora A Hot Rods é uma publicação mensal da Crazy Turkey Editora
Diretores e Comércio Ltda. • Redação, Administração e Publicidade: Rua
Vera Miranda Barros Crisólita, 238, Jardim da Glória CEP 01547-090 São Paulo SP
Miguel Ricardo Puerta Fones/fax: 55 11 2068-7485/ 9287. Distribuída pela Dinap Ltda.
• A Hot Rods não admite publicidade redacional • É proibida a
reprodução das reportagens publicadas nesta edição sem prévia
autorizacão • As opiniões emitidas em artigos assinados são
Chefe de Redação - Ademir Pernias / Editores - Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - hotrods@cteditora.com.br / Textos - Aurélio de responsabilidade de seus autores, não são necessariamente
Backo, Bruno Bocchini, Manuel Bandeira, Victor Rodder e Vitor Giglio / Editor de Arte - Danilo Almeida/ Editor de Fotografia as da revista e podem ser contrárias à mesma • A Hot Rods é
- Ricardo Kruppa - ricardokruppa@cteditora.com.br / Consultoria Técnica - Norberto Jensen, Sérgio Liebel e Cosme Santos/ marca registrada pela Crazy Turkey Editora Ltda • Ninguém está
Mídias sociais e Comunicação Online - Bruno Bocchini (coordenador) e Paulo Fabris/ Digitalização de Imagem e Produção - Victor Orsi autorizado a receber qualquer valor em nome da Crazy Turkey
Editora ou da Hot Rods.
e Danilo Almeida / Diretor Administrativo - Miguel Ricardo Puerta / Diretora Comercial - Vera Miranda Barros - (11) 2068-7485 /
Gerente Comercial - Geovania Alves / Contato - Kayhan Gomes / Assinaturas e Atendimento ao Leitor - Kyka Santos - (11) 2068-7485 Internet - www.cteditora.com.br / E-mail redação - hotrods@
/9287 - assinatura@cteditora.com.br / Contabilidade - RC Controladoria e Finanças - (11) 3853-1662. Resp.: Ricardo Calheiros cteditora.com.br / Jornalista Responsável - Ademir Pernias - MTb
/ Assessoria Jurídica - Juliana T. Ambrosano / Assinaturas e números atrasados - (11) 2068-7485 de segunda a sexta das 9h às 18h 25815 / Impressão e Acabamento - Prol Editora Gráfica
- assinatura@cteditora.com.br
www.cteditora.com.br - No twitter: @revistahotrods
Blog: www.revistahotrods.blogspot.com - Procure-nos também no Facebook
Hots em Lindoia
Hot Rods 6
E
ntre os dias 21 e 24 de abril, a
Praça Adhemar de Barros, em
Águas de Lindoia, interior de
São Paulo (167 quilômetros da
capital), recebeu a 3ª edição do
Encontro Brasileiro de Autos Antigos.
Atualmente, o evento é considerado o
maior encontro de carros antigos de
todo o país.
A revista Hot Rods, mais uma vez,
esteve lá. Foram mais de 500 carros
expostos, sendo 250 apenas na parte
de vendas, além de cerca de 350 ven-
dedores de peças antigas.
A feira de peças era muito rica em
opções, sendo que praticamente toda a
frota de carros antigos era contemplada
com acessórios: desde diferentes tipos
de Fusca até modelos mais antigos
extremamente raros.
O encontro contou também com a pre-
sença em massa do Curitiba Roadsters,
bem como de outros clubes nacionais
e internacionais, com destaque para a
visita de representantes da FIVA do Uru-
guai e da Argentina.
Além dos hots mais usuais, foram vistos por
lá também veículos clássicos das décadas
de 20, 30, 40 50 e 60: Ford T, Ford A,
Studbacker, Lincoln, Dodge, Galaxie e
uma grande quantidade de Mavericks.
Durante os quatro dias de evento, as
noites foram reservadas para a premia-
ção, no Espaço Burle Marx, que contou
com a presença dos renomados pilotos
Wilson Fittipaldi Jr e Bird Clemente.
Após o sucesso na edição 2016, é hora
de já começar a preparar novos projetos
para a confirmada edição de 2017.
Hot Rods, como sempre, estará lá!
Hot Rods 8
No destaque,
Hot Rods 9
Hot Rods 13
5º Santa
3º Encontro
CatarinaBrasileiro
Custom Show
de Autos Antigos
Hot Rods 14
Hot Rods 15
5º Santa
3º Encontro
CatarinaBrasileiro
Custom Show
de Autos Antigos
Hot Rods 16
Hot Rods 17
5º Santa
3º Encontro
CatarinaBrasileiro
Custom Show
de Autos Antigos
Hot Rods 18
Hot Rods 19
5º Santa
3º Encontro
CatarinaBrasileiro
Custom Show
de Autos Antigos
Hot Rods 20
Hot Rods 21
Limousine Ford 1930
Hot Rods 22
Até que a morte
nos separe!
A pedido da mãe, entusiasta reúne duas carrocerias
em projeto inusitado e recria um clássico que faz os
noivos atrasarem na entrada da igreja...
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Mel Gabardo
Hot Rods 23
5º Santa
Limousine
Catarina
FordCustom
1930 Show
A
lguns casais, mais modernos, qual automóvel irá levar a noiva à porta toda noiva tem como regra atrasar na
apenas somam escovas de dente, da igreja. Chevrolet conversível 1947, hora da cerimônia, com a Limousine
outros – tradicionalistas – preferem Citröen 1951, Cadillac 1937, Rolls serão os noivos a chegarem atrasados
Hot Rods 24
costurar o amor em um matrimô- Royce ou Buick. As opções são vastas, (afinal, qual marmanjo não fica de quei-
nio. Os preparativos começam mas nada como um grande clássico xo caído ao olhar um carro como este?).
com antecedência e vão além dos para "raspar as latinhas no asfalto". Este Sergio Liebel, rodder e entusiasta de
trâmites para a união civil, festa, "mimos" modelo Limousine 1930 não apenas Curitiba (PR), atua no segmento de restau-
para convidados e, claro, a viagem de carrega a proposta de ser um "carro de ração e customização de antigos há mais
lua de mel. É preciso checar a previsão noiva", como também permite contar de 30 anos. Apaixonado pela linha Ford
do tempo para o grande dia e decidir a própria história. Há quem afirme: se da década de 30, ele é reconhecido por
exibir grandes projetos, não apenas para duas carrocerias de quatro portas que
si, mas também para amigos e clientes vieram em um lote de carros que havia
que procuram seus serviços na oficina comprado em Porto Alegre. Já havia cons-
Bancos de couro, tape-
Hot Rods 25
Hot and Rusty. Liebel é proprietário desta truído outros hots apenas com pedaços
Limousine e, mais que isso, não abre da carroceria e achei que poderia trans-
mão de ser também o motorista exclusivo. formar aqueles pedaços que sobraram çaria em tons claros e
"Minha mãe, que acompanhou todos os em um carro para noivas. Então decidi
projetos, um dia me pediu que fizesse um que chamaria esse modelo de Luci, em tela de 24” no interior
carro para noivas. Pedido dela é ordem homenagem à minha mãe. E também, é
para mim. Lembrei-me de pedaços de óbvio, virei o motorista", conta.
5º Santa
Limousine
Catarina
FordCustom
1930 Show
Reunir características de dois automó- Estados Unidos. Após "transportar" as com eixo original, rebaixado, de duas
veis distintos em um mesmo projeto não medidas para a própria Limousine Ford polegadas). A carroceria foi alongada
é tarefa fácil. Mas, segundo Liebel, ele – somadas a sete anos de trabalho – Lie- aproximadamente em 90 cm divididos
não imaginava o trabalho que haveria bel conseguiu um resultado satisfatório. por todo o carro em proporção. O
pela frente. "Consultei meu parceiro de Fruto de paciência, horas de atuação e jogo de rodas escolhido foi do ano de
projetos Sidney Lindbek, que sempre dedicação. "Viajei duas vezes aos EUA 1934, aro 16 com pneus 6.50- 16.
topa qualquer parada. Eu tinha dois para acompanhar detalhes e comprar Grade, faróis e para-choques são do
desafios pela frente, um deles era trans- peças faltantes para o projeto. Existe um modelo 1932 e volante do Ford 1937.
formar um carro que Henry Ford inven- misto de peças de anos diferentes de "Inicialmente ia utilizar dois estepes nos
Hot Rods 26
tou para ser popular em um estilo sofisti- toda linha Ford, mas procurei encontrar para-lamas, mas ao montar achei o
cado. E o outro foi alongar o carro sem um visual mais clássico", conta. visual muito carregado e acabei optan-
perder as curvaturas, encontrando as Quem paga é sempre o pai da noiva? do por suporte de estepe traseiro com
proporções sem deformá-lo", explica. No começo do serviço, Liebel conta porta-bagagens junto", define.
Para seguir com o projeto, o rodder que já queria utilizar rodas raiadas e Para a concepção do chassi, Liebel
estudou uma Limousine Buick norte-ame- sem freios a disco para manter o visual contou com a ajuda do amigo de
ricana que estava em um evento nos original da suspensão (que manteve infância Emersom Luiz, o Emo, que
A modelo Luana Malinoviski, de noiva, na Limousine de Sergio Liebel
desenvolveu um novo modelo para o rias – estava diante do espaço interno. cromados com madeira. Queria tam-
carro com estrutura para que supor- "Como nos Fordinhos o espaço é sempre bém a parede divisória com uma tela
tasse o dobro do peso que pretendia. um problema e eu queria utilizar ar-con- embutida de 24 polegadas, sistema de
"Não era a ideia focar no desempe- dicionado, optei por colocar as saídas multimídia para passar arquivos forneci-
nho, mas sim na segurança e estabili- do ar na divisão motorista-passageiro, dos pelos pais dos noivos após a ceri-
dade. Chamei também o Haroldo Fro- que inclusive tem vidro separador como mônia. Tudo deu muito mais trabalho do
ma para ajustes de caixa de direção, nas Limousines mais sofisticadas". que imaginava, mas ficou muito bom",
pois para um carro alongado eu pre- "Mimos" a Limousine Ford 1930 esban- comemora Liebel.
cisaria um sistema que tivesse grande ja sem piedade. Há campainha para o A cor externa do carro dividiu opiniões.
Hot Rods 27
área de giro", argumenta. passageiro chamar o motorista, televi- Liebel diz que amigos diziam para ele
O responsável por embalar o trajeto até sor, sistema de som, suporte para bebi- pintar a Limousine de preto, mas ele
a igreja é o bloco Chevrolet 4 cilindros, das e taças, banco com revestimento acreditava que poderia sugerir um carro
pelo fato de manter bom torque e manu- em couro, além de pinstripes, que dão fúnebre. Foi nessa fase que o entusiasta
tenção fácil para uso diário. E, se por o toque refinado ao interior do clássico. decidiu fazer uma enquete só entre o
um lado a mecânica foi facilitada, outro "Tinha o foco de misturar o estilo nostal- público feminino. "Mais de 80% das
problema – além da junção das carroce- gia com o moderno utilizando detalhes mulheres achavam legal usar branco.
5º Santa
Limousine
Catarina
FordCustom
1930 Show
Interior
Bancos de couro, tapeçaria clara, aca-
bamento em madeira, tela de 24 pole-
gadas, sistema multimidia, suportes
para taças e garrafas de bebida, deta-
lhes em pintura pinstripe e campainha
para chamar o motorista
Exterior
Jogo de rodas originais do Ford 1934
aro 16, pneus 6.50-16, grade, faróis e
para-choques do modelo 1932, pintura
em branco amarelado e suporte de
estepe traseiro com porta-bagagens
Quem fez?
Projeto Hot and Rusty – Sergio Liebel
e Sidney Lindbeck - (41) 3254-7178;
Elétrica - Rei Davi Art Elétrica – (41) 8524-
9540; Estofamentos Polaco – (41) 9155-
0996; Pintura – João Duarte – (41) 3254-
7178; Escapamentos Erasto – (41) 3356-
2969; Pinstripes Guga Airbrush – (41)
9855-3475; Chassi e adaptação mecânica
- Emersom Luiz (41) 9971-1281; Acertos
da caixa de direção e tornearia - Haroldo
Froma – (41) 3605-0110
Agradecimentos: Fotos - Mel Gabar-
do – (41) 3018 2772 e modelo Lua-
na Malinoviski.
Elas que mandam. Optei por um bran- para qualquer casal. A cada evento dirigir. Respondo sempre que ele confia
co mais amarelado que acabou ficando acabo descobrindo novos detalhes que totalmente em minhas habilidades.
mais delicado e sofisticado". podem melhorar e facilitar o uso. Para Acho que tenho cara de motorista mes-
Após ter as ações concluídas, a Limou- hot rods é a mesma coisa. Nunca está mo", brinca.
sine teve estreia com um casal especial pronto. Sempre melhorando ou reade- Os convidados até podem sair recla-
Hot Rods 28
para Liebel. "Levei minha mãe, Luci e quando alguma coisa", comenta. mando da festa de casamento, mas
meu pai, Jayme, inspiradores para esse Uma das curiosidades que Liebel se certamente do carro não terão o que
projeto e que me apoiam nas loucuras, diverte ao vivenciar está com relação dizer – e quem duvida que não haverá
para passear. Já fiz também alguns casa- aos curiosos que observam a Limousi- casal querendo casar pela segunda
mentos e o carro tem feito muito sucesso ne. "Como eu sempre sou o motorista, vez só para desfrutar de um passeio
em estilo e fotografa muito bem para as pessoas acabam perguntando se na Limousine? Renovar os votos vai ser
as memórias que são muito importantes o dono do carro confia em me deixar mais comum do que nunca...
Hot Rods 29
Cultura Hot
F
alar sobre o “Viva” é sempre um
desafio para mim, pois se você já
lê minha coluna há algum tempo,
sabe que sou fã incondicional des-
se Festival, que, para mim, sempre
foi o melhor de todos. Hoje, sem dúvida,
o Viva Las Vegas Rockabilly Weekend,
que acontece na cidade de Las Vegas,
em Nevada, nos Estados Unidos, é o
maior festival de música e cultura dos
anos 50. Mas começou mais modesto,
em 1998, 19 anos atrás.
Em 2001 foi quando tentei ir pela
primeira vez. Mas foi bem no ano da
Hot Rods 32
Hot Rods 35
Cultura Hot
Diversidade de estilos
marca o evento, que
está em sua 19ª edição
Hot Rods 38
Hot Rods 39
Cultura Hot
SLED!
Hot Rods 40
Este aqui foi quem ganhou o prêmio de “Best Custom”. É um Chevy Fleetline Candy Tangerine de Beto Rojas,
do “Gatos Car Club”– 9 lives Baby!
Uma das muitas opções de almoço Audrey DeLuxe e Tom Ingran durante Angelique Noire, Tony Medina
durante o Car Show era esse suculen- o Concurso de Burlesco, e Doris May Day durante
to BBQ, onde eu estacionei e fiquei! no sábado à noite o Car Show!
Deu até saudades agora...
Mais Marie Devilreux ao lado deste fantástico Chrysler “badass” com placas da Califórnia que diziam Gothmmm! O carro é de Pati
Monroe Fairchild, que literalmente põe a mão na massa! Procurem por ela no Face e confiram o trabalho dessa customizadora!
Cultura Hot
Q
uem observa a picape Chevrolet ramente, o padrão de vida sertaneja tudo me encantou muito e serviu de refe-
Hot Rods 48
1951 de Fabiano Rabelo, 41 – inspiração para Fabiano customizar o rência para montar a minha", conta.
anos, morador de Joinville (SC), modelo. "Pesquisei na internet e vi uma Transformar automóveis em verdadeiros
pode lembrar facilmente de picape Chevy que participou de um dos clássicos recheados de história é parte
Riobaldo, jagunço e narrador- eventos do Kansas, nos Estados Unidos. fundamental de qualquer entusiasta
-personagem do livro 'Grande Sertão Aquele modelo me deixou apaixonado hot rod. Por outro lado, somar carac-
Veredas', de João Guimarães Rosa. e logo defini que minha picape seria terísticas e influências em um projeto
O estilo rústico da picape lembra, cla- igual. A cor, o jeito 'barn find', as rodas, requer cuidado redobrado. Ainda mais
Tanto o exterior quanto
a parte interna ainda
aguardam modificações
quando se trata de uma picape (tradi- a estética muito semelhante à que tem Fabiano conta que foram necessárias
Hot Rods 49
cionalmente com vocação para carga agora, porém, ela não tinha condições algumas alterações (fora do padrão
e, fatalmente, com pouco conforto). "Ini- de andar, estava com a mecânica bas- original) para que a Chevrolet 51
ciei as buscas pelo modelo em 2004 e tante defasada, mas com muitas carac- alcançasse o vigor pleno. As mudanças
após dois anos encontrei esta, por meio terísticas originais. Uma das melhorias somaram freios a disco da Silverado
da indicação de um amigo de Curitiba, que fizemos foi retornar o câmbio para nas rodas dianteiras, uma vez que os
mas só em 2006 efetivei a compra. cima, no volante, como era original- originais a tambor estavam em más
Quando comprei a picape ela já tinha mente", descreve o proprietário. condições, além de mudanças pontuais
Picape Chevrolet 1951
para vender e transformar a R1 Garage e conta com um motor Thrift Master 216, ra do interior), com botões e instrumentos
(rancho onde são feitas as alterações e tra- de 6 cilindros em linha (refrigeração líqui- originais e acabamentos cromados.
balhos da picape). Estou confiante", revela. da, capacidade cúbica de 3.550 cm3, As peças cromadas, como grade,
O projeto da 51 também foi caseiro, mas bloco de ferro fundido, compressão de espelhos, emblemas laterais, frontais de
contou com a ajuda de profissionais dian- 6,6:1 e potência de 92 cavalos a 3.400 capô, e lanternas traseiras em LED foram
te da construção efetiva, segundo conta o RPM). O câmbio também é original de três importadas. Essas aquisições, como os
proprietário. "O principal envolvido direta- marchas na coluna de direção e os freios acessórios do interior, eram caracterís-
PICAPE CHEVROLET 1951
Mecânica
Motor Thrift Master 216 de 6 cilin-
dros em linha, refrigeração líquida,
bloco de ferro fundido, compressão
de 6,6:1, potência de 92 cavalos a
3.400 RPM, câmbio de três marchas
na coluna de direção, freios diantei-
ros da Silverado, suspensão original
com feixe de molas na frente e atrás
com freios a tambor originais
Interior
Pintado em dourado, banco inteiriço
original em curvin cinza, botões e
instrumentos originais e acabamen-
tos cromados
Exterior
Grade, espelhos, emblemas laterais,
frontais e lanternas traseiras em LED
cromadas, rodas de seis furos, calo-
tas originais cromadas aro 16, pneus
faixas brancas Dunlop 215/65/R16
na dianteira e Wrangler Goodyear
255/65/R16 na traseira
Quem fez?
Fabiano e Geraldo Rabelo
ticas do projeto com a ideia, segundo ar-condicionado, pois este modelo deixa por baixo em eventos e incontáveis horas
Fabiano, de não aparentar um "carro a cabine muito quente, principalmente no de trabalho com grande ajuda de meu
velho e relaxado" andando nas ruas. verão. Outra melhoria que quero fazer é pai – que já trabalhou em oficina mecâni-
A estética da picape é ovacionada pelas substituir as madeiras da caçamba e con- ca no passado – para conseguir deixá-la
rodas de seis furos, calotas originais feccionar suportes para transportar minha baixa e estável com dirigibilidade", relata.
cromadas aro 16 com pneus Dunlop réplica de Board Track 1912 que aparece Fabiano só conseguiu rodar com a
215/65/R16 na dianteira e Wrangler em algumas fotos”, detalha. picape pela primeira vez em 2012,
Goodyear 255/65/R16 na traseira, com Diante das dificuldades encontradas com quando o carro apresentou condições
as clássicas faixas brancas. Mesmo diante a proposta para a Chevrolet 51, Fabiano de andar, ainda sem o trabalho da
de tantos detalhes, que fazem do modelo lembra dos desafios ao montar a suspen- suspensão. Portanto, seis anos após
Hot Rods 53
um carro "especial à moda do rancho", são. "O que deu mais trabalho foi conse- a compra. Nessa fase ele afirma ter
Fabiano ainda prevê alterações. "Já proje- guir manter a suspensão dianteira original passado diversas noites de trabalho e
tei algumas mudanças. O revestimento do (feixe de molas) e rebaixá-la ao ponto que várias horas de estudos para acertar
banco será feito em outra cor e em couro está. Para chegar neste ponto foram inú- o clássico – que hoje leva a esposa
para dar um ar mais "nobre" e limpo, com- meras horas de pesquisas na internet, em e duas filhas de Fabiano em passeios
binando com a cor da pintura interna da projetos e fóruns americanos, muitas vezes ao finais de semana. Sempre com um
cabine. Ainda pretendo também instalar deitado ao solo olhando outras picapes "cadin" de carinho e muito entusiasmo.
Garage Tech
S
e há uma coisa que irrita e preocupa os proprietá- vez é no cárter do câmbio automático, cujo óleo é de
rios de carros é ver uma mancha de óleo no chão cor avermelhada, o que o diferencia do óleo de motor
da garagem. Nesta edição, vamos acompanhar ou de freio.
a execução de um reparo que pode acabar com Dúvidas e sugestões, escreva para suporte@hotcustoms.
esse problema. O vazamento a ser sanado desta com.br. Até a próxima edição.
01 02
Hot Rods 54
Nesta imagem podemos ver a junção do cárter com o câmbio Coloque o carro em um elevador ou apoiado em cavaletes de forma que
umedecida de óleo, o que confirma a origem do vazamento fique seguro o seu acesso ao câmbio. Solte o bujão para escoar o óleo
03 04
Comece soltando os parafusos de fixação do cárter Retire os parafusos e faça apoio para o cárter não cair
05 06
Hot Rods 55
Solte o cárter da junta ou cola para desprender do câmbio Retire o cárter com cuidado por causa do óleo em seu interior
Garage Tech
07 08
O cárter retirado. Veja que a junta está totalmente contaminada Solte a junta, caso esteja colada, com uma espátula
com óleo e, portanto, deverá ser substituída
09 10
Retire a junta do cárter Retire todo o resíduo de adesivo, sujeira ou restos de juntas antigas
11 12
Hot Rods 56
Com a junta nova instalada e o selante, vamos recolocar o cárter Verifique que a junta não saia do lugar ao se encaixar ao câmbio
15 16
Recoloque os parafusos de fixação do cárter Coloque todos os suportes e periféricos que eram
originalmente fixados lá também
17 18 Hot Rods 57
Aperte os parafusos do cárter, mas sem amassar a lata Pronto, basta recolocar o óleo até o nível e
rodar com tranquilidade
Projeto Hot Rods
N
osso projeto de restauração e custo- e traseira. Também começamos a trabalhar a fixação desta lata. Finalizamos toda a
mização de um Ford T 1927 segue na estrutura da lataria traseira do Roadster. estrutura interna e desenvolvemos a tampa
a pleno vapor. Na edição anterior, Esse serviço incluiu a finalização da estrutu- traseira do porta-malas, as laterais e o cock-
foram instalados os freios em um siste- ra de abertura do porta-malas do modelo. pit traseiro (que fica atrás do banco).
ma de disco de Opala na dianteira A partir de então, nosso foco voltou-se para O próximo passo será o início do trabalho
Com a finalização da lataria, próxima fase inclui pintura e reparação
Hot Rods 59
Em círculo!
Acompanhe a evolução da roda em 100 anos de história do automóvel.
Modelo mais recente remete à década de 1920!
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Divulgação
H
á mais de cem anos o automóvel O Benz 1879 foi considerado o sempre usaram rodas feitas com madei-
povoa as estradas mundo afora. primeiro carro produzido. O modelo ra. Esse tipo de roda era empregado
Inicialmente era apenas uma utilizava rodas raiadas calçadas com desde o tempo dos egípcios. Para
simples charrete sem cavalos e pneus de borracha maciça. Essas evitar o desgaste prematuro, elas eram
evoluiu para modelos nos quais o rodas pareciam com as de bicicleta e, revestidas externamente com uma lâmi-
estilo é tão importante quanto seu desem- como tal, não muito robustas. Com a na de metal. Num automóvel, o aro
penho na estrada. Apesar disso, um ele- evolução do carro foram necessárias externo, onde eram instalados o pneu e
mento com grande importância no estilo rodas mais fortes e o material escolhi- a câmara, também era feito de metal.
dos carros permanece por mais de cem do para fazê-las não parecia o mais Metal também era empregado no miolo
anos com a mesma forma: as rodas. apropriado: a madeira. da roda. A madeira era usada nos
raios e eventualmente na base externa.
A madeira extraída da nogueira era a
mais usada, pois era dura e resistente.
Rodas raiadas
Roda de madeira
Hot rods na
terra do condor
Pela primeira vez no Hemisfério Sul o ronco dos motores de competição será
ouvido a mais de 3.600 metros de altitude, no meio da Cordilheira do Andes
Texto: Manoel G. M. Bandeira::Fotos: Ricardo Kruppa
S
omos todos movidos por um desejo confiável, mais, mais, mais... É isto que desafios, viram nos tanques adicionais
enorme de conquistar coisas impos- move um rodder: o descontentamento de combustível – que eram utilizados nas
síveis, ultrapassar limites, quebrar com o usual, a vontade de inovar, criar, asas dos aviões cargueiros de guerra
barreiras, vencer os mais variados melhorar e mostrar seu conhecimento e para aumentar sua autonomia – a carro-
desafios. Está dentro de nós uma sua determinação. ceria perfeita para vencer a aerodinâmi-
Hot Rods 64
determinação ilimitada de competir e Movido por este sentimento o rodder ca nas corridas de velocidade plena nos
vencer, quebrar recordes, deixar a nossa André M. Rodrigues decidiu um dia lagos secos de Bonneville e El Mirage.
marca pessoal em algo grandioso. construir um Belly Tank. Belly Tank era Porém, o velho espírito aventureiro que
Essa motivação move a maioria dos um tipo de carro construído na década nos move entrou em ação novamente
rodders mundo afora, desde o primeiro de 1950 por alguns jovens recém- e construir apenas uma réplica do
automóvel até os dias de hoje. Fazer -chegados da Segunda Guerra Mundial. pequeno carro de corridas não parecia
o carro mais rápido, mais bonito, mais Eles, sedentos por velocidade e novos um desafio à altura das ambições do
rodder. Ele queria mais, e assim seguiu secos acima da linha do Equador, decidiu dividir seu sonho também com o
por uma, duas, várias vezes em viagem deveria também existir algo semelhante clube. Afinal de contas, pessoas que têm a
aos EUA para acompanhar de perto, abaixo dela. O rodder André, quando coragem de construir carros praticamente
não só as corridas de velocidade em foi contaminado pelo vírus incurável da do nada, também devem ser loucos o bas-
Bonneville, mas também para aprender velocidade, já havia pensado na ideia tante para enfrentar um desafio destes.
e principalmente entender como as coi- de realizar uma corrida de velocidade A prova está marcada para outubro de
sas funcionam por lá. plena no Hemisfério Sul e, pesquisando 2016 e será a primeira prova de velo-
a geografia da América do Sul, encon- cidade plena em lago de sal do Hemis-
Encontro decisivo trou o salar de Uyuni, na Bolívia. fério Sul. Portanto cada categoria, cada
A mão decisiva do destino entrou em As ideias movem o mundo. Tudo que está carro que correr, estará estabelecendo
ação e colocou em seu caminho nada à nossa volta um dia foi uma ideia na o primeiro recorde de sua categoria. É
mais, nada menos do que a maior len- cabeça de alguém, alguém que teve a um evento que irá entrar para a história
da viva das corridas nos lagos de sal, determinação necessária para transformar do automobilismo mundial. Em pleno
Jack Costella, que intrigado com aquele essa ideia em realidade. Um desafio século 21 pode estar começando um
brasileiro enxerido, querendo saber de destes, promover uma prova em caráter novo capítulo na história dos hot rods. E
tudo, encontrou nele um amigo. A partir mundial em um país da América do Sul nós vamos ajudar a escrevê-lo.
do primeiro contato o interesse passou que não tem tradição alguma no automo- Prepare seu coração. Pela primeira vez
a ser mútuo. Enquanto André pergun- bilismo, parecia mesmo algo inatingível. no Hemisfério Sul, pela primeira vez na
tava tudo a Jack sobre as corridas Sonho que se sonha só é só um sonho, América Latina, o ronco dos motores
nos lagos secos, sobre os carros e os mas sonho que se divide com outras de competição será ouvido a mais de
macetes, Jack queria saber igualmente pessoas pode se tornar realidade. André 3.600 metros de altitude, no meio da
tudo sobre o Brasil e sobre os hot rods dividiu seu sonho com Jack, que há mais Cordilheira do Andes, onde voa o con-
brasileiros. Foi assim que um dos carros de um ano não pensa em outra coisa. Inte- dor e voarão também agora os sonhos
de Jack passou dos 300 km por hora grante do Clube Curitiba Roadsters, André dos homens.
exibindo em sua carenagem um adesi-
vo do Clube Curitiba Roadsters.
Entre uma conversa e outra, Jack, do
alto dos seus mais de 60 anos de
experiência, se disse desanimado com
as condições em que se encontrava a
pista de Bonneville. O sal estava dete-
riorado pelas condições climáticas e
pelo constante uso nas corridas anuais.
Alguns carros, e principalmente motos,
estavam proibidos de correr, já que as
condições do piso não ofereciam mais
a segurança mínima exigida.
Infelizmente o tempo das corridas de
velocidade máxima em Bonneville e
El Mirage parece estar com os dias
contados. E isso é muito triste para uma
pessoa que dedicou toda uma vida a
este esporte.
Redonda
A sugestão da VFort Pneus é a roda modelo Smoothie, disponível em 15” e
furação 5x114,3/120mm.
Informações: Tel. (41) 3254-5222 ou www.vfortpneus.com.br
Wiseco na Pro-1
O destaque da Pro-1 é a linha de pistões
da marca norte-americana Wiseco, no Expert em comandos
mercado desde 1941. A Wiseco aplica
o que há de mais moderno em termos A preparação de alguns motores requer muita Dupla da gringa
de material, usinagem e tecnologia na dedicação e atenção por parte do preparador, A Cosmos Wheels destaca dois modelos
Hot Rods 66
produção de seus pistões. A Pro-1 possui devido à grande quantidade de itens que precisam de roda. A US Wheels 620 Sport (15x5,5”
uma linha de pistões exclusivos fabricados ser revisados durante o trabalho. O comando de - 5x205) está disponível no acabamento
sob encomenda para os motores VW AP, 6 válvulas é um dele. Consulte a Sobe Comandos chrome. Já a Autobahn (15x5,5” - 4x130)
cil Chevrolet e V8s Ford, Chevy e Mopar. para obter os melhores resultados. vem no acabamento polished.
Informações: www.pro-1.com.br ou tel. Informações: www.sobeocomandoesperto.com.br Informações: www.cosmoswheels.com.br
0800-771-7761. ou tel. (11) 4584-1734. ou tel. (41) 3367-4844
Hot Rods 67
mustang 1968:
Hot Rods 68
O primo rico
Conheça o Mercury Cougar 1967,
versão mais sofisticada do esportivo Mustang
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Divulgação
C
om o sucesso avassalador do
Mustang, a Ford Motor Com-
pany percebeu que poderia
ganhar alguns dólares a mais
lançando uma versão mais
sofisticada do seu esportivo. Esse
seria destinado a um público com
maior poder aquisitivo e não seria
um Ford, seria um Mercury! E se cha-
Hot Rods 70
Quem não gostou dessa escolha foi a 1967. E sua semelhança com o Mus- os quatro faróis. Na traseira, a lanterna
inglesa Jaguar. A Jaguar também tinha no tang ficava apenas nas proporções, pois também ocupava toda a largura do carro,
emblema um felino, pois seu nome signi- ambos compartilhavam a estrutura inter- exceto pela placa. Essas eram decoradas
fica "pantera". E a Mercury tinha como na, plataforma, teto e um painel traseiro. com frisos verticais com desenho seme-
público alvo também os compradores de Externamente o elemento mais chamativo lhante ao da grade dianteira. As luzes do
Jaguar nos Estados Unidos. A publicidade do novo carro era a grade dianteira, que pisca-pisca eram sequenciais, uma moda
da própria Mercury enfatizava que o ocupava toda a largura do carro, escon- na época. Os três blocos acendiam em
Cougar tinha um "toque" europeu. dendo os faróis. Ao ligar as luzes, parte sequência, do centro para a extremidade,
O Cougar de estreia foi o modelo da grade levantava, deixando expostos "apontando" a direção do carro.
Hot Rods 71
O interior era todo em vinil e o volante As versões com pequenos emblemas "GT" nos
tinha um toque bem ao estilo dos carros Na hora de comprar um Cougar, o para-lamas dianteiros. Já a versão XR7
europeus, com detalhes em madeira. interessado poderia optar por duas era escolhida por quem queria um auto-
Mecanicamente o Cougar era 100% versões mais exclusivas – o Cougar móvel mais sofisticado. Internamente
americano. Seu motor padrão era um GT ou o Cougar XR7. O GT era uma era mais requintado e tinha um inserto
V8 de 4,7 litros e 200 HP, ou 225 HP opção para quem queria um automóvel de madeira no painel. Externamente a
se equipado com o carburador de cor- com melhor desempenho e estabilida- versão era identificada por emblemas
po quádruplo. Para quem queria mais de. Era equipado com o motor V8 de "XR7" nas laterais do teto.
potência, havia a opção ainda mais 6,4 litros e 320 HP, rodas mais largas
"americana" de um enorme V8 de 6,4 e suspensões dianteira e traseira mais Cougar x Mustang
litros e 320 HP. firmes. Externamente era identificado O preço de um Cougar básico era
Hot Rods 72
Hot Rods 73
Com bloco 289 V8, Mustang resgata década americana de ouro: diversão a
bordo de um carro “malvado”, mas que parece doce nas mãos de marmanjo
Texto e fotos: Bruno Bocchini
Original - Ford Mustang 1968
S
intonia entre a força bruta de na garagem outros modelos, como que o clássico estava em fase final de
um V8 e o design que instiga. uma F100 1979 placa preta, uma pintura e o antigo dono ficou com o
É assim que qualquer entusiasta Rural 1971 em fase de restauração, modelo por mais de vinte anos. “Disse-
define o clássico Mustang. O um Fuscão 1972 e um Jeep 1978, ram-me que ele nunca foi restaurado. Eu
som que surge do escape ao Márcio exibe um sorriso diferente ao apenas concluí a pintura em vermelho,
acionar a ignição, as cantadas de falar do esportivo. “Este carro não não mudei nada, também não mexi na
Hot Rods 76
pneu em pequenas manobras e a per- tem explicação, não importa quantas mecânica. Até penso em colocar um
cepção mais larga e baixa ao dirigir vezes ando com ele, parece que é a câmbio manual e mudar a carburação,
são características inconfundíveis do primeira, é de arrepiar, muito boa diri- mas ainda não cheguei a um pensa-
modelo. Márcio Cruz, 44 anos, arqui- gibilidade, estável, e o ronco do 4x1 mento definitivo”, comenta.
teto e engenheiro de Ribeirão Pires é incrível”, afirma. O Mustang 1968 trabalha com bloco
(SP), tem a sorte e o prazer de acelerar Há três anos, Márcio comprou o mode- 289 4.7L V8 com alimentação carburada
esse clássico de 1968. Apesar de ter lo após um amigo oferecê-lo. Ele conta que gera 200 cv e câmbio automático de
Hot Rods 77
Original - Ford Mustang 1968
três marchas. O coletor de escape 4x1 é abertura do porta-malas (localizado Geração com mais “mimos”
o responsável por expulsar os gases e pro- abaixo do acesso à chave). Os modelos de 1968 foram produ-
duzir o efeito sonoro que deixa qualquer No interior, simplicidade, coerência e zidos a partir de janeiro daquele
marmanjo chorando de emoção. fácil manuseio para emplacar qualquer ano. A fase incorporava cintos de
Hot Rods 78
Por fora, além da clássica grade fron- movimento e, claro, reforçar a voca- ombro (que tinham sido anteriormente
tal cromada que carrega o emblema, ção esportiva do clássico. Os bancos opcionais, em modelos 67-68), em
há rodas Mangels calçadas em bipartidos em couro preto somam ao oposição aos cintos de segurança
pneus Cooper Cobra que norteiam painel escuro com instrumentação subabdominais padrão. A opção de
a diversão com estilo. Os detalhes original, rádio AM, saídas de ar-con- ar-condicionado foi totalmente integra-
também podem ser conferidos pelos dicionado, emblema e volante com da no tablier e os alto-falantes com
cromados na traseira e o tampão de “pegada” fina. sistema estéreo foram atualizados.
À época, as marcas rivais tiveram de
responder rapidamente ao Mustang,
sob risco de comerem ainda mais
poeira em vendas e em moral junto
Hot Rods 79
Interior
Bancos bipartidos em couro preto,
painel com instrumentação original,
rádio AM original (com gravação
de estações norte-americanas), ar-
-condicionado, volante original,
emblemas originais
Exterior
Pintura em vermelho, grade croma-
da, frisos cromados, rodas Mangels
e pneus Cooper Cobra
Quem fez?
Ortega Blindados e Reparações
Automotivas: desenvolvimento do
projeto por Marcelo Ortega; prepa-
Hot Rods 80