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ANTIDEPRESSIVOS (AD)

Teoria monoaminérgica (altacódies – o próprio organismo produz - serotonina,


dopamina, noradrenalina). Ao repor essas aminas, a paciente melhora (isso não significa
dizer que a redução dessas monoaminas é a causa propriamente. Não é tão simples
assim).
Obs: existem monoaminas em outras partes do corpo. Ex, intestino.
Depressão é uma doença multifatorial – um somatório.
Fala-se de Transtorno Depressivo.
Sempre meia dose nos primeiros 8 dias.

Fase de ataque + manutenção + recuperação.


Aumentar a dose na fase aguda de tratamento até remitir os sintomas.

 Tricíclicos – devido aos três anéis aromáticos. AD mais antigos.


o Amitriptilina (Tryptanol)
o Clomipramina (Anafranil) – 75 a 300 mg
 É o mais serotoninérgico. Não é mais primeira escolha, mas é
referência no tratamento do TOC. Ex, em estudos ela é o controle
positivo. Para considerar TOC refratário, já tem que ter
utilizado/prova terapêutica de clomipramina.
 É um dos mais ARRITMOGÊNICOS. Sempre avaliar bem de perto
com ECG. Investigar problemas cardíacos. Investigar interações
medicamentosas.
o Imipramina (Tofranil) – 75 a 300 mg
 É o que tem mais efeito alfa1.
 É utilizado em enurese noturna de criança.
o Nortriptilina (Pamelor) – 50 a 150 mg
 É o mais noradrenérgico dos tricíclicos.
 Dos tricíclicos, é o que tem menor efeito anticolinérgico dos
tricíclicos.
Na+, alfa1, H1, Mi, ser, nor.
Inibe a receptação de noradrenalina e serotonina (ação farmacológica).
É uma “molécula suja”. Não tem seletividade. Atua onde você quer e onde você não quer,
gerando efeitos adversos – ligação indesejada.
Bloqueiam receptores colinérgicos muscarínicos M1 – xerostomia, constipação, bexiga
contrai menos (é muscarínico. Homem com HPB pode reter mais urina. Já o esfíncter é
alfa 1); perda de memória. Cuidado com o efeito anticolinérgico em paciente idoso.
Todo idoso já tem o tônus colinérgico diminuído. Logo, se utilizar o ATC, o paciente entra
no limiar da doença. Pode levar a déficit de memória no idoso.
Pode fazer delirium no idoso = demência medicamentosa.
O tricíclico é receitado a noite.
Efeito do bloqueio alfa 1 simpático. Hipotensão postural; levanta e cai, pois, a vista
escurece (idoso); retenção urinária;
Bloqueia receptores histaminérgicos H1 – ganho de peso (aumenta apetite), sonolência
(por isso é utilizado a noite).
Bloqueia canais de sódio – prolongamento do intervalo QT, prolongamento do intervalo
PR. Antes de dar tricíclico para o paciente, tem que pedir ECG BASAL. Ver se tem BAV,
bloqueio de ramo. É uma droga pró-rítmica. Fazer farmacovigilância da droga.
SEMPRE PERGUNTAR NA ANAMNESE SE JÁ TEVE PROBLEMA CARDÍACO.
São baratos, antigos e eficazes. Porém, tem alto índice de abandono devido a efeitos
adversos. Logo, não consegue chegar na dose de ataque plena. NÃO ADIANTA DAR
SUBDOSE.
De modo geral, evitar tricíclicos para o idoso. Mas, pode utilizá-los em idosos. Se tiver
outras opções, é preferível. Contraindicação é relativa. Se tiver que usar AD em um
idoso, qual utiliza? NORTRIPTLINA, pois é o que tem menor efeito anticolinérgico. O
grande vilão para idoso é o efeito anticolinérgico.
NORTRIPTILINA = IDOSO.
ADT são drogas de segunda linha no tratamento da depressão pelo perfil de efeitos
colaterais – grande índice de abandono.
Outro efeito colateral – núcleos da raf é um sistema serotoninérgico. Uma das vias vai
para a medula. Logo, ADT pode gerar diminuição da libido e retardo ejaculatório. Logo,
se o paciente queixa de ejaculação precoce, talvez seria interessante utilizá-lo devido ao
efeito colateral.
Ex, pode receitar uma clomipramina um dia antes de o paciente ter a relação sexual.

Não são mais primeira escolha no tratamento da depressão.

Década 50-60.

 ISRS
Década de 80.
O efeito farmacológico pode demorar de 15 a 21 dias para atuar. É necessário esperar
o tempo de neuroadaptação – up regulation de receptores pós-sinápticos. Porém, os
efeitos colaterais já podem surgir logo.
Colaterais – reduz o apetite, diarreia – devido ao aumento de serotonina.
Sempre no início do tratamento, começar com metade da dose – até dar o tempo
de down regulation nos receptores de outras partes do corpo (ex, TGI).
o Fluoxetina (Prozac) – 20 a 80mg
 Porém = não é boa para casos de ansiedade. Pois, apresenta um
pouco de efeito noradrenérgico. Assim, antes do efeito
serotoninérgico, ela piora os sintomas ansiosos.
 Pode dar fluoxetina para o paciente ansioso (antes dele melhorar,
ele vai piorar um pouco) – logo, não é a primeira escolha. Nos
primeiros 7, 10, 15 dias, piora a ansiedade, mas depois melhora.
 Se o paciente está muito ansioso, ele não tolera.
 Metabólito – Norfluoxetina (ativo e com meia vida longa de 15 dias).
Se a pessoa tiver um efeito colateral da fluoxetina, ela vai ter esse
efeito colateral por 15 dias.
 Tem um pouco mais de interação medicamentosa via CYP450. Um
fármaco indutor faz a enzima funcionar com mais expressividade –
logo, inativa determinados fármacos mais rápidos. Se é um fármaco
que inibe ela, o fármaco que vai ser metabolizado por ela aumenta
sua concentração plasmática.
 Ela induz as enzimas 1A2 e 3A4 – interage com amiodarona,
propranolol.
 É utilizado em ansiedade, depressão, transtornos do controle dos
impulsos.
 É o que menos dá síndrome de descontinuação, devido ao seu
metabólito.
o Sertralina (Zoloft) – 50 a 150 mg
 Em certos casos de TOC, pode usar doses maiores.
 Só aumenta o número de interações medicamentosas com doses
maiores que 150mg.
 Tem um pouco de ação em dopamina – mas, não é dual.
 Atua em receptores sigma – acarretaria neuroproteção?
o Paroxetina (Aropax) – 20 a 60mg
 Tem um pouco de efeito anticolinérgico.
 Causa um pouco de ganho de peso.
 Bom para depressões ansiosas, mas tem o porém de aumentar
ganho de peso.
 Mas, cuidado em pessoas mais jovens.
 Tem um pouco de inibição 2D6. Tem menos interação
medicamentosa que a fluoxetina, mas tem mais interação
medicamentosa comparado com o restante.
o Citalopram (Cipramil) – 20 a 60mg
 Depressão, ansiedade
o Escitalopram (Lexapso) – 20 a 60mg
 É um levogiro do citalopram.
 Tem menos interações medicamentosas.
o Fluvoxamina (Luvox) – 50 a 200 mg
 É muito utilizado em TOC.
 Dá menos efeitos colaterais de origem sexual.
 Tem mais interações medicamentosas – cuidado no paciente que
faz uso de POLIFARMÁCIA. Logo, pensar em outros remédios.

O efeito na serotonina prepondera mais sobre os demais. Inibem a bomba de receptação


de serotonina no neurônio pré-sináptico.

 AD DUAIS
Década de 90.
Tipo um ADT, só que sem efeitos colaterais.
S = serotonina
N = noradrenalina
D = dopamina
o Venlafaxina (EfexorXR) 37,5 a 375mg S e N
 É um dual dose-dependente. Em dose baixa é mais serotoninérgica.
A partir de 150 mg atua em serotonina e noradrenalina. Próximo da
dose máxima começa a atuar também na dopamina.
 Curva dose-resposta alargada/alongada. Conforme a dose, temos
um efeito. Ela é um fármaco X, Y e Z dependendo da dose.
 É o que mais dá síndrome de descontinuação.
o Duloxetina (Cymbalta) – 30 a 120mg S e N
 Tem ação dual desde a dose mais baixa, desde o início.
 É aprovada para o tratamento de dor – fibromialgia, dor neuropática.
 Inibe a enzima 2D6. Tem um pouco mais de colaterais que a
venlafaxina.
o Desvenlafaxina (Pristq) – 50 a 100mg S e N
 Ajuda em sintomas vasomotores da menopausa.
 É um dual desde o início.
 Dá menos disfunção sexual. Mas, não some totalmente a disfunção.
o Bupropiona (Zyban) 150 a 300 mg D e N
 Fumante – reduz a impulsividade devido aumento de dopamina.
 Anorexia – reduz a impulsividade.
 Efeito dopaminérgico na via mesolímbica pode predispor a
alucinação.
 Não mexe com serotonina
 Não da disfunção sexual. Mas não atua em ansiedade.
 NÃO PODE SER UTILIZADO EM PACIENTE COM HISTÓRICO DE
CRISE CONVULSIVA. Reduz o limiar da crise.
 Não receita ela APÓS das quatro da tarde – relacionado a insônia.
Prejudica o sono.
 Ex, passa dois de manhã (se for de liberação prolongada –
maioria que têm no mercado)
 Ou um de manhã e um a tarde (se não for de liberação
prolongada).
o ***Mirtazapina (Remeron) – 15 a 45 mg
 Alternativa para quem tem muito efeito contralateral no TGI.
 Receptor alfa2 pré-sináptico atua como um freio da liberação de
noradrenalina. Quando ele é bloqueado, libera mais
neurotransmissor – mais noradrenalina (é considerado um auto
receptor).
 Não atua propriamente na bomba de receptação. Atua no freio alfa2.
 Quando inbibe a via noradrenérgica, inibe a serotonina também – é
um heteroreceptor.
 Atua como um dual, mas o mecanismo é diferente.
 Ao invés de inibir a bomba que recapta, ele inibe o freio de liberação
tanto para noradrenalina (autoreceptor) e serotonina (via indireta –
heteroreceptor).
 Precursor de serotonina é o triptofano. Da noradrenalina é a tirosina.
 Dá menos náusea, menos sintoma TGI, menos sintoma sexual.
Bloqueia alguns receptores alternativos da serotonina (ex,
 Melhora o sono – tem efeito histaminérgico H1. É dada a noite.
 Em dose baixa ajuda mais no sono.
 Aumenta o apetite, logo, pode engordar. Evitar em pessoas jovens.
 Muito utilizada em idoso (não se relaciona muito a queda). BDZ é a
droga mais relacionada a queda no idoso.
 Tem um pouco de interação em glaucoma de ângulo estreito.

 OUTROS – Não precisa ser primeira escolha na opinião do prof. A não ser
que a pessoa já tenha sido resistente a outras escolhas.
o Vortioxetina (Brimtellix) – 10 a 20 mg.
 Multimodal
 Inibe receptação de serotonina e tem efeito antagonista e agonista
de determinados receptores de ação de serotonina (conforme o
subtipo de receptor).
 Só está aprovado para o tratamento de depressão. Mas não de
ansiedade.
 Praticamente não gera disfunção sexual.
 Melhora a disfunção cognitiva. Bom para depressões com déficit
cognitivo.
o Agomelatina (Voldaxan) – 25 a 50mg
 Receptores melatonérgicos
 MT1 e MT2 – atua em receptores da melatonina.
 Dados a noite.
 Não aprovados para o tratamento de ansiedade. Só de depressão.
 Muito utilizados em depressões apáticas.
 Aumenta serotonina e noradrenalina no córtex pré-frontal.
o Trazodona (Donaren) – 50 a 500/600mg
 IRS e atua em alguns receptores serotoninérgicos
 Ação antidepressiva não é boa.
 Causa muito lentificação cognitiva, muita sedação. Quando começa
a aumentar a dose, o paciente não aguenta.
 É muito utilizado em dose baixa para o indivíduo melhorar o sono.
 Ex, o indivíduo está controlado da depressão. Mas o sono não
está bom ainda. Para evitar utilizar BDZ, entra com dose
baixa dele.
 Faz antagonismo em alguns receptores de serotonina. Pode ser
utilizado também para o paciente que tem disfunção sexual – ex,
antagoniza o receptor de serotonina que dá os efeitos colaterais de
disfunção sexual.
 É um coadjuvante.
 “50mg de donaren a noite para dormir”
 Porém, cuidado para não associar duas e aumentar muito as duas
= SÍNDROME SEROTONINÉRGICA.

 IMAO – Um dos ADs mais antigos.


o MAO A
 Não seletivos e irreversíveis (uma vez que liga a MAO, a MAO nunca
mais funciona; bloqueia tanto a MAO A e B);
 Cuidado com remédios que possuem TIROSINA – pode dar
CRISE HIPERTENSIVA GRAVE!!!
 Restrição dietética deve ser muito grande (não pode tomar
vinho, comer queijo, determinados remédios).
 Seletivos e reversíveis
o MAO B - Selegilina
 Não tem ação antidepressiva.
 É utilizado no Parkinson para aumentar a concentração de
serotonina.
o Muito efeito colateral.
o Utiliza-se em raros casos. É manejado pelo especialista.
o MAO é a enzima que degrada a serotonina e a noradrenalina. Quando é
recaptada, ela é destruída no neurônio pela MAO no neurônio pré-
sináptico.
Observações a mais da aula – metadona é um opióide que pode ser utilizada na dor
neuropática através de sua ação em receptores NMDA.

Não existe uma classe específica de estabilizador de humor – anticonvulsivantes e


neurolépticos. Alguns de cada são os dois. Ex, carbamazepina, lamotrigina, ácido
valpróico, topiramato é bem pouco; quetiapina, risperidona, aripripazol, haldol.
São remédios que tem ação em alguma fase do TAB – mania, manutenção ou euforia.

Porque o AD não é um estabilizador de humor? Pois, se utilizado isoladamente pode


piorar o quadro de TAB. Ex, achou que era depressão, entrou com AD e a pessoa piorou.

TOC = AD serotoninérgico.

Fluvoxamina, nortioxetina, agomelatina não tem genérico.

Venlafaxina e duloxetina são de liberação prolongada.


Logo, se for passar genérico, pega a dose e fraciona em mais tomadas para evitar picos
de concentração.

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