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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO


FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO - UNES
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CÁSSIO RIGO ALTOÉ

ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM


BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2013
1

CÁSSIO RIGO ALTOÉ

ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM


BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia de Produção na
Faculdade do Espírito Santo, como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Edison Thaddeu Pacheco

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2013
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CÁSSIO RIGO ALTOÉ

ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM


BUSCA DE UMA SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS GERADOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia de Produção


na Faculdade do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia de Produção.

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________
Prof. Dr. Edison Thaddeu Pacheco
Orientador

__________________________________________________
Prof. Dr. Iouri Kalinine

__________________________________________________
Prof. Me. Sharinna Venturim Zanuncio
3

Dedico a minha família.


4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que iluminou minha mente durante todo esse tempo
e poder concluir mais essa conquista na minha vida.

A minha família que sempre me apoiou durante essa caminhada.

Aos amigos conquistados na Faculdade, que estarão eternamente guardados em


minha memória.

Aos meus professores, principalmente meu orientador Edison Thaddeu Pacheco.


5

“[...] nós somos conhecedores ativos,


não recipientes passivos, vítimas cognitivas,
de tudo o que o mundo atira bem casualmente em nossa direção.”
Dennis Senchuk
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ALTOÉ, Cássio Rigo. Análise do processo produtivo das rochas ornamentais


em busca de uma solução para os impactos gerados. 2013. Trabalho de
Conclusão de Curso Graduação em Engenharia de Produção – Faculdade do
Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2013.

RESUMO

A indústria de rochas ornamentais é muito importante para a economia brasileira,


especialmente para a do Espírito Santo. O setor encerrou o ano de 2011 com R$1,3
bilhões em exportação no Estado, responsável por 7% do PIB capixaba. Possui
cerca de 1.700 empresas e geram aproximadamente 20 mil empregos diretos. Essas
indústrias causam vários impactos ao meio ambiente e aos seus trabalhadores,
sendo esses acarretados tanto no processo de lavra quanto no beneficiamento. O
objetivo deste trabalho é relatar como é realizado o processo produtivo das rochas
ornamentais do início ao fim, destacando os danos gerados ao meio ambiente e nas
pessoas que estão ao seu redor, buscando alternativas sustentáveis ou que diminua
o impacto no meio ambiente e medidas que promovam uma diminuição dos riscos
em que os trabalhadores ficam expostos. Para realização deste trabalho a
metodologia adotada foi primeiramente a revisão de bibliografias e a prática de
visitas em lavras (pedreiras) e beneficiamento (serrarias e marmorarias),
responsáveis pela produção completa das rochas ornamentais, buscando analisar
os principais impactos gerados. Portanto, serão buscadas melhores formas de
diminuir os danos causados ao ser humano e ao meio ambiente durante o processo
produtivo. Afinal uma empresa com responsabilidade deve adotar medidas de
compromisso com o meio ambiente e com a sociedade.

Palavras-chave: Rochas ornamentais. Impactos. Meio ambiente.


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ALTOÉ, Cássio Rigo. Análise do processo produtivo das rochas ornamentais


em busca de uma solução para os impactos gerados. 2013. Trabalho de
Conclusão de Curso Graduação em Engenharia de Produção – Faculdade do
Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, 2013.

ABSTRACT

The dimension stone industry is very important for the Brazilian economy, and
especially for Espírito Santo. The stone sector in the state ended the year 2011 with
$ 1.3 billion in exports, accounting for 7% of GDP of Espírito Santo. It has about
1,700 businesses and generates about 20,000 direct jobs. These industries generate
various impacts on the environment and the human being, and these caused both
the mining process as milling. The aim of this paper is to report how is the production
process of ornamental rocks from beginning to end, highlighting their impacts on the
environment and the people who are around you, seeking sustainable alternatives or
reduce the impact on the environment and measures promote a reduced risk in which
workers are exposed. To carry out this work the methodology adopted was first
reviewing bibliographies and practice visits in mines (quarries) and processing
(sawmills and marble), responsible for the complete production of ornamental rocks,
trying to analyze the main impacts. Therefore, this work will be sought the best ways
to reduce the impacts to humans and the environment caused. For a company with
responsibility to adopt measures of commitment to the environment and society.

Keywords: Ornamental. Impacts. Environment.


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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


AEDRIN – Associação das Empresas Depositantes de Resíduos Industriais de
Mármore e Granito
CIPA – Comissão Interna De Prevenção De Acidentes
DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral
DORT – Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
IEMA – Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
NBR – Norma Brasileira
NR – Normas Regulamentadoras
NRM – Normas Reguladoras de Mineração
PIB – Produto Interno Bruto
PPRA – Programa De Prevenção De Riscos Ambientais
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
SEDES – Secretaria de Estado de Desenvolvimento
SINDIMÁRMORE - Sindicato dos Trabalhadores do Mármore e Granito do Espírito
Santo
SINDIROCHAS – Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Impactos causados na lavra ........................................................................ 28


Figura 2 – Poeira gerada na perfuração ....................................................................... 29
Figura 3 – Condições de trabalho na perfuração ......................................................... 30
Figura 4 – Lama abrasiva após secagem no filtro prensa ............................................ 33
Figura 5 – Casqueiros de rocha ................................................................................... 34
Figura 6 – Caqueiros de rocha acumulado ................................................................... 34
Figura 7 – Acabamento nas rochas cortadas ............................................................... 35
Figura 8 – Arrumação das chapas após serragem (tear multilâminas) ....................... 36
Figura 9 – Trabalhador movimentando chapa de granito ............................................. 37
Figura 10 – Modelo de sistema de tratamento de efluentes (lama abrasiva) .............. 44
Figura 11 – Aterro de lama abrasiva ............................................................................ 45
Figura 12 – Muro de arrimo usando casqueiros de rocha ............................................ 51
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Principais funções e EPIs de uso eventual ou de rotina na pedreira .......... 42


Tabela 2 – Traços da confecção dos tijolos e resultados a resistência e compressão
simples .......................................................................................................................... 48
Tabela 3 – Tipo, dimensão, uso e exemplo de tijolos ecológicos ................................. 49
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 14


2.1 Conceitos de Rochas Ornamentais ......................................................................... 14
2.2 Características e Importâncias do Setor ................................................................. 15
2.3 Ciclo Produtivo ........................................................................................................ 16
2.4 Conceituações de Lavra .......................................................................................... 16
2.4.1 Formas de lavra para maciços rochosos .............................................................. 17
2.4.2 Formas de lavra para matacões ........................................................................... 20
2.5 Conceituações do Beneficiamento das Rochas Ornamentais ................................. 20
2.5.1 Desdobramento .................................................................................................... 21
2.5.2 Flameado, apicoado, levigado e polido ................................................................ 23

3 IMPACTOS CAUSADOS............................................................................................ 26
3.1 Impactos Causados na Lavra .................................................................................. 26
3.1.1 Impactos Causados ao Meio Ambiente na Lavra ................................................. 26
3.1.2 Impactos Causados ao Ser Humano na Lavra ..................................................... 29
3.2 Impactos Causados no Beneficiamento .................................................................. 32
3.2.1 Impactos causados ao meio ambiente no beneficiamento ................................... 32
3.2.2 Impactos causados ao ser humano no beneficiamento ....................................... 35

4 FORMAS DE AMENIZAR OS IMPACTOS ................................................................. 38


4.1 Reduções dos Impactos na Lavra ao Meio Ambiente ............................................. 38
4.2 Reduções dos Impactos na Lavra ao Ser Humano ................................................. 40
4.3 Reduções dos Impactos no Beneficiamento ao Meio Ambiente.............................. 43
4.4 Reduções dos Impactos no Beneficiamento ao Ser Humano ................................. 46
4.5 Reutilizações dos Resíduos .................................................................................... 47

5 CONCLUSÃO.......................................................................................................... ... 53

6 REFERÊNCIAS........................................................................ .................................. 54
12

1 INTRODUÇÃO

As rochas ornamentais começaram a serem usadas nas construções há milhares de


anos, suas vantagens em relação aos outros materiais (como a madeira, por
exemplo) eram de ter uma maior resistência e durabilidade com o passar do tempo.
Essa característica foi percebida facilmente por grandes povos da antiguidade e
seus vestígios se encontram até hoje em nosso meio, como é o caso dos templos
gregos, das gigantes pirâmides egípcias, e das grandes construções incas, astecas
e maias nas Américas. Mas apesar das rochas serem utilizadas há vários anos, o
volume explorado era pequeno e geravam poucos impactos.

Segundo os dados do site do Sindirochas, as rochas começaram a ser extraídas no


Espírito Santo no ano de 1957 pelos empreendedores pioneiros Horácio
Scaramussa e Og dias de Oliveira. Logo após, muitos homens também aderiram a
esse trabalho, e no final da década de 70 houve a descoberta de imensas reservas
de mármore e granito, o que propiciou um grande crescimento nas extrações de
rochas e nas outras etapas de seu beneficiamento no estado do Espírito Santo.

Por muito tempo essas operações foram realizadas sem preocupação com o meio
ambiente e com a saúde e segurança do trabalhador desses locais. Muitas pedreiras
foram abertas em locais impróprios, como na beira de rios e lagos, assim como
também muitas serrarias eliminavam seus resíduos sem cuidado algum, devastando
o ambiente, podendo contaminar até mesmo o lençol freático. O que deixou um
imenso dano a fauna e flora. Com a falta de conscientização, a preocupação com o
trabalhador também era a mínima possível, por isso o índice de acidentes era
constante.

Nessas últimas décadas começou a surgir uma preocupação maior com o meio
ambiente em todo o mundo, principalmente sobre a escassez de água potável, e no
Brasil não foi diferente. Começaram várias campanhas para prevenção ambiental.
Desde então os problemas ambientais passaram a chamar cada vez mais atenção.
Por isso, a cada dia novas leis são criadas para um maior controle, além disso,
novos institutos e órgão estão sendo formados com propósito de fiscalizar cada vez
mais os infratores. Os alvos dessa fiscalização podem ser tanto pessoas físicas ou
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jurídicas, mas o foco principal são as empresas que trabalham com a exploração de
produtos não renováveis e que utilizam água no seu sistema produtivo, como por
exemplo, as indústrias de lavra e beneficiamento de rochas ornamentais.

Essa preocupação também teve efeito sobre as formas de trabalho nessas


indústrias. Devido à grande quantidade de acidentes no setor, começaram a ocorrer
fiscalizações constantes por órgãos governamentais e pelo sindicato da categoria,
chamado de Sindimármore (Sindicato dos Trabalhadores do Mármore e Granito do
Espírito Santo).

No processo de lavra, os maiores problemas gerados que afetam o meio ambiente


são devido ao mau planejamento no início das atividades, com isso ocorre um
empobrecimento do solo, risco de assoreamento de rios e córregos e retirada da
vegetação nativa, afetando a fauna e a flora do local. Na extração encontramos os
problemas que causam danos ao trabalhador, eles estão relacionados á poeira
gerada pelas perfurações, movimentos de veículos e máquinas, o alto índice de
barulho produzido pelos equipamentos e o fator ergonômico que o trabalhador fica
exposto.

Já na etapa do beneficiamento os maiores problemas estão relacionados à poluição


da água e do solo. Isso acontece pela lama abrasiva gerada no processo produtivo
que se descartada de forma incorreta, contamina o solo e os recursos hídricos.
Nesse ambiente o impacto que o ser humano fica exposto são os ruídos provocados
pelas máquinas, ao ar impuro causado pelas lixadeiras na fase de acabamento e ao
risco de acidente devido à necessidade de manuseio e transporte da rocha.

Portanto, este trabalho tem como objetivo investigar o processo produtivo das rochas
ornamentais e analisar os impactos gerados seja eles ao meio ambiente ou ao ser
humano. Buscando encontrar soluções para reduzir os danos e os rejeitos
produzidos na lavra e no beneficiamento, e se possível à utilização desses como
matéria prima para outra cadeia produtiva. E estudar métodos para diminuir o mal
causado as pessoas que estão inseridas nesses processos.
14

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Conceitos de Rochas Ornamentais

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as rochas


ornamentais são caracterizadas por serem um material rochoso natural, submetidas
a diferentes graus de aperfeiçoamento e é utilizada para exercer uma função de
estética.

De acordo com a Associação Brasileira de Rochas Ornamentais (Abirochas), as


rochas ornamentais e de revestimentos, conhecidas também como pedras naturais,
rochas lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria, são os tipos litológicos
que podem ser extraídos tanto em blocos quanto em chapas, cortados de formas
variadas e depois beneficiadas por esquadrejamento, polimento, lustro, entre outros.
No ambiente das rochas ornamentais, blocos são pedaços da rocha extraída em
uma forma planejada no formato de paralelepípedo retangular, de dimensões
variadas e volume geralmente entre 5m³ a 10m³.

Para Mendes et al (2002) em termos de classificação, as rochas ornamentais foram


divididas em duas categorias comerciais, a classe dos granitos e dos mármores.
Nessa primeira, relaciona a família das rochas silicáticas, incluindo as ígneas ácidas,
intermediárias e básicas, que podem ser de origem plutônica, sub-vulcânica a
vulcânicas. Ainda sobre os granitos, possuem rochas metamórficas e sedimentares
com diagênese alta, representada comercialmente por quartzitos, arenitos,
conglomerados e rochas migmatíticas. Já a classe dos mármores, é formada tanto
de forma sedimentar quanto metamórfica. Os mármores são rochas carbonatadas,
onde se inclui calcários dolomitos e outros correspondentes metamórficos. O
calcário é formado principalmente por calcita (carbonato de cálcio) enquanto os
dolomitos são basicamente dolomita (carbonato de cálcio e magnésio).

As demais rochas ornamentais compreendem aos quartzitos, as ardósias, os


serpentinitos, os esteatitos, os arenitos e os conglomerados. Alguns desses
materiais possuem o beneficiamento muito parecido com o do mármore e do granito,
por isso, frequentemente são comercializados com esse nome.
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2.2 Características e Importância do Setor

Segundo a página na internet do governo do Espírito Santo (2010, acesso em 22 de


abr. 2013), as rochas capixabas atraem grandes negócios nacionais e
internacionais. O estado é o maior produtor, processador e exportador do Brasil,
além de estar localizada mais da metade das indústrias desse setor no país. É
responsável por 80% das exportações brasileiras no segmento, contribuindo para o
saldo da balança comercial. Cristina Santos, atual secretaria de Estado e
Desenvolvimento, ressalta que o Espirito Santo é referência mundial no setor e líder
na produção de rochas, possui um grande potencial geológico e investimento em
pesquisas de extração e beneficiamento.

Dados tirados do site do governo do estado do Espírito Santo (acesso em 22 de abr.


2013) mostraram que com a extração e beneficiamento o setor gera em torno de 130
mil empregos, onde cerca de 20 mil são diretos e 110 mil são indiretos. O Espirito
Santo contém 57% das instalações de equipamentos instalados no Brasil,
aproximadamente 900 teares em operação. E responde por 7% do PIB capixaba.

Ainda segundo o governo do estado, a extração nas jazidas de mármores é


concentrada em Cachoeiro de Itapemirim enquanto a extração de granito Nova
Venécia é referência. O principal polo de beneficiamento de rochas fica localizado na
região sul do estado, porém, a região da grande Vitória vem registrando crescimento
de empresas de grande porte, e o seu produto é caracterizado por ter um maior valor
agregado (ESPÍRITO SANTO, acesso em 22 de abr. 2013).

Para auxiliar na divulgação das novas descobertas o setor conta com duas feiras
internacionais, uma que acontece em Cachoeiro de Itapemirim (Cachoeiro Stone
Fair), geralmente no mês de agosto, e outra em Vitória (Vitória Stone Fair) em
fevereiro. Elas possibilitam que os empresários fiquem por dentro das novas
tecnologias de beneficiamento além de divulgar seus materiais aos visitantes que
veem de diversas regiões do país e do exterior.
16

2.3 Ciclo Produtivo

São destacadas três importantes fases no processo de produção das rochas


ornamentais, a lavra ou extração, o beneficiamento primário e o beneficiamento
secundário ou final.

Na lavra ocorre a retirada da matéria prima, o produto dessa lavra são os blocos de
formato retangulares e medidas variadas. No beneficiamento primário, segunda
etapa, conhecida como serragem ou desdobramento, é o processo em que o bloco é
transformado em chapas, essa fase marca a primeira etapa do beneficiamento. A
terceira etapa, do beneficiamento final¸ onde o beneficiador dará o último acerto de
acordo com a necessidade do cliente, podendo ser polida, cortada e trabalhada aos
detalhes.

2.4 Conceituações de Lavra

Para o Ministério de Minas e Energia (2010, acesso em 22 de abr. 2013), o processo


de lavra é definido como um conjunto de operações coordenadas com o objetivo do
aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis
até o beneficiamento das mesmas. Contudo, antes da aprovação da lavra a jazida
deverá estar pesquisada com relatório aprovado pelo DNPM (Departamento
Nacional de Produção Mineral) e a área de lavra deverá ser adequada à condução
técnico-econômico dos trabalhos de extração e beneficiamento respeitando os
espaços limites da área de pesquisa.

Para a extração do mineral é necessário que o empreendedor esteja regularizado de


acordo com as normas do DNPM, que concede a ele licenças para exercer tal
atividade. Caso contrário, estará sujeito a algumas punições, como por exemplo,
pagamento de multa e apreensão dos equipamentos de trabalho que estiverem no
local.

Nessa etapa é importante fazer a análise de qual forma de lavra será adotada na
extração. Esse estudo mostra qual melhor maneira de trabalho reduz os custos e os
impactos no meio ambiente e proporciona uma boa produtividade.
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De acordo com Cabello et al (2012) a forma de como a lavra vai ser feita depende da
característica da rocha, condições topográficas, afloramento, fratura, tipo e
espessura da cobertura, entre outros. As pedreiras estão em busca de um sistema
de produção em que haja maiores recuperações e melhor qualidade do produto com
menores taxas de resíduos. Mas infelizmente, devido ao alto custo da consultoria,
várias empresas não fazem esse estudo, assim não sabem qual técnica e forma de
lavra é melhor para seu beneficiamento.

Reis (2003) nos mostra que as rochas ornamentais podem ser lavradas de dois
modos, em maciços rochosos ou em matacões. Os métodos de lavra é um conjunto
de planejamento, dimensionamento e execução de tarefas, onde haja harmonia
entre as tarefas e os equipamentos dimensionados. Deve-se também observar se o
material está ideal para ser lavrado, observando se existem impurezas, trincas, entre
outros.

Giaconi (1998) finaliza dizendo que um projeto bom deve se escolher o melhor
método de lavra e o uso de tecnologias adequadas para realização do trabalho,
indicando a quantidade que se deseja produzir, levando em consideração cada
detalhe da jazida. Jugasse o melhor método o que proporcionara melhor custo
benefício.

2.4.1 Formas de lavras para maciços rochosos

a) Lavra subterrânea

Pelo fato de se ter grande quantidade de rochas na superfície, é muito raro


encontrar uma lavra subterrânea, ela é usada quando se tem o intuito de aproveitar
ao máximo os materiais provenientes da jazida quando eles possuem alto valor
agregado. Assim como aconteceu na principal mina subterrânea de rochas
ornamentais localizada nos Estados Unidos, no estado de Vermont, sua atividade
começou em 1870 com extração a céu aberto, porém, em 1907 passou a ser
subterrânea, trata-se de uma camada horizontal de mármore com profundidade de
500m (DUARTE, 1998, apud REIS; SOUSA, 2003).
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Essa forma de lavra é marcada pelo fato de agredir pouco o meio ambiente. O difícil
é manter a estabilidade da mina, por isso, o risco de acidentes sérios é muito
grande.

b) Lavra por desabamento

Nesse método a rocha é separada do maciço por meios de explosivos, são


fragmentados vários pedaços, grandes e pequenos, ambos de formas irregulares.

Segundo Chiodi Filho (1998) esse método pode ser utilizado em locais acidentados
com rochas valorizadas, mas com fraturamentos complexos. A energia resultante da
detonação é elevada, o que pode gerar desmoronamentos incontroláveis. Por isso
nesse processo a quantidade de refugo produzido é muito grande. Nos granitos de
Palma (Itália) algumas detonações chegam a desmontar 5.000m³ de rocha.

Reis e Souza (2003) concluem que esse método exige pouco conhecimento técnico
e seu custo de operação e investimento inicial é baixo. Seu custo é comparado ao
da lavra por matacões, entretanto, esse exige maiores equipamentos de limpeza
para a grande quantidade de refugo.

c) Lavra por tombamento

Para Chiodi Filho (1998) esse processo é indicado para terrenos menos
acidentados, onde o maciço é fatiado horizontalmente ou verticalmente. As fatias
horizontais são indicadas quando o terreno possui inclinação de até 40°, enquanto
na vertical o terreno não é abundante e o relevo muito inclinado. Esse tipo de lavra é
dividido de duas formas: bancadas baixas e bancadas altas.

- Bancadas baixas:

De acordo com Matta (2003), essa forma de extração é usada para jazidas ditas
homogêneas, e a altura da bancada corresponde ao tamanho do bloco que será
19

comercializado posteriormente, e conclui que a extração dessa pedreira é pouco


seletiva.

Muitas vezes essas bancadas são utilizadas por pedreiras que estão na fase inicial,
pois elas não conseguem no início de suas atividades lavrarem bancas com mais de
3 metros de altura. Também são usadas quando não é possível lavrar em
profundidade.

- Bancadas altas:

Chiodi Filho (1998) mostra que geralmente as lavras por bancadas altas são para
produção em grande escala desdobrando blocos primários, secundários e terciários.
Segundo ele, o bloco primário possui entre 6 a 8 metros de altura, ou mais
amplamente 4 a 16 metros, espessura entre 3 a 6 metros e largura de 15 a 40
metros. Podendo atingir até 2.000m³.

Segundo Reis e Souza (2003) são várias as tecnologias de corte disponíveis, mas a
mais utilizada é a do fio diamantado. Também afirmam que esse processo é
marcado pela grande quantidade de perfurações que são feitas no bloco primário e
no secundário até chegar ao terciário, bloco ideal para se comercializar.

d) Lavra em poço e em fossa:

Para Matta (2003) essas formas de lavra são variações da lavra em bancadas, ela é
caracterizada pela depressão formada no terreno, esse método geralmente é
aplicado em jazidas que se encontram em planícies, e suas depressões são
limitadas ao nível do lençol freático, por isso inundações são frequentes e às vezes é
necessário o uso de bomba d’água para continuar o processo de produção.

Reis e Souza (2003) afirmam que essa lavra causa uma mínima poluição visual, pois
só é possível vê-las de níveis mais elevados. O acesso ao fundo da lavra é feito por
escadas ou guindastes. Na do tipo poço, as laterais são ainda mais inclinada, e com
pouco espaço para manobras, o que torna o ambiente ainda mais propício a
20

acidentes sérios, frequentemente associados a quedas e atropelamentos, por isso


essa forma de lavra deve ser a última opção.

Chiodi Filho (1998) lembra que a evolução da lavra em fossa e poço pode se tornar
uma lavra subterrânea pelas aberturas de galerias a partir do piso da lavra. Porém,
devido ao aumento do custo, essa forma deve ser adotada somente por materiais
excelentes.

2.4.2 Formas de lavra para matacões

Os matacões são partes dos maciços que se desprenderam com o passar do tempo
por causa das ações de intemperes em suas fraturas, sua forma geralmente é
arredondada devido à esfoliação concêntrica, eles foram deslocados dos maciços
através do rolamento (CHIODI FILHO, 1998).

A lavra de matacões consiste em um método menos trabalhoso e arriscado, pois


apresenta baixo custo de produção e mão-de-obra pouco especializada.

Em sua lavra o enquadramento dos blocos é feito com cunhas manuais ou


pneumáticas, para cunhas manuais aconselham matacões de até 100m³, no
segundo caso ocorre utilização de explosivos em furos coplanares e paralelos, suas
vantagens são: rápida inicialização do trabalho, baixo investimento inicial, mão-de-
obra pouco especializada, equipamento simples e custo operacional baixo (REIS;
SOUZA, 2003).

2.5 Conceituações do Beneficiamento das Rochas Ornamentais

O beneficiamento das rochas ornamentais é a etapa que acontece depois do


processo de lavra. E são divididos em beneficiamento primário, se refere ao
desdobramento ou serragem, e o secundário, que na maioria das vezes se refere ao
polimento, mas também pode ser flameado, apicoado, escovado ou jateado.

As etapas de beneficiamento são referentes às etapas de produção que o bloco


sofre após ser extraído. Para Sousa (2007) é a etapa que acontece depois da lavra,
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onde começa o trabalho visando à comercialização dos materiais produzidos,


ajustando as dimensões, o acabamento e produto final. Por isso esse processo é
dividido em duas etapas: o beneficiamento primário e beneficiamento secundário
(final).

2.5.1 Desdobramento

O processo ocorre geralmente da seguinte maneira: a matéria prima (bloco) é levada


por meio das rodovias até a serraria, onde o bloco é descarregado pelo pórtico,
estrutura de ferro com guincho capaz de levantar e armazenar o bloco. O
desdobramento ou serragem é o primeiro beneficiamento que acontece após o
material chegar da pedreira.

Nessa etapa o bloco é processado em chapas, na maioria das vezes, de dimensões


2,85 metros de comprimento por 1,80 metros de altura. A espessura varia de acordo
com a necessidade do cliente, mas a medida padrão é de dois centímetros para
atender o mercado nacional e três centímetros para atender o mercado
internacional.

Essa parte do corte do bloco costuma ser realizada por teares multilâminas, que é
composto por lâminas de aço que trabalham com um movimento pendular e com o
uso de granalha para auxiliar o corte na abrasão ou com lâminas diamantadas que
trabalham com movimento horizontal para não quebrar os diamantes, elas são muito
utilizadas para serrar mármores; ou corte com discos diamantados (conhecido como
talha-bloco), é um aparelho que corta com auxílio de discos de grande dimensão; ou
por fim corte com tear de fio diamantado (multifio diamantado), maior tecnologia
atualmente quando se trata de serragem de rochas ornamentais.

Teares Multilâminas:

É uma máquina composta por um quadro, sustentado por quatro pilares, em que são
colocadas as lâminas, e realiza movimento pendular (caso esteja usando lâminas de
aço) ou movimento horizontal (caso esteja usando lâminas diamantadas). Esse
movimento é exercido por um motor elétrico, que por correias é ligado a um
22

“volante”, uma roda de ferro com cerca de três metros de diâmetro, esse sistema cria
uma inércia que através de um “braço” transmite o movimento ao quadro onde se
encontra a lâmina.

O bloco é colocado debaixo do tear por meio de um carro transportador, que desce o
quadro de lâminas em movimento sobre o bloco, iniciando o corte por meio do atrito.
Esse trabalho é todo feito em contato com a lama abrasiva, geralmente composto de
água, granalha de aço, cal e pó de pedra. Além de refrigerar o atrito gerado, essa
lama que circula no processo, ajuda no corte, transportando a granalha até a
superfície inferior da lâmina. Por isso esse processo apresenta um sistema de
abrasão onde há três corpos, a lâmina, a lama e a rocha.

Corte Com Discos Diamantados ou Talha-blocos:

É uma máquina composta por diversos discos diamantados de grande diâmetro,


capaz de cortar grande profundidade do bloco em um pequeno tempo. As
quantidades de materiais produzidos por eles são insignificativos perto do que é
produzido pelos outros teares. O talha bloco utiliza blocos de tamanhos inferiores,
com altura de 0,45 metros até no máximo 1,2 metros, fazendo assim um
aproveitamento dos materiais que seriam descartados nas pedreiras, por isso
consegue uma matéria prima de primeira qualidade a um preço mais acessível.

Tear Multifios Diamantado:

Atualmente, no que diz respeito á serragem de rochas ornamentais, os teares


multifios diamantados são as tecnologias do momento, suas vantagens são várias se
comparadas ao tradicional multilâminas.

O tear a fio diamantado é basicamente uma estrutura de ferro com vários rolos
cilíndricos de tamanhos diferentes por onde passa o fio diamantado. Esses rolos são
independentes, por isso cada fio mantém sempre uma tensão própria e giram pelo
torque de um motor elétrico. O bloco de rocha é colocado debaixo da máquina, os
fios, já em movimento, descem sobre o bloco, começando assim a serragem, que
também utiliza água para refrigerar o sistema. Esse sistema compõe uma abrasão a
23

dois corpos, apenas o abrasivo e a rocha, diferente dos teares tradicionais como
citado anteriormente.

De acordo com Reckelberg (2011), esses novos teares devem mudar a estrutura das
empresas, eles podem ser instalados ao ar livre, e sua operação pode ser feita por
apenas duas pessoas, uma operando a máquina e outra movimentando os
materiais, assim tendo um custo fixo menor. Ainda cita que os teares multifios
possuem uma grande facilidade de montagem, podendo, dependendo do caso, ser
transportado de um local para outro por caminhão trucado. Além de produzir um
resíduo mais fácil de ser reaproveitado e que polui menos o meio ambiente.

Se compararmos com um tear multilâminas, a principal vantagem observada que o


tear a fio diamantado teve foi à redução quase total do consumo de água, pois após
uma simples decantação é possível separar os sólidos maiores, retornando a água
limpa para o processo; diminuição dos gastos com energia elétrica em 40% e 15%
em materiais de insumo (como cal, lâmina e granalha), diminuição do impacto ao
meio ambiente, pois são basicamente água e pó de pedra, e por fim, a capacidade
de produção maior em um curto espaço de tempo e a qualidade da superfície da
chapa após a serrada (Pedras do Brasil, 2003 apud Ribeiro, 2005).

Por fim, Martignoni (2013), finaliza dizendo os teares multifios é a realidade do setor
de rochas ornamentais quando se fala em modernidade e produtividade, e a
tendência é que todas as empresas substituam seus teares tradicionais. Também diz
que essa tecnologia é o presente, e que nenhum empresário deve adquirir um
produto que não seja tecnologia de ponta.

2.5.2 Flameado, apicoado, levigado e polido

A etapa de beneficiamento secundário ou final se refere principalmente ao processo


de acabamento da superfície da chapa. Outra etapa que vem logo depois e também
se encaixa aqui é sua etapa de corte, recorte e acabamento.

O processo de flamagem e apicoamento faz com que a chapa tenha uma


característica diferente, deixando-a com uma superfície irregular com pequenos
24

buraquinhos. Isso acontece, no primeiro caso, pelo uso de um maçarico, gás,


oxigênio e água juntos, a chapa submetida a um calor intenso derretendo e
estourando pequenos minerais, dando a superfície característica. Já no segundo
caso, a chapa é submetida a pequenos choques físicos feitos por marteletes que
fazem pequenos buracos na chapa, tornando-a assim apicoada.

O levigamento e polimento são as formas que mais acontecem no mercado para o


acabamento superficial da chapa. O levigamento é desgrossamento, ele tira as
irregularidades maiores, porém continua áspera, faz o uso de abrasivos mais
grossos. Depois de levigada a chapa é polida, ocorre o fechamento dos minerais por
meios dos abrasivos mais finos, tornando lisa a superfície. Por fim temos os lustro,
abrasivo muito fino, que tem a função de deixar a superfície brilhando, quanto mais
espelhada a chapa, melhor foi seu lustre (Sousa, 2007).

Essas etapas de levigamento, polimento e lustro é feito por uma polideira, que pode
ser: manual de bancada fixa; de ponte móvel com bancada fixa ou por uma polideira
multicabeças. Para realização dessas atividades, elas possuem uma ou mais
cabeças que possui um satélite, onde são colocados os rebolos abrasivos
necessários. Esse satélite gira os abrasivos e lança água no seu interior para
refrigerar abrasão e retirar os resíduos produzidos.

De acordo com Azeredo et al. (2008), para realizar o polimento das rochas
ornamentais é necessário o uso de coroas abrasivas, que são colocadas no
cabeçote giratório (satélite). A partir desse processo é possível obter uma superfície
lisa e plana. Ressalta ainda que nessa etapa é necessário o fluxo de água constante
para promover a limpeza e refrigeração do sistema. Segue abaixo as máquinas mais
usadas para fazer o polimento:

A politriz manual de bancada fixa é uma polideira muito simples, contém apenas
uma cabeça, seu trabalho é quase todo manual, possui uma baixa produtividade e a
qualidade do acabamento depende da percepção do operador, ele também é quem
vai definir quanto tempo, qual pressão e quais movimentos irá fazer sobre a chapa.
25

A politriz por ponte móvel com bancada fixa é uma polideira semiautomática, é uma
ponte que anda em cima de trilhos, possibilitando movimentos transversais e
longitudinais manuais ou automáticos, assim, conseguem ter uma maior produção e
qualidade. Elas podem ter uma ou mais cabeças.

A politriz de multicabeças é uma polideira automática, indicada para produção em


grande quantidade e com alta qualidade. Ela funciona como uma esteira que
movimenta as chapas longitudinalmente em seu interior, enquanto isso seus
cabeçotes fazem os movimentos transversais. Muitas vezes quem faz o
abastecimento e descarga dessa esteira são robôs, preservando o trabalho humano.
Elas podem ter vários cabeçotes, sendo que as mais comuns no mercado têm 12, 16
ou 24 cabeças.

Segundo Silveira (2007) a etapa de polimento busca conferir brilho ao material, além
de fechar seus poros superficiais impedindo a infiltração de água, que impede que a
rocha sofra alteração pelo processo de hidrólise.

Esse processo é feito por uma polideira, onde a chapa é submetida ao atrito giratório
com abrasivos de diferentes granulações, do grão grosso até o mais fino, buscando
sempre deixar a superfície a mais lisa possível.

Por fim, após essas etapas temos o corte e acabamento das chapas. Esse processo
é feito a partir da finalidade da peça e da necessidade do cliente. Os equipamentos
mais comuns para fazer o corte da chapa são: a cortadeira longitudinal, transversal e
cortadeira de fresa semiautomática, ambas utilizam um disco e faz o uso da água
para realizar o corte. Já para realização do acabamento é possível ser manual com
lixadeiras, acabamento com fresadoras de borda e com máquinas automáticas,
todas essas utilizam lixas e algumas usam água para evitar a poeira e ajudar na
qualidade do acabamento. E também, quando é necessário, há a furadeira de
bancada no caso de pias.
26

3 IMPACTOS CAUSADOS

A indústria mineral é uma área muito importante da economia do Brasil. É preciso


conciliar o meio ambiente e a vida humana nessa atividade para garantir um futuro
melhor para as próximas gerações. Com as evoluções é possível planejar e utilizar
cada vez mais esse recurso não renovável de forma sustentável. Em todas essas
etapas da produção das rochas ornamentais são vários os impactos causado, seja
ele na lavra ou no beneficiamento, no meio ambiente ou nos trabalhadores.

3.1 Impactos Causados na Lavra

Como toda atividade mineradora a lavra de rochas ornamentais causa diversos tipos
de desequilíbrios ambientais. Aguiar (2008) define o impacto ambiental como sendo
de caráter determinístico, uma vez que é caracterizada como qualquer mudança das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, provocada por
qualquer modo de matéria ou energia provocada por atividades humanas que, de
forma direta ou indireta, afetam: I – a segurança, a saúde e o bem-estar da
população; II - as atividades econômicas e sociais; III - a biota; IV - as condições
sanitárias estéticas e do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais.
Dessa forma, separaremos os impactos notificando sua interferência no meio
ambiente ou no na vida do ser humano.

3.1.1 Impactos causados ao meio ambiente na lavra

Fabri (2008) constatou que para a extração do bloco os principais problemas são: a
desordem da superfície, retirada da vegetação, remoção do solo, geração e
acomodação de rejeitos de forma imprópria, criação de estradas sem planejamento,
degradação do ao redor da lavra, principalmente em terrenos arrendados, aumento
do índice de poeira e a poluição sonora.

Um estudo feito pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo


(1987), realizado pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo –
IPT, sobre os problemas da mineração, apontou como os impactos principais da
atividade de mineração a alteração de lençol de água subterrâneo, poluição sonora,
27

visual, da água, ar e solo, danos na fauna e a flora local, assoreamento, erosão,


mobilização de terra, instabilidade de taludes, encostas e terrenos em geral, geração
de fragmentos e vibrações no ambiente.

Pra uma organização iniciar a atividade de lavra ela deve estar provida de todas as
licenças exigidas pela legislação. Os impactos causados nas lavras são inevitáveis,
porém a empresa extrativista deve trabalhar buscando deteriorar o menos possível o
meio ambiente e promover a recuperação da área sempre que possível visando
minimizar os estragos causados.

Sousa (2007) mostra que logo após a liberação de extração, na preparação da lavra,
ocorre um aumento no fluxo de carros, caminhões e máquinas que produzem ruídos
e poeira em grandes proporções, agravando com vibrações quando inicia a
extração, geradas pelas explosões e máquinas de perfuração, além de cascalhos de
pedras, que são acomodados em depósitos de rejeitos, esses depósitos quando
estão cheios são instáveis e formam um montante contendo solo, pedra e
vegetação, no período de chuva ele não consegue segurar seus componentes que
vão para regiões mais baixas ou em rios e lagos.

A imagem abaixo (figura 1) mostra alguns dos problemas encontrados na lavra, o


impacto visual da mina visível a quilômetros de distância, a perda da vegetação
nativa devido à sua retirada, que estava sobre a rocha e sobre o solo que será
usado como pátio da pedreira, movimentação do solo devido a raspagem da terra,
tendo grande chance de causar erosão e assoreamento de rios e lagos vizinhos e a
destinação inadequada dos resíduos, em sua grande parte pedaços de pedra de
formas e tamanhos irregulares que não possuem interesse comercial para a
pedreira, dificultado a reabilitação do solo pela vegetação após o término das
atividades.
28

Figura 1 - Impactos causados na lavra

Fonte: Pesquisa do autor.

Dessa forma é fácil perceber que os principais impactos no meio ambiente


provocado pelo processo de lavra das rochas ornamentais, causam alterações nos
seguintes itens:

 Na água: assoreamento dos rios e lagos provocado pelo depósito de


sedimentos gerados nas minas e alteração do lençol freático devido a grande
quantidade de água usada na perfuração e corte da rocha.

 No solo: contaminação por substâncias tóxicas, raspagem da cobertura de


solo que cobre a rocha, insere no terreno fragmentos de rocha que são
liberados da extração do bloco e erosão devido ao acomodamento impróprio
de rejeitos e até mesmo do próprio solo que são movimentados para a lavra.

 Na fauna e flora: Devido à retirada da vegetação nativa no local da lavra


destruindo o habitat de diversos seres e a intensa movimentação de
máquinas e pessoas provoca a migração de diversos animais.
29

3.1.2 Impactos causados ao ser humano na lavra

Assim como no meio ambiente o processo de lavra também causa danos nas
pessoas que estão ao redor. Muitas vezes esses impactos alteram a vida do
trabalhador vagarosamente tirando sua saúde.

No que se refere à qualidade do ar, de acordo com Araújo Neto (2006), é


considerado poluente toda substância que está presente no ar que pode prover um
mal as pessoas ou a faunas e flora.

Na gravura abaixo (figura 2), pode-se observar como a poeira é intensa no momento
da perfuração da rocha. Isso ocorre, pois o ar que gira a broca na perfuração
também promove a limpeza do furo, liberando assim micros partículas da rocha que
forma a poeira mineral. Considerada altamente prejudicial à saúde humana.

Figura 2 – Poeira gerada na perfuração.

Fonte: Mineracan, acesso em: 05 de ago. 2013.

Goelzer e Handar (2000) mostram que em jazidas extrativas de rochas ornamentais


onde há grande concentração de poeira e sílica livre no ar, seja na mineração
30

subterrânea ou a céu aberto, em que haja perfuração de rocha que contenha silício,
os trabalhadores tem sério risco de adquirir a silicose, uma doença pulmonar crônica
e incurável, que leva o operário a invalidez ou incapacidade do trabalho, ela é
causada pela inalação de poeira que contenha pequenas partículas de sílica livre
cristalina.

Mechi e Sanches (2010) dizem que o processo de mineração provoca a poluição do


ar por partículas lançadas no processo de lavra, na etapa de beneficiamento e no
transporte ou até mesmo pela queima de combustíveis fósseis. Afirma ainda que
outro impacto que interfere na saúde do trabalhador na lavra são os ruídos,
subpressão acústica e vibrações causadas por equipamentos ou por explosões.
Segundo eles o prejuízo à saúde humana pode ser causado pelo efeito sonoro, do
ar, da água e do solo.

Figura 3 – Condições de trabalho na perfuração.

Fonte: Mineracan, acesso em: 05 de ago. 2013.

Na representação acima (figura 3), é possível notar os trabalhadores operando o


martelo pneumático, principal disseminador de ruído dentro da lavra de rochas
31

ornamentais. Também é possível reparar na postura de trabalho, devido à má


posição em que ficam sujeitos podem surgir problemas de ergonomia.

Araujo Neto (2006) explica que em diversas etapas dos serviços na pedreira tem a
propagação de altos ruídos. De início é causado por caminhões e máquinas que
fazem a limpeza da rocha e do terreno, posteriormente se da pela utilização de
perfuratrizes que fazem furos de forma ordenada na rocha para sua divisão, seja por
meio de cunhas de pressão ou de explosivos. A detonação tem um poder sonoro
muito elevado propagando alto nível de pressão sonora a uma grande distância.
Ainda afirma que essa pressão causa danos mecânicos ao ouvido, e quando essa
exposição é conciliada com vibrações o dano é ainda maior.

Sendo assim, conclui-se que o processo de extração de rochas ornamentais causam


alguns impactos na qualidade de vida do ser humano, sendo que os principais são
os seguintes:

 Atmosférico: o ambiente de lavra possui muita poeira, geradas pelo intenso


fluxo de carros e máquinas no local e perfuratrizes, por isso a qualidade do ar
é baixa, além de pode provocar doenças respiratórias nos trabalhadores, essa
poeira causa incômodos aos moradores da região que ficam com seus
imóveis sujos.

 Sonoro: a pedreira é um local de propagação de vários ruídos, causados por


seus equipamentos de extração, como compressores, perfuratrizes,
máquinas, explosivos, entre outros. Esses ruídos diariamente podem provocar
sérios danos ao trabalhador e incômodo aos moradores da redondeza.

 Ergonômico: o trabalho nas pedreiras afeta ergonomicamente os


trabalhadores pelo fato de muitas vezes necessitar do manuseio de
ferramentas e materiais pesados, principalmente no trabalhador que opera
perfuratriz pneumática, ela é uma ferramenta pesada que exige manuseio e
longos períodos de trabalho, a vibração é constante nessa atividade.
32

3.2 Impactos Causados no Beneficiamento

Na etapa de beneficiamento, primário e secundário, vários são os impactos


observados, entre eles: os ruídos decorrentes do atrito das máquinas com a rocha,
poeira na atmosfera por pequenas partículas, descarte inadequado de pequenos e
grandes pedaços de rocha sem valor, lama abrasiva, entre outros. Dessa forma, os
impactos gerados no beneficiamento serão separados entre impactos gerados no
meio ambiente e no ser humano.

3.2.1 Impactos causados ao meio ambiente no beneficiamento

Em toda etapa de beneficiamento usa-se a água para auxiliar no trabalho, e nesse


processo gera lama, que pode estar composta de diversos componentes.

Moura e Leite (2011) mostra que a obtenção de chapas pode ser feita através da
serragem pelo fio diamantado ou usando a lama abrasiva. E que a maioria das
indústrias utiliza a lama abrasiva, que tem por objetivo lubrificar o corte, refrigerar as
lâminas, evitar a oxidação das chapas e servir de veículo abrasivo que transporta a
granalha.

Ao contrário dos teares de multilâminas os teares de fios diamantados possuem uma


lama abrasiva muito menos prejudicial ao meio ambiente, pois seu rejeito é apenas
pó de rocha e água. Mas é preciso tomar cuidado no seu descarte, pois pode causar
grande impacto visual igual ao dos outros tipos de lama.

De acordo com Prezotti (2003) apud Babisk (2009), na serrada de um bloco de


granito em um tear multilâminas são usados em media 500 kg de granalha de aço. E
nessa serrada 25% a 30% do bloco é transformado em pó. Um bloco pesa em média
30 toneladas. Somente em granalha e rocha são gerados cerca de 8,5 toneladas de
resíduos por serrada. Como um tear realiza em media 10 serradas por mês são 85
toneladas mensais por tear. Segundo dados do site do governo do Estado existem
cerca de 900 teares em operação no Espírito Santo.
33

A atividade de polimento também produz lama, que além de ser produzida em menor
escala se comparado ao processo de serragem, contém maiores quantidades de
resíduos tóxicos que prejudicam o meio ambiente. Eles estão presentes nos
abrasivos magnesianos, resinoides, nas resinas que são usadas nas chapas, entre
outros. Por isso deve-se ter muito cuidado na sua destinação. Na fotografia abaixo
(figura 4) pode-se ver a lama abrasiva após a secagem no filtro prensa.

Figura 4 – Lama abrasiva após secagem no filtro prensa.

Fonte: Pesquisa do autor.

Paldés (2009) explica que o beneficiamento das rochas ornamentais também gera
muito desperdício sobre a matéria prima usada, esses chamados de cacos ou lixo
industrial. Ele explica que um bloco vem da pedreira com suas superfícies
irregulares devido ao corte com martelos pneumáticos sem uso de esquadro e
prumo. Depois do beneficiamento essas superfícies irregulares geram perdas, tanto
na área útil da chapa quanto nas laterais não serradas do bloco.

Souza (2007) também menciona esses cacos de pedra resultante do beneficiamento


como um material de forma irregular, que por não ser utilizado na próxima etapa do
beneficiamento é descartado ao uso comercial. Ainda afirma que esses fragmentos
34

de rochas são produzidos desde a serragem do bloco até o corte das chapas. Na
imagem abaixo se pode observar os casqueiros, laterais do bloco que sobram após
a serragem (figura 5), e uma montanha composta desse casqueiro acumulado no
pátio da empresa aguardando um destino (figura 6).

Figura 5 – Casqueiro de rocha. Figura 6 – Casqueiros de rocha acumulado.

Fonte: Pesquisa do autor.

Portanto na etapa do beneficiamento os impactos que interferem no meio ambiente


estão ligados principalmente a:

 Água: tanto no processo de serragem, polimento e de corte a água é utilizada,


com isso ela é contaminada pelos abrasivos usados produzindo a lama
abrasiva, que se descartada de forma incorreta pode afetar o solo e um lençol
freático.

 Solo: o solo é afetado pela lama abrasiva, que pode o contaminar, e também
por fragmentos de rocha gerados na serragem e no corte, que se descartados
em grande quantidade pode impedir o crescimento da vegetação além de
causar um desagradável impacto visual.
35

3.2.2 Impactos causados ao ser humano no beneficiamento

Na atividade de beneficiamento de rochas ornamentais os trabalhadores ficam


expostos a vários agentes que podem prover danos a saúde, em que se destaca a
poeira que contém sílica podendo causar câncer, ruídos que podem provocar perdas
auditivas, e riscos ergonômicos e de acidentes (FUNDACENTRO, 2008).

Para Santos (2005) um dos principais riscos que o trabalhador fica exposto no
trabalho são as poeiras que podem gerar várias complicações ao sistema
respiratório, sendo a Silicose a pior delas, ela é uma doença causada pela inalação
de poeira contendo sílica, é incurável e irreversível. Essa poeira é encontrada
principalmente nas marmorarias que fazem acabamento. Logo abaixo (figura 7),
pode-se observar como é feito o acabamento na rocha após o corte:

Figura 7 – Acabamento nas rochas cortadas.

Fonte: Pesquisa do autor.

Os ruídos ocorrem principalmente nos equipamentos de corte e polimento, ele é


provocado pelos motores que dão movimento ao sistema e pelo atrito que as
36

máquinas causam com a rocha. Na maioria das vezes esse atrito supera 90db. Em
uma escala de 8 horas diárias, que é praticada pelas maiorias das empresas, a
tolerância máxima permitida é de 85db (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO,
2011).

Nos locais de beneficiamento de rochas ornamentais são constantes os acidentes


envolvendo quedas de chapas causados durante o transporte ou manuseio pela
inadimplência do funcionário ou obstáculos no caminho (FUNDACENTRO, 2008).

Na imagem abaixo (figura 8), mostra funcionários arrumando a carga de chapas que
acabou de ser serrada em um tear multilâminas. Após a serragem é necessário
escorar todas as chapas para que não caiam ao serem retiradas do tear.

Figura 8 – Arrumação das chapas após serragem (tear multilâminas).

Fonte: Pesquisa do autor.

Dessa forma percebe-se que os trabalhadores que estão em contato com o


beneficiamento das rochas ornamentais ficam sujeitos a vários impactos, sendo os
principais relacionados a:
37

 Acidentes: nas indústrias de beneficiamentos das rochas ornamentais é


necessário o manuseio humano em diversos equipamentos para a
movimentação de blocos e chapas, o que aumenta a chance de acontecer
acidentes. Essa movimentação é feita por pórticos e pontes rolantes
respectivamente, fazendo com que o risco de queda seja frequente. Na
imagem abaixo (figura 9) um trabalhador com auxílio da ponte rolante
transporta um pacote de chapas.

Figura 9 – Trabalhador movimentando chapas de granito.

Fonte: Pesquisa do autor.

 Ruído: o sistema produtivo das rochas é marcado pela abrasão das máquinas
com a rocha, seja na serragem, no polimento ou no corte, por esse motivo a
geração de ruídos é intensa podendo causar problemas de audição no
trabalhador.

 Ar: no processo de beneficiamento o atrito em que a rocha é submetida acaba


produzindo uma poeira mineral. Essa poeira é gerada pelo tear, pela politriz,
pela cortadeira e, principalmente, pela lixadeira que faz o acabamento em
materiais recortados.
38

4 FORMAS DE MINIMISAR OS IMPACTOS

É importante que todos tomem consciência sobre a importância do homem ter uma
relação sustentável com o meio ambiente e a sociedade. Para garantir isso é
necessário produzir e preservar o meio ambiente da melhor forma possível
buscando medidas realistas para cada setor e com as pessoas que ali se encontram.
Dessa forma serão discutidas algumas formas de como os impactos causados na
produção das rochas ornamentais podem ser amenizados para reduzir os danos
gerados na etapa da lavra e do beneficiamento.

4.1 Reduções dos Impactos na Lavra ao Meio Ambiente

A quantidade de resíduo produzido na extração das rochas ornamentais é


proporcional à quantidade de material produzido, de acordo com a demanda do
mercado. Por isso para diminuir os resíduos seria necessário diminuir a produção,
coisa que não é interessante a nenhuma indústria, que busca sempre aumentar a
sua produção (SOUSA, 2007).

Como foi mostrado anteriormente o processo de lavra causa diversos impactos,


sendo que os principais são de efeito na água, no solo e na fauna e flora. Não existe
uma forma ideal para acabar de vez com esses impactos, existem formas de
amenizá-los.

Os sedimentos que saem da lavra principalmente pela água podem afetar rios e
córregos que estão ao redor causando assoreamento. Para diminuir esse problema
podem ser feitas escavações de lagoas em locais estratégicos para conter os
sedimentos dispersos. Deve-se também evitar a modificação da área durante a
mineração e construir terraços ou banquetas com solo compactado ao pé das
escavações ou da mineração, isso diminui a velocidade das enxurradas e contém os
sedimentos carregados pela água (AMBIENTE BRASIL, 2000).

Essas lagoas construídas podem servir também para a reutilização da água usada
na perfuração, nos martelos pneumáticos, e no corte, no fio diamantado. Criando
39

assim um ciclo da água, minimizando a necessidade da captação por meio de poços


artesianos ou de alguma outra fonte ao redor.

Quanto ao uso do solo, o art. 1º do Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989, que


regulamenta o art. 2º, VIII, da Lei n° 6.938/81 prevê a inserção do dever do
minerador em recuperar a área degradada. Essa recuperação deve constar no
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que
será aprovado pelo órgão ambiental responsável (FERREIRA, 2011).

Com isso, o minerador fica limitado ao uso temporal do solo, ou seja, somente
enquanto estiver com a atividade de mineração ativa, após o término da mineração é
preciso recuperar o local degradado colocando-o em bom estado de conservação,
possibilitando o seu uso futuro.

Uma forma de manejo para reutilização do solo rico em material orgânico, que será
retirado do local da mineração, é remover esse solo e armazená-lo junto com a
vegetação do mesmo local, esse solo pode ser armazenado com até 1,5 metros de
altura por 3 a 4 metros de largura e o comprimento que for necessário. É importante
que esse solo fique protegido do sol por uma cobertura de palha vegetal.
Posteriormente o local que for utilizar o solo, deverá ser escarificado (movimentado o
solo) em curvas de nível com pelo menos 1 metro de profundidade, para tornar
menos compacto. Depois da aplicação do solo deverá ser feito outra escavação.
Assim o solo estará pronto para o cultivo de gramíneas, arbustos e até mesmo
árvores. No caso de um reflorestamento, essa escolha deve-se levar em conta a
composição da vegetação da região as espécies pioneiras e secundárias deverão
ter prioridade na seleção das espécies (AMBIENTE BRASIL, 2000).

Percebe-se então que todas essas medidas não são surpresa ao minerador, com um
bom planejamento é possível saber todas as ações que agridem e preservam o meio
ambiente mesmo antes de começar as atividades. É sempre aconselhável à
orientação de um especialista sobre o assunto, seja um geólogo, engenheiro ou
técnico do meio ambiente, para obter assim um melhor rendimento da mina e evitar
problemas futuros.
40

4.2 Reduções dos Impactos na Lavra ao Ser Humano

Para a lavra funcionar corretamente é necessário que seus operários estejam com
saúde e dispostos ao trabalho. Por isso é importante conhecer e buscar maneiras de
reduzir os riscos que podem alterar a sua saúde e integridade física. Como visto
anteriormente, os principais riscos que podem afetar os trabalhadores estão ligados
à atmosfera com poeira mineral (sílica), sonoros e ergonômicos.

Segundo norma do DNPM, item 9.1 (Prevenção de Poeiras Minerais), nos locais da
mineração onde existe a geração de poeira é preciso ser feito um monitoramento
periódico do trabalhador e analisar sua exposição. Quando esse nível é elevado e
ultrapassa os limites de tolerância estabelecidos pela NRM (Normas Reguladoras de
Mineração) é necessária à tomada de medidas técnicas ou administrativas para
eliminar, reduzir ou neutralizar esse efeito sobre a saúde do trabalhador.

Dessa forma, as mineradoras precisam tomar algumas medidas para diminuir a


poeira, produzida principalmente pelos martelos pneumáticos de perfuração. Existe
um EPC (equipamento de proteção coletiva) disponível no mercado que acaba com
este problema, é uma adaptação que faz com que o martelo pneumático injete água
e ar na perfuração, erradicando assim a poeira.

Caso esse mecanismo umidificado venha a falhar, para a produção não ser
interrompida, é necessário fornecer, controlar e cobrar a utilização de equipamentos
de proteção respiratória individual, o EPI (equipamento de proteção individual). Os
responsáveis pela escolha dos EPIs, integrantes do SESMT (Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e da CIPA (Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes) devem estar sempre atentos às mudanças e novidades
dos equipamentos disponíveis no mercado e nas mudanças do processo produtivo,
analisando se a eficiência do equipamento procede (BELTRAME, 2010).

Outro risco que afeta a saúde do trabalhador é a qualidade sonora do ambiente da


mineração. Portanto, devem ser tomadas medidas para que esse risco não cause
um problema maior no futuro.
41

Uma forma de diminuir os impactos sonoros sobre o trabalhador da mineração é


analisar o local de trabalho, verificar os maiores causadores de ruídos e achar uma
forma de que chegue ao trabalhador provocando menor efeito possível respeitando
a legislação.

Araujo Neto (2006) explica que para reduzir os ruídos de explosões gerados na
mineração ao trabalhador e as comunidades vizinhas, algumas medidas pode ser
tomadas, como iniciar detonação pelo fundo do furo, evitar, e se possível eliminar,
desmontes secundários e implantar uma barreira entre a mina e a comunidade
(plantação de árvores).

Outras medidas de diminuir os ruídos da mineração de forma coletiva (EPC) é


organizando os equipamentos, por exemplo, manter afastado o máximo possível o
compressor de ar do setor de extração, realizar a manutenção preventiva e corretiva
de todos os maquinários existentes, manter a manutenção dos martelos
pneumáticos e nas máquinas é recomendado a instalação de cabine climatizada.

Para amenizar outros ruídos é recomendado o uso obrigatório do protetor auditivo


de uso individual (EPI) para todos os empregados expostos a níveis de ruído acima
do nível de ação (80,0 db). Palma (1999) ressalta que os EPIs servem apenas
quando a solução para o controle do ruído não está disponível de imediato, o uso de
protetores auriculares não deve ser considerado como solução definitiva, a solução
do problema deve ser resolvido na fonte por um meio de produção mais silencioso.

Na tabela abaixo se pode observar as principais funções dentro de uma mineração e


os principais EPIs utilizados. É possível observar também qual a regularidade do uso
do mesmo, se o uso é rotineiro ou se é eventual.
42

Tabela 1 – Principais funções e EPIs de uso eventual ou de rotina.

Função / EPI

Cinto de Segurança

Óculos de proteção
Bota de Borracha

Bloqueador solar

Capa para Chuva

Pr. Audi. concha


Botina de couro
Avental de PVC

Luva de Raspa

Pr. Aud. Plug

Respirador
Capacete
Manobreiro R E R R E E R R R
Enc. Geral R E R R E E R R
Op. de Fio R E R R E E R R R E E
Marteleteiro R R R R E E R R R R R
Aux. Serv. Gerais E E E R R E E E E R R R
Op. Pá Carregadeira R R R R E E E R R
Blaster R R R R E E R R R R R
Almoxarife R R R R
Chefe de Equipe R E R R E E R
Gerente de R E R R E R R
Mineração
Aux. Manobreiro R E R R E E R R R
Motorista R R R R R
Op. Escavadeira R R R R E E E R R
Legenda: R = Uso de Rotina e E = Uso Eventual
Fonte: Pesquisa do autor.

Medidas administrativas também podem ser adotadas para controlar os ruídos,


como realizar e monitorar os exames audiométricos dos empregados, tornar
obrigatório o uso dos EPI’s de proteção auditiva em toda área da extração,
desenvolver um trabalho de conscientização do uso do protetor auditivo e realizar
treinamentos periódicos de utilização, conservação, higienização e uso obrigatório
dos EPI’s para proteção auditiva.

A ergonomia também é um risco que afeta o operário da mineração. Com uma


postura incorreta na execução de um trabalho, esforços repetitivos e contínuos que
exigem força e vibração, o trabalhador pode acabar contraindo um Distúrbio
Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) e ficando assim impedido de fazer
suas atividades laborais.
43

Iramina et al (2009) mostra que na mineração os problemas ergonômicos acontecem


devido às más posturas, principalmente relacionados aos motoristas de caminhão,
operador de carregadeira e operador da perfuratriz. E sugere como medida de
controle mudanças nos processos evitando a má postura e pausa durante a jornada
para alongamento e mudança na posição sentada.

Iramina et al (2009) termina dizendo que o maior problema para implantação de


medidas de controle e investimentos na área de saúde e segurança do trabalhador é
o custo considerado alto pelo empregadores, entretanto, se os trabalhadores
estiverem conscientes sobre os riscos e estiver um envolvimento da gerência os
custos são relativamente baixos se comparados as consequências de um acidente
do trabalho.

4.3 Reduções dos Impactos no Beneficiamento ao Meio Ambiente

Na etapa de beneficiamento a lama abrasiva devido a sua composição é a


substância que mais afeta o meio ambiente, contaminando o solo e a água.

Uma maneira de diminuir essa contaminação do solo e da água é fazendo com que
a água da produção seja reciclada, sendo utilizada novamente pelo sistema, e sua
lama, sendo destinada a um local legalizado preparado para o recebimento. Para
isso acontecer a lama deve ser filtrada para retirada da água. O modo mais prático
para esse trabalho é a implantação de um filtro-prensa.

Peyneau (2004) informa que o filtro-prensa tem a função de separar substância


líquida e sólida. A lama é lançada em um tanque que fica na beira do filtro. Dai é
bombeada ao topo do tanque de decantação onde é lançado um produto floculante
para ajudar a decantação. À medida que a água é decantada ela retorna para o
tanque de água que abastece o tear, e a lama agora ainda mais concentrada é
lançada aos poucos ao filtro prensa, onde é prensada e transformada em placas
desidratadas e água retorna para o tanque que abastece o tear.

Esse sistema de tratamento de efluentes tem crescido muito. Ele faz o


reaproveitamento da água e gera resíduo com menor impacto ao meio ambiente e
44

de descarte mais prático. Para funcionamento completo desse tratamento, além do


filtro-prensa, é preciso um agitador de lama, um dosador de floculante, um silo de
decantado e desidratadores, conforme mostrado abaixo (figura 10). Neste esquema
a economia de água pode chegar a 95% para reutilização (Grupo Ventowag, 2011).

Figura 10 – Modelo de sistema de tratamento de efluentes (lama abrasiva)

Fonte: Grupo Ventowag, acesso em: 17 de set. 2013.

Depois desse processo a lama desidratada é transportada por basculantes até o


aterro, seu destino final. Freire (2012) explica que a reutilização desses resíduos é
viável ao descarte, porém não há iniciativas por parte das empresas para isso.
Dessa forma, a quantidade de rejeitos descartados nos aterros é tão grande que os
órgãos ambientais estão com dificuldades de aprovação de novos aterros e
pressionando os empresários a sua utilização.

Os teares multifios geram uma lama abrasiva muito menos agressiva ao ambiente
do que a do tear multilâminas visto que é apenas pó de rocha e o material que
desgasta do fio, muito pouco se comparado ao desgaste da lâmina. Enquanto um
45

tear de fio serra dezenas de blocos, um tear de lâmina serra em média três blocos.
Por isso seu descarte poderia ser muito mais fácil, mas infelizmente as maiorias das
serrarias também realizam polimento, e a lama da serragem é misturada com a do
polimento na hora da secagem, acrescentando outros componentes em sua fórmula.

Figura 9 – Aterro de lama abrasiva

Fonte: Pesquisa do autor.

A imagem acima (figura 9) é o aterro da Aedrin (Associação das Empresas


Depositantes de Resíduos Industriais de Mármore e Granito), localizado no
município de Vargem Alta, representa um aterro licenciado para o depósito da lama
abrasiva. A Aedrin foi criada por vários empresários do município de Vargem Alta
visando atender as exigências do Iema (Instituto Estadual do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos) sobre as destinações dos resíduos industriais. Toda essa área
foi planejada para evitar gerar problemas ao meio ambiente. Além disso, o local
recebe periodicamente fiscais ambientais para averiguar o correto funcionamento.
46

4.4 Reduções dos Impactos no Beneficiamento ao Ser Humano

Conforme falado anteriormente os principais impactos que afetam o ser humano no


beneficiamento das rochas ornamentais estão ligados a acidentes, ruídos e poeira.

De acordo com a NR 11, anexo I ao item 11.4.1, a movimentação, armazenagem e


manuseio de chapas de mármore, granito e outras rochas devem seguir uma série
de procedimentos técnicos para evitar acidentes, entre eles se destacam o uso de
fueiros (peça metálica em forma de “L”), que protege as laterais das chapas serradas
ainda debaixo do tear; o carro transportador (que transporta as chapas serradas do
tear até o pátio) deve estar em perfeita condição de uso e com indicação do
fabricante, responsável técnico e carga máxima de trabalho do mesmo; o pátio de
estocagem deve ter piso plano, resistente, sem saliências e não ser escorregadio;

Outra norma que também busca diminuir o índice de acidentes nas empresas é a
NR 5, conhecida como Cipa (Comissão Interna De Prevenção De Acidentes). Ela
tem a função de prevenir acidentes e doença do trabalho promovendo a saúde do
trabalhador. Seus membros são eleitos pelos empregados e indicados pelo
empregador. Eles são treinados para estudar o ambiente, as condições de trabalho
e os riscos presentes no processo produtivo. É feito uma reunião mensal onde é
colocadas sugestões de como pode ser diminuído os riscos de acidente na
instituição.

De acordo com a NR 9 (Programa De Prevenção De Riscos Ambientais), também


chamada de PPRA, o ruído é um agente físico que o trabalhador fica exposto ao
trabalho. Por isso, essa norma obriga a todos os empregadores que admitam
empregados como trabalhadores a implementar esse programa, que tem como
objetivo a preservação da saúde e integridade física do trabalhador.

Para a FACTS (Agencia Europeia Para a Saúde e Segurança no Trabalho, 2010),


existe uma hierarquia a ser respeitada quando se fala em reduzir os níveis de ruídos
ao trabalhador, sendo as principais formas: eliminação da fonte de ruído (aquisição
de máquinas que produzem menos barulho), controle de ruído na fonte (isolamento
da fonte com cabine ou materiais de borracha, usar correias em vez de
47

engrenagens, manutenção preditiva, entre outros), medidas de controle coletivo


(organização do trabalho diminuindo a exposição ou ruído e os equipamentos de
trabalho sua instalação e localização pode influenciar a exposição do trabalhador ao
ruído) e medida de controle individual (deve ser usado em último caso após não
conseguir eliminar o ruído de outra forma, utilizando protetores auriculares do tipo
concha e protetores auriculares de inserção).

Em referência as marmorarias onde outro problema encontrado é a intensa geração


de poeira por causa dos acabamentos nas bordas das peças cortadas, uma
alternativa encontrada é a adoção do processo de acabamento úmido com lixadeiras
pneumáticas, o que reduz para 0,1% a probabilidade do índice de poeira tornar-se
inalável (SANTOS, 2005).

4.5 Reutilizações dos resíduos

A reutilização dos resíduos gerados na produção das rochas ornamentais é


importante para diminuição do impacto causado no meio ambiente de duas formas.
A primeira é que reutilizando esses como insumo para outra cadeia produtiva é
possível poupar outros materiais que seriam explorados para fazer esse papel. A
segunda é que esse material não será descartado no ambiente evitando possíveis
contaminações.

Mota et al (2011) explica que o descarte da lama abrasiva está cada vez mais difícil
para as empresas e é uma preocupação para sociedade e ambientalistas. Por isso
ele mostra que os resíduos oriundos do beneficiamento das rochas ornamentais
podem ser reciclados na confecção de tijolos ecológicos, visando antes de tudo uma
redução no impacto ambiental.

Para Lima (2011) com o grande déficit habitacional brasileiro o tijolo ecológico pode
ser usado para construção de casas populares, reduzindo o custo e mantendo a
segurança e qualidade da obra. E esses recursos naturais faria com que a
construção civil adquira novos conceitos e adote técnicas visando à
sustentabilidade.
48

Para a produção do bloco ecológico Mota et al (2011) utilizou solo do tipo massame
que atende a ABNT, cimento CPII-F-32, lama abrasiva (composta por água, cal,
granalha e pó de granito) e água potável. Para chegar ao resultado ideal foi feito 4
proporções de cimento, solo e resíduo granítico sendo 1:7:2, 1:6:3, 1:5:4 e 1:4,5:4,5
respectivamente, também foram feitas 3 proporções diferentes na relação
água/cimento chamados de T1, T2 e T3 sendo 1; 0,86 e 0,72 respectivamente. Os
tijolos foram confeccionados com 25 centímetros de comprimento 6,5 centímetros de
altura e 12,5 centímetros de largura. Foram feitos com 7, 28 e 60 dias de cura, testes
de absorção de água, onde o corpo ficou 24 horas em uma estufa a 110 °C e depois
ficou 24 horas submersa e pesados novamente conforme NBR 10836/94.

Tabela 2 – Traços da confecção dos tijolos e resultados de resistência a compressão simples

Fonte: Mota et al. 2011.

Lima (2011) revela que o processo de produção dos tijolos ecológicos com resíduos
de granito é bem simples. Basta uma mistura dos ingredientes: cimento, solo e dos
resíduos nas proporções adequadas. No Brasil eles são feitos por prensas em
variadas formas e tamanhos de acordo com o projeto. Na tabela abaixo (tabela 3) é
possível observar quais os tipos, as dimensões, forma de uso e um exemplo de
como são.
49

Tabela 3 – Tipo, dimensões, uso e exemplo de tijolos ecológicos.

Fonte: Lima, 2011.

Mota et al (2011) constatou de acordo com a tabela (tabela 2) que as maiores


resistências a compressão simples aconteceu em T2, ou seja na relação de 0,86 de
água para cada 1 de cimento. O tijolo aumenta a sua resistência com o tempo,
principalmente com 40% da adição de resíduo de rocha (traço 1:5:4), onde a
resistência chegou a 7,6 Mpa com 60 dias de cura, sendo que a NBR exige
resistência mínima de 2 Mpa aos 28 dias. E conclui que o tijolo ecológico trata-se de
uma excelente alternativa para o aproveitamento desses resíduos.

Segundo os estudos de Lima (2011) os melhores resultados foram obtidos com 30%
de resíduo de granito e 70% de solo. Verificou também que a resistência, absorção e
50

durabilidade do tijolo de solo-cimento melhoraram com a adição do resíduo. Até o


quarto dia de molhagem e secagem o tijolo apresentou tendência a melhorar sua
resistência à compressão, e após o quinto dia começou a perceber o
envelhecimento da peça.

Um estudo realizado por Moreira et al (2005) propôs outra maneira de


reaproveitamentos da lama abrasiva decorrente do beneficiamento das rochas
ornamentais. Ele mostrou que os resíduos gerados no corte das rochas ornamentais
podem ser usados como matéria prima na formação da massa argilosa nas
indústrias de cerâmica vermelha. Em seu estudo foi utilizado 20% de resíduos de
rochas ornamentais para ser preparado com a cerâmica. Verificou também que o
resíduo e composto basicamente com SiO2, Al2O3, Fe2O3 e outros óxidos
fundentes. Após análise na queima do material foi constatado que a temperatura
ideal, de custo e benefício, é 950°C, onde os valores de retração lineares obtidos
(0,91 e 7,63%) ficaram entre a faixa usual para fabricação de cerâmica.

Moreira et al (2005) conclui que o resíduo de rocha é um material não plástico, em


que a sílica e o feldspato são as principais fazes cristalinas. Além de possuir
materiais que ajudam na fundição, como o K2O e Na2O. E os corpos cerâmicos
contendo 20% de resíduo de rochas ornamentais apresentaram bons resultados
quanto à retração linear, absorção de água e resistência mecânica para serem
utilizados na produção de tijolos maciços, blocos cerâmicos e telhas.

Mothé Filho et al (2005) também analisaram a característica do resíduo de uma


rocha ornamental conhecida como “granito rosa bavena” da região de Castelo, no
Espírito Santo, buscando criar um material cerâmico. Foram feitos corpos de prova
com os rejeitos do beneficiamento desse material, colhidos em uma indústria de
Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Observou-se que a absorção de água e a
porosidade aparente diminuíram com o aumento da temperatura de queima,
chegando a ser nula a 1.125°C.

Mothé Filho et al (2005) explica que o rejeito da rocha estudada é uma fonte para
criação de um material cerâmico, sendo que sua resistência é proporcional a
temperatura de queima, altas temperaturas geram maior resistência, deixando-o
51

muito semelhante a rocha natural usada (“granito rosa bavena”). E conclui que a
qualidade do material produzido torna promissor o uso dos rejeitos para produção de
cerâmicos, e apresenta vantagem de diminuir a quantidade de rejeito que seria
descartada no meio ambiente agregando valor ao resíduo indesejável.

Outro rejeito proveniente do beneficiamento das rochas ornamentais são os


fragmentos de rocha que sobram nas laterais dos blocos após a serrada, conhecidos
como casqueiros. Uma maneira de utilizar esse material de forma sustentável é com
a construção de muros de arrimo conforme mostrado abaixo (figura 12).

Figura 12 – Muro de arrimo usando casqueiros de rocha.

Fonte: Pesquisa do autor.

Quando os casqueiros estão em excesso na empresa e está comprometendo a


utilização de algum lugar, ele pode ser doado para a prefeitura, empresas ou até
mesmo pessoas que os usam na maioria das vezes para criação de muros ou
calçadas.
52

Menezes et al (2002) mostra que ao reutilizar um resíduo como matéria prima para
outra cadeia produtiva são encontradas várias vantagens, em que se destaca a
redução do volume de extração de matérias-primas, diminuição do consumo de
energia, menores emissões de poluentes e melhoria na saúde e segurança da
população. Sendo que a vantagem mais visível é a preservação dos recursos
naturais, preservando sua vida útil e diminuindo a destruição da paisagem, fauna e
flora.
53

5 CONCLUSÃO

Tendo em vista os aspectos observados, foram identificados os principais riscos do


processo produtivo das rochas ornamentais sobre o ser humano e o meio ambiente,
foram propostas algumas alternativas de melhoria que poderão ser adotadas pelas
empresas que estão nesse ramo e que buscam novos avanços nos seus trabalhos.

Foi constatado que na lavra, para amenizar os impactos no meio ambiente, é


necessário um bom planejamento inicial com criação do EIA, RIMA e promovendo
reutilização da água utilizada no processo e do solo orgânico disponível no início da
lavra. Para redução dos danos sobre o ser humano foram indicadas a utilização de
martelos pneumáticos que usam água na perfuração, manutenção e organização
dos maquinários e monitoramentos dos trabalhadores promovendo utilização dos
EPIs em alguns casos.

Já na área do beneficiamento foi apresentada a necessidade de um filtro para


separação da água presente na lama abrasiva, que poderá ser levada para um
aterro devidamente legalizado ou usado como matéria prima para outra cadeia
produtiva, como na confecção de tijolos ecológicos e fabricação de cerâmica. Os
grandes fragmentos de rochas, chamados de casqueiros, podem ser usados na
construção de muros de arrimo. Em relação aos impactos sobre os trabalhadores foi
indicada a criação da CIPA e uso do programa PPRA para prevenção dos riscos.

Todo dia é possível ver programas que visam respeito ao meio ambiente e aos
trabalhadores, seja por meio de palestras, simpósios ou até mesmo nos jornais e
revistas. Essas maneiras citadas neste trabalho têm por finalidade conscientizar e
propor melhores formas de trabalho. Portanto é recomendável que as empresas
adotem essas maneiras respeitando o ambiente e seus colaboradores, pois a
tendência é só aumentar as preocupações e fiscalizações relacionadas a eles,
exigindo assim que haja mudanças na maneira de produzir compatível com as
regras atuais.
54

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