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UNIOESTE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ


CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU

CENTRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS EXATAS

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

RELATÓRIO TÉCNICO

TÍTULO: Medição de descargas parciais em equipamentos de


alta tensão

Preparado por: Data do Ensaio TÉCNICAS DE


Alice M. Almeida 21/07/2017
ALTA TENSÃO
Ana Carolina Kozerski
Evandro Santos Data de Entrega
04/08/2017 Prof.: Tácio Demarchi
1- OBJETIVO

Observar a ocorrência de descargas parciais em equipamentos isolantes de alta


tensão e testar as condições ou a qualidade do material para uma possível
manutenção e/ou substituição do equipamento.

2- CONCEITOS DE DESCARGAS PARCIAIS

As descargas parciais são sucessões de descargas elétricas incompletas,


rápidas e intermitentes na ordem de nano-segundos que ocorrem pela proximidade
entre duas partes condutoras de eletricidade e um meio isolante, pelo efeito de
ionização em cavidades gasosas no interior dos materiais isolantes sólidos e líquidos.
Tais descargas também podem ocorrer na zona de contato de isolantes sólidos
(dielétricos) e superfícies metálicas submetidas à tensão elétrica. Quanto maior esse
número de descargas maior será a deteriorização do material isolante, essas
descargas não chegam a percorrer todo o caminho entre os dois eletrodos fechando
um curto circuito.

Para visualizar as descargas em um material isolante temos que usar um


método e variáveis que sejam mensuráveis para verificar as condições do mesmo, por
exemplo: uma bucha de um transformador.

Conforme as características do material existirão em seu interior certa


quantidade de cavidades de várias formas e dimensões preenchidas com ar e gases.

Costuma-se, para efeito de simplificação e de análise, considerar uma única


cavidade de contorno plano, pois as várias partes do dielétrico podem ser simuladas
idealmente por capacitores de placas paralelas. Assim, pode-se formar um circuito
equivalente simplificado conforme mostra a figura 1.
Figura 1 – Modelo para análise de Descargas Parciais

• C2 representa a capacitância da cavidade;

• C1 é a capacitância em serie com C2;

• C é o restante da capacitância em paralelo com C1 e C2

2.1 GRANDEZAS A MEDIR

Procura-se medir uma grandeza que esteja diretamente associada à vida útil
do material dielétrico e que seja pouco sensível às variações de capacitância do
circuito de ensaio. A “carga real q2”, que é a carga gerada nos terminais da cavidade
devido à DP, é a grandeza mais indicada, porém esta carga não pode ser medida na
prática.

Define-se então uma carga q, chamada de “carga aparente”, a qual, caso seja
injetada instantaneamente nos terminais do objeto sob ensaio, produzirá uma queda de
tensão igual à provocada pela descarga parcial.

A “carga aparente” q pode ser medida, sendo reflexo da carga real nos terminais
do equipamento, e é quantificada como a integral dos pulsos de corrente conduzidos
por um circuito, em uma determinada faixa de frequência. A “carga aparente” aumenta
quando a cavidade aumenta por isso a carga aparente é uma maneira de diagnosticar
a velocidade de deteriorização de um dielétrico. À medida que ocorrem as DP, as
cavidades vão aumentando, aumentando também a carga aparente medida.

3 MATERIAIS, MÉTODOS E PROCEDIMENTOS


3.1 MATERIAIS UTILIZADOS
Os materiais utilizados a fim de avaliar os dispositivos ensaiados (figuras 2 e 3)
seguem listados abaixo.
 Impedância de medição
 Analisador de sinais
 Software para processamento de sinais
 Fonte de Alta Tensão AC ou DC

 Barra Estatórica

Figura 2 – Barra Estatórica


 Bucha

Figura 3 – Bucha

Características do circuito para a medição das descargas parciais em um material


isolante:
• Circuitos com geração de pulsos em um condutor em relação ao espaço;
• Sinais radiados e conduzidos por capacitâncias parasitas;
• Impedâncias para o terra muito grandes;
• Adição de um acoplamento capacitivo para o terra (capacitor de alta
tensão) - caminho preferencial para os pulsos de corrente;
• Adição de um resistor em série com o capacitor - medição da corrente pela
queda de tensão em seus terminais;
Na figura a seguir está representado o circuito de medição que consiste de uma
impedância de medição em série com o capacitor de acoplamento. Esta configuração
foi utilizada por ser aterrado uma extremidade do objeto sob teste.

Figura 4 – Circuito Esquemático para Medição de Descargas Parciais

3.2 MÉTODOS

Para a calibração do medidor, uma carga escolhida (qc) é injetada no circuito de ensaio
e mede-se a indicação correspondente do instrumento de medição. O calibrador
consiste essencialmente de uma fonte DC com uma pequena capacitância em série.

Figura 10 – Calibração

Figura 5 – Circuito Calibrador

Consideramos uma capacitância como referência dependendo do objeto a ser ensaiado


e depois aplicamos uma tensão para encontrar a carga capacitiva e uma taxa de
descargas por minuto.

3.3 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO


Depois de realizados todas as conexões elétricas necessárias e ajustados os
valores de tensão correspondentes a avaliação dos resultados é realizada através da
interpretação fornecida via interface LabVIEW e do software POWER DIAGNOSTIX –
ICMsysten. Para tanto, é necessário calibrar o mesmo, inserindo uma carga de 1 nC
como referência. Seguidamente é observado o resultado do ensaio via interface
gráfica.

4 RESULTADOS DOS ENSAIOS

Abaixo seguem os resultados das medições feitas com os equipamentos


relacionados e a interface gráfica apresentada pelo software mencionado, tendo como
objetivo avaliar os seguintes dispositivos:
• Barra Estatórica (fig. 7);
• Bucha (fig. 8).

4.1 Barra Estatórica


Para a barra estatórica ensaiada primeiramente a tensão foi elevada até 18 kV,
sendo posteriormente levada até 22 kV, sendo que nas duas situações não foi
verificado sinais de descargas parciais.
Medições - Barra Estatórica

Carga de Calibração 1 nC
Tensão máxima de ensaio 22 kV
Corrente 5,2 mA

Cabe salientar que a presença de ruídos eletromagnéticos, presentes no local


de realização do ensaio insere certa incerteza aos resultados, já que tais interferências
podem ser interpretadas como descargas parciais, levando a conclusões erradas
acerca do dispositivo ensaiado.
Figura 11 – Interface gráfica para a Barra Estatórica

4.2 Bucha

Figura 12 – Interface gráfica para a Bucha


5 RESULTADOS DOS ENSAIOS

Para a Barra Estatórica de acordo com os testes realizados e a avaliação da


interface gráfica fornecida via software, percebe-se que este dispositivo apresenta
níveis de descargas parciais aceitáveis com as suas condições de funcionamento,
sendo aceitável para equipamentos de alta tensão em geral: < 10 pC.
Com relação à Bucha ...

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DEMARCHI, Tacio Fonseca. “Aula de descargas parciais”, Notas de


Aula,(21/07/2017).

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