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No alvo. Vulnerável. Desesperado por uma vacina...

É desta maneira que você deve estar se sentindo diante de mais um surto de febre amarela que preo-
cupa o Brasil.

Novamente, a sensação é de dupla epidemia:

- Uma delas é referente ao excesso de casos de pessoas vítimas da picada do mosquito.

- A outra epidemia diz respeito à avalanche de notícias “pela metade”, desinformação e boas
doses de sensacionalismo, todos contribuintes para disseminar o pânico na população.

Por este motivo, o Dr. Lair Ribeiro – cardiologista, nutrólogo e um dos maiores especialistas em saúde
integrativa do mundo - decidiu desmarcar compromissos e fazer uma imersão na febre amarela.

Em um relatório inédito e esclarecedor, ele responde aos 11 principais questionamentos sobre a doença
que está assustando você e sua família.

Este será só o seu primeiro encontro com o médico Dr. Lair Ribeiro.

Nos próximos dias, volte ao seu e-mail.

Diariamente, você receberá informações reveladoras sobre como cuidar de verdade da sua saúde, re-
verter doenças e proteger seu corpo e sua mente de uma maneira revolucionária e transformadora.

Não perca.

Abaixo, as 11 respostas essenciais sobre a febre-amarela...

1) O que é febre amarela?

A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa não contagiosa, aguda e causada por um vírus do gênero
Flavivirus. É transmitida ao homem mediante picada de insetos hematófagos, que se alimentam de san-
gue. Por causa desse aspecto - de precisar de um intermediário para repassar a doença de um ser para
o outro - também é considerada uma infecção vetorial.

Isso significa que a transmissão é vetorial, feita por um vetor. E portanto, não há transmissão direta de
animal doente para adoente ou de ser humano doente para ser humano saudável sem a intermediação
do vetor (no caso o mosquito)!

Os levantamentos já identificaram o papel fundamental do clima na propagação da febre amarela: o ín-


dice pluviométrico (quantidade de chuva em milimetro que cai em uma determinada região durante um
determinado período) e a temperatura são diretamente proporcionais à proliferação do mosquito trans-
missor da doença. Desta forma, quanto mais chuva e mais calor, mais insetos e, consequentemente,
maior ocorrência da FA. No Brasil, o pico de infecção ocorre entre dezembro e começo de maio, devido
as condições climáticas.
2) Por que é chamada de febre amarela?

A doença tem esse nome porque uma das características da febre é a presença de icterícia, uma condi-
ção clínica em que o paciente apresenta coloração amarelada na pele e nos olhos. É importante ressal-
tar que esse sintoma não aparece em todos os casos de febre amarela.

Essa manifestação só ocorre em cerca de 15% dos casos. A sintomatologia varia para cada pessoa e,
em geral, a icterícia surge somente nas fases mais graves da patologia. Alguém pode ser acometido de
febre amarela e ter não nenhuma manifestação clínica, a forma assintomática da doença.

3) Quais são os tipos de febre amarela e qual é a que circula no Brasil?

Do ponto de vista de modalidades epidemiológicas, temos dois tipos: a febre amarela urbana, que
teve seu último surto no Brasil registrado na cidade de Sena Madureira, no Acre, em 1942, e a febre
amarela silvestre, endêmica nas florestas tropicais, responsável pelos atuais surtos descontrolados em
alguns estados do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais).

Os dois tipos de febre amarela são transmitidos por mosquitos fêmeas, pois elas possuem um aparelho
bucal denominado probóscide que, com seu formato de uma agulha, permite que o inseto sugue o
sangue dos primatas distintos.

A febre silvestre, a única forma existente hoje no Brasil, é transmitida pelos insetos do gênero Haema-
gogus e Sabethes, que vivem em copas de árvore e, preferencialmente, picam e infectam macacos que
também gostam de viver nas copas das árvores. Já a febre amarela urbana – ainda sem registros atuais
entre os brasileiros – é transmitida por meio do Aedes Aegypti, o mesmo inseto causador de dengue, zika
e chikungunya. Esse mosquito se prolifera em água parada e circula em ambientes urbanizados.

4) Preciso ter medo dos macacos infectados por febre amarela?

Não. O papel dos macacos na transmissão desta doença é nenhum. Os macacos são apenas os hospe-
deiros do mosquito. Diferente das concepções errôneas, os primatas não têm um reservatório de vírus
no corpo. Assim, é uma falsa ideia dizer que, por exemplo, matar todos os macacos da floresta resolveria
o problema. Ou que seria preciso vacinar todos os animais.

Os mosquitos fêmeas não precisam dos macacos para perpetuar a circulação do vírus. Uma fêmea in-
fectada pode passar o vírus para os ovos e as fêmeas nascidas desses ovos já irão nascer com habilida-
de de infectar primatas não humanos ou mesmo humano que adentram o habitat delas.

Os macacos são como uma sentinela, que nos ajudam a vigiar qualquer perigo ou ameaça de infecção.
Por exemplo: você está trilhando em uma mata e encontra um macaco morto. Se ele morreu de febre
amarela, em um diagnóstico feito somente por autoridades sanitárias, significa que o vírus está circu-
lando naquela região e que você deve redobrar a sua atenção. Não é possível pegar a doença de um
macaco infectado através deste contato direto.
Sempre é preciso reforçar que os homens também não transmitem a doença. O vírus precisa de algum
intermediário, como mosquito, para chegar a infectar outros primatas não humanos ou humanos.

Se você mora em uma região próxima a uma mata, a primeira coisa a fazer é saber se existem macacos
nesta mata. Se existir, o monitoramento fica fácil – se aparecer macaco morto e foi por febre amarela
significa circulação do vírus nesta mata.

5) Quais são os principais sintomas da febre amarela?

As respostas à infecção são amplas e variáveis. Dependem basicamente de dois fatores. Da carga viral
depositada e também sobre a capacidade do organismo em responder a esta infecção. A pessoa infec-
tada com o vírus (amarílico-vírus RNA) pode sobreviver à infecção praticamente sem manifestar seus
sintomas.

Aproximadamente 85% dos infectados se tornam assintomáticos após 3 a 4 dias. A partir daí, adquirem
imunidade à doença, não constituindo um reservatório de vírus a longo prazo. Muitas vezes, nem sequer
ficam sabendo sobre a presença do vírus.

A minoria (15%), que desenvolve a forma maligna da doença, no entanto, tem uma letalidade alta (35-
50%), contribuindo para que o índice de letalidade global corresponda a algo em torno de 7,5% (5 a 10%).
Em geral, a febre amarela causa um “febrão” sem taquicardia. Este é um detalhe importante porque, co-
mumente, as pessoas que estão em quadros febris, vivenciam aceleração dos batimentos do coração, o
que não ocorre de forma tão acentuada neste tipo de infecção.

Há uma tendência à hemorragia em quadros de febre amarela, por isso a presença de sangue no vômito
pode ser um outro indicativo. Outra característica marcante da febre é a presença de dor lombar intensa,
podendo evoluir para icterícia e distúrbios hepato-renais).

Sendo assim, é importante ter cuidado com o uso de remédios como ácidos acetilsalicílico (AAS), que
facilitam a ocorrência de episódios hemorrágicos.

6) Como é confirmado o diagnóstico de febre amarela?

Trata-se de um diagnóstico clínico muito difícil, pois no início a doença pode ser confundida com muitas
outras como gripe e outras viroses. Uma delas é a leptospirose, doença bacteriana transmitida por urina
de roedores.

Desta forma, para ter o diagnóstico definitivo e correto da patologia, precisamos de um bom exame la-
boratorial, feito pelos profissionais de saúde de confiança.

A confirmação da patologia pode ser feita nos primeiros 6 dias, por meio do RNA do vírus em tecidos e
fluídos (PCR - Reação em Cadeia de Polimerase - tipagem e carga viral). A partir do sétimo dia, o diag-
nóstico é confirmado pela sorologia (titulação de anticorpos antivírus IgG e IgM).
7) Qual é a indicação para vacinação contra a febre amarela?

Essa é uma das perguntas que mais tem aparecido. Há uma ânsia em busca da proteção vacinal e eu
preciso ressaltar aqui que essa é uma decisão sua. O meu papel é contribuir para as informações que
vão fazer parte desta sua decisão.

A indicação atual para a vacinação de febre amarela é morar, trabalhar, circular ou viajar para uma re-
gião de risco. As autoridades sanitárias determinam quais são essas áreas, definidas de acordo com a
presença de macacos infectados pela forma silvestre da doença. Estes mapas são permanentemente
atualizados e você pode acessar a lista de municípios aqui.

Clique aqui e veja a lista de municípios com recomendação de vacinação.

Especificamente em São Paulo, muitas cidades são consideradas áreas de risco. A capital, porém, não é
uma delas, uma vez que o surto atual corresponde à febre amarela silvestre e não urbana. No entanto, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) considera todo o estado de São Paulo como área de risco.

Na minha avaliação, a vacinação é uma possibilidade a ser considerada se você tem contato com estas
áreas de risco, morando, circulando ou trabalhando. Também é bom lembrar que, se você vai viajar para
alguma área de risco e opta por tomar a vacina, é preciso receber a dose pelo menos 10 dias antes, que
é o tempo aproximado que o organismo necessita para gerar a proteção contra a doença.

8) Existem contraindicações para a vacinação contra


a febre amarela?

A vacina não é um procedimento inócuo. Há sempre um risco de reação e o meu papel é contribuir para
que você decida sobre a sua saúde. A vacina antiamarílica é feita através do enfraquecimento do vírus
(vírus vivo atenuado). Além de carregar uma carga virótica, as doses podem conter conservantes que
podem comprometer o seu estado de saúde.

Assim, não é recomendada para quem tem alguma imunodeficiência grave, uma vez que o organismo
pode não ser capaz de controlar a dose de vírus da febre amarela, ainda que seja um vírus atenuado.
São exemplos de imunodeficiência doenças como câncer, lúpus, artrite reumatoide, transplantados, dia-
betes em situação descontrolada, entre outros. As autoridades sanitárias também não recomendam a
vacina, sem uma avaliação média prévia, para:

- Idosos com mais de 60 anos de idade com saúde vulnerável;


- Indivíduos que tem HIV/AIDS;
- Bebês com menos de 9 meses e;
- Mulheres grávidas.

Além disso, os alérgicos ao ovo também devem tomar alguns cuidados ao se vacinarem, segundo a As-
sociação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). De acordo com o site da instituição, por ser cultivada
em ovos embrionados da galinha, a vacina contém grandes quantidades de proteínas do ovo, podendo
gerar problemas mais graves.
9) Qual é papel dos repelentes na prevenção da febre amarela?

Caso a pessoa precise realmente ficar exposta a uma área de risco (ao ar livre) para febre amarela, é su-
gerido que ela faça uso de repelentes durante aquele período de exposição. Eu não estou falando que
é necessário que você faça uso contínuo de repelente, se só vai circular em ambiente fechado ou que
passe repelentes nas crianças para que frequentem a escola, por exemplo.

Este produto tem componentes químicos e, portanto, a sugestão é para o uso de quem vai circular em
ar livre, em pescarias, acampamentos, trilhas ou turismo.

Como sugestão, vale lembrar que a citronela é um dos repelentes natural. Também é possível se prote-
ger com roupas, camisetas de manga longa, calças e uso de calçados fechados, além de chapéu, pas-
sando o repelente nas roupas. Há ainda a existência de fitoterápicos, como óleos de andirobas (também
contraindicados para crianças menores de 6 meses).

10) Qual é a duração da validade da vacina?


Posso confiar nas doses fracionadas?

Se você recebeu a dose integral (padrão, convencional) não há necessidade de reforço (2014 – OMS,
2017 – Autoridades sanitárias brasileiras). A imunidade se mantém por toda vida. Caso a dose seja fracio-
nada (1/5 da dose padrão), a imunidade, até o momento, é garantida durante o período de 8 anos. Isso
significa que, após esse período, o indivíduo que estiver em uma área de risco deve receber um reforço.

Essa recomendação poderá ser alterada nos próximos anos. Lembro ainda que existe uma sigla chama-
da DVA, que significa Doença Viscerotrópica Aguda. É um episódio que correspondendo a uma forma
grave da doença, causada pela vacina em pacientes com o sistema imune debilitado ou excesso de
carga viral, ou seja, a chamada febre amarela vacinal. Neste sentido, em minha avaliação, o fracionamen-
to da dose pode até projetar uma proteção – ainda não comprovada cientificamente – à febre amarela
vacinal.

Muitas pessoas perguntam também se a vacinação garante 100% de imunização. Sempre digo que não
existe 100% em biologia. Portanto, não existe uma vacina que proporcione a imunidade necessária em
100% dos casos. A vacina antiamarílica existente hoje acarreta uma proteção de 97 a 98%.

11) Qual é o tratamento da febre amarela?


Existe algum tratamento integrativo ou alternativo?

Ainda não existe um medicamento específico (e eficaz) para o tratamento da doença, do vírus. Por isso,
assim que o paciente notar a presença da febre amarela, precisa procurar os exames de diagnósticos,
que demoram em média uma semana para ficarem prontos. Também é aconselhado acionar o trata-
mento de suporte imediato, junto com a internação do paciente.

Porém, existem vários tratamentos que são voltados para combater todos os sintomas e as sequelas da
febre amarela, e somente o médico saberá definir os procedimentos e os medicamentos certos.
É importante lembrar que, juntamente ao tratamento sintomático, também pode ser usado, concomitan-
temente, algumas substâncias que são ótimos antioxidantes e desintoxicantes para o organismo.

Eu posso citar como exemplo o Ácido alfa-lipoico (ALA), Silimarina, Glutationa. Todas elas podem até
não ser conhecidas do grande público, mas já fazem parte do arsenal terapêutico de profissionais de
saúde que atuam com o olhar integrativo para o paciente. Converse com o seu médico sobre elas para
saber se ele tem o conhecimento sobre o poder terapêutico do uso.

Posso citar ainda a Vitamina D3, que, apesar do nome, trata-se de um hormônio, essencial para o bom
funcionamento do corpo, que interage com todas as células. Vamos nos aprofundar sobre dosagem e
fontes naturais de vitamina D3 em nossos próximos encontros aqui na Jolivi, bem como sugerir as me-
lhores fontes de desintoxicação do organismo.

Também já dividi com vocês que um dos fatores determinantes para a reação do corpo à infecção por
febre amarela é a qualidade do seu sistema imunológico, responsável por defender o seu organismo.
A resiliência do sistema imunológico também contribui para ampliar a eficácia da vacina e diminuir o
risco de efeitos colaterais.

Um dos pilares do fortalecimento do sistema imunológico é a alimentação adequada. É interessante


fortificar o sistema imunológico investindo em alimentos como alho, abacate, brócolis, cúrcuma, gen-
gibre e óleo de coco (duas colheres de sopa de óleo de coco, ingeridas diariamente, podem mesmo
contribuir para uma melhora do sistema imunológico).

A minha outra recomendação para não deixar o seu sistema imunológico vulnerável é o seu sono. Se-
gundo as pesquisas, a privação de uma noite de sono, causa depressão de 40% do sistema imune. Por
fim, evite a desidratação. A falta de água também deprime a eficiência de suas células protetoras e atu-
almente as pessoas simplesmente não bebem água o suficiente para se manterem hidratadas!

..................

... Lembre-se

Se você não tiver tempo para cuidar


da sua saúde, um dia irá ter que arrumar
tempo para cuidar da sua doença.

Dr. Lair Ribeiro

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