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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES,

RJ, BRASIL

DIMAS GÓES DA SILVA FILHO

Engenharia de Segurança do Trabalho.

ESTATÍSTICAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO OCORRIDOS EM


EMPRESA DE SANEAMENTO

Aracaju, SE, Brasil

2018
RESUMO

Segundo dados levantados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, cerca de


700 mil pessoas sofrem acidentes de trabalho durante o ano, tornando o Brasil a
quarta nação do mundo que mais registra acidentes durante atividades laborais,
atrás apenas da China, da Índia e da Indonésia.
A construção civil é o segundo setor em que mais ocorrem acidentes por ano,
atrás apenas do de serviço. Por estarem inseridos no setor da construção, os
serviços de saneamento acabam colaborando para esta estatística, mesmo de
modo pouco significativo. Durante os anos de 2014 e 2015 apenas 558 e 554
acidentes foram registrados num total de 47.887 e 38.424, respectivamente.
Portanto, este trabalho tem como objetivo demostrar as estatísticas dos
acidentes de trabalho ocorridas em empresa de Saneamento no ano de 2017, e
através dos dados coletados buscar alternativas para reduzir o número de acidentes
de trabalho apresentando, através de análise dos dados, ações preventivas focando
na segurança dos serviços realizados pela empresa.
ABSTRACT

According to data collected by the Ministry of Labor and Employment,


about 700,000 people suffer work accidents during the year, making Brazil the fourth-
largest nation in the world to report accidents during work, behind only China, India
and Indonesia.
Civil construction is the second sector that most presents accidents per year,
behind only the service sector. Because they are inserted in the construction sector,
sanitation services end up contributing to this statistic, however not significantly. During
the years 2014 and 2015 only 558 and 554 occurrences were voted for a total of 47,887
and 38,424 respectively.
Therefore, this study aims to demonstrate the statistics of work accidents
occurred in a Sanitation company in 2017, and through the data collected seek
alternatives to reduce the number of work accidents by presenting, through the data
analysis, preventive actions focusing on the safety of the services performed by the
company.
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Turno de ocorrência das lesões ...................................................30


QUADRO 2 – Tipos de lesões .............................................................................30
QUADRO 3 – Cargo dos acidentados ....................................................................31
QUADRO 4 – Sexo dos acidentados......................................................................32
QUADRO 5 – Tipo de acidente ............................................................................32
QUADRO 6 – Ocorrência de afastamento .............................................................32
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Sistema de Tratamento de Água .................................................... 14
FIGURA 2 – Sistema de Tratamento de Esgoto.................................................. 17
FIGURA 3 – Figuras e EPI´s ................................................................................21
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual

ETA – Estação de Tratamento de Água

ETE – Estação de Tratamento de Esgoto

LER – Lesão por Esforço Repetitivo

DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NR – Norma Regulamentadora

OMT – Organização Mundial do Trabalho

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e


Medicina do Trabalho
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................8


1.1 CONTEXTO................................................................................................ 9
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................9
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................. 9
1.2.2 Objetivo Geral ............................................................................ 9
CAPÍTULO 2 - RESISÃO DA LITERATURA ...................................................... 10
2.1 SANEAMENTO BÁSICO ......................................................................... 10
2.2 A IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO .................................. 10
2.3 O TRATAMENTO DA ÁGUA ................................................................... 11
2.4 ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA ................................................ 11
2.4.1 Represa....................................................................................................11
2.4.2 Captação e Bombeamento ......................................................................11
2.4.3 Pre-cloração / Pré-alcalinização / Coagulação ........................ 12
2.4.4 Floculação ...................................................................................................12
2.4.5 Decantação ................................................................................................. 12
2.4.6 Filtração .......................................................................................................12
2.4.7 Cloração / Fluoretação.............................................................................. 13
2.4.8 Reservatório................................................................................................13
2.4.9 Distribuição .................................................................................................13
2.4.10 Rede de Distribuição ................................................................................13
2.4.11 Cidades .......................................................................................................13
2.5 O TRATAMENTO DO ESGOTO ............................................................. 14
2.5.1 Cidades ....................................................................................................15
2.5.2 Rede de Esgoto ........................................................................... 15
2.5.3 Grades ..................................................................................................... 16
2.5.4 Caixa de Areia......................................................................................... 16
2.5.5 Decantador Primário ................................................................................. 16
2.5.6 Tanque de Aeração................................................................................ 16
2.5.7 Decantador Secundário ....................................................................... 16
2.5.8 Rio ........................................................................................................... 16
2.6 ACIDENTES DE TRABALHO ................................................................ 17

2.6.1 Gravidade dos Acidentes....................................................................... 18


2.6.2 Tipos de Lesões ................................................................................... 19
2.6.3 Treinamento ....................................................................................... 20
2.6.4 Equipamento de Proteção Individual ................................................ 20
2.7 RISCOS INERENTES À SAÚDE NA ÁREA DE SANEAMENTO..21
2.7.1 Agentes Ergonômicos .........................................................................21
2.7.2 Agentes Físicos.....................................................................................22
2.7.3 Agentes Químicos ....................................................................................22
2.7.4 Agentes Biológicos ..............................................................................23
2.8 DESCRIÇÃO DOS CARGOS ............................................................... 25
CAPÍTULO 3 - ESTATÍSTICAS D O S ACIDENTES D E TRABALHO….30
3.1 ACIDENTES- COLETA DE DADOS .......................................................30
3.2 TURNO DE OCORRÊNCIAS DAS LESÕES.........................................30
3.3 TIPOS DE LESÕES .................................................................................30
3.4 FUNÇÃO DESENVOLVIDA NA EMPRESA X ACIDENTES .................31
3.5 SEXO DO ACIDENTADO...........................................................................32
3.6 TIPO DE ACIDENTE................................................................................32
3.7 OCORRÊNCIA DE AFASTAMENTO........................................................32
3.8 DESCRIÇÃO DOS ACIDENTES MAIS COMUNS ................................33
3.9 DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA....................................................33
3.10 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................................. 34
CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 35
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO ............................................................................ 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................38
8

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO
Todo cidadão procura no trabalho obter a sua dignidade, alcançar suas
realizações como ser humano e principalmente sua sobrevivência.
Com o trabalho, o cidadão procura manifestar seus valore e anseios, além de
avaliar seu desempenho através de seus resultados, podendo assim criar boas
perspectivas para o future.
Segundo Oliveira (2004), a saúde do trabalhador e seu bem estar não era
motive de preocupação nos séculos passados, onde era visado apenas a produção.
Em 1700 o médico italiano Bernardo Ramazzini publicou o livro As Doenças dos
Trabalhadores, onde relaciona 54 profissões descrevendo os principais problemas
de saúde sofridos pelos trabalhadores, fazendo com que os médicos da época
reconhecessem a necessidade de se conhecer a ocupação atual e pregressa para
melhor diagnosticar seus pacientes.
Com a revolução industrial, a forma de produção foi radicalizada e
consequentemente a forma de viver das pessoas. Com isso, a Medicina do Trabalho
teve suas práticas transformadas, acompanhando as mudanças e exigências dos
processos produtivos e dos movimentos sociais, delimitando o campo da Saúde
Ocupacional onde incorporou novos enfoques e instrumentos de trabalho.
As criações das Organizações Internacional do Trabalho - OIT (1919) e
Mundial de Saúde – OMS (1948), foram motivadas pela grande importância da
proteção à saúde dos trabalhadores, onde passaram a se preocuparem em prover
serviços médicos a fim de se verificar os efeitos do trabalho sobre as pessoas e a
partir daí estabelecer formas de prevenção. Em 1950, os dois órgão juntos
estabeleceram o objetivo da Saúde Ocupacional: adaptar o trabalho ao homem e
cada homem a sua atividade.
No Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, inicia-se a regulamentação
do trabalho com a criação do Departamento Nacional do Trabalho, com a função de
fiscalizar o cumprimento de leis sobre acidentes laborais, jornada, férias,
organização sindical e trabalho de mulheres e menores. Em 1943, surge a
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT e as primeiras referências à higiene e
segurança no trabalho.
9

Em 1944, o Decreto-Lei 7.036 promoveu a reforma da lei de acidentes de trabalho,


e em seu artigo 82 criou a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
onde com a participação dos próprios trabalhadores, as orientações e fiscalizações
eram sugeridas a fim de se obter melhorias nas medidas de proteção ao trabalhador,
realizar palestras e cursos.
Atualmente no Brasil o direito dos trabalhadores a segurança e medicina do
trabalho é assegurada pela Lei N° 6514, de 22 de Dezembro de 1977, que alterava
o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança
e Medicina do Trabalho. Sua regulamentação foi feita através da Portaria N° 3214,
de 8 de Junho de 1978, do Ministério do Trabalho, na qual aprova as Normas
Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho e por um conjunto de textos
suplementares (leis, portarias, e decretos) decorrentes de alterações feitas nos
textos originalmente publicados.

1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivos Geral

Propor sugestão de melhorias para a diminuição dos acidentes de trabalho, a


partir de análises dos fatores obtidos de acidentes de trabalho, na Empresa de
Saneamento de Sergipe, objeto de estudo.

1.2.2 Objetivos Específicos

Fazer um diagnóstico dos acidentes de trabalho ocorridos em Empresa de


Saneamento, no ano de 2017.
10

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Saneamento Básico


Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a
saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e
facilitar a atividade econômica.
A Constituição Brasileira assegura o direito ao saneamento básico e Lei nº.
11.445/2007, o define como o conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações
operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana,
drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

2.2 A Importância do Saneamento Básico

Para ser caracterizado como país desenvolvido, um fator essencial é ter


saneamento básico de qualidade. A melhoria da qualidade de vida das pessoas está
atrelada aos serviços de fornecimento de água tratada e coleta e tratamento dos
esgotos. Tal fator contribui para a redução da mortalidade infantil, despoluição dos
rios, preservação dos recursos hídricos, bem como a expansão do turismo e
valorização dos imóveis, etc.
A falta de saneamento básico é a causa direta de muitas doenças, entre elas
esquistossomose, febre amarela, febre paratifoide, amebíase, ancilostomíase,
ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue, disenterias, elefantíase, malária,
poliomielite, teníase e tricuríase, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e
nos olhos e leptospirose. Segundo dados do site Trata Brasil, em 2012 cerca de 300
mil trabalhadores se afastaram do trabalho por diarreias e perderam 900 mil dias de
trabalho. 37,0% concentrou-se na região Sudeste do país e 27,1%, no Nordeste; Estes
afastamentos geraram um custo direto de R$ 1,112 bilhão em horas pagas, não
trabalhadas.
Dados das Organizações Mundial da Saúde apontam que para cada R$ 1,00
investido em saneamento gera economia de R$ 4,00 na saúde. Em todo o mundo, 2,1
bilhão de pessoas não têm acesso a água potável e 4,5 bilhão carecem de
saneamento seguro.
11

2.3 O TRATAMENTO DA ÁGUA

Para que cada cidadão possa fazer uso da água, é necessário que a mesma
receba o tratamento adequado a fim de se obter a potabilidade, para que desta
forma a água não apresente nenhum risco à saúde.
Antes de passar por tratamento nas estações, as água são captadas de
mananciais, que podem ser superficiais ou subterrâneas, tais como rios, lagos,
riachos, represas e lençol freático. É de grande importância a consciência da
população para a conservação e proteção destes mananciais, para que seja
garantido o fornecimento de água em quantidade e qualidade adequadas.
A captação das águas é feita através de bombas e são conduzidas, por meio
de adutoras de água bruta, até as Estações de Tratamento de Água – ETA. Nas
ETAs, a água passa por um complexo processo de tratamento até que possa ser
fornecida à população. Após o tratamento, a água é destinada para a próxima etapa
que é a reservação, onde a mesma é armazenada em reservatórios de distribuição
e posteriormente em reservatórios de bairros espalhados na cidade. Saindo dos
reservatórios, a água é distribuída, por meio de tubulações de maiores diâmetros,
denominada de adutoras e, por fim, para as redes de distribuição nos bairros até o
abastecimento das residências por meio dos ramais de ligação.

2.4 ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA

2.4.1 Represa

A represa é uma construção do tipo hidráulica. Sua finalidade é reter a água


dos aquíferos e dos rios como forma de armazenamento para ser utilizada depois
pelos moradores de uma comunidade ou cidade qualquer.

2.4.2 Captação e Bombeamento

Após a captação, a água é bombeada para as Estações de Tratamento de


Água. Depois de bombeada, a água passará por um processo de tratamento,
passando por diversas etapas explicadas a seguir.
12

2.4.3 Pré-cloração / Pré-alcalinização / Coagulação

A pré-cloração consiste na adição de cloro assim que a água chega à estação


para facilitar a retirada de matéria orgânica e metais.
A pré-alcalinização consiste na adição de cal ou soda à água para ajustar o PH
aos valores exigidos para as fases seguintes do tratamento.
A coagulação consiste na adição de sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro
coagulante, seguido de uma agitação violenta da água para provocar a
desestabilização elétrica das partículas de sujeira, facilitando sua agregação.

2.4.4 Floculação

Floculação é o processo onde a água recebe uma substância química chamada


de sulfato de alumínio. Este produto faz com que as impurezas se aglutinem formando
flocos para serem facilmente removidos.

2.4.5 Decantação

Na decantação, como os flocos de sujeira são mais pesados do que a água


caem e se depositam no fundo do decantador.

2.4.6 Filtração

Nesta fase, a água passa por várias camadas filtrantes onde ocorre a retenção
dos flocos menores que não ficaram na decantação. A água então fica livre das
impurezas. Estas três etapas: floculação, decantação e filtração recebem o nome de
clarificação. Nesta fase, todas as partículas de impurezas são removidas deixando a
água límpida. Mas ainda não está pronta para ser usada. Para garantir a qualidade da
água, após a clarificação é feita a desinfecção.
13

2.4.7 Cloração / Fluoretação

A cloração consiste na adição de cloro. Este produto é usado para destruição


de microrganismos presentes na água.
A fluoretação é uma etapa adicional. O produto aplicado tem a função de
colaborar para redução da incidência da cárie dentária.

2.4.8 Reservatório

Após o tratamento, a água tratada é armazenada inicialmente em reservatórios


de distribuição e depois em reservatórios de bairros, espalhados em regiões
estratégicas das cidades.

2.4.9 Distribuição

Desses reservatórios a água vai para as tubulações maiores (denominadas


adutoras) e depois para as redes de distribuição até chegar aos domicílios.

2.4.10 Rede de Distribuição

Depois das redes de distribuição, a água geralmente é armazenada em baixas


d'água. A responsabilidade da Sabesp é entregar água até a entrada da residência
onde estão o cavalete e o hidrômetro (o relógio que registra o consumo de água). A
partir daí, o cliente deve cuidar das instalações internas e da limpeza e conservação
do reservatório.

2.4.11 Cidades

As cidades são abastecidas com a água tratada, própria para o consumo.


14

FIGURA 1 – Sistema de Tratamento de Água

Fonte : SABESP

2.5 O TRATAMENTO DO ESGOTO

O esgoto é formado quando nós fazemos uso da água para a realização de


alguma atividade, como lavar as mão, tomar banho, lavar as louças e roupas e no
uso da descarga sanitária. Este tipo de esgoto é de origem doméstica, pois são
provenientes da utilização da água para fins domésticos, mas também existe o
esgoto industrial, provenientes de atividades das indústrias e grandes centros
comerciais. Para cada tipo de esgoto existe um sistema de tratamento diferenciado,
pois cada um possui substâncias diferentes e faz necessário o tratamento específico
para cada substância.
O tratamento do esgoto é de grande importância, pois a ausência do
tratamento pode provocar a poluição de rios, fontes e nascentes, afetando não só
os recursos hídricos bem como a vida animal e vegetal, contribuindo para a
proliferação de moscas, ratos, baratas e bactérias os quais podem causar doenças
como verminose, hepatite, disenteria, leptospirose, cólera, dengue e muitas
outras. Portanto, a saúde pública e a preservação ambiental são os dois objetivos
fundamentais para o planejamento de um sistema de esgotamento sanitário.
15

O sistema de coleta e tratamento do esgoto é composto por ramais prediais,


coletor tronco, poços de visitas (PV), estações elevatórias, emissários e estação de
tratamento de esgoto – ETE. Os esgotos das residências são coletados pelos ramais
prediais que lançam os mesmo no coletor tronco, este conduz, passando pelos
PV´s, até chegar a uma estação elevatória que por meio de bombeamento,
vencendo a diferença de cota topográfica, lança o esgoto através do emissário até
uma rede mais alta, onde o mesmo passa a escoar por gravidade até chegar na
ETE.
As obras para implantação do sistema de esgotamento são muito complexas
e de alto custo. Porém, de nada adianta a implantação do sistema de esgotamento
se cada morador não interligar seu esgoto à rede. Desta forma, é de suma
importância que todas residências destinem seus esgotos à rede, para que o mesmo
possa vim a ser tratado corretamente.
Existem diversos tipos de tratamento de esgoto, entre eles o método mais
usual é o tratamento por lodo ativado. Este método consiste na mistura do esgoto
bruto com o lodo ativado, onde eles são agitados e aerados nos tanques de aeração,
após este procedimento a parte sólida é separada do esgoto no decantador
secundário. Após o decantador, o lodo sedimentado pode ser reenviado ao tanque
de aeração ou ser retirado para tratamento específico.
Este método foi desenvolvido na Inglaterra, no ano de 1914, e é amplamente
utilizado no tratamento de esgotos domésticos e industriais. Seu procedimento será
ilustrado a baixo.

2.5.1 Cidades

Após a distribuição nas residências, a água utilizada para higiene pessoal,


alimentação e limpeza vira esgoto. Ao deixar as casas, ele vai para as redes
coletoras, passa pelos coletores, troncos e interceptores até chegar às Estações de
Tratamento de Esgotos.

2.5.2 Rede de Esgoto

O esgoto é transportado até a Estação de Tratamento.


16

2.5.3 Grades

Antes de ser tratado, o esgoto passa por grades para retirar a sujeira (papel,
plástico, tampinha, etc).

2.5.4 Caixa de Areia

Depois de passar pelas grades, o esgoto é transportado para uma caixa que
vai retirar a areia contida nele.

2.5.5 Decantador Primário

Após a caixa de areia, o esgoto é enviado aos decantadores primários onde


ocorre a sedimentação de partículas mais pesadas.

2.5.6 Tanques de Aeração

O esgoto é composto por matéria orgânica e microrganismos. Nos tanques


de aeração, o ar fornecido faz com que os microrganismos ali presentes
multipliquem-se e alimentem-se de material orgânico, formando o lodo e
diminuindo assim a carga poluidora do esgoto.

2.5.7 Decantador Secundário

Nos decantadores secundários, o sólido restante vai para o fundo e a parte


líquida já está sem 90% das impurezas. Esta água não pode ser bebida. Ela é
lançada nos rios ou reaproveitada para limpar ruas, praças e regar jardins.

2.5.8 Rio

Recebe o esgoto tratado.


17

FIGURA 2 – Sistema de Tratamento de Esgoto por Lodo Ativado

Fonte : SABESP

2.6 ACIDENTES DE TRABALHO

Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que


ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho".
Segundo Oliveira ( 2004 ), pode-se caracterizar o acidente de trabalho como:
a) O acidente que acontece quando se está prestando serviços por
ordem da empresa fora do local de trabalho.
b) O acidente que acontece quando se estiver em viagem a serviço da
empresa.
18

c) O acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do


trabalho para casa.
d) Doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho)
e) Doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do
trabalho).
Segundo Oliveira ( 2004 ), o acidente de trabalho deve-se principalmente a
duas causas:
1°) Ato Inseguro: É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que
está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos
inseguros: Subir em telhado sem o cinto de segurança contra quedas, ligar
tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a alta velocidade.
2°) Condição Insegura: É a condição do ambiente de trabalho que oferece
perigo e ou risco ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação
elétrica com fios desencapados, máquinas em estado precário de manutenção,
andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados.

2.6.1 Gravidade dos Acidentes

Segundo Jeferson Cabrelon, (2014), as consequências dos eventos adversos


que levam aos acidentes, podem ser:
 Prejuízo: dano a uma propriedade, instalação, máquina, equipamento, meio
ambiente ou perdas na produção.
 Leve: todas as outras lesões ou doenças nas quais a pessoa acidentada fique
incapaz de executar seu trabalho por menos de três dias.
 Moderado: agravos à saúde que não se enquadrem nas classificações
anteriores e que a pessoa afetada fique incapaz de executar seu trabalho
normal durante três a trinta dias.
 Grave: amputações ou esmagamentos, perda de visão, lesão ou doença que
leve a perda permanente de funções orgânicas (por exemplo:
pneumoconioses fibrogênicas, perdas auditivas), fraturas que necessitem de
intervenção cirúrgica ou que tenham elevado risco de causar incapacidade
permanente, queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% da
19

superfície corporal ou outros agravos que resultem em incapacidade para as


atividades habituais por mais de 30 dias.
 Fatal: morte ocorrida em virtude de eventos adversos relacionados ao
trabalho.

2.6.2 Tipos de Lesões

Segundo Monteiro ( 1999 ), os tipos de lesões que podem ocorrer nos


acidentes de trabalho são:
 Escoriação: é um ferimento superficial ou arranhamento da pele.
 Contusão: é a lesão por pancada em alguma parte do corpo, sem rompimento
da pele.
 Esmagamento: é toda lesão que ocorre por compressão de algum objeto em
qualquer parte do corpo.
 Traumatismo craniano: Qualquer batida que atinge a cabeça
 Entorse: é quando os ligamentos, que são como cordões unindo os ossos,
são machucados.
 Fratura: é a quebra total ou parcial de qualquer um dos ossos do esqueleto.
Pode ser aberta, quando o osso rasga a pele, ou fechada, quando a pele não
é rompida.
 Hematoma: são manchas roxas que surgem após uma contusão.
 Lombalgia: é a dor sentida na região lombar, isto é que fica localizada nas
costas, entre as costelas e o quadril.
 Luxação: é a mais grave que a entorse, porque além dos ligamentos
machucados, os ossos podem sair fora de seus lugares.
 Queimadura: é a lesão superficial da pele provocada por fogo, sol ou produtos
químicos.
 Distensão: estiramento dos nervos, músculos ou ligamentos de uma
articulação.
 Amputação: corte ou mutilação parcial ou total de membros como braço,
perna, dedo.
20

 Punctura: é toda lesão provocada por objetos que sejam pontudos, tais como
pregos.

2.6.3 Treinamento

Para Patrick (1978:14), “treinamento é o desenvolvimento


sistemático de padrão de atitude/conhecimento/habilidade/conduta requerido para
que um indivíduo desempenhe de uma forma adequada uma determinada tarefa ou
serviço".
Segundo NR 18.28.1, Todos os empregados devem receber treinamentos
admissional e periódico, visando a garantir a execução de suas atividades com
segurança.
O treinamento ofertados para os colaboradores é suma importância, tendo
em vista que nele a empresa passará conhecimento aos colaboradores sobre a
padronização dos processos, os riscos inerentes ao ambiente de trabalho, os
direitos e deveres dos colaboradores e empregadores além de promover o
desenvolvimento da cultura de segurança. Tudo isso deverá colaborar para o bom
andamento dos serviços bem como a qualidade de vida e segurança dos
trabalhadores.

2.6.4 Equipamento de Proteção Individual

Segundo NR-16 Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo


ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Dentre os diversos EPI´s disponíveis no mercado, os mais utilizados por
trabalhadores da área de saneamento são capacete, bota e macacão impermeáveis,
botina, óculos de segurança, máscara para gases, aventa de raspa, luvas, perneira
de raspa, capa impermeável de chuva, colete reflexivo.
21

FIGURA 3 – Tipos de EPIs

Fonte: Internet

2.7 RISCOS INERENTES À SAÚDE NA ÁREA DE SANEAMENTO

Nas atividades de manutenção em redes de água e esgoto, além dos riscos


de acidentes devido à execução de tarefas em valas e ou reservatórios (enterrados,
apoiados e elevados), observa-se a presença de agentes físicos, químicos e
biológicos, que são estudadas a seguir.

2.7.1 Agentes Ergonômicos

Provenientes de postura inadequada, mobiliário e/ou ferramentas


inadequadas, movimentação e transporte manual de cargas e escavação manual.
Os danos à saúde poderá ser uma LER / DORT ou uma lombalgia. As medidas
preventivas deverão ser: adotar posturas ergonomicamente corretas, organizar o
lay-out do local de trabalho, evitando a realização de movimentos inadequados e
22

batidas contra equipamentos e mobiliário, obedecer pausas de trabalho por


recomendação médica.

2.7.2 Agentes Físicos


São riscos ambientais que se apresentam em forma de energia como os
ruídos, temperaturas extremas, vibrações, etc..
 Ruído
Exposição existente quando da operação de equipamentos de desobstrução
de redes, caminhões de hidrojateamento, estações de bombeamento e realização
de serviços de serralheria, ou na utilização de máquinas e equipamentos que gerem
esse agente (Limites de exposição definidos pela Norma Regulamentadora-15).
Poderá causar perda auditiva, devendo o colaborador se prevenir com a utilização
de EPI (protetor auditivo tipo plug ou concha) em todos os locais onde exista ruído,
bem como manter os rádio transmissores em volumes adequados.
 Umidade
Exposição durante a realização de serviços em áreas encharcadas, devendo
o colaborador usar preventivamente os EPI´s adequados para a realização da
atividade
 Radiação não-ionizante
Exposição a raios UV-A (durante todo o ano) e UV-B (mais intenso no verão)
existente durante a realização de atividades de campo, com exposição ao sol ou
a solda. Poderá causar ao colaborador queimaduras na pele ou nos olhos,
catarata e câncer de pele. Como prevenção, o colaborador deverá utilizar
bloqueador solar sempre antes de se expor ao sol ou flash de solda, utilizar óculos
de segurança com lentes escuras para trabalhos de campo, e máscara para
soldador com lentes próprias.

2.7.3 Agentes Químicos

É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos


químicos que podem causar-lhe danos físicos ou prejudicar à saúde.
 Partícula
Exposição a fumos em suspensão durante a realização de serviços de solda,
e poeiras provenientes dos serviços de escavação, alvenaria e serralheria,
23

recuperação de hidrômetros, preparação de tinas de produtos químicos, e


outros. (Limites de exposição definidos pela Norma Regulamentadora-15).
Podem provocar pneumoconioses, irritação na pele e nos olhos, a depender do
produto exposto. Na presença de poeira utilizar EPI (PFF-2), conhecer a FISPQ
dos produtos químicos existentes na empresa e utilizar EPI recomendado.
 Gases
Exposição eventual durante a realização de atividades onde existam
esses agentes. (Limites de exposição definidos pela Norma Regulamentadora-
15). Os danos podem ser variados a depender do produto exposto, como
prevenção o colaborador deve conhecer a FISPQ dos produtos químicos
existentes na empresa e utilizar EPI recomendado.
 Vapores
Exposição eventual durante a realização de serviços em estações de
tratamento de água onde existam esses agentes. (Limites de exposição
definidos pela Norma Regulamentadora-15). Os danos podem ser variados a
depender do produto exposto, como prevenção o colaborador deve conhecer a
FISPQ dos produtos químicos existentes na empresa e utilizar EPI
recomendado.

2.7.4 Agentes Biológicos

Ocorrem por meio de microorganismos que, em contato com o homem,


podem provocar inúmeras doenças.
 Partículas
Exposição a bioaerossóis durante a realização de serviços em estações de
tratamento de esgoto e na desobstrução de redes de esgoto. Os danos podem ser
variados a depender do agente exposto, os colaboradores devem proteger a pele
com vestimentas de trabalho adequadas e utilizar EPI.
 Efluente
Exposição ao contato com efluente durante operação e manutenção de
estações de tratamento e redes de esgotos. O contato com agentes podem provocar
dermatoses e parasitas, para prevenção o colaborador deve utilizar EPI (luvas
impermeáveis e calçado impermeável ou macacão saneamento).
24

Em virtude de todos os riscos inerente as atividades realizadas na área de


saneamento, o manual de segurança da Empresa de Saneamento em estudo indica
os cuidados que todos os colaboradores devem cumprir:
• Participar dos treinamentos de segurança e campanhas promovidas pela
empresa, e seguir as orientações quanto ao uso e conservação do(s) EPI(s).
• Ler as informações contidas nos rótulos, bulas e Fichas de Informações de
Segurança de Produto (FISPQ) fornecidas pelos fabricantes, e seguir as
orientações quanto ao uso de EPI para cada produto.
• Usar o(s) EPI(s) apenas para os fins aos quais se destinam, de acordo com o
risco, e conservá-los limpos e guardados em local adequado:
◦ Calçados: Cuidar para que não entrem animais peçonhentos.
◦ Óculos: Cuidar para que as lentes não sofram arranhões.
◦ Luvas impermeáveis: Lavar antes de retirar das mãos e cuidar para que não
entrem animais peçonhentos.
◦ Capacete: Cuidar para que a suspensão esteja devidamente ajustada à
cabeça.
◦ Respirador descartável (PFF): Não lavar ou aplicar jato de ar. Ao verificar a
saturação ou contaminação na parte interna deve ser descartado.
◦ Caso contrário, pode ser reutilizado devendo ser mantido dentro da
embalagem original, sem contato com o ar do ambiente.
◦ Respiradores com cartucho: Retirar os cartuchos ao final do expediente,
guardando em bolsa plástica, sem contato com o ar do ambiente, ou
qualquer outro produto. Limpar as máscaras com pano umedecido e
detergente neutro, tendo cuidado para não danificar as válvulas, nem
arranhar o visor, e guardar na própria embalagem após serem secas.
◦ Protetores auditivos: Lavar com água e detergente neutro os protetores tipo
plug, e limpar com pano umedecido a área de contato com a pele nos
protetores tipo concha.
◦ Macacão impermeável: Lavar antes de retirar do corpo, e cuidar para que
não entrem animais peçonhentos.
• Inspecionar o(s) EPI(s), sempre antes do uso, e solicitar a substituição do
equipamento quando danificado ou vencido.
• Não realizar qualquer alteração no(s) EPI(s), ou utilizar para finalidades
diversas das que foram destinados.
25

• Verificar riscos adicionais em caso de atividades não rotineiras, e informar ao


SESMT para que sejam orientadas as medidas de prevenção adequadas.
• Informar ao superior imediato sobre condições de risco existentes no ambiente
de trabalho, em máquinas e em ferramentas e, não havendo solução,
comunicar ao SESMT.
• Informar a ocorrência de acidente de trabalho ao superior imediato, o mais
rápido possível, para que seja emitida a Comunicação Interna de Acidente.
• Procurar o setor de Medicina do Trabalho, obrigatoriamente, sempre que
ocorrerem as seguintes situações:
◦ Mudança de função: Realizar exames médicos antes de toda e qualquer
alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a
exposição a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança
◦ Retorno ao trabalho: Realizar exames no primeiro dia da volta ao trabalho,
se ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de
doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.
◦ Periódico: Realizar exames quando convocado pela empresa.
◦ Acidente de trabalho: Comparecer ao setor médico para avaliação e
emissão de dados para cadastro da CAT, portando Comunicação Interna de
Acidente – CIA preenchida e assinada pelo acidentado e superior imediato,
além do atestado e relatório do atendimento médico realizado no serviço de
urgência.
◦ Alta médica de acidente de trabalho: Comparecer à consulta com médico
do trabalho no último dia de afastamento, independente do período de
afastamento, a menos que o retorno seja dispensado por ele.
• Fazer obrigatoriamente e regularmente os exercícios laborais ministrados nos
horários de trabalho.

2.8 DESCRIÇÃO DOS CARGOS

A seguir estão descritos os tipos de trabalhos realizados pelos cargos que


sofreram acidentes de trabalho no ano de 2017, objeto de estudo.
Local: Todas as unidades da empresa de saneamento no estado de Sergipe.
26

 Auxiliar de serviços operacionais


Executar serviços de apoio, tais como: abrir e fechar valas, preparar
argamassa, armar andaimes, remover lama, terra ou areia dos logradouros, retirar
ou repor calçamento ou asfalto, e outros; auxiliar na ampliação ou manutenção de
ramais, redes de água de esgoto, bem como na confecção, afiação, manutenção
de peças, ferramentas, equipamentos; auxiliar em serviços de mecânica,
eletricidade, solda, chaparia, etc; efetuar o controle diário de funcionamento do
reservatório; efetuar limpeza em: floculadores, filtros, margens de rios e riachos,
lagoa de despejo de esgoto sanitário, etc; executar tarefas correlatas.

 Assistente de gestão operacional I


Executar tarefas de natureza operacional relacionada a serviços de
instalações, ampliações e consertos de rede de água, esgoto, ramais domiciliares;
Operação de equipamentos para desobstrução de redes de esgotos; Operação,
manutenção e controle do funcionamento dos equipamentos de bombeamentos e
acessórios em Estações Elevatórias; Instalação, ampliação e manutenção elétrica
predial; Execução de serviços de alvenaria, serralharia e solda; Operação de rádios
transmissores; Serviços de controle, aferição e recuperação de hidrômetros;
Conduzir veículo da Empresa, transportando material, equipamento e pessoal no
exercício de suas atividades e executar outras tarefas correlatas.

 Assistente de gestão operacional II


Executar tarefas de natureza operacional relacionada a serviços de
instalações, ampliações e consertos de rede de água, esgoto, ramais domiciliares;
Operação de equipamentos para desobstrução de redes de esgotos; Operação e
controle do funcionamento das unidades de Tratamento; Operação e controle das
unidades de captação e recalque de água bruta; Execução de serviços de
manutenção preventiva ou corretiva em equipamentos das unidades operacionais;
Operação de máquinas pesadas; Operação de equipamentos elétricos e eletrônicos
(terminal, microcomputador, etc.); Conduzir veículo da Empresa, transportando
material, equipamento e pessoal no exercício de suas atividades; Executar outras
tarefas correlatas.
27

 Técnico em manutenção de rede


Liga e conserta rede de água e esgoto; Executa teste de vazão, montando e
desmontando equipamentos de testes; Expurga a rede; Coloca e retira hidrômetros;
Executa a substituição de peças e assentamento de tubulações; Realiza testes de
pitometria, instalando aparelhos, efetuando leituras, localizando vias de distribuição
de água, registros e vazamento; Examina, conserta e testa mecanismos e partes
componentes de hidrômetros, bem como proceder a sua montagem final; Opera
grupo moto-bomba, substitui e regula gaxetas, troca fusíveis do quadro de comando
e limpa a câmara de captação; Monta, opera e cuida da manutenção de perfuratriz;
Carrega e descarrega veículos, transporta materiais, equipamentos e produtos
químicos; Executa pequenos serviços de eletricidade, solda e mecânica;
Confecciona placa de sinalização; Executa serviços de pintura em alvenaria,
carpintaria e ferraria; Opera máquinas e equipamentos colocados a disposição para
execução de atividades relativas ao cargo.

 Agente administrativo operacional


Executar e manter atualizado o cadastro de consumidores; executar e
controlar a leitura dos hidrômetros; preencher formulários específicos; conferir e
distribuir Faturas Mensais de Serviços e Avisos de Débitos; coletar canhotos
quitados; controlar estoque do almoxarifado local; datilografar e arquivar
documentos; atender usuários quanto a solicitação de serviços e reclamações;
elaborar relatórios de controle dos serviços; executar tarefas correlatas.

 Programador de sistema de informação


Elaborar e analisar projetos para desenvolvimento e implantação de novos
sistemas de processamento de dados; realizar estudos e pesquisas de
racionalização de sistemas de processamento em uso; orientar a codificação, testar,
implantar ou acompanhar a implantação de sistema se programas para a execução
dos trabalhos a serem mecanizados; planejar sistema de coleta, preparo e
distribuição de dados; desenvolver o detalhamento das políticas, procedimentos,
atribuições, formulários e outros aspectos do projeto; executar outras tarefas
compatíveis.
28

 Assistente administrativo
Executar atividades de natureza administrativa nas áreas de assessoria,
gestão de pessoas, suprimento, suporte administrativo, financeira, técnica,
comercial e de operação, tais como coleta e transcrição de dados, conferência de
documentos, digitação de correspondências, tabelas, quadros, relatórios, etc...,
execução de serviços externos ligados ao seu trabalho, tarefas relacionadas a
cadastros de clientes, protocolo e registro de documentos, controle de estoque de
materiais; operar equipamentos elétricos e eletrônicos(terminal, microcomputador,
etc); conduzir veículo da Empresa, transportando material, equipamento e pessoal
e outras tarefas correlatas.

 Engenheiro civil
Exercer atividades profissionais inerentes a sua área de atuação, nos termos
da legislação reguladora do exercício da profissão; Fiscalizar a execução de obras
e serviços técnicos de implantação e/ou expansão de sistema de abastecimento de
água e coleta de esgotos, observando o desenvolvimento dos trabalhos executados
por empresas e/ou fornecedores, bem como, o cumprimento dos prazos e
especificações, visando à efetivação dos projetos dentro do padrão e prazos
desejados; Fiscalizar a implantação de sistemas isolados, propondo modificações
no desenvolvimento das atividades ou no projeto original; Participar da pré-operação
dos sistemas de abastecimento de água e coleta de esgotos em implantação,
visando adequar a operação das unidades às normas e padrões; Planejar,
coordenar, controlar e executar a operação e manutenção dos sistemas de
abastecimento de água e coleta de esgotos, utilizando-se de técnicas específicas,
normas e procedimentos; Efetuar análise técnica de defeitos existentes nas
instalações do sistema, baseando-se em relatórios ou observações em campo,
detectando suas causas, estudando e aplicando as medidas, bem como
acompanhando os resultados; Operar equipamentos elétricos e eletrônicos
(terminal, microcomputador, etc), utilizando os programas necessários à execução
dos trabalhos; Conduzir veículo da Empresa, devidamente habilitado e autorizado,
transportando material, equipamento e pessoal, no exercício de suas atividades;
Executar outras atividades profissionais inerentes a sua área de atuação, nos
termos da legislação reguladora do exercício da profissão, de acordo com as
particularidades ou necessidades da Companhia..
29

 Assistente operacional
Orientar e controlar a operação dos sistemas de abastecimento de água e de
coleta de esgotos; participar de serviços de melhoria de sistemas; executar e/ou
orientar serviços de manutenção e operação dos sistemas; auxiliar na elaboração
das instruções para licitação de serviços e aquisição de materiais; avaliar o
desempenho operacional do sistema; controlar, acompanhar e orientar a coleta e
registro dos dados necessários as pesquisas de mananciais; auxiliar em trabalhos
de levantamento topográfico; executar tarefas correlatas.

 Técnico industrial
Exercer atividades de Técnico de Ensino Médio Profissionalizante nas áreas
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, nos termos da legislação reguladora do
exercício da profissão de acordo com a área de habilitação; Supervisionar, orientar
e fiscalizar a construção de obras civis dos sistemas de abastecimento de água e
de coleta de esgoto; Elaborar projetos singelos de sistemas de abastecimento de
água e de coleta de esgotos; Elaborar e participar do planejamento operacional dos
sistemas de abastecimento de água e coleta de esgoto; Participar da pré-operação
de sistemas de abastecimento de água e coleta de esgotos em implantação;
Levantar dados operacionais dos sistemas de abastecimento de água e coleta de
esgotos; Orientar e/ou executar as atividades de operação e manutenção de
unidades operacionais do sistema; Operar equipamentos elétricos e eletrônicos
(terminal, microcomputador, etc), utilizando os programas necessários à execução
dos trabalhos; Conduzir veículo da Empresa, devidamente habilitado e autorizado,
transportando material, equipamento e pessoal, no exercício de suas atividades;
Realizar o levantamento de dados em campo, utilizando materiais e equipamentos
e instruções específicas; Orientar, controlar e executar tecnicamente a coleta,
registro e interpretação de dados necessários às pesquisas de mananciais de
superfície e subterrâneos; Executar e/ou fiscalizar trabalhos de levantamentos
topográficos; Executar trabalhos de foto interpretação para efeito de programação e
execução de atividades geológicas; Executar outras atividades técnicas inerentes a
sua área de atuação, nos termos da legislação reguladora do exercício da profissão,
de acordo com as particularidades ou necessidades da Companhia.
30

CAPÍTULO 3 – ESTATISTICAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

3.1 ACIDENTES - COLETA DE DADOS

A coleta de dados dos 35 acidentes ocorridos para a análise, levou em


consideração todas as unidades da empresa no estado de Sergipe. O universo de
colaboradores no ano de 2017 foi o montante de 1715, nos mais diversos cargos.
Alguns dados não foram computados devido ausência de informações.

3.2 TURNO DE OCORRÊNCIA DAS LESÕES

O quadro 1 apresenta o turno dos acidentes de trabalho.


QUADRO 1 – Turno de ocorrência das lesões

Turno N° %

Manhã 13 37

Tarde 13 37

N/INF. 9 26

Nota-se que houve um equilíbrio no número de acidentes nos dois turnos.

3.3 TIPOS DE LESÕES

O quadro 2 mostra os tipos de lesões produzidas nos acidentes.


QUADRO 2 – Tipos de lesões

Tipo de N° %
lesão
Contusão 8 23

Gás Cloro 2 5,7

Transtorno 1 2,8
Psicológico
Escoriação 7 20

Fratura 4 11,4

Queimadura 2 5,7
31

Torção 2 5,7

N/INF. 9 25,7

Os tipos de lesão mais frequentes são as contusão e escoriações.

3.4 FUNÇÃO DESENVOLVIDA NA EMPRESA X ACIDENTES

O quadro 3 apresenta a função dos acidentados dentro da Empresa.

QUADRO 3 – Cargo dos acidentados

Função N° %

- Auxiliar de Serviços Operacionais: 1 2,85

- Assistente de Gestão Operacional I: 1 42,8


5
- Assistente de Gestão Operacional II: 7 20

- Técnico em Manutenção de Rede: 2 5,7

- Agente Administrativo Operacional: 1 2,85

- Programador de Sistema de 1 2,85


Informação:
- Assistente Administrativo: 2 5,7

- Engenheiro Civil: 1 2,85

- Assistente Operacional: 3 8,7

- Técnico Industrial: 2 5,7

Dentre os variados cargos desenvolvidos na Empresa, apenas sofreram


acidentes os cargos descritos anteriormente, e entre estes, o que mais sofreu
acidentes foi o de Assistente de Gestão Operacional I, com quase 50% do total de
acidentes.
32

3.5 SEXO DO ACIDENTADO

O quadro 4 apresenta o sexo dos acidentados.

QUADRO 4 – Sexo dos acidentados

Sexo N° %

Feminino 0 0

Masculino 35 100

Pode-se observar que o sexo masculino, em sua totalidade, sofreu acidente


de trabalho no ano.

3.6 TIPO DE ACIDENTE

O quadro 5 apresenta os tipos de acidente, classificados em típico e de


trajeto.
QUADRO 5 – Tipo de acidente

Acidente N° %

Típico 30 85

De 5 15
Trajeto

Pode-se observar que 85 % dos acidentes de trabalho são classificados como


acidentes típicos e apenas 15% como de trajeto.

3.7 OCORRÊNCIA DE AFASTAMENTO

O quadro 6 relaciona o número de afastamentos do trabalho ocorridos devido


os acidentes de trabalho.
QUADRO 6 – Ocorrência de afastamento

Ocorrência de N° %
Afastamento
Sim 27 77

Não 8 23
33

Observa-se que em 77 % dos acidentes de trabalho ocasionaram o


afastamento do colaborador.

3.8 DESCRIÇÃO DOS ACIDENTES MAIS COMUNS


Após análises dos acidentes ocorridos obtivemos os tipos de lesão que mais
ocorreram.
- Contusões: Provenientes de quedas, ou pancadas durante a execução
dos serviços.
 Escoriações: Provenientes de acidentes de trânsito, principalmente motos.
 Fraturas: Provenientes de acidentes de trânsito, principalmente motos.
 Queimaduras: Proveniente de manutenção em equipamentos elétricos.
 Torção: Proveniente de execução de serviços em via pública.
 Acidente com cloro: vazamento de cloro nas ETAs.
 Transtorno Psicológico: Proveniente de vítima em assalto a mão armada em
área da empresa.

3.9 DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA

A empresa é dotada de Departamento de SMS na sua sede, o qual atende a


todos as unidades em todo o estado. O Departamento é composto pelo Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT,
cujo objetivo é trabalhar na prevenção e no tratamento de doenças ocupacionais
preservando assim a saúde dos trabalhadores, além do Serviço Social.
SESMT da empresa é composto por Engenheiro de Segurança do Trabalho,
Técnico em Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
A Empresa também possui Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
em cada unidade regional.
A Empresa proporciona cursos de treinamento periódicos para
os funcionários, tais como:
 Uso de EPI
 Prevenção contra acidentes com cloro.
 NR 10: Instalações e Serviços em Eletricidade
34

 Prevenção e Combate a Incêndio


 Primeiros Socorros

3.10 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

A empresa fornece a todos os colaboradores os EPIs necessários para a


realização das atividades com segurança, de acordo com a função. Os EPIs são
trocados periodicamente de acordo com a sua vida útil de utilização, sendo
necessário a devolução do EPI gasto ou danificado pelo uso.
35

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a análise dos acidentes de trabalho ocorridos na empresa de


saneamento, foram observados as 35 ocorrências no Relatório Geral de Acidentes,
porém para a análise mais criteriosa foram analisados os Relatórios de Acidentes,
dos quais foram disponibilizados 26.
Baseando-se nos dados coletados, foi constatado ocorrência de acidentes
divididos igualitariamente nos dois turnos, manhã e tarde, com 100% dos
colaboradores do sexo masculino, sendo na sua grande maioria no cargo de
Assistente de Gestão Operacional I cujas lesões predominantes foram contusão e
escoriação do tipo típico, as quais contribuíram para o grande número de
afastamento do trabalho.
Os acidentes de trabalho ocorridos na empresa de saneamento no ano de
2017, representa apenas um percentual de 2% no universo de 1715 colaboradores
diretos. Importante ressaltar que os trabalhadores terceirizados não foram
computados. Este baixo percentual demostra que os trabalhos de prevenção de
acidentes realizados pelo SESMT da empresa, tais como treinamentos periódicos,
distribuição de EPI em quantidade e qualidade satisfatória bem como a fiscalização
na execução dos serviços realizadas pelos Técnicos de Segurança do Trabalho,
surtem efeitos positivos na segurança e saúde dos colaboradores.
Observando cada caso dos acidentes, constatou-se em sua grande maioria
a ocorrência de acidentes de trânsito, com colisões entre veículos, capotamentos e
quedas de motocicletas onde caracterizou-se diversas imprudências por parte dos
condutores. Alguns outros foram ocasionados pela não utilização de EPI e/ou falta
de atenção dos colaboradores na realização dos serviços.
A fim de manter o baixo índice de acidentes de trabalho e na busca da meta
de acidente zero, sugere-se que seja reforçado os treinamentos de Direção
Defensiva para todos os colaboradores que em algum momento faça uso de
veículos automotores para realização de suas atividades ou deslocamento até ela,
principalmente os motoqueiros que registraram maior número de acidentes.
Sugere-se a realização de Treinamento de Integração de SMS para todos
colaboradores recém contratados e/ou os colaboradores que sejam remanejados
para outros setores, bem como terceirizados, visando dotá-los de conhecimento dos
36

procedimentos de segurança da empresa. Faz-se necessário também, a reciclagem


anual de todos os colaboradores já integrados.
Sugere-se que sejam realizados pesquisas entre os colaboradores quanto a
eficiência, durabilidade e conforto dos EPIs e EPCs fornecidos, para que possa
melhorar sempre a qualidade dos EPIs e consequentemente, a satisfação no uso
pelos colaboradores.
Por fim, que sejam cobrados das chefias imediatas ações diretas aos seus
subordinados quanto ao uso e conservação dos EPIs, bem como a participação e
práticas dos treinamentos realizados a fim de sempre prover a prevenção dos
acidentes de trabalho.
37

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

Os acidentes de trabalho no Brasil, de 2012 à 2016, custaram aos cofres


público mais de R$ 20 bilhões com gastos da Previdência Social, como auxílio-
doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para
pessoas que ficaram com sequelas. Além desses custos, o acidente de trabalho
gera prejuízos às empresas para qual trabalha, para a sua família além do próprio
colaborador.
Nas empresas de Saneamento, assim como nas demais, o acidente de
trabalho com afastamento diminui o quadro de funcionários, vindo a sobrecarregar
os demais colaboradores na execução dos serviços, afetando a qualidade e
consequentemente a imagem da Empresa perante a comunidade.
Os acidentes de trabalhos podem ser evitados com a realização de medidas
simples, como a realização de treinamento para todos os colaboradores, de acordo
com cada função e tipo de serviço a ser executado, utilizando como ferramenta as
Normas Regulamentadoras e Normas Técnicas, bem como as Normas de
Procedimentos Internos. Notou-se que a imprudência dos colaboradores foi a maior
causa dos acidentes, e que estes poderiam ter sido evitados.
É primordial que todos estejam engajados na prevenção dos acidentes de
trabalho, participando dos treinamentos e pondo em prática os conhecimentos
adquiridos, participando ou cobrando da CIPA melhorias nos ambientes e nas
condições de trabalho, não se expondo a riscos, utilizando os EPIs corretamente e
zelando pela sua saúde e de seus colegas.
38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CABRELON, Jeferson. Introdução à Engenharia do Trabalho – Apostila do Curso


de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Know How, 1ª edição,
Março 2014, São Paulo.

MANUAIS de Legislação Atlas. SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Atlas:


São Paulo, 2003. 52a. ed.

MONTEIRO, Marlon M. Redução dos Acidentes de Trabalho Ocorridos com


Coletores de Resíduos Sólidos Urbanos em Santa Maria. Santa Maria, RS,
UFSM, 1999. Monografia. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança
do Trabalho.

NBR 14280 – Fevereiro 2001, Cadastro de Acidente do Trabalho – Procedimento


e Classificação

OLIVEIRA, J. H. R. Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho –


Apostila do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho.
Santa Maria: UFSM, 2003.

PATRICK, J. Psicologia do Treinamento. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

SISTEMAS DE TRATAMENTO. Disponível em http://corsan.com.br. Acesso Agosto


2004.

SAMPAIO, J. C. A. Manual de Aplicação da NR 18. 1999, 540 p.

Tratamento de Água e Esgoto. Companhia de Saneamento de São Paulo,


Disponível em:< http://site.sabesp.com.br/site/interna/subHome.aspx?secaoId=48/>.
Acesso em: abr. 2018.

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