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Resumo
Nesta segunda parte do projeto foi introduzido um passo a mais na etapa de nano
fabricação dos contatos. Após a abertura da linha com o AFM, a amostra é exposta a um
plasma de barril O2 com o objetivo de eliminar possíveis resíduos. Parâmetros tais como o
tempo de exposição e espessura da camada de resiste foram otimizados. Na etapa final do
trabalho também desenvolvemos a instrumentação necessária para realização da litografia por
AFM no modo tensão.
Para realizar a gravação das linhas dos nanocontatos utilizamos o microscópio de força
atômica (AFM) não só para a visualização da topografia da amostra, mas também para a
litografia por modo arraste. Nosso intuito é fazer duas linhas deixando um intervalo, gap, de
centenas de angstrons entre eles. Como falamos anteriormente após a gravação da linha com o
AFM foi adicionado um passo do processo onde os resíduos são removidos usando um plasma
de barril (O2). Depois de fabricado o gap a amostra é metalizada com Au, Ni e Ge (de agora
em diante nos restringiremos a chamar esta liga de Au), para a formação de contatos ôhmicos
com semicondutores.
- Calibração do Plasma:
Foram feitos testes em três amostras padrão, compostas de um substrato de InP seguido
de crescimento de InP/InAs que continham apenas degraus de resiste simulando a mesa que
trabalhamos. Na primeira das três amostras, com resiste sem diluição, o plasma foi dado à
100W. Com essa potência notou-se que o tempo de plasma não podia ser bem controlado por
que seu tempo era muito curto, da ordem de segundos. Na segunda amostra, com resiste ainda
sem diluição, foi dado plasma de 50W de potência e obteve-se a taxa de 140Ǻ/min. Na terceira
amostra o resiste foi diluído com thinner na proporção (1:2,5), nesta o plasma foi dado à 50W
e obtivemos a taxa de 0,38Ǻ/min. Note a discrepância das taxas com que o plasma é feito, isso
ocorre por que o solvente de resiste é orgânico, isto é, possui C, elemento que reagem com O2
ionizado formando CO2 no processo de plasma barril. Nosso interesse em particular é nas
taxas de resiste diluído já que este é o resiste utilizado para fazer a litografia por AFM, pois
tem espessura menor. Uma vez calibrada a taxa do plasma podemos controlar o tempo de
exposição de forma que este não alargasse demais as linhas e que por outro lado fosse capaz de
fazer com que a profundidade da linha chegasse até o substrato (InP). Os resíduos de resiste
dentro das linhas podem prejudicar o processo de metalização dado que diminui tanto a
aderência quanto o contato elétrico.
- Metaliçazão:
Esse problema foi resolvido com a utilização de uma evaporadora tipo feixe de elétrons
(Electron Beam,da Balzers). Neste equipamento, um cristal oscilador monitora a deposição do
filme. Dentro da câmara de vácuo temos, de um lado o filamento de Ti e do outro um suporte
aterrado onde colocamos o metal. Aplicamos tensão constante no filamento de Ti e assim
criamos campo eletromagnético entre o filamento e o metal. Ao variarmos a corrente no
filamento produzimos um feixe de elétrons que migra para o metal aquecendo-o até evaporar,
cobrindo assim a amostra que se encontra na parte de cima da câmara. Como a tensão se
mantém constante, no nosso caso 7000V, controlamos a deposição de metal variando a
corrente incidente no filamento. Desta forma, depositamos aproximadamente 700Å de
espessura de Au. Porém depois de feito o lift off (remoção do resiste) notou-se que o resiste
não foi retirado da região onde que foi feita a litografia (ver fig. 1 e 2).
Figura 1: Imagem a partir do microscópio ótico de mesa (10µm de largura) após lift off
A partir da figura 1 notamos que na região onde foram feitas as duas linhas o resiste não
saiu. Caso o processo tivesse sido bem sucedido, apenas o pads e as linhas deveriam estar com
Au (parte dourada) o restante deveria corresponder ao substrato de InP.
Figura 2: Imagem a partir do microscópio ótico de mesa (3µm de largura) após lift off
Na mesa da figura 2 vê-se que o resiste do lado direito da linha não foi retirado, porém a
parte à direita não foi retirada. Duas hipóteses foram levantadas a respeito desse problema. A
primeira delas era que a luz do microscópio do AFM, que era focada sobre a mesa, deixou o
resiste mais rígido nessa região e por essa razão o lift off não teria ocorrido de forma completa.
Por essa razão passamos a fazer imagens topográficas e litografia com a luz do microscópio
desligada ligando-a apenas para a localização de regiões de interesse. Mas essa mudança não
contribuiu para que o resiste fosse retirado da região onde foi feita a litografia. A segunda
hipótese era que a espessura de Au depositado nas linhas era muito grande em torno de 1000Ǻ,
impedindo a remoção completa do resiste. Por isso reduzimos a espessura de Au depositado. A
partir dos testes realizados notou-se que a espessura do metal deveria ser no máximo 50% da
espessura do resiste (~900Ǻ) para que o lift off ocorresse. Por isso depositamos
aproximadamente 340Å de metal na nossa amostra.
Figura 3: Imagem comparativa do padrão esperado e do obtido após lift off.
Montamos também um circuito elétrico para realizar a litografia pelo modo tensão.
Nesta, a ponta do AFM é usada para desenhar padrões num resiste sensível a feixe de elétrons.
Para isso precisamos manter a corrente constante (entre a ponta e a amostra) ao longo da linha
para que o resiste seja sensibilizado de forma homogênea. O resiste utilizado é o PMMA
(polimetil meta acrilato) e sua sensibilização em média é alcançada com correntes de 1nA.
Este circuito (figura 4) tem seus terminais conectados no porta-amostra e na ponta.
Inicialmente é aplicada uma diferença de potencial entre a ponta e a amostra gerando uma
corrente que vai até o conversor de corrente-tensão de um amplificador operacional com
resistor ligado entre o pino não inversor e a saída. Compara-se essa tensão obtida com uma
referência (aproximadamente 5V) utilizando um amplificador diferencial que subtrai a tensão
com uma tensão de referência. Depois disso, essa tensão resultante passa por um integrador
que retira as altas freqüências (acima de aproximadamente 1kHz). Ao final temos uma tensão
de aproximadamente 15V que será amplificada por um amplificador de alta tensão com ganho
maior que 1. Assim obteremos uma tensão de 30V que será aplicada na amostra, fechando
dessa forma o circuito.
Figura 4: Esquema do circuito utilizado
Foram feitos testes preliminares para checar que toda a eletrônica estivesse funcionando
corretamente antes dele ser usado na prática. Porém ocorreram problemas na realimentação
que inviabilizaram a utilização imediata do mesmo.
Trabalhos futuros:
Comentários:
• Projeto aprovado.
• RP aprovado.
Bibliografia
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[2] I. Daruka and A-L Barabási, Phys. Rev. Lett. 79, 3708 (1997).
[3] I. Daruka and A-L Barabási, Appl. Phys. Lett. 72, 2102
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[4] W.M. Nakaema, "Litografia com Microscópio de Força Atômica e Crescimento Seletivo
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[5] R.Panepucci, J.Bettini, M.A.Cotta, M.M.G.Carvalho, "Field Transistor with 170nm Gate
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