Professional Documents
Culture Documents
PLANEJAMENTO DO LAYOUT E
DIMENSIONAMENTO DE EXTINTORES
DE INCÊNDIO EM UMA EMPRESA DO
SEGMENTO DE PANIFICAÇÕES - UM
ESTUDO DE CASO.
Emmanoell Victor Dutra de Freitas Maia (UFCG)
emmanoell@hotmail.com
Mariana Alves Bernardo de Matos (UFCG)
marianaabernardo@gmail.com
Anderson Laureano de Melo (UFCG)
anderson-pb@hotmail.com
Gabrielle Bezerra Costa (UFCG)
gabi.b.costa@hotmail.com
Tarcisio Gil dos Anjos Guerra (UFCG)
tarcisio_dosanjos@hotmail.com
1. Introdução
O Projeto de Fábrica e Layout tem por objetivo alocar e/ou realocar recursos físicos já
existentes na fábrica de forma a aumentar a capacidade da instalação e a produtividade das
operações. Em consonância com o ganho de produtividade, tem-se a redução dos custos
indiretos; redução do tempo de manufatura; redução do material em processo; maior
utilização de equipamentos, mão de obra e serviços; redução de manuseio; economia de
espaço; redução das demoras; incremento da produção e; aumento da moral e satisfação no
trabalho.
O planejamento do layout deve ser realizado de maneira integrada com a segurança do
trabalho (para garantir a segurança dos que estão inseridos nas instalações prediais, dos que
estão fora da mesma e a segurança patrimonial). Devendo-se lembrar que os acidentes
acarretam perdas monetárias de grande valor e punições severas à empresa diante do mercado.
Neste sentido, destaca-se a prevenção e combate a incêndios, tendo em vista que o incêndio é
considerado como sendo um risco não muito frequente, contudo de grande amplitude de efeito
e consequências devastadoras.
Segundo Villar (2001) é importante à classificação dos riscos de incêndio em pequeno,
médio e grande, de forma que para cada área seja dado foco a cada tipo de risco e, além disso,
que sistemas de combate à incêndios sejam projetados para os riscos específicos de cada área,
no intuito de tornar as instalações industriais mais seguras quanto ao controle de fogo.
Villar (2001) afirma que a tarefa de se elaborar um arranjo físico torna-se complexa
devido ao fato de existirem uma grande quantidade de fatores que o influenciam, sendo
relevantes e de extrema independência, então devem ser tratados separadamente e de forma
cuidadosa para que se tenha um bom projeto. Além disso, defende que alguns destes fatores
devem ser priorizados, por tratarem de aspectos mais frágeis.
2
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
De forma objetiva este quesito aborda o dimensionamento das áreas a partir do cálculo das:
Superfície Total (St) = Superfície Estática (Se) + Superfície de Utilização (Su) + Superfície de
Circulação (Sc). Sendo a Superfície Estática (Se), a área que o equipamento projeta na
superfície horizontal; a Superfície de Utilização (Su), a área de utilização do funcionário e dos
materiais, em torno do equipamento , onde “N” é o número de lados utilizados
pelo operador ou depósito de material e a Superfície de Circulação (Sc), a área pela qual as
pessoas e materiais circulam dentro do sistema fabril, , onde k=
Coeficiente que, dependendo do equipamento utilizado para o transporte do material, varia
entre 0,05 e 3;
3
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
4
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
TABELA 2: Área de Domínio e Distância Máxima a ser Percorrida por Risco de Fogo.
Fonte: NR - 23.
Independente da área ocupada onde deverá existir ao menos dois (02) extintores para
cada pavimento ou risco isolado, porém para áreas inferiores a 50m² basta uma unidade
extintora. A norma do Corpo de bombeiro Militar da Paraíba utiliza outros valores para a
distância máxima percorrida até se chegar ao foco de incêndio, como segue a Tabela 3:
TABELA 3 – Distância Máxima a ser Percorrida por Risco de Fogo
3. Metodologia
Este estudo baseia-se na metodologia descritiva, onde foram realizadas visitas in loco
para a identificação do problema, o registro e interpretação dos dados coletados, com
posteriores desenvolvimentos de argumentos lógicos para se avaliar e propor soluções para
tal. Sendo, desta forma, um estudo de caso, realizado em um estabelecimento específico, no
setor de panificação. A presente pesquisa também se caracteriza como sendo bibliográfica.
Ademais, a pesquisa é qualitativa e quantitativa, buscando-se aferir julgamentos de origem
tangível e intangíveis.
A partir da coleta de dados com as documentações diretas e indiretas, os mesmos
foram dispostos de forma sistêmica para análise e investigação. Assim, o seguinte roteiro foi
realizado como etapas de desenvolvimento para a pesquisa: análise do material bibliográfico;
5
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
4. Determinação do fluxo
6
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
7
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
8
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
panificados para o Arranjo físico melhorado (Anexo I) que possibilita o fluxo de produção
mais consistente, assim como diminui as movimentações desnecessárias.
Cada item presente na malha foi disposto no arranjo físico com o respectivo posto de
trabalho que este representava. Algumas pequenas modificações foram feitas, apenas por
questão de posicionamento, mas procurou-se manter a sequência de alocação obtida na malha
de operações.
Como se pode observar a localização do estoque de Matéria-prima foi disposto
próximo aos postos de trabalho dependentes a ele, de tal forma que possibilitasse maior
rapidez tanto no abastecimento dos mesmos, quanto ao fluxo de pessoas e materiais.
Com as modificações no layout, verifica-se também que o posicionamento das
máquinas e equipamentos ficou mais adequado, dado como um dos objetivos reduzir a
movimentação demasiada durante os processos produtivos, refletindo em tempo de ciclo de
produção reduzido e agregação de valor aos mesmos. A Tabela 6 e 7 aponta o comparativo
entre o layout atual e o ótimo, enfatizando as distâncias e o número de cruzamentos nos
mesmos.
Quadro 8: Comparativo entre o layout atual e o melhorado em relação à distância percorrida.
9
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
Como nenhum dos setores da panificadora tem dimensionamento maior que 150 m²
(cento e cinquenta metros quadrados), a área de domínio mínima por unidade extintora é
satisfeita para todos os riscos de fogo (pequeno, médio e grande). Sendo assim, temos que os
extintores, antes localizados no corredor externo, devem ser realocados e instalados no local
de risco (perto dos fornos e fogões) obedecendo a NR 23, que determina alturas coerentes
para o posicionamento destes.
Os extintores selecionados para fazer a cobertura do ambiente produtivo, onde o risco
de incêndio é alto, classe C, foram dois de água pressurizada e dois de pó químico, que são
próprios para o combate ao incêndio dos materiais que se encontram no chão de fábrica. Esta
quantificação foi feita devido à distância máxima a ser percorrida até o risco de fogo, de 10m,
segundo a NR 23. No setor de almoxarifado o risco de incêndio é médio, classe B, por conter
caixas de papelão e materiais plásticos, considerados materiais sólidos inflamáveis. Portanto,
há a necessidade de se alocar um extintor de água e outro de gás carbônico. Já no setor de
Vestuário, onde o risco de incêndio é pequeno, classe A, pois não há máquinas e nem
equipamentos eletrônicos, foi alocado um extintor de água. Este mesmo extintor cobre
também a área do banheiro, obedecendo ao limite de área a ser percorrida, de 10,25 m². Desta
forma, tem-se a representação do layout com as novas modificações no Anexo II.
5 Considerações Finais
Com a análise do arranjo físico atual, pôde-se constatar que ainda não existe iniciativa
do empreendedor para efetuar modificações quanto ao layout organizacional, onde é visível o
grande distanciamento entre maquinários, dependentes entre si; o número de retornos e
cruzamento de fluxos entre processos e; também problemas no que tange à quantidade de
extintores encontrados dentro das remediações da empresa.
Ao se analisar as alterações provocadas pelo layout proposto, tem-se redução
substancial na movimentação e nos cruzamentos, de 61,24% e 94,12%, respectivamente, em
relação à situação atual, considerando-se a movimentação em todos os fluxos produtivos,
gerando diminuição no lead time. Além disso, há geração de benefícios quanto às abordagens
relativas ao trabalhador (rendimento, produtividade, motivação e moral), efeito do bem estar e
10
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
confiança dos funcionários garantidos pela segurança das instalações, ou seja, requisitos
estratégicos e financeiros, de caráter objetivo e subjetivo.
Os equipamentos “Forno maior” e “Fatiadora” foram excluídos do processo produtivo,
pois estes eram obsoletos e estavam em desuso. Quanto à máquina “Batedeira de massas
pesadas”, esta foi posicionada fora das remediações do fluxo produtivo até que se efetue a
manutenção corretiva da mesma para ser reintegrada ao processo produtivo. O banheiro do
Arranjo Físico atual foi dividido em duas partes, para dar lugar aos banheiros masculino e
feminino, de forma que a estrutura física da panificadora se adeque à NR-24.
Quanto à segurança, foi proposto que mais três (03) extintores fossem adquiridos e
alocados ao setor produtivo para dar maior seguridade quanto ao combate a incêndio, no caso
de haver algum e, a realocação do extintor já existente para o mesmo setor, que se encontrava
no corredor que leva à escadaria para o pavimento térreo, sendo, desta forma, os quatro
extintores postos próximos às particularidades possíveis de serem foco de incêndio e em
corredores de acesso facilitado. No setor de almoxarifado e vestuário, onde não possuíam
unidades extintoras, foram posicionados dois (02) e um (01), respectivamente. Desta forma,
todo o andar passou a ter área de cobertura pelos extintores.
Ainda em relação aos extintores, temos que foram alocados em locais visíveis aos
funcionários; não encobertos por nenhum material e; onde há baixa probabilidade de o foco
de incêndio bloquear o acesso aos mesmos. E, finalmente, para a panificadora em particular, a
modificação da estrutura física só será possível à medida que os gestores diminuírem
consideravelmente seus graus de resiliência às transformações sugeridas, tendo como
justificativa compensatória o aumento nos resultados finais alcançados.
Referências
11
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
OLIVÉRIO, J. L. Projeto de fábrica: produtos, processos e instalações industriais. São Paulo: IBLC. 1985.
VILLAR, Antônio de Melo. A inserção das técnicas de prevenção a incêndios na metodologia de elaboração
de arranjos físicos industriais. Florianópolis, 2001. Tese (doutorado em Engenharia de Produção) Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em:
<http://www.teses.eps.ufsc.br>. Acesso em 15 de Março de 2014.
12
ANEXO I - MAPOFLUXOGRAMA DOS PANIFICADOS PARA O ARRANJO
FÍSICO MELHORADO.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
14