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Módulo de Treinamento
João Augusto CF
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Índice
Objetivos do Módulo
Visão Geral
Esta seção
faz uma revisão do processo da turbina a gás e
explica então em breves palavras como é realizado o processo através
do projeto e
do layout dos principais componentes do conjunto turbogerador.
Figuras 1.1 e 1.2 Um conjunto turbogerador a gás converte a energia química contida em um
combustível em energia elétrica, que é então distribuída para a grade ou para a rede.
Esta conversão de energia ocorre em várias etapas.
A energia química contida no combustível é
liberada por combustão e
transformada em energia térmica na câmara de combustão.
Esta energia térmica é encaminhada para a turbina
O calor do gás da combustão é convertido
inicialmente em energia cinética e
posteriormente em energia mecânica.
Utilizam-se as palhetas da turbina para este fim.
A energia mecânica é então transmitida ao gerador, seja através de um eixo
diretamente acoplado ou através de redutor de velocidade.
Utilizando o princípio da indução, o gerador transforma esta energia mecânica em
energia elétrica, a qual ele distribui para a rede através de seus
bucha de alta tensão (HV),
disjuntor e
transformador principal para elevação da tensão.
Figuras 1.1 e 1.2 Para abranger e englobar todos os valores que representam a forma de energia do
calor, utiliza-se o conceito de entalpia.
Os valores de pressão, temperatura e volume são interrelacionados.
Assim, por exemplo, se a pressão de um fluido é reduzida, a sua temperatura
diminui e o seu volume aumenta.
Por outro lado, ao passar por um giclê, a pressão do fluido diminui e sua velocidade
aumenta.
Figuras 1.1 e 1.2 A combinação adequada dos valores de temperatura e entropia permite representar
graficamente a quantidade de calor de um processo que é disponível para conversão
em uma outra forma de energia, principalmente em energia mecânica.
O calor é representado pela área compreendida pelas curvas que representam as
diferentes mudanças de estado do fluido dentro do processo.
As Figuras 1.1 e 1.2 mostram um processo de turbina a gás com combustão padrão,
na forma de duas representações interrelacionadas:
A parte superior mostra esquematicamente o arranjo do equipamento de um
conjunto gerador de turbina a gás.
A Figura 1.1 mostra um conjunto turbogerador a gás sem caixa de redução.
A Figura 1.2 mostra um conjunto turbogerador a gás com caixa de redução.
A parte inferior mostra graficamente o processo da turbina a gás em um diagrama
temperatura entropia ou diagrama de calor.
Descrição do Funcionamento
Sistema de Admissão de Ar
Nenhuma parcela de energia mecânica pode ser acrescida ao ar até que este chegue à
primeira fileira de palhetas rotativas do compressor.
Portanto, o compressor remove o ar em frente ao primeiro estágio de modo a
reduzir a pressão nesse local.
A pressão atmosférica força então o ar de admissão através do filtro e do coletor
para substituir o ar removido.
A pressão no sistema de admissão está continuamente caindo à medida que o ar se
movimenta do exterior em direção à seção de admissão do compressor.
Isto significa que o mancal radial situado junto à entrada do compressor deve ser
cuidadosamente projetado de modo a assegurar que não haja risco de ocorrer
sucção de óleo para dentro da tomada de ar, onde o mesmo contaminaria as
palhetas.
Figura 2 A turbina de fluxo axial é assim chamada porque a direção principal do fluxo do gás
da combustão através da turbina é paralela ao eixo de rotação principal da turbina.
O gás da combustão adentra a fileira de aletas com uma certa velocidade absoluta c0.
Em virtude do formato de bocal dos canais entre as palhetas, a velocidade
absoluta do gás da combustão
aumenta para c1 e
adentra a fileira de palhetas com esta velocidade.
A aceleração do fluido (gás da combustão) acontece às custas de:
Uma diminuição da pressão do fluido.
Um diminuição da temperatura do fluido.
Um aumento do volume do fluido.
Figura 2 Da mecânica:
M = F.r sendo:
M: torque [N.m]
F: força giratória [N]
r: raio de giro [m]
Segue-se que:
M = ∆I.r/∆t = ∆D/∆t sendo:
∆D: mudança do momento angular [N.m.s] ou [J.s]
Segue-se também que:
M = m.r.∆c/∆t
e:
∆c = c2 – c1
c2 = velocidade absoluta de saída [m/s]
c1 = velocidade absoluta de entrada [m/s]
é válido:
M = m.r (c2 – c1) / ∆t = ή.r.(c2 – c1)
sendo:
ή: vazão do fluido [kg/s]
Da mecânica:
Pmec = M.ω
sendo:
Pmec: potência mecânica [W]
M: torque [N.m]
ω: velocidade angular [l/s]
segue-se que:
Pmec = ή (r1.ω.c1u – r2.ω.c2u)
Da mecânica:
u = r.ω
segue-se que:
Pmec = ή (u1.ω.c1u – u2.ω.c2u)
Figura 3 Para um dispositivo motriz, como uma turbina a gás, é válido: c2 < c1.
Conseqüentemente:
A potência mecânica desenvolvida é positiva.
É fornecida a partir do dispositivo motriz.
Figura 4 Para completar o quadro a respeito da turbina de fluxo axial, é necessário examinar-
se as forças que atuam nas palhetas.
A Figura 4 mostra a força atuante sobre uma palheta individual qualquer, de um
estágio da turbina.
A força resultante que atua sobre a palheta provém da ação combinada
da vazão do gás da combustão e
da mudança de direção e intensidade da velocidade relativa.
Traduzindo numa fórmula, temos:
Figura 5 Além da adição de calor ao fluxo de ar, o processo da turbina a gás requer pressão.
Esta última é fornecida pelo compressor.
O compressor
é fixado ao mesmo eixo que a turbina e
funciona de forma similar, porém em oposição à ela.
No compressor o eixo rotativo movimenta as palhetas móveis através do ar.
As palhetas móveis acrescentam energia mecânica ao ar através do aumento de
sua velocidade e
Considerando que é mais difícil comprimir um meio que realiza trabalho do que
expandi-lo com palhetas axiais,
são necessários mais estágios para comprimir o ar e
menos estágios são necessários para expandir o gás da combustão.
Figura 6 Fax é a componente axial na direção do eixo de rotação principal do rotor, porém
em sentido oposto à força axial da turbina.
Ela compensa em grande parte a força de empuxo exercida pela turbina.
O restante da força de empuxo é suportado por um correspondente mancal de
empuxo.
Fr é a componente radial.
Não está mostrada na Figura 6.
Aplicam-se os mesmos comentários que no caso da turbina.
Fu é a componente tangencial na direção da velocidade tangencial, porém em
sentido oposto.
Opõe-se à força tangencial da turbina.
Câmara de Combustão
A descrição a seguir:
Se aplica a um combustor de silo equipado com queimadores EV.
Explica brevemente o seu princípio de funcionamento.
A corrente primária:
Flui de baixo para cima através do espaço aneliforme existente entre a carcaça
externa e a camisa intermediária.
Durante este deslocamento, ela resfria o revestimento intermediário.
Penetra em sua maior parte na zona de combustão primária.
Aqui ela atravessa os queimadores EV misturando-se com o combustível.
A corrente secundária:
Flui de baixo para cima através do espaço anular existente entre as camisas
intermediária e interna. Durante este deslocamento, ela resfria:
os visores,
o revestimento interno,
o aço segregado.
Figura 7 O gás da combustão flui de cima para baixo através do tubo central do combustor.
Esse tubo central é composto de:
um arranjo de aço segregado e
camisa interna.
Conseqüentemente, existe uma distribuição homogênea de temperaturas na entrada
da turbina.
O queimador EV:
É um queimador de combustível dual, para combustíveis gasosos e/ou líquidos.
Funciona com base num princípio elementar de projeto:
O queimador tem o formato similar a 2 meios-cones.
Estes são ligeiramente defasados lateralmente de modo a formar 2 aberturas de
largura constante.
As aberturas se estendem por todo o comprimento do componente.
Baseia-se no princípio da divisão do vórtice:
A mistura homogênea combustível/ar deixa o cone e é inflamada.
Na saída do queimador o vórtice se divide, formando uma zona de recirculação
que estabiliza a chama no espaço livre existente dentro da câmara de combustão.
Podemos dizer que uma combustão ecologicamente correta com queimadores EV:
Cria uma mistura combustível/ar extremamente homogênea.
Conduz a uma combustão plena e total.
Inibe de maneira eficiente a emissão de NOx.
Redutor de Velocidade
Gerador-Excitador
Para reforçar o campo magnético o rotor possui o seu próprio enrolamento, chamado
enrolamento de excitação.
Através deste enrolamento de excitação passa uma corrente contínua, chamada
corrente de excitação.
A variação da corrente de excitação muda o valor da tensão induzida.
Desta forma a voltagem pode ser estabilizada, apenas variando-se a corrente de
excitação.
Figuras 9 e 10 A corrente de excitação é fornecida por uma fonte de energia elétrica independente,
chamada sistema de excitação.
Existem basicamente dois tipos de sistemas de excitação que desempenham a
mesma tarefa, que são:
O sistema de excitação estático e
O sistema de excitação sem escovas com diodos rotativos.
O primeiro é mostrado na Figura 10.
O segundo é mostrado na Figura 9.
Figura 9 O atuador:
É o excitador sem escovas.
É também um gerador que inclui:
um campo magnético e
uma bobina elétrica envolvendo esse campo magnético.
É um pequeno gerador no qual:
o magneto é fixo e
a bobina elétrica gira.
É mostrado na Figura 9.
O objeto:
É o gerador.
Não é abordado aqui.
É mostrado na Figura 9.
O sensor:
É representado pelo transformador situado na linha de retroalimentação (feedback)
do valor real efetivo.
Não é abordado aqui.
É mostrado na Figura 9.
Figura 10 O atuador:
É um banco de tiristores.
Estes são dispositivos estáticos.
É alimentado com uma entrada AC.
Retifica a entrada AC para uma saída DC.
Alimenta o campo do objeto com corrente DC através do disjuntor de campo.
É mostrado na Figura 10.
O objeto:
É o gerador.
Inclui escovas que são usadas para suprir corrente DC para o campo durante:
a operação normal e
a partida do conjunto turbogerador.
Não é abordado aqui.
É mostrado na Figura 10.
O sensor:
É representado pelo transformador situado na linha de retroalimentação (feedback)
do valor real efetivo.
Não é abordado aqui.
É mostrado na Figura 10.
Sendo uma máquina de combustão, a turbina a gás necessita de ajuda externa para
dar a partida e iniciar seu funcionamento.
Aqui ocorre algo similar ao que acontece com o motor de um automóvel.
Para que ele possa iniciar o funcionamento, é necessário o acoplamento de um
motor de partida.
Com o conjunto gerador de turbina a gás, o motor de partida é o próprio gerador.
Um motor elétrico:
Tem os mesmos componentes que um gerador.
Funciona em direção oposta.
Converte energia elétrica em energia mecânica.
Isto significa que através da aplicação de uma tensão ao enrolamento do estator
e de uma corrente de excitação ao magneto, o rotor passa a girar.
Resumo
Para se assegurar que você tenha entendido a matéria abordada, faça uma revisão de
cada um dos Objetivos (página 4).
Combustível
(óleo / gás)
Câmara de
combustão
Turbina Gerador
Gás de
exaustão Ar
Fornecimento de
calor
Extração de calor
Combustível
(líquido / gás)
Gerador Turbina
Ar
Fornecimento de
calor
Extração de calor
Fluxo de
entrada
Aletas
Palhetas, em
movimento
Estator
Fluxo de
entrada
Aletas
Palhetas, em
movimento
Estator
Fixação da raiz do
estator
Fluxo de
entrada
Palhetas do Aletas do
rotor estator
Estator
Fixação da raiz do
estator
Fluxo de
entrada
Palhetas do Aletas do
rotor estator
Estator
Acesso central
Queimadores EV
múltiplos
Tijolos
Isolamento
Camisa intermediária
Carcaça externa do
combustor Camisa interna
Visor
Acoplamento
de saída
Acoplamento
de entrada
Regulador Automático
de Voltagem (AVR)
Alimentação AC
Valor estabelecido
Valor efetivo
Excitação
de partida
Corrente de
excitação
(DC)
Escovas para
excitação
de partida
Disjuntor de partida
Excitador Transfor-
madores Disjuntor do gerador
Gerador
Disjuntor do
gerador
Transformador
de excitação
Regulador Autom.
Aliment
ação de Voltagem
Retificador
Retroalimentação
do valor efetivo Valor estabelecido
Corrente de
excitação para
partida